domingo, 11 de dezembro de 2022

REFLEXÃO MATINAL CXIX: "LA FORMA DA REGRA" (KANT) E A "FILOSOFIA COMO MANEIRA DE VIVER" (ESTOICISMO)

 



Manhã bastante proveitosa; de muito estudo.

Dos que tive contato recente, por exemplo, em “La forme de la règle: Kant et la subjectivité” de David Zapero pode-se ler que “Caminhamos para a ética quando procuramos compreender o sentido que demos a esta ou aquela forma de conduzir a nossa vida. No entanto, na filosofia moderna, o questionamento ético foi cortado do campo das práticas que o antecedem. Tentámos instalar a ética a montante da vida: centramo-nos na questão do saber o que devemos fazer e muitas vezes num sentido muito abstrato de “dever”.

Este ensaio examina os caminhos que levam a tal concepção de ética. Para isso, interessa-se pela obra do mais importante representante dessa concepção, a saber, Immanuel Kant. Ao analisar as diversas escolhas teóricas e as concepções de subjetividade que estão na origem do projeto ético kantiano, A forma da regra identifica os impasses encontrados na tentativa de separar a necessidade ética de outras formas de necessidade humana.

O autor: David Zapero é um ex-aluno da Universidade de Oxford e da École Normale Supérieure. Possui doutorado pela Universidade de Paris 1 Panthéon Sorbonne e atualmente é pesquisador do Departamento de Filosofia da Universidade de Bonn.”

. ‘ .

______.

E, em outro desses que conheci recentemente: 

L'éthique comme maniere de vivre: Wittgenstein et Hadot” de Martin Arriola é possíver ler a perspectiva de que “Devemos nos reconectar com a antiga concepção de uma filosofia como arte de viver? Ou aceitar o consenso contemporâneo em torno de uma concepção fundamentalmente teórica e normativa da filosofia? Uma coisa é certa, o discurso filosófico pode ser tanto a expressão quanto o motor de um modo de vida. É o que Martin Arriola se propõe a mostrar a partir da obra do filósofo e historiador Pierre Hadot, e da noção de “vida filosófica” inspirada em modelos antigos. Para ilustrar a função ética do discurso filosófico, o caso de Wittgenstein é particularmente revelador: na leitura original proposta por Hadot, à luz do pensamento estóico, Wittgenstein possibilita conciliar ética teórica e ética vivida, e pensar a filosofia como uma transformação existencial do sujeito."

O autor

Martin Arriola é professor de filosofia no Collège de Bois-de-Boulogne em Montreal. É doutorado em filosofia pela Universidade de Montreal e pela EHESS em Paris.

______.

ARRIOLA, Martin. Ética como estilo de vida: Wittgenstein e Hadot. Paris. Vrin, 2022.

BLÖSER, Claudia; STAHL, Titus (eds.). The moral psychology of hope. Rowman and Littlefield, 2020. 302pp.

COELHO, Humberto Schubert. Genealogia do Espírito. Brasília, DF: 2012.

______. Filosofia perene: o modo espiritualista de pensar. São Paulo: Ed. Didier, 2014.

DESCARTES, René.  As paixões da alma. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

DINUCCI, A.; JULIEN, A. O Encheiridion de Epicteto. Coimbra: Imprensa de Coimbra, 2014.

EPICTETO. Entretiens. Livre I, II, III, IV. Trad. Joseph Souilhé. Paris: Les Belles Lettres, 1956.

______. Epictetus Discourses. Book I. Trad. Dobbin. Oxford: Clarendon, 2008.

______. Testemunhos e Fragmentos. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2008.

EPICTETUS. The Discourses of Epictetus as reported by ArrianFragments; Encheiridion. Trad. Oldfather. Harvard:Loeb Classical Library, 1928.

FOOT, Philippa. Natural goodness. Clarendon Press, 2003.

______. Moral dilemmas: and other topics in moral philosophy. Oxford University Press, 2003)

______. Virtues and Vices: and other essays in moral philosophy. OUP Oxford; Reprint, 2003). Informações sobre a a autora: https://pt.wikipedia.org/wiki/Philippa_Foot

FRANKL, Viktor. Um sentido para a vida: psicoterapia e humanismo. Aparecida, SP: Ideias e letras, 2005.

______. Yes to Life: In spite of everything. Beacon Press, 2020.

HADOT, Pierre. The inner citadel: the meditations of Marcus Aurelius. London: Harvard University Press, 2001.

______. A filosofia como maneira de viver: entrevistas de Jeannie Carlier e Arnold I. Davidson. (Trad. Lara Christina de Malimpensa). São Paulo: É Realizações, 2016.

______. The inner citadel: the meditations of Marcus Aurelius. London: Harvard University Press, 2001.

______. Exercícios Espirituais e Filosofia Antiga. Trad. Flavio Fontenelle Loque e Loraine Oliveira. Prefácio de Davidson, Arnold. São Paulo: É Realizações, 2014.

KARDEC, A. Le Livre des Esprits. Paris, Dervy-Livres, s.d. (dépôt légal 1985). ______. O livro dos Espíritos. 93. ed. - 1. reimpressão (edição histórica). Trad. Guillon Ribeiro, Brasília, DF: Feb, 2013. (“As virtudes e os vícios” - Q. 893-912; 907-912: "paixões"; 893-906: “virtudes e vícios” e 920-933: "felicidade")

ZAPERO, David; A forma da régra Kant, ética e subjetividade. Paris. Vrin, 2022.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

REFLEXÃO VESPERTINA CLVIII: ESTOICISMO

Foi essa a Reflexão Vespertina de hoje, terminada há pouco, ler ainda é possível! " O objetivo da filosofia consiste em dar forma e est...