À minha volta, lamento, mas estão a glorificar o "feio" e o "grotesto". Não quero isso que grassa mundo afora. Ao menos, recuando aos clássicos, reencontramos o tênue fio da esperança. E, aqui, Étienne Gilson nos apresenta uma proposta bem elevada sobre o que é filosofar sobre a arte, sobre o Belo.
"Chama-se
belo [...] àquilo que provoca a admiração e retém o olhar. Precisemos desde
logo este ponto essencial: o belo artístico se define sempre, mesmo do simples
ponto de vista de sua definição nominal, como dado numa percepção sensível cuja
apreensão é desejável em si e por si mesma. A percepção-tipo que se costuma
citar nesse caso é a visão, e já que toda percepção do belo é desejável à
medida que se acompanha de prazer, os Escolásticos definiam o belo como aquilo
cuja visão dá prazer, ou antes, 'o que agrada à visão' (id quo visum placet).[...]
Não se trata de dizer que o próprio belo consiste no prazer que produz, mas
antes que se reconhece a presença do belo pelo prazer de que sua apreensão se
acompanha."
______.
(GILSON, Etiéne. Introdução às artes do Belo. São Paulo: Ed. É Realizações, 2010)
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