quinta-feira, 27 de setembro de 2018

SOBRE O QUE ESTÁ SOB NOSSO CONTROLE E O QUE NÃO ESTÁ


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Como sempre, tenho escolhido um tema para reflexão da manhã, da noite, da tarde ou em qualquer momento do dia. Tem sido de grande valia reforçar-me à medida que retorno aos antigos textos da minha formação básica, donde venho me apoiando para fincar as bases de um pensamento próprio, sem a pretensão da originalidade, ao que eu possa fazer essa base autêntica, minha. Sempre, com isso, me aproximo dos grandes clássico.   

Aqui, uma reflexão de Epictetus:
  

“[1.1] Das coisas existentes, algumas são encargos nossos; outras não. São encargos nossos o juízo, o impulso, o desejo, a repulsa – em suma: tudo quanto seja ação nossa. Não são encargos nossos o corpo, as posses, a reputação, os cargos públicos – em suma: tudo quanto não seja ação nossa.
[1.2] Por natureza, as coisas que são encargos nossos são livres, desobstruídas, sem entraves. As que não são encargos nossos são débeis, escravas, obstruídas, de outrem.
[1.3] Lembra então que, se pensares livres as coisas escravas por natureza e tuas as de outrem, tu te farás entraves, tu te afligirás, tu te inquietarás, censurarás tanto os deuses como os homens. Mas se pensares teu unicamente o que é teu, e o que é de outrem, como o é, de outrem, ninguém jamais te constrangerá, ninguém te fará obstáculos, não censurarás ninguém, nem acusarás quem quer que seja, de modo algum agirás constrangido, ninguém te causará dano, não terás inimigos, pois não serás persuadido em relação a nada nocivo.
[1.4] Então, almejando coisas de tamanha importância, lembra que é preciso que não te empenhes de modo comedido, mas que abandones completamente algumas coisas e, por ora, deixes outras para depois. Mas se quiseres aquelas coisas e também ter cargos e ser rico, talvez não obtenhas estas duas últimas, por também buscar as primeiras, e absolutamente não atingirás aquelas coisas por meio das quais unicamente resultam a liberdade e a felicidade.
[1.5] Então pratica dizer prontamente a toda representação bruta: “És representação e de modo algum o que se afigura”. Em seguida, examina-a e testa-a com essas mesmas regras que possuis, em primeiro lugar e principalmente se é sobre coisas que são encargos nossos ou não. E caso esteja entre as coisas que não sejam encargos nossos, tem à mão que: “Nada é para mim”.”
______.
EPICTETO. Encheirídion. (Edição Bilíngue). Tradução do texto grego e notas Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: Universidade Federal de Sergipe, 2012. 96 p

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