“É apenas em função da pressão de hábitos reais da ação – e
geralmente do fato de que sempre a ação já aconteceu, sem que isto tenha sido ordenado antes de
tudo – que a ética, enquanto regulação desse agir tendo em vista o critério do
bem ou do permitido, entra em cena. Tal pressão
emana dos novos poderes tecnológicos do homem, cujo exercício é dado com
sua existência. Se eles realmente
são tão novos como aqui defendido, e se pelos tipos de suas consequências
potenciais eles realmente aboliram a neutralidade moral que o comércio técnico
com a matéria até agora possuía – então sua pressão exige que se procure por
novas prescrições éticas que sejam competentes para assumir sua orientação mas
que, antes de tudo, possam sustentar-se teoricamente [...]”
(JONAS, 2017, p. 49)
Inicio
aqui apontamentos para uma reflexão a ser revista e corrigida, mantido seu fio
condutor sobre o que configura o progresso tecnológico em suas implicações
éticas presente ou futuras. Considerados os pensadores de minhas leituras mais
frequentes, tomo aqui por base o livro de Hans Jonas, traduzido recentemente.
Mesmo
reconhecendo que desde Francis Bacon, que pensava a partir de uma luta entre o
homem e a natureza, que o levou a fazer sua reflexão sobre o domínio da
natureza que a ciência proporcionaria; é mesmo desde o século XIX, que o otimismo
em relação à técnica, ganha seu status e seu auge se dará no século XX.
O célere avanço da civilização Ocidental produziu essa crença generalizada nos poderes que o homem ganha, mas que para alguns, acentuará um progressismo e cientificismo de proporções catastróficas. Desde a minha leitura do médico e filósofo alemão Hans Jonas, do seu livro: "O princípio responsabilidade" escrito em 1979, (que li e reli atentamente em 2006, um ano tão bom para mim) venho acompanhando seus escritos e o que se tem discutido a partir de suas ideias que aparecem como uma denúncia contra qualquer utopia exagerada progressista, independentemente do viés político-ideológico que esteja por trás de seus enunciados.
O célere avanço da civilização Ocidental produziu essa crença generalizada nos poderes que o homem ganha, mas que para alguns, acentuará um progressismo e cientificismo de proporções catastróficas. Desde a minha leitura do médico e filósofo alemão Hans Jonas, do seu livro: "O princípio responsabilidade" escrito em 1979, (que li e reli atentamente em 2006, um ano tão bom para mim) venho acompanhando seus escritos e o que se tem discutido a partir de suas ideias que aparecem como uma denúncia contra qualquer utopia exagerada progressista, independentemente do viés político-ideológico que esteja por trás de seus enunciados.
Da obra
partimos para destaque de argumentos de Jonas que antecedendo qualquer ideia de
progresso está a ideia assumida e defendida por ele com veemência de que o Ser existe, a própria VIDA “um não enfático ao não-ser”.
Essa
maneira de pensar leva Jonas a trabalhar num sentido filosófico interessante e
o filósofo Leibniz é lembrado no sentido que sua grande questão sobre “Por
que existe alguma coisa ao invés do nada?”, que segundo ele pode ser retomado
no Gênesis ou no Timeu de Platão onde se afirma o “existir em preferência ao
“não-existir”. Ainda que se reconheça em Jonas sua visão, em certa medida religiosa, o seu grande argumento é a
ética da responsabilidade, que tem como um de seus pilares a releitura do imperativo categórico de Kant, que Jonas dirá ser perceptível em Kant e em outras
teorias éticas desde os filósofos da
Antiguidade, o enfoque apenas nos atos de um indivíduo. Assim propõe o seguinte
enunciado dentro de sua ética da responsabilidade:
“Age de
maneira que tuas ações não comprometam a existência de uma autêntica vida
humana sobre a Terra”.
Está, com
isso considerando as ações humanas numa nova civilização tecnológica, Tais
ações passariam a ser pensadas como possíveis de comprometer o futuro da
humanidade, mesmo dos que ainda nem nasceram. O que extraímos das leituras da
obra até aqui e que ainda seguiremos é uma questão existencial, ora, sem a
esperança num futuro o princípio de
responsabilidade de Jonas estaria inviabilizados.
Portanto,
tendo iniciado a leitura de Jonas com aquele livro indicado acima, avançamos depois para “Técnica, medicina e ética: sobre a prática do princípio de
responsabilidade.” E, recentemente, iniciei a leitura do livro “Ensaio filosóficos: da crença antiga ao
homem tecnológico”[1] que acrescentarei aqui após atenta leitura.
...
Vídeo 1, sobre a obra:
...
Vídeo 1, sobre a obra:
[1] JONAS, Hans. “Ensaio filosóficos: da crença antiga ao homem tecnológico”. (trad. Wendell Evangelista
Soares Lopes. São Paulo: ed. Paulus, 2017.
______. “Ensaio filosóficos: da crença antiga ao homem tecnológico”. (trad. Marijane Lisboa, Luiz Barros Montez. São Paulo: Ed. Contraponto/Ed. PUC-Rio, 2006.
______. “Ensaio filosóficos: da crença antiga ao homem tecnológico”. (trad. Marijane Lisboa, Luiz Barros Montez. São Paulo: Ed. Contraponto/Ed. PUC-Rio, 2006.
Nenhum comentário:
Postar um comentário