(IMAGEM: Pinterest)
Buscar o melhor é só um dever.
Aqui, como já faço há algum tempo, registro o que foi a reflexão do dia ou nas noites. Hoje, fiz anotações ainda na perspectiva de um "προκόπτον –prokopton”. De quem aspira à Sabedoria.
Pois, no que se refere à reflexão e atenção essencial à prática; sempre tendo em vistas a vivência como Prokopton, fazer o melhor nessa direção consiste em dever fundamental a ser pensado já na base de tal empreendimento. Fazer sempre o melhor deve ser a busca; contribuir somente com discussões sobre assuntos que sejam importantes, evitando sermões e disputas teóricas. Da discussão política, me afastei já há algum tempo e me distanciarei ainda mais, cada vez mais.
Das minhas leituras frequentes e
constantes sobre estoicismo o
mais notório na prática mesmo dessa filosofia é o conjunto de “exercícios
práticos” - princípios - theoremata. Os
objetivos estoicos estão sempre ajustados de forma a dar mais valor
à ação do que ao desperdício
de palavras nos longos falatórios. A maneira de agir de cada indivíduo que
pretenda ser um estoico é priorizada devido ao fato de que na ação é
que se revela a pessoa como realmente é. Daí a incessante busca,
realizando tais exercícios práticos no cotidiano para alcançar
a eustatheia (tranquilidade)
e euthymia (crença em si)
como já anotei aqui nessa página, tempos atrás e sempre retomo, porque devem ser
constantes.
Enfim, só vou dando continuidade,
registrando aqui... E, por isso, do Encheirídion
anotei para hoje os passos abaixo:
“[33.1] Τάξον τινὰ ἤδη χαρακτῆρα σαυτῷ καὶ τύπον, ὃν φυλάξεις ἐπί τε σεαυτοῦ ὢν καὶ ἀνθρώποις ἐντυγχάνων. [33.2] σιωπὴ τὸ πολὺ ἔστω ἢ λαλείσθω τὰ ἀναγκαῖα καὶ δι' ὀλίγων. σπανίως δέ ποτε καιροῦ παρακαλοῦντος ἐπὶ τὸ λέγειν τι ἥξομεν, ἀλλὰ περὶ οὐδενὸς τῶν τυχόντων· μὴ περὶ μονομαχιῶν, μὴ περὶ ἱπποδρομιῶν, μὴ περὶ ἀθλητῶν, μὴ περὶ βρωμάτων ἢ πομάτων, τῶν ἑκασταχοῦ λεγομένων, μάλιστα δὲ μὴ περὶ ἀνθρώπων ψέγοντα ἢ ἐπαινοῦντα ἢ συγκρίνοντα. [33.3] ἂν μὲν οὖν οἷός τε ᾖς, μετάγαγε τοῦς σοῦς λόγους καὶ τοὺς τῶν συνόντων ἐπὶ τὸ προσῆκον. εἰ δὲ ἐν ἀλλοφύλοις ἀποληφθεὶς τύχοις, σιώπα. [33.4] γέλως μὴ πολὺς ἔστω μηδὲ ἐπὶ πολλοῖς μηδὲ ἀνειμένος.
.’.
[33.1] Fixa, a partir de agora, um caráter e um padrão para ti próprio, que guardarás quando estiveres sozinho, ou quando te encontrares com outros. [33.2] Na maior parte do tempo, fica em silêncio, ou, com poucas palavras, fala o que é necessário. Raramente, quando a ocasião pedir, fala algo, mas não sobre coisa ordinária: nada sobre lutas de gladiadores, corridas de cavalos, nem sobre atletas, nem sobre comidas ou bebidas – assuntos falados por toda parte. Sobretudo não fales sobre os homens, recriminando-os, ou elogiando-os, ou comparando-os. [33.3] Então, se fores capaz, conduz a tua conversa e a dos que estão contigo para o que é conveniente. Porém, se te encontrares isolado em meio a estranhos, guarda silêncio. [33.4] Não rias muito, nem sobre muitas coisas, nem de modo descontrolado.”
Tarefas difíceis de se executar. Exigem de nós: muita moderação e esforços.
Fundamental que com esses
exercícios seja alcançada e mantida uma alta de dose coerência interna, em que se mostre em nós, a aproximação entre o
que buscamos (ou dizemos) e o que somos.
______.
BIBLIOGRAFIA SEMPRE CONSULTADA
DINUCCI, A.; JULIEN, A. O Encheiridion de Epicteto. Coimbra: Imprensa de Coimbra, 2014.
EPICTETO. Entretiens. Livre I. Trad. Joseph
Souilhé. Paris: Les Belles Lettres, 1956.
______. Epictetus Discourses. Book I. Trad.
Dobbin. Oxford: Clarendon, 2008.
______. O Encheirídion de Epicteto. Trad.
Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2012. (Edição Bilíngue)
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Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2008.
EPICTETUS. The Discourses of Epictetus as
reported by Arrian; Fragments; Encheiridion. Trad. Oldfather. Harvard:
Loeb, 1928. https://www.loebclassics.com/
HADOT, Pierre. The inner citadel: the
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King, C. Musonius Rufus: Lectures and Sayings.
CreateSpace Independent Publishing Platform, 2011.
LONG, Georg. Discourses of Epictetus, with
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Lutz, C. Musonius Rufus, the Roman
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Pritchard, M. “Philosophy for Children”. Stanford
Encyclopedia of Philosophy, 2002. Acessado em 19 de agosto de 2016;
fonte: http://plato.stanford.edu/entries/children/ .
SÉNECA, Lúcio Aneu. Cartas a Lucílio. 5. ed.
Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 2014.
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