sábado, 26 de janeiro de 2019

À PROCURA DE SI MESMO

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Em meio a tanta coisa, reli agora à tarde essa obra; tinha lido em 1992, quando ainda assinava a "Revista do Círculo do livro". 

Interessei-me por indicação de um palestrante após preleção sobre o tema. À época não pude compreende-la suficientemente, por carência de referenciais teóricos a que, só mais tarde tive acesso. A releitura foi compensadora. 

O tema central dessa obra é a solidão e a ansiedade do homem contemporâneo diante das “perdas” de certezas com que se depara. No entanto, diferente das indicações catastróficas que ganham cada vez mais adeptos, Rollo May sugeria ao homem recuperar a coragem de viver, o gosto pela vida e buscasse conscientemente novos valores e metas, indicando soluções que fugissem das pressões e dos condicionamentos. Reforça a sua convicção da necessidade que o homem deve buscar na própria realidade interior um ponto de apoio sólido e verdadeiro, para poder sobreviver às crises de valores e vertiginosa queda de padrões espirituais atuais. Para ele, o homem só poderá superar essas crises superando-se. Rollo May, defendia que é necessário buscar as origens do Amor e da Vontade e, acima de tudo adotar uma perspectiva de Esperança.

______.
MAY, Rollo. O homem à procura de si mesmo. São Paulo: Ed. Círculo do livro, 1992.

FILOSOFIA DA BIOLOGIA 2019

Encontro de História e Filosofia da Biologia 2019
Departamento de Biologia
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto
Universidade de São Paulo

Ribeirão Preto, SP 
29 a 31 de julho de 2019

EHFB_2019

Link do evento: http://www.abfhib.org/FHB/index.html

terça-feira, 22 de janeiro de 2019

PSICOLOGIA E ONTOLOGIA EM PLATÃO

A imagem pode conter: uma ou mais pessoas e texto

O livro discute novas abordagens sobre a filosofia de Platão, sobre ontologia e psicologia platônicas. Temas voltados a relação entre mente e emoções, a ontologia e ética. Tudo a partir de análises de diálogos de Platão, como a República, o “Banquete” (Simpósio),  Teeteto, Timeu e as Leis.
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“Sinopse: This edited volume brings together contributions from prominent scholars to discuss new approaches to Plato’s philosophy, especially in the burgeoning fields of Platonic ontology and psychology. Topics such as the relationship between mind, soul and emotions, as well as the connection between ontology and ethics are discussed through the analyses of dialogues from Plato’s middle and late periods, such as the Republic, Symposium, Theaetetus, Timaeus and Laws. These works are being increasingly studied both as precursors for Aristotelian philosophy and in their own right, and the analyses included in this volume reveal some new interpretations of topics such as Plato’s attitude towards artistic imagination and the possibility of speaking of a teleology in Plato.
Focusing on hot topics in the area, Psychology and Ontology in Plato provides a good sense of what is happening in Platonic scholarship worldwide and will be of interest to academic researchers and teachers interested in ancient philosophy, ontology and philosophical psychology.”
______.

KEELING, Eva; PITTELOUD, Lucca. Psychology and Ontology in Plato. Springer, 2019.


segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

VIVER VIRTUOSAMENTE, PLATÃO?

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Muito pertinente:

“Os filósofos gregos antigos, como Epicuro, Zenão, Sócrates, etc, permaneceram mais fiéis à verdadeira ideia de filosofia do que muitos nos tempos modernos. ‘Quando é que tu vais, por fim, começar a viver virtuosamente?’, dizia Platão a um ancião que lhe contava que assistia a lições sobre a virtude. Não se trata de incessantemente especular, é preciso também, de uma vez por todas, pensar na aplicação. Mas hoje considera-se um sonhador aquele que vive em conformidade com o que ensina”

______.
Kant, Immanuel. Vorlesung über die philosophische Encyclopädie. In: Kant gesalmmelte Schriften, XXIX, Berlin, Akademie, 1980, pp. 8 e 12).

domingo, 20 de janeiro de 2019

MISTÉRIOS NO CÉU E NA TERRA: REFLEXÕES

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By: Marcelo Gleiser e Andrew Pinsent

In: “Palestra Drawbridge 2018”...

“Uma série de palestras da ‘Sociedade da Evidência Cristã’. Palestrantes anteriores incluíram o Arcebispo Desmond Tutu, a poeta dissidente russa Irina Ratushinskaya e o Professor Alister McGrath."
Assisti, recentemente, gostei muito. Aproveitando que um amigo professor "postou" na página dele, publiquei aqui também. Está profundamente relacionado a alguns dos temas a que me aventuro nas leituras. 
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Link do vídeo:


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Vídeo produzido pela Lunar Film.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

ESTOICISMO E TCC/CBT: UMA REFLEXÃO



O autor discute a importância que ele vê na Terapia Cognitivo-comportamental e por que os psicoterapeutas modernos deveriam ocupar-se mais com filosofia, especialmente filosofia antiga? E, por que os filósofos deveriam interessar-se por psicoterapia?

Para Robertson, há vários elementos de contato entre as duas áreas, ainda que bastante distintas entre si e que sem dúvidas, nem sempre foi clara tal distinção. Considera que, ao reconsiderar a sabedoria geralmente recebida sobre a história desses assuntos intimamente relacionados, podemos aprender muito sobre filosofia e psicoterapia, inclusive sobre concepções como "auto-ajuda" e "desenvolvimento pessoal". 

Portanto, o meu interesse pela obra está totalmente ligado a dois pontos que tenho estudado nos escritos desse autor:
  1. Como ele investiga a sabedoria antiga, especialmente o Estoicismo, nessa relação entre filosofia e psicoterapia
  2.  Como sua investigação sobre “desenvolvimento pessoal” não desembocaria numa simplória “auto-ajuda”?
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“Why should modern psychotherapists be interested in philosophy, especially ancient philosophy? Why should philosophers be interested in psychotherapy? There is a sense of mutual attraction between what are today two thoroughly distinct disciplines. However, arguably it was not always the case that they were distinct. The author takes the view that by reconsidering the generally received wisdom concerning the history of these closely-related subjects, we can learn a great deal about both philosophy and psychotherapy, under which heading he includes potentially solitary pursuits such as ‘self-help’ andpersonal development’.”
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Sobre o Autor: Donald Robertson is an integrative psychotherapist and trainer, who specializes in the treatment of anxiety and the use of cognitive-behavioral approaches to clinical hypnotherapy. He is the author of a number of articles on philosophy and psychotherapy in professional journals, and the forthcoming book, The Discovery of Hypnosis, The Collected Writings of James Braid. Donald's background in academic philosophy has helped him to appreciate the relationship between modern psychotherapy and ancient philosophy,”

LINK:

______.

ROBERTSON, Donald. The Philosophy of Cognitive Behavioural Therapy (CBT): Stoic Philosophy as Rational and Cognitive Psychotherapy. Londres: Karnac Books, 2010.


BIBLIOGRAFIA E SUGESTÕES DE LEITURA

 

BECK, Aaron T; Alford, Brad A. O poder integrador da terapia cognitiva. Porto Alegra, RS: Artmed, 2000.

BECK, Judith S. Terapia cognitiva: teoria e prática. Porto Alegre, RS, 2997.

CALVINO, Italo. Por que ler os clássicos. Trad. Milton Moulin. São Paulo: Companhia de bolso, 2007.

DINUCCI, A.; JULIEN, A. O Encheiridion de Epicteto. Coimbra: Imprensa de Coimbra, 2014.

______. Epictetus Discourses. Trad. Dobbin. Oxford: Clarendon, 2008.

______. Testemunhos e Fragmentos. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2008.

______. The Discourses of Epictetus as reported by Arrian; fragments: Encheiridion. Trad. Oldfather. Harvard: Loeb, 1928.  https://www.loebclassics.com/

GALENO. Aforismos. São Paulo: E. Unifesp, 2010.

______. On the passions and errors of the soul. Translated by Paul W . Harkins with an introduction and interpretation by Walter Riese. Ohio State University Press, 1963.

GAZOLLA, Rachel.  O ofício do filósofo estóico: o duplo registro do discurso da Stoa, Loyola, São Paulo, 1999.

HADOT, Pierre. The inner citadel: the meditations of Marcus Aurelius. London: Harvard University Press, 2001.

______. A filosofia como maneira de viver: entrevistas de Jeannie Carlier e Arnold I. Davidson. (Trad. Lara Christina de Malimpensa). São Paulo: É Realizações, 2016.

______. Exercícios espirituais e filosofia antiga. Trad. Flávio Fontenelle Loque, Loraine Oliveira. São Paulo: É Realizações, Coleção Filosofia Atual, 2014.

HANH, Thich Nhat. Meditação andando: guia para a paz interior. 21. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.

______. Silêncio: o poder da quietude em um mundo barulhento. Rio de Janeiro, RJ: Harper Collins, 2018.

HUIZINGA, Johan. Nas sombras do amanhã: um diagnóstico da enfermidade espiritual de nosso tempo . - Trad. Sérgio Marinho, Goiânia-GO: Editora Caminhos, 2017.

INWOOD, Brad. Reading Seneca: stoic philosophy at Rome. Oxford, Reino Unido: Clarendon Press, 2005.

IRVINE, William B. A Guide to the Good Life: the ancient art of Stoic joy. New York: Oxford University Press, 2009.

KARDEC, A. Le Livre des Esprits. Paris, Dervy-Livres, s.d. (dépôt légal 1985). O livro dos Espíritos. 93. ed. - 1. reimpressão (edição histórica) Trad. Guillon Ribeiro. Brasília, DF: Feb, 2013. (Q. 907-912: "paixões"; 893-906: “virtudes . “vícios” e 920-933: "felicidade").

LEBRUN, Gérard. O conceito de paixãoIn: NOVAES, Adauto (org.). Os sentidos da paixão. São Paulo: Cia. das Letras, 1987.

MARCO AURÉLIO. Meditações. São Paulo: Abril Cultural, 1973.

RANGÉ, Bernard. Psicoterapias Cognitivo-Comportamentais: Um Diálogo com a Psiquiatria. 2. ed. Porto Alegre: Grupo A - Selo: Artmed, RS, 2011.

ROBERTSON, Donald. The Philosophy of Cognitive Behavioural Therapy (CBT): stoic philosophy as rational and Cognitive Psychotherapy. Londres  :Karnac Books, 2010.

______. Pense como um imperador. Trad. Maya Guimarães. Porto Alegre: Citadel Editora, 2020.

______. How to think Like a roman emperor: the stoic philosophy of Marcus Aurelius. New York: St. Martin's Press, 2019.

SELLARS, J. The Art of Living: The Stoics on the Nature and Function of philosophy. Burlington: Ashgate, 2003.

SÊNECA, Lúcio Aneu. Cartas a Lucílio. 5. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 2014.

______. Edificar-se para a morte: das cartas morais a Lucílio. Petrópolis, RJ: Vozes, 2016.

____. Sobre a clemência. Introdução, tradução e notas de Ingeborg Braren. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.

____. Sobre a ira. Sobre a tranquilidade da alma. Tradução, introdução e notas de José Eduardo S. Lohner. São Paulo: Penguin Classics Companhia das Letras, 2014.

____. Tragedies I: Hercules, Trojan women, Phoeniciam women, Medea, Phaedra. Tradução de J. G. Fitch. Cambridge, EUA: Harvard University Press, 2002.  https://www.loebclassics.com/.

____. Tragedies II: Oedipus, Agamemnon, Thyestes, Hercules on Oeta, Octavia. Tradução de J. G. Fitch. Cambridge, EUA: Harvard University Press, 2004.  https://www.loebclassics.com/.

____. Moral Essays. Tradução de John W. Basore. Cambridge, EUA: Harvard University Press, 1985.  https://www.loebclassics.com/.

______. Sobre a brevidade da vida. Porto Alegre, RS: L&PM, 2007.

VEILLARD, Christelle. Le souffle de la raison: le défi des stoïciens. Plon, 2023.


segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

CLÁSSICOS NA HISTÓRIA DA PSICOLOGIA


Collage of significant contributors to psychological thought
Classics in the History of Psychology banner


"Classics in the History of Psychology".

Organizado por: Dr. Christopher D. Green, da York University, Toronto, Canada.

Disponibiliza, em domínio público, obras clássicas da “história da psicologia”.

Site para pesquisas de “fontes primárias”.

Entre os clássicos estão:
Textos de Cattell, Freud, Watson, Baldwin, James, Thorndike, Hall, Münsterberg, Binet, Skinner, Jung, Rogers, Boring, Titchener, Wundt, Broca, Aristóteles, Descartes, Locke e outros.

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Para pesquisar, escolher e ler, basta acessar:

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domingo, 13 de janeiro de 2019

JOURNÉE D’ÉTUDE: »HISTORICISER L’EXPERTISE. L’AUTORITÉ DE L’EXPERT EN MÉDECINE DANS LES SOCIÉTÉS ANTIQUES ET MÉDIÉVALES », LYON, 14-15/01


Link do evento:
https://docciham.hypotheses.org/4203

Programme

Lundi 14 janvier, 14h :
  • Isabelle Boehm (Université de Lyon, HiSoMA), Laurence Moulinier-Brogi (Universitéde Lyon, CIHAM), Marilyn Nicoud (Avignon Université, CIHAM), Introduction
  • Robert Alessi (Université de Poitiers, Orient & Méditerranée), «La notion d’expertise médicale dans les Épidémies II,IV et VI d’Hippocrate et le commentaire de Galien : une discussion à la fois philologique et médicale»
  • Antonio Ricciardetto (Collège de France, CEDOPAL) «L’expertise médico-légale dans l’Antiquité : le témoignage des papyrus grecs d’Égypte»
  • 16h : Pause
  • Tommaso Duranti (Università degli Studi di Bologna), «La création du professionnel: l’expert médical par les sources normatives »
Mardi 15 janvier, 9h30
  • Vincent Barras (CHUV, Lausanne), «Les troubles de l’âme et l’expertise du médecin antique»
  • Corinne Leveleux (Universitéd’Orléans, CESFIMA), «La place et le rôle de l’expertise dans la construction de la vérité judiciaire (XIIe-XVesiècle)»
  • 10h45 Pause
  • Joël Chandelier (Université Paris 8, Centre de Recherches Historiques), «L’expert peut-il se tromper? La médecine scolastique face aux cas particuliers (XIIIe-XIVe siècle) »
  • Carmel Ferragud (Universitatde València), «The methods of the procedure and the role and temporality of the use of the medical report within the judgment in the Kingdom of Valencia during the late Middle Ages»
Mardi 15 janvier, 14h30
  • Helène Leuwers (Université Paris-Ouest-Nanterre, CHISCO), « »Veu par la cour le rapport de medecins, cirurgiens et barbiers ». La place de l’expertise dans le jugement de la capacité professionnelle (1350-1550)»
  • François-Olivier Touati (Université de Tours, CITERES), «Judicium leprae. Acteurs et pratiques de l’expertise de lèpre. Du Moyen Âge à la Modernité (Orient-Occident)»
  • Didier Boisseuil (Université de Tours, CESR), «Expertiser les eaux thermales: la place des médecins (XIVe-XVIesiècle)
Lieu
Lyon 7, MSH LSH, 14 avenue Berthelot, salle Marc Bloch
Contact :

sábado, 12 de janeiro de 2019

REFLEXÃO MATINAL XXII: "DOCTA IGNORANTIA"



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magem: "codex cusanus". In: "God and Math"

DOCTA IGNORANTIA.

Título da mais conhecida obra de Nicolau de Cusa. Segundo este se exprime, a "Docta Ignorantia" consiste em "saber que não se sabe" (I,1); possui pois: uma "douta ignorância", aquele que se sabe ignorante, isto é, que se elevou a um nível de reflexão capaz de reconhecer os próprios limites e a imperfeição do próprio conhecimento. A "docta ignorantia" tem um duplo fundamento:

1) a essência da verdade que implica sempre a Verdade Absoluta, identificada com Deus, e que nunca podemos conhecer compreensivelmente (Docta Ignorantia. II,3);

2) a própria natureza do nosso conhecimento que procede comparando: ora, a comparação é uma medida, e esta, nunca é perfeitamente exata, Ibid., I, 1 e 3); portanto, o nosso conhecimento tende para a verdade como o polígono inscrito para o círculo, sem nunca poder atingi-lo plenamente. A expressão tem as suas raízes já na filosofia socrática e na tradição platônica e augustiniana; tornou-se célebre a partir de Nicolau de Cusa e influenciou F. Sanches na obra "Quod nihil scitur" e, provavelmente através desta, a exigência da "dúvida metódica" introduzida por Descartes no Discurso do Método.

A obra:
“Nicolau de Cusa (1401-1464) cujo verdadeiro nome era Nicolau Chryspffs ou Krebs, nasceu em Cusa, na Alemanha. Foi o primeiro filósofo da Renascença, um autêntico antecipador da Idade Moderna, embora sua obra se inscreva ainda na cronologia medieval. Viveu em Heidelberg, Roma, Colônia e Traier, onde foi secretário do cardeal Orsini, humanista ilustre que o introduziu no gosto dos clássicos. Tornou-se um erudito excepcional. Tomou parte do Concílio de Basiléia. Feito cardeal, chegou a ser uma das mais importantes figuras da Igreja em seu tempo. Deixou uma longa obra filosófica e científica, e seu livro mais importante e mais famoso é o tratado "De Docta Ignorantia" no qual os estudiosos vêem as raízes da teoria da Relatividade de Einstein e da Teoria da Incerteza de Heisenberg.”



______.
CUSA. Nicolau de. A douta ignorância. 4. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 2018.


(Nicolau de Cusa - 1401 - 1464. In: LOGOS – ENCICLOPÉDIA LUSO-BRASILEIRA DE FILOSOFIA. Rio de Janeiro: Verbo, 1990). Fonte: Gregório, S. B. Dicionário de filosofia.


quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

UM ANTÍDOTO PARA O CAOS



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Aproveitei o subtitulo da obra para essa postagem aqui na página; dessa que, entre suas obras, é a mais recente e que estou lendo: “12 rules for life: an antidote to chaos” (2018), publicada pela Penguin Random House Canada, Jordan Peterson discute questões como: disciplina, liberdade, aventura e responsabilidade, embasando suas discussões em princípios de sabedoria universal, por exemplo, em 12 regras práticas para a vida, na tentativa de confrontar “lugares-comuns”, tão ao gosto da modernidade, fala sobre ciência, e natureza humana.
...

“Aclamado psicólogo clínico, Jordan Peterson tem influenciado a compreensão moderna sobre a personalidade e, agora, se transformou em um dos pensadores públicos mais populares do mundo, com suas palestras sobre tópicos que variam da bíblia, às relações amorosas e à mitologia, atraindo dezenas de milhões de espectadores. Em uma era de mudanças sem precedentes e polarização da política, sua mensagem franca e revigorante sobre o valor da responsabilidade individual e da sabedoria ancestral tem ecoado em todos os cantos do mundo. Neste livro, ele oferece doze princípios profundos e práticos sobre como viver uma vida com significado. A partir de exemplos vívidos de sua prática clínica e vida pessoal, bem como de lições extraídas das histórias e mitos mais antigos da humanidade, 12 Regras para a Vida oferece um antídoto para o caos em nossas vidas: verdades eternas aplicadas aos nossos problemas modernos. “Um dos pensadores mais importantes a surgir no cenário mundial em muitos anos.” (Amazon


sábado, 5 de janeiro de 2019

REFLEXÃO MATINAL XX: MEDIDAS PROFILÁTICAS


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"Devemos viver como médicos, tratando a nós mesmos com a razão, contra os males de não usá-la" (Musónio Rufo)*

A "reflexão matinal" de hoje.

Tem sido comum meu esforço em registrar aqui, para crescimento pessoal, trechos de breves preleções que tendo apresentado, quando me convidam, ou em aulas mesmo. Como sempre destaco; nas minhas leituras cada vez mais frequentes sobre estoicismo, o mais notório princípio, para mim, na prática dessa filosofia é o conjunto de “exercícios”, que o professor Aldo Dinucci (UFS) traduz a partir de Theoremata como “princípios”. 

Meus destaques, de início, eram bastante pessoais e continuam despretensiosos. No entanto, a perspectiva da realização do “4° Colóquio Brasileiro sobre Epicteto” tem me encorajado a dar contornos mais sérios a esses estudos, mantidos o foco na melhoria pessoal; apesar da atividade na profissão e nas pesquisas que se intensificam.

Ora, visto que os objetivos dos pensadores estoicos estão sempre ajustados de forma a dar mais valor à ação do que às palavras; a maneira de agir de cada indivíduo que pretenda refletir a partir dessa escola é priorizar a ação; pois, na ação o indivíduo revela-se tal qual realmente é.

Para levar adiante essa busca, realizando tais “exercícios” práticos no dia a dia, é necessário, logo de início, considerarmos que há algo bastante almejado por quem se disponha a enfrentar tal desafio: a eustatheia (tranquilidade) e a euthymia (crença em si), como já anotei aqui nessa página, tempos atrás. E, nunca é demais retornar a isso enquanto não as alcançamos.

Neste sentido, dar ensejo a reflexões nessa direção exige comprometimento pessoal na revisão de antigas concepções. 

E, a mim, pelo que já me dediquei a estuda, Epictetus tem uma contribuição interessante a serem adotados como ponto de partida dessas revisões e posterior redirecionamento das buscas, pois, o que importa é que, livres, estejamos dispostos e:

"A liberdade não tem nada a ver com a liberdade em um sentido social ou político, a liberdade que interessa a Epictetus** é inteiramente psicológica e atitudinal, é a liberdade de ser restringido ou impedido por qualquer circunstância externa ou reação emocional". (LONG, 2007)

Devo orientar-me, portanto, a buscar o bem ou mal de dentro pra fora, à medida que, livremente, me disponha a isso, como meta.

Diz ele, e destes enunciados se depreende alguns elementos para construção de coerência interna:

a) "Onde então, eu procuro o bem e o mal? Não em eventos incontroláveis, mas em mim, nas escolhas que são minhas."

b) "[...] se você considerar como seu apenas o que lhe cabe e o que pertence aos outros como não sendo seu, então ninguém jamais terá o poder de lhe coagir ou lhe parar, você não encontrará alguém para acusar ou culpar, não fará coisa alguma contra sua vontade, não terá inimigos, ninguém irá lhe ferir porque nenhum mal poderá lhe afetar."

c) "Qual é a primeira coisa que deve fazer quem começa a filosofar? Rejeitar a presunção de saber. De fato: não é possível começar a aprender aquilo que se presume saber".

E, ainda, diante das dificuldades:

d) "Se você não deseja perder a cabeça, não alimente o hábito. Tente, como primeiro passo, manter-se calmo e conte os dias que você não se irritou. Eu costumava me irritar todos os dias, depois a cada dois dias, então a cada três ou quatro dias… Se você chegar a 30 dias, agradeça aos deuses! Porque primeiro um hábito é enfraquecido e depois obliterado. Quando você puder dizer: 'Eu não perdi minha calma hoje, ou no próximo dia, ou nos próximos três ou quatro meses, mas me mantive sereno enquanto sofria provocações', você saberá que está com a saúde melhor."

Evidentemente clara uma postura de autoeducação, e enfim, do que está posto aqui, a partir da leitura da obra dos estoicos e de Epictetus, fica recomendado que filosofar nessa direção é restabelecer a Saúde, portanto, prossigo com esta profilaxia. Medidas preventivas para que a saúde se mantenha.

“[5.b] Ἀπαιδεύτου ἔργον τὸἄλλοις ἐγκαλεῖν, ἐφ' οἷς αὐτὸς πράσσει κακῶς· ἠργμένου παιδεύεσθαι τὸἑαυτῷ·πεπαιδευμένου τὸμήτε ἄλλῳμήτε ἑαυτῷ.

[5b] É ação de quem não se educou acusar os outros pelas coisas que ele próprio faz erroneamente. De quem começou a se educar, acusar a si próprio. De quem já se educou, não acusar os outros nem a si próprio.” (Ἐπικτήτου - Ἐγχειρίδιον – Epictetus. Traduzido por. Aldo Dinucci)

Não alimentar hábitos ruins, pois, reeducar-se no restabelecimento da saúde já é profilaxia a evitar desvios futuros. O projeto, por visar a Sabedoria prática, é um empreendimento bastante viável e extremamente relevante do ponto de vista existencial. Estou no caminho; fazendo o melhor.

(Texto em construção/correções)
.......

* (Caio Musónio Rufo - Filósofo estóico do primeiro século da “era cristã”. Nascido em Volsínios, na Etrúria. Viveu entre 25 d.C. - 95 d.C.)
** (Epictetus - Filósofo estóico).
______.
BIBLIOGRAFIA SEMPRE CONSULTADA


DINUCCI, A.; JULIEN, A. O Encheiridion de Epicteto. Coimbra: Imprensa de Coimbra, 2014.
EPICTETO. Entretiens. Livre I. Trad. Joseph Souilhé. Paris: Les Belles Lettres, 1956.
______. Epictetus Discourses. Book I. Trad. Dobbin. Oxford: Clarendon, 2008.
______. O Encheirídion de Epicteto. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2012. (Edição Bilíngue)
______. Testemunhos e Fragmentos. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2008.
EPICTETUS. The Discourses of Epictetus as reported by Arrian; fragments; Encheiridion. Trad. Oldfather. Harvard: Loeb, 1928.  https://www.loebclassics.com/
HADOT, Pierre. The inner citadel: the meditations of Marcus Aurelius. London: Harvard University Press, 2001.
King, C. Musonius Rufus: Lectures and Sayings. CreateSpace Independent Publishing Platform, 2011.
LONG, Georg. Discourses of Epictetus, with Encheiridion and fragments. Londres: Georg Bell and sons, 1890.
LONG, A. A. How to be free. Princeton, New Jersey:  Princeton University Press, 2018.
______. Epictetus: a stoic and socratic guide to life. New York: Oxford University Press. 2007.
Lutz, C. Musonius Rufus: the Roman Socrates. Yale Classical Studies 10 3-147, 1947.
Pritchard, M. “Philosophy for Children”. Stanford Encyclopedia of Philosophy, 2002. Acessado em 19 de agosto de 2016; fonte: http://plato.stanford.edu/entries/children/ .
SÉNECA, Lúcio Aneu. Cartas a Lucílio. 5. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 2014.

O SUPOSTO "CONFLITO CIÊNCIA X RELIGIÃO" (II)

Recentemente, acrescentei, uma obra de  Alvin Plantinga  que até recentemente não conhecia: “ Ciência, religião e naturalismo:  onde está o ...