quinta-feira, 31 de outubro de 2024

REFLEXÃO MATINAL CXCVI: ISAGOGE (εἰσαγωγή) INTRODUÇÃO DE PORFIRIO, O FENÍCIO, DISCÍPULO DE PLOTINO DE LICÓPOLIS

Por muito tempo usado como Introdução à Filosofia: 

ISAGOGE (εἰσαγωγή): INTRODUÇÃO DE PORFÍRIO, O FENÍCIO, DISCÍPULO DE PLOTINO DE LICÓPOLIS.

"Em tradução, prefácio e notas de Pinharanda Gomes, a Isagoge, (εἰσαγωγή) ou Iniciação, é uma epístola de Porfírio ao seu discípulo Crisaório, constituindo por toda a Idade Média e Renascença, a mais excelente."

ISAGOGE

“Em tradução, prefácio e notas de Pinharanda Gomes, a «Isagoge, ou Iniciação», é uma epístola de Porfírio ao seu discípulo Crisaório, constituindo por toda a Idade Média e Renascença, a mais excelente introdução à Lógica aristotélica Esta obrinha, destinada a quem deseje iniciar-se na lógica formal, é o intermediário da Lógica de Aristóteles para a modernidade.”

Sobre o autor:

“Ou Basílio Fenício (fal. 305), foi discípulo de Plotino em Roma e organizador das obras do mestre.Escritor produtivo, pouco da sua obra chegou até ao nosso tempo, embora seja um dos autores mais referenciados no âmbito da lógica, uma vez que a Isagoge, depois do Renascimento, passou a incluir-se canonicamente nas principais edições dos livros de Aristóteles.As suas grandes teses são conhecidas pelas citações que delas fazem os maiores escritores do Ocidente, desde o século IV.”

______.

Porfírio. Isagoge: introdução às categorias de Aristóteles. Lisboa: Guimarães Editores, 1994. 

 




sexta-feira, 25 de outubro de 2024

REFLEXÃO MATINAL CXCV: REFLEXÕES DE KARL JASPERS SOBRE FÉ FILOSÓFICA E "REVELAÇÃO CRISTÃ"

 

Ainda sobre o Bom Existencialismo: (II)

Já, desde há muito tempo, acostumado a ler Karl Jaspers, desde seu “Introdução ao pensamento filosófico”, e, sempre como existencialista, ou como grande autor dos 2 volumes de “Algemeine Psychopathologie” a que tive acesso, inicialmente em português, e sempre os consulto, sobre estes temas com qual sempre estou envolvido e estudando.

Hoje, estou anotando e aguardando para leitura mais esse, lançado em 2014 (editado por R. Garaventa, pela Editora Orthotes).

Cabe destacar que essa compreensão envolve uma visão de que Jesus seria Deus que não é a minha, que se fundamenta em LE (625). 

Jaspers diz em "La fede filosofia": "O que eu realmente sei? O que é a verdade? Neste texto fundamental, Jaspers reconstitui as etapas da busca de uma verdade da qual podemos dizer: é aquilo que está além de tudo, pois constitui o seu fundamento. A , entendida como dimensão da filosofia e não como conhecimento superior proporcionado por uma revelação divina, é em suma o itinerário que revela ao homem a possibilidade do seu projeto existencial, como tensão contínua em direção ao futuro."

Antes desse texto eu não sabia que Jaspers tivesse refletido sobre o tema, também comum aqui nesta página. Com certeza trará acréscimos às minhas reflexões.

"Este ensaio (1960) de Karl Jaspers tem como tema a comparação entre a fé filosófica e a fé na revelação cristã. O indivíduo singular, na medida em que já está sempre em relação com aquela Realidade “abrangente” e transcendente que o impele a ir além do seu mero “estar aí” e a “existir” de forma autêntica, tem a possibilidade de tornar-se ele mesmo, isto é, dar à sua vida uma marca precisa e determinada. Há, contudo, uma diferença radical entre a fé filosófica e a fé na revelação cristã. Enquanto este último acredita que a Transcendência se manifestou concreta e exaustivamente na figura histórica de Jesus Cristo, o primeiro acredita que a revelação de Deus em Jesus de Nazaré é também apenas uma “figura”, um traço, historicamente determinado e, portanto, inadequado, da Transcendência , que em última análise permanece oculto."

...

"Questo saggio (1960) di Karl Jaspers ha come tema il confronto tra la fede filosofica e la fede nella rivelazione cristiana. Il singolo individuo, nella misura in cui è già sempre in rapporto con quella Realtà 'onniabbracciante' e trascendente che lo sollecita ad andare al di là del suo mero "esserci" e a "esistere" in modo autentico, ha la possibilità di diventare se-stesso, cioè di dare alla propria vita un'impronta precisa e determinata. C'è tuttavia una differenza radicale tra la fede filosofica e la fede nella rivelazione cristiana. Mentre quest'ultima ritiene che la Trascendenza si sia manifestata concretamente ed esaustivamente nella figura storica di Gesù Cristo, la prima ritiene che anche la rivelazione di Dio in Gesù di Nazareth sia solo una "cifra", una traccia, storicamente determinata e quindi inadeguata, della Trascendenza, che resta in ultima analisi nascosta."

Link para uma Resenha da obra: 

Disponível em: https://orthotes.com/journals/studijaspersiani/it/recensione-karl-jaspers-a-confronto-con-la-rivelazione-cristiana/?srsltid=AfmBOopqdyzOCMrq4yvjw5VNVRC-VsITOxc9F7OXy8TsJbhTKSmAFnF9. Acesso em: 25.10.2024.

Grifos e Destaques meus

______.

GARAVENTA, Roberto. La verità è ciò che ci unisce: attualità del pensiero di Karl Jaspers. Napoli: Orthotes, 2017.

JASPERS, Karl. Il medico nell'età della técnica. Con un saggio introduttivo di Umberto Galimberti. Milano: Raffaello Cortina Editore, 1991.

______. La fede filosofica. Raffaello Cortina Editore, 2005.

______. La fede filosofica a confronto con la rivelazione cristianaNapoli: Orthotes, 2014.

______. Caminhos para a sabedoria: uma introdução à vida filosofica. Petrópolis, RJ: editora Vozes, 2022.

______. Der Arzt im technischen Zeitalter: Technik und Medizin. Arzt und Patient. Kritik der Psychotherapie. 2. ed. München: Piper, 1999.

______. Psicopatologia geral: psicologia compreensiva, explicativa e fenomenologia. São Paulo: Atheneu, 1979. (2 vols.)

______. Plato and Augustine. Edited by Hannah Arendt. Translated by Ralph Manheim. New York: Harvest Book, 1962.

______. Introdução ao pensamento filosófico. 16. ed. São Paulo: Cultirx, 1971.

KARDEC, A. Le Livre des Esprits. Paris, Dervy-Livres, s.d. (dépôt légal 1985). (O Livro dos Espíritos. Trad. Guillon Ribeiro, ______. O livro dos Espíritos. 93. ed. - 1. reimpressão (edição histórica). Brasília, DF: Feb, 2013.

terça-feira, 22 de outubro de 2024

REFLEXÃO VESPERTINA CLVII: SOBRE CORPO E MENTE NO POEMA "O IRMÃO CORPO"

(IMAGEM: "Pinterest")

O "IRMÃO CORPO

É fraco...: é preciso ser forte por ele"

Considerando inicialmente que já dizia Epictetus: "És uma almazinha carregando um cadáver" e que para mim, o importante é o Espírito que "precisa ser forte", cito ainda assim: Rilke.

. ' .

BRUDER KÖRPER

Bruder Körper ist arm…: da heißt es, reich sein für ihn.
Oft war er der Reiche: so sei ihm verziehn
Das Armsein seiner argen Momente.
Wenn er dann tut, als ob er uns kaum noch kennte,
darf man ihm leise erinnern an alles Gemeinsame.

Freilich wir sind nicht Eines, sondern zwei Einsame:
unser Bewußtsein und Er;
aber wie vieles, das wir einander weither
verdanken,
wie Freunde es tun! Und man erfährt im Erkranken:
Freunde haben es schwer!

...

IRMÃO CORPO


O irmão corpo é fraco…: é preciso ser forte por ele.
Por vezes foi ele o forte: que possamos então perdoar-lhe
a pobreza dos seus piores momentos.
E se agora ele faz como se já mal nos conhecesse,
gentilmente o lembremos de tudo que foi partilhado.


De fato, não somos Um, mas dois solitários:
nossa consciência e Ele;
mas quanta coisa um ao outro devemos
desde tanto tempo,
como se passa entre amigos! Na doença aprendemos:
a amizade é difícil!
 

(1 de maio de 1926)

______.

ARRIANO FLÁVIO. O Encheirídion. Edição Bilíngue. Tradução do texto grego e notas Aldo Dinucci; Alfredo Julien. Textos e notas de Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão. Universidade Federal de Sergipe, 2012).

BORGES, Maria. Borges. Razão e emoção em Kant. Pelotas, RS: Editora e Gráfica Universitária, 2012.

______. Emotion, Reason, and Action in Kant. Bloomsbury Academic, 2019.

CÍCERO. On ends (The Finibus). Tradução de H. Rackham. Harvard: https://www.loebclassics.com, 1914.

CUNHA, Bruno. A gênese da ética em Kant. São Paulo: Editora LiberArs, 2017.

DESCARTES, R. Oeuvres. Org. C. Adam e P. Tannery. Paris: Vrin, 1996. 11v. [indicadas no texto como Ad & Tan]

_______. Oeuvres et lettres. Org. André Bidoux. Paris: Gallimard, 1953. (Pléiade).

______. Discursos do Método; Meditações metafísicas; Objeções e Respostas; As Paixões da Alma; Cartas. (Introdução de Gilles-Gaston Granger; prefácio e notas de Gerard Lebrun; Trad. de J. Guinsberg), Bento Prado J. 3. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983 (Os Pensadores).

EPICTÉTE. Entretiens. Livres I, II, III, IV. Trad. Joseph Souilhé. Paris: Les Belles Lettres, 1956.

______. Epictetus Discourses. Trad. Dobbin. Oxford: Clarendon, 2008.

______. O Encheirídion de Epicteto. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2012. (Edição Bilíngue).

______. Testemunhos e Fragmentos. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2008.

______. The Discourses of Epictetus as reported by Arrian; fragments: Encheiridion. Trad. Oldfather. Harvard: Loeb, 1928.  https://www.loebclassics.com/

GALENO. Aforismos. São Paulo: E. Unifesp, 2010.

______. On the passions and errors of the soul. Translated by Paul W . Harkins with an introduction and interpretation by Walter Riese. Ohio State University Press, 1963.

GAZOLLA, Rachel.  O ofício do filósofo estóico: o duplo registro do discurso da Stoa, Loyola, São Paulo, 1999.

KANT, Immanuel. Fundamentação da metafísica dos costumes. São Paulo: Discurso editoria: Barcarola, 2009.

______. Observações sobre o sentimento do Belo e do Sublime. Ensaio sobre as doenças mentais. (Trad. Vinícius Figueiredo). Campinas, SP: Ed. Papirus, 19993.

______. Lições de ética. Trad. Bruno Cunha e Charles Fedhaus. São Paulo: Editora Unesp, 2018.

______. Lições sobre a doutrina filosófica da religião. Trad. Bruno Cunha. Petrópolis, RJ: Vozes, 2019.

______. Anthropology from a pragmatic point of view. Carbondale, III: Southern Illinois University Press. 1996. eBook., Base de dados: eBook Collection (EBSCOhost).

______. Antropologia de um ponto de vista pragmático. Trad. Clélia Aparecida Martins. São Paulo: Iluminuras, 2006.

______. Crítica da razão prática. Tradução de Valério Rohden. São Paulo, Martins Fontes, 2002.

______. A metafísica dos costumes. Trad., apresentação e notas de José Lamego. 2. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2011.

KARDEC, A. Le Livre des Esprits. Paris, Dervy-Livres, s.d. (dépôt légal 1985). (O Livro dos Espíritos. Trad. Guillon Ribeiro, ______. O livro dos Espíritos. 93. ed. - 1. reimpressão (edição histórica). Brasília, DF: Feb, 2013. ("As virtudes e os vícios": Q. 893-906; Q. 920-933 "Felicidade e infelicidade relativas").

KIRK, Russel. The conservative mind: from Burke to Eliot. São Paulo: É Realaizaçõea, 2020.)

KRAUT, Richard. The quality of life: Aristotle revised. Oxford University Press, USA, 2018.

______. Aristóteles: a ética a Nicômaco: explorando grandes obras. Porto Alegre, RS: Editora Penso, 2009. 

LEBRUN, Gérard. O conceito de paixão. In: NOVAES, Adauto (org.). Os sentidos da paixão. São Paulo: Cia. das Letras, 1987.

MARCO AURÉLIO. Meditações. São Paulo: Abril Cultural, 1973. (Livro II. 1).

NUSSBAUM, Martha C. A fragilidade da bondade: fortuna e ética na tragédia e na filosofia grega. São Paulo, Martins Fontes, 2009. 486 páginas. 

______. Therapy of desire: theory and practice in hellenistic ethics. Princeton University Press, 2013.

PLATÂO. Fédon. “Diálogos platônicos”. 3. ed. Belém: EDUFPA, 2011. (edição bilíngue)

______. Carta VII. In: Diálogos VII (Dudosos, Apócrifos, Cartas). Madrid: Gredos, 1992.

QUEIRÓS, EÇA. Civilização e Outros Contos. São Paulo. Ed. Moderna, 2004.

______. As cidades e as serras. Porto Alegre, RS: L&PM, 1998.

RICOUER, Paul. Ser, essência e substância em Platão e Aristóteles. São Paulo: Martins Fontes, 2014.

RILKE, RAINER MARIA. Transitoriedade. Tradução de Laura de Borba Moosburger. São Paulo: Editora Clandestina, 2018. 78 p.

______. Cartas do poeta sobre a vida. São Paulo: Martins Fontes: Martins, 2007.

quinta-feira, 17 de outubro de 2024

II CONGRESSO BRASILEIRO CHRISTIAN WOLFF 2025: "WOLFF E KANT: APROXIMAÇÕES E CONTRASTES"


INSCRIÇÕES ABERTAS

CHAMADA PARA TRABALHOS / CALL FOR PAPERS
Organizadores:
Prof. Dr. Charles Feldhaus (UEL)
Dr. Emanuel Lanzini Stobbe (UEL)
Prof. Dr. Fábio César Scherer (UEL)

“Pelo segundo ano consecutivo, realizaremos o “Congresso Brasileiro Christian Wolff” na Universidade Estadual de Londrina: desta vez, entre os dias 19 e 21 de fevereiro de 2025. Nesta segunda edição, o evento ocorrerá junto ao “IX Simpósio do Núcleo de Filosofia Kantiana”, e terá por tema: Wolff e Kant: aproximações e contrastes.

Convidamos professores, pesquisadores, e estudantes de graduação e pós-graduação para a submissão de trabalhos, para apresentações tanto na modalidade presencial, quanto na modalidade on-line. As propostas de submissão deverão versar principalmente sobre a filosofia de Wolff, sobre a filosofia de Kant, sobre a relação entre ambas as filosofias, ou mesmo sobre filósofos da Aufklärung alemã que figurem entre Wolff e Kant (como Baumgarten, Meier, Mendelssohn, entre outros). 

Interessados deverão enviar resumos (250–350 palavras), e poderão enviar textos completos (10–20 páginas) para a publicação nos Anais do evento. Os Anais contarão com os resumos de todas as apresentações, e com os textos completos daqueles que enviarem até o prazo estabelecido, uma vez que serão publicados em formato e-book logo após a realização do evento, pela Editora Apolodoro Virtual Edições (http://apolodorovirtual.com.br/) de Guarapuava. PR. Os resumos e textos completos submetidos para o livro serão apreciados pela Comissão Científica, que analisará a conformidade com o tema da coletânea e a qualidade do texto. Serão aceitos resumos e textos completos de no máximo dois autores. 
 
PRAZO DE SUBMISSÃO: 

  • até 15 de janeiro de 2025 (resumos).
  • até 18 de fevereiro de 2025 (textos completos). 

O endereço de e-mail para submissão e para contato é: congressowolffuel@gmail.com

quarta-feira, 16 de outubro de 2024

HERANÇA KANTIANA E O IDEALISMO ALEMÃO: "A TRANSFORMAÇÃO DA RAZÃO"

 

Pausa na Oficina para reler alguns trechos dessa obra lançada recentemente. 

Mantenho as leituras de sempre; Immanuel Kant, o Idealismo alemão; Ética das virtudes; Espiritualidade e saúde; relação mente-corpo e um pouquinho de Estoicismo. 

Interessante, exatamente por tratar de obras, discussões e abordagens a partir de grandes autores do período, todos fazendo parte das referências fundamentais por aqui. Alguns conheço pouco, mas o interesse nas relações com o que estudo são o foco. 

Sobre a obra: 

"Crítica, ceticismo, conflito, incompletude, nada, abismo irracional, maldade e até genocídio... É disso que se trata também o idealismo alemão. 
Tentando mapear a razão humana como um sistema arquitetônico, Kant, Fichte, Hegel e Schelling descobriram que os problemas mais significativos estão abaixo do solo, nas fundações. A razão pode sobreviver à descoberta do que está em suas profundezas? E deveria? 
Este livro se aventura nessas fundações, abordando as inovações filosóficas aguçadas dos idealistas alemães. Por meio de estudos comparativos e de desenvolvimento, ele apresenta novas interpretações de como esses pensadores líderes reconstruíram a razão em territórios inexplorados. O maior perigo era desencadear uma inversão duradoura de valores." 

______. 

AMERIKS, Karl. The Cambridge Companion to German Idealism. Cambridge University Press; 2. ed., 2017.

BEISER, Frederick. The Fate of reason: german philosophy from Kant to Fichte.  Reprint. Harvard University Press. Harvard University Press, 1993.

______. Diotima’s children: german aesthetic rationalism from Leibniz to Lessing. Oxford: Oxford University Press, 2009.

______. German Idealism: the struggle against subjectivism, 1781-1801. Massachussetts: Harvard University Press, 2008.

CALVINO, Italo. Porque ler os clássicos. São Paulo: Companhia das letras, 2007.

COELHO, Humberto Schubert. Idealismo e romantismo: uma história geral das filosofias do saber e da liberdade. Petrópolis, RJ: Vozes, 2024.

FERRER, Diogo. The transformation of reason: studies os system, myth and history in in german idealism. Leiden/Boston: Brill, 2024. 

FICHTE, J. G. Fundamentos de toda a doutrina da ciência. Petrópolis, RJ: Vozes, 2024.

HEGEL G. W. F. Fenomenologia do espírito. 9. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.

HEIDEGGER, M. Sein und Zeit. Tübingen: M. Niemeyer, 1986.

______. Ser e Tempo. Trad. Fausto Castilho. Campinas - SP: Ed. Unicamp, 2012.

HENRICH, Dieter. The unity of reason: essays on Kant's philosophy. Trad. Jeffrey Edwards. Richard L. Velkely (editor). Library of Congress Cataloging-in-Publication Data. Oxford University Press, 1994.

______. Between Kant and Hegel: lectures on german idealism. Harverd University Press: Cambridge, Massachusssets; London, England, 2008.

______. Grundlegung aus dem Ich: Untersuchungen zur Vorgeschichte des Idealismus. Tübingen – Jena 1790–1794. Suhrkamp Auflage, 2004.

______. Konstellationen: Probleme und Debatten am Ursprung der idealistischen Philosophie (1789-1795).  Klett-Cotta /J. G. Cotta'sche Buchhandlung Nachfolger, 1991.

______. Denken und Selbst: Vorlesungen über Subjektivität. Suhrkamp, 2016.

______. Pensar e ser si mesmo: preleções sobre a subjetividade. (Trad. Markus A. Hediger; Lucas Machado. Petrópolis, RJ: Vozes, 2018.

KANT, Immanuel. A religião nos limites da simples razão. Edições 70, Lisboa, 1992. 

______.Vorlesung über die philosophische Encyclopädie. In: Kant gesalmmelte Schriften, XXIX, Berlin, Akademie, 1980, pp. 8 e 12).

______. Observações sobre o sentimento do belo e do sublime; Ensaio sobre as doenças mentais. Tradução e estudo de Vinicius de Figueiredo. São Paulo: Editora Clandestina, 2018.

______. Observações sobre o sentimento do Belo e do Sublime; Ensaio sobre as doenças mentais. (Trad. Vinícius Figueiredo). Campinas, SP: Ed. Papirus, 1993.

______. Observações sobre o sentimento do Belo e do Sublime; Ensaio sobre as doenças mentais. Lisboa: Edições 70, 2012.

______. Die Religion innerhalb der Grenzen der bloßen Vernunft. W. de Gruyter, 1968.

______. Fundamentação da metafísica dos costumes. Trad. Guido A. de. São Paulo: Discurso editoria: Barcarola, 2009.

______. Textos pré-críticos. São Paulo: Editora Unesp, 2005.

______. Textos seletos. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.

______. Investigação sobre a clareza dos princípios da teologia e da moral. Lisboa: Imprensa Casa da Moeda, 2007.

______. Lições de Ética. Trad. Bruno Cunha e Charles Feldhaus. São Paulo: Unesp, 2018.

______. Lições sobre a Doutrina Filosófica da Religião. Trad. Bruno Cunha. Petrópolis: Vozes/ São Francisco, 2019.

______. Lições de Metafísica. Trad. Bruno Cunha. Petrópolis: Vozes/São Francisco, 2021.

______. Crítica da razão pura. Tradução Valerio Rohden e Udo Moosburguer. Coleção Os Pensadores. São Paulo,Abril Cultural, 1983.

______. Dissertação de 1770. De mundi sensibilis ataque inteligibilis forma et princípio. Akademie-Ausgabe. Acerca da forma e dos princípios do mundo sensível e inteligível. Trad. apres. e notas de Leonel Ribeiro dos Santos. Lisboa: Imprensa Casa da Moeda. FCSH da Universidade de Lisboa, 1985.

______. Prolegômenos a qualquer metafísica futura que possa apresentar-se como ciência. Trad. José Oscar de Almeida Marques. São Paulo: Estação Liberdade, 2014)

______. Prolegômenos a toda metafísica futura. Lisboa: Edições 70, 1982.

______. Resposta à pergunta: o que é esclarecimento? In: Estudos Kantianos, Marília, v. 8, n. 2, p. 179-189, Jul./Dez., 2020.

______. Crítica da razão prática. Tradução de Valério Rohden. São Paulo, Martins Fontes, 2002.

PLATÃO. República. 12. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 2001.

______. República. 3. ed. Belém, PA: EDUFPA. Trad. Carlos Alberto Nunes, 2000.

PULTRE, Helmut; BAEDKE, Jan; KOENIG, Daniel; NICKEL, Gregor (Editores). New perspectives on neo-kantianism and the sciences. Routlege, 2024.

SCHELLING, F. W. J. Sistema do idealismo transcendental. Petrópolis, RJ: Vozes, 2024.

domingo, 13 de outubro de 2024

REFLEXÃO MATINAL CXCIV: SOBRE O SENTIDO DA VIDA


(IMAGEM:"Pinterest")

Percebe-se, infelizmente, que “[...] perdeu-se o significado profundo de autenticidade. Assim, muita gente acha quase impossível, em nosso tempo, compreender que Sócrates, no preceito ‘conhece-te a ti mesmo’, insistia no mais difícil de todos os desafios. E julga também quase impossível compreender a que Kierkegaard se referia ao proclamar: ‘Aventurar-se, no sentido mais elevado, é precisamente tomar consciência de si mesmo...’ ” (MAY, 1990. p. 47)

Albert Camus e Franz Kafka apresentam duas visões filosóficas distintas sobre a existência. Camus, discute em sua obra “O mito de Sísifo” e outras obras, sua concepção da vida como sendo absurda, defendendo que não há sentido para a existência; ainda que que possamos encontrar propósito quando encararmos sua irracionalidade será coragem e revolta diante do absurdo. Para Kafka, a vida tem o aspecto de constante luta contra forças incompreensíveis e opressoras que fazem com que indivíduos sejam esmagados numa burocracia e acabem alienados. Para os dois, portanto, há uma tensão entre buscar sentido da vida num mundo definido e reconhecidamente caótico e a impotência humana diante da existência.

Em oposição aos dois há outros bem mais “otimistas” quando o assunto é “existencialismo”, “sentido da vida”; por exemplo: Viktor Frankl; Kierkegaard; Karl Jaspers; Rollo May, entre outros.

Assim, partindo dos autores das obras citadas acima e revisitando a obra de Tolstoi: "A morte de Ivan Ilitch" e as de Viktor Frankl sobre o "sentido da vida" anoto mais uma das boas, necessárias e fundamentais reflexões que faço sobre as consequências que devem ser pensadas por quem escreve; sobre a busca de sentido; “locus of control”, autocontrole e reeducação visando até os exercícios rotineiros na “cura das paixões”.

O homem procura sempre um significado para a sua vida. Ele está sempre movendo-se em busca de sentido de seu viver; em outras palavras, devemos considerar aquilo que chamo de ‘vontade de sentido’ como um interesse primário do homem [...]” (2005, p. 29) 

Quanto ao “sentido da vida”, por exemplo, a maneira peculiar com que Viktor E. Frankl (1905 – 1997), investigou a questão do "sentido" ultrapassa em grande medida, uma mera especulação; pelo contrário: é possível extrair de sua posição uma boa reflexão filosófica. Parte do problema expresso pelo “sentimento de vazio de sentido” que leva as pessoas a procurar o psicólogo e o psiquiatra; um “vazio existencial” e a “depressão”, há muito discutidas nas áreas de saúde, e que apresentam-se, cada vez mais como “doenças do século XXI”; ponto alto da investigação de Frankl em seu livro. O fato de o homem, na maioria das vezes, não saber o que quer deveria, segundo ele, servir para que tal ignorância a respeito de tal "sentido" fosse substituída por uma profunda reflexão sobre a Vida.

Da confusão nascia o sentimento de falta de sentido da vida. A compensação financeira ou, dentro de certos limites, a segurança social não basta. O homem não vive apenas de bem-estar material” (FRANKL, 2005, p. 23)

Ou seja, a discussão “terapêutica” de Frankl coloca o problema da “busca de sentido” como um tema de fundamental interesse humano, não somente como reflexão que aumente o sentido da existência mas como algo segundo o qual seria impossível viver sem. Buscar sentido em Viver constitui, portanto, para Frankl, a questão existencial primeira. Dado que é um sobrevivente de “campos de concentração” torna-se mais intenso o que ele pretende com a sua proposta: quase que num sentido kantiano de que viver é um dever. A busca pelo sentido, portanto, é imprescindível: viver bem.

Nesse texto faço uma reflexão em perspectivas diversas, como se vê facilmente e, considerando o em que devemos nos concentrar verdadeiramente quando a questão é o “sentido da Vida”. Aqui , os autores citados são o foco, mas há muitos outros nessa perspectiva.

Viktor Frankl e seu excelente critério para se pensar a saúde mental e suas reflexões sobre o "Sentido da vida" daí advindos. Não é justificável apontar fatos externos como o grande problema, uma reorientação na busca de sentido pessoal da Vida é fundamental.

Por mais que se justifique que o escritor possa partilhar com o leitor seu senso de futilidade, é um cinismo irresponsável proclamar o absurdo da existência. Se o escritor não for capaz de imunizar o leitor contra o desespero, deveria ao menos abster-se de inoculá-lo. (FRANKL, 2005, p. 94)"

E ademais, Allan Kardec, pensador francês do século XIX, também bastante citado aqui neste blog quando a questão é "autoconhecimento", sobre as consequências de se aventurar escrevendo ou apontando os “males” do ser humano ou da sociedade em geral, propõe como fundamental e urgente, uma reorientação na busca de sentido pessoal da Vida (LE 919). Fugindo de acusações que apontam para fora, a origem da nossa má saúde mental.

"[904] Incorrerá em culpa aquele que sonda as chagas da sociedade e as expõe em público?

Depende do sentimento que o mova. Se o escritor apenas visa produzir escândalo, não faz mais do que proporcionar a si mesmo um gozo pessoal, apresentando quadros que constituem antes mau do que bom exemplo. O Espírito aprecia isso, mas pode vir a ser punido por essa espécie de prazer que encontra em revelar o mal.”

a) — Como, em tal caso, julgar da pureza das intenções e da sinceridade do escritor?

Nem sempre há nisso utilidade. Se ele escrever boas coisas, aproveitai-as. Se proceder mal, é uma questão de consciência que lhe diz respeito, exclusivamente. Ademais, se o escritor tem empenho em provar a sua sinceridade, apoie o que disser nos exemplos que dê.”

Há sempre liberdade, mas:

"Liberdade ameaça degenerar em arbitrariedade se não for contrabalanceada pela responsabilidade” (FRANKL, 2005, p. 95)

Então, enquanto relia, numa das pausas na oficina, mais uma das obras de Viktor Frankl, anotei estas reflexões como exercícios a serem acrescidos a posteriores reflexões:

Por mais que se justifique que o escritor possa partilhar com o leitor seu senso de futilidade, é um cinismo irresponsável proclamar o absurdo da existência. Se o escritor não for capaz de imunizar o leitor contra o desespero, deveria ao menos abster-se de inoculá-lo.” (FRANKL, 2005, p. 94)

Um exemplo que ele apresenta:

A morte de Ivan Ilitch”, do Léon Tolstoy, em que um homem de sessenta anos descobre ter poucos dias de vida. Quando passa em revista sua vida e percebe quão vazia foi; o que faz? 

“Ivan Ilitch via que estava morrendo, e o desespero não o largava mais. Sabia, no fundo da alma, que estava morrendo, mas não só não se acostumara a isto, como simplesmente não o compreendia, não podia de modo algum compreendê-lo.

O exemplo do silogismo que ele aprendera na Lógica de Kiesewetter: Caio é um homem, os homens são mortais, logo Caio é mortal, parecera-lhe, durante toda a sua vida, correto somente em relação a Caio, mas de modo algum em relação a ele. Tratava-se de Caio-homem, um homem em geral, e neste caso era absolutamente justo; mas ele não era Caio, não era um homem em geral, sempre fora um ser completa e absolutamente distinto dos demais; ele era Vânia, com mamãe, com papai, com Mítia e Volódia, com os brinquedos, o cocheiro, a babá, depois com Kátienka, com todas as alegrias, tristezas e entusiasmos da infância, da juventude, da mocidade. Existiu porventura para Caio aquele cheiro da pequena bola de couro listada, de que Vânia gostara tanto?! Porventura Caio beijava daquela maneira a mão da mãe, acaso farfalhou para ele, daquela maneira, a seda das dobras do vestido da mãe? Fizera um dia tanto estardalhaço na Faculdade de Direito, por causa de uns pirojki? Estivera Caio assim apaixonado? E era capaz de conduzir assim uma sessão de tribunal?

E Caio é realmente mortal, e está certo que ele morra, mas quanto a mim, Vânia, Ivan Ilitch, com todos os meus sentimentos e ideias, aí o caso é bem outro. E não pode ser que eu tenha de morrer. Seria demasiadamente terrível.” (Tolstói, 2009)

Portanto, “[...] eleva-se acima de si mesmo, cresce para além de si e assim finalmente é capaz de retroativamente encher a própria vida com um sentido infinito.” (FRANKL, 2005, p. 95)

E, ainda hoje, também sobre um outro livro de Viktor E. Frankl propondo que se tenha um “para quê” à Liberdade, um sentido, como se vê abaixo na sinopse do livro:

“A análise existencial reformula, nas últimas décadas, todo o tratamento psicoterapêutico; na nova perspectiva em que visualiza o doente, o professor Viktor E. Frankl não pretende apenas libertá-lo de supostos "tabus" introjetados, mas fornecer à sua liberdade um "para quê", um sentido.

Desfaz assim o determinismo em que incide boa parte da cultura atual, realçando a necessidade de cultivar a liberdade, o caráter e o senso de responsabilidade como partes integrantes da saúde psíquica; supera o pansexualismo de origem freudiana, salientando que o prazer – assim como o poder – não preenche o "vácuo existencial" do indivíduo; elucida, enfim, o papel do espírito na captação dos valores objetivos, na abertura para a transcendência, sem a qual qualquer equilíbrio psíquico se reduz a uma palavra vã.

Este livro, pois, expõe as bases da Logoterapia. As considerações profundas que encerra, a sua originalidade, e até o estilo ameno, ágil e comovente do autor, que toca as fibras mais finas da poesia e da dialética sem perder o rigor científico, tornam-no imprescindível não apenas para os psiquiatras, mas para todos os médicos, pastores de almas, educadores e estudantes de psicologia. Não à toa, Carl Rogers classificou-o como "uma das mais importantes contribuições à psicologia publicadas nos últimos cinquenta anos".

E, enfim, são só anotações em oposição à visaão de que a vida é um “absurdo” em que adoto que há sim um Sentido para a Vida, sem ser um “revoltado”.

(Grifos e destaques meus) 

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O SUPOSTO "CONFLITO CIÊNCIA X RELIGIÃO" (II)

Recentemente, acrescentei, uma obra de  Alvin Plantinga  que até recentemente não conhecia: “ Ciência, religião e naturalismo:  onde está o ...