(IMAGEM: Pinterest)
De Epictetus, o ponto de partida para
a reflexão matinal: considerar o que realmente é importante.
Não alimentar hábitos ruins, pois,
reeducar-se no restabelecimento da saúde já é profilaxia a evitar desvios futuros. O projeto, por visar
a Sabedoria prática, é um
empreendimento bastante viável e extremamente relevante do ponto de vista existencial. Reedificar o “ponto de vista”, olhar, do presente o passado e seus erros a evitar; o futuro e seus objetivos. Buscando elevação, considerando com serenidade em progresso. Estou no
caminho; fazendo o melhor.
“Para Epicteto, o
ato de pôr em prática a filosofia supõe o afastamento das coisas exteriores e o
aperfeiçoamento da capacidade de escolha, de modo a “torná-la harmoniosa à
natureza, elevada, livre, desimpedida, desembaraçada, leal, digna com a
natureza” (Diss. 18). Essa liberação e valoração da capacidade de escolha só é
possível, segundo Epicteto, com a aplicação do primeiro teorema exposto em
Diss. 1.1 e Ench.1: das coisas, umas estão sob nosso encargo (aquelas
relacionadas à capacidade de escolha), outras não. As primeiras são livres e
desimpedidas por natureza (pois temos o poder de tomá-las ao nosso encargo e
sermos, consequentemente, livres como elas). As outras são servis, pois estão
sob o poder alheio (das forças da natureza e de outros seres humanos). Se nos
ligarmos a estas, alerta Epicteto, desejando-as ou evitando-as, acabamos por
perder a possibilidade de sermos livres, submetendo-nos à mesma necessidade que
as governa (Diss. 1.18.19). Não se submeter às coisas exteriores significa ter
uma nova atitude diante delas: não vê-las como coisas boas ou más em si mesmas,
não se queixar ou lamentar-se diante delas (Diss. 1.18.23), mas enfrentá-las
como serenidade e coragem." . (Dinucci, Aldo. In: P E R I, v . 0 8, n . 0 2, 2016 . p . 1 7 7 - 1 9 1)
Alguns instantes sejam reservados, também, para reflexão sobre as vicissitudes:
Aprender o que é a morte, o que é o
exílio, o que é a prisão, o que é a cicuta; para que seja capaz de dizer na
prisão “Ó amigo Críton, se assim é desejado pelos Deuses, que assim seja” e não frases como “Sou um infeliz, um velho!
Para isso velo pelos meus cabelos brancos?” (Diss. 1.18.24)
______.
DINUCCI, A.; JULIEN,
A. O Encheiridion de Epicteto. Coimbra:
Imprensa de Coimbra, 2014.
EPICTETO. Entretiens. Livre I, II, III, IV.
Trad. Joseph Souilhé. Paris: Les Belles Lettres, 1956.
______. Epictetus Discourses. Book I.
Trad. Dobbin. Oxford: Clarendon, 2008.
______. O Encheirídion de Epicteto. Trad.
Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2012. (Edição Bilíngue)
______. Testemunhos e Fragmentos. Trad.
Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2008.
EPICTETUS. The Discourses of Epictetus as reported
by Arrian; fragments; Encheiridion. Trad. Oldfather. Harvard:
Loeb, 1928. https://www.loebclassics.com/
HADOT, Pierre. The inner citadel: the meditations of
Marcus Aurelius. London: Harvard University Press, 2001.
Nenhum comentário:
Postar um comentário