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"Ou a dor é um mal
para o corpo: então que este o diga. Ou é um mal para a alma: mas à alma é
permitido conservar a própria serenidade e não admitir que seja um mal — porque
raciocínio, tendência, desejo e aversão residem em nós mesmos, e nenhum mal nos
atinge."
(MARCO AURÉLIO. Meditações. VIII : 28)
(MARCO AURÉLIO. Meditações. VIII : 28)
Texto do Imperador
filósofo com profunda influência de Epicteto.
Prossigo aqui, fugindo de
discursos, com a leitura das poucas obras escolhidas para orientar-me os passos
na caminhada. A obra dos estoicos, tenho dito, firmou-se há algum tempo
nesse conjunto com um único objetivo: alcançar a imperturbável paz de espírito (ataraxia). Por serenidade se esforça
por aqui!
Esforço e prática
constantes na condução dos estudos para, cada vez mais internalizar a convicção de que a real felicidade depende de uma escolha nossa,
jamais de coisas externas. Dos acontecimentos externos, quase nada está sob
nosso controle, portanto, nas adversidades, devido à não disciplina em termos
de prosoché, afastamo-nos da Lei natural e
adotamos julgamentos bastante equivocados sobre os eventos à nossa volta.
Como profilaxia,
portanto, intensificamos os treinos e esforços, há muito iniciados por serem necessários
na retomada da direção, do retorno à Lei.
Só assim volveremos às bases mais sólidas para reformulação do nosso
comportamento e, como consequência, qualificarmos nossos hábitos. Sempre atentos e vigilantes, um Prokopton sabe o que quer fazer a cada
instante e, compreende o que está sob seu controle e o que não está. Viverá,
assim, sua vida: tranquilamente.
Ademais quem se pretenda dedicar a esse roteiro,
fácil será perceber desde que se decida, que o homem é infeliz à medida que se
empenha tresloucadamente na conquista de bens exteriores, que não pode alcançar
e por fugir cegamente de “males” que são naturalmente inevitáveis.
Segundo os estoicos, de quem estamos seguindo as leituras, é necessário uma mudança no modo de olhar o mundo e as ações, uma
conversão: metanoia. O caminho é reeducar-se cada ser humano na busca do
Bem que está ao seu alcance para que, daí descubra que o que lhe sucede não é
necessariamente um mal a paralisá-lo. Haverá o que lhe foge ao controle e por
isso, o esforço no que está sob seu controle, o interior, é o que deve fazer todos os dias; incessantemente.
______.
DINUCCI, A.; JULIEN, A. O Encheiridion
de Epicteto. Coimbra: Imprensa de Coimbra, 2014.
EPICTETO. Entretiens. Livre I,
II, III, IV. Trad. Joseph Souilhé. Paris: Les Belles Lettres, 1956.
______. Epictetus Discourses. Book
I. Trad. Dobbin. Oxford: Clarendon, 2008.
______. O Encheirídion de Epicteto. Trad.
Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2012. (Edição Bilíngue)
______. Testemunhos e Fragmentos. Trad.
Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2008.
EPICTETUS. The Discourses of
Epictetus as reported by Arrian; fragments; Encheiridion. Trad.
Oldfather. Harvard: Loeb, 1928. https://www.loebclassics.com/
HADOT, Pierre. The inner citadel: the
meditations of Marcus Aurelius. London: Harvard University Press, 2001.
MARCO AURÉLIO. Meditações. São
Paulo: Abril Cultural, 1973. (Livro II. 1)
PRITCHARD, M. “Philosophy for
Children”. Stanford Encyclopedia of Philosophy, 2002. Acessado em 19 de
agosto de 2016; Fonte: http://plato.stanford.edu/entries/children/ .
SÉNECA, Lúcio Aneu. Cartas a Lucílio. 5. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 2014.
SÉNECA, Lúcio Aneu. Cartas a Lucílio. 5. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 2014.
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