sábado, 13 de junho de 2020

BEETHOVEN: ANGÚSTIA; VIDA, OBRA, ROMANTISMO E IDEALISMO ALEMÃES


Pausa na Oficina... 

Ludwig van Beethoven, mais vivo do que nunca. Presente em repertórios de  grandes orquestras em todo mundo. E, está completando 250 anos e sua obras tem sido executadas por grande solistas em sua homenagem; apesar dos tempos em que vivemos, segue sendo lembrado. 

Quanto a mim, ainda adolescente, estudante de música, tive um primeiro contato com partituras como "Pour Elise"; "Sonata ao luar", mas foi quando conheci a Quinta Sinfonia Nona Sinfonia que passei a buscar mais informações sobre a obra e o compositor. 

Reconhecido por muitos como um gênio da música. Também, nesse período, já antigo frequentador da Biblioteca municipal da cidade, encontrei um livro de Romain Rolland, que me levou, de uma vez por todas, a estudar mais a fundo a sua bibliografia e a história de sua obra, situando Beethoven em seu tempo, sua família, sua relação com outros músicos, com mecenas, com o público, até com mulheres, a saúde e os problemas com "audição". Um ser humano, como qualquer um de nós.

Nos anos 90, num programa de rádio, ouvi um programa inteiro sobre a obra beethoveniana, sua maneira "romântica" de dar título às partituras e o tema da "melancolia". Enfim, mais um elemento novo à época, mas que depois comecei a estudar também, e a primeira obra que destaco aqui apresenta um pouquinho de elementos desse aspecto da sua biografia. Trata-se de Beethoven: angústia e triunfo:

1. "Beethoven: angústia e triunfo"

"Gênio irascível; contemporâneo do 'Iluminismo alemão' e símbolo do 'Romantismo' europeu; colecionador de frustrações amorosas; vítima de uma surdez progressiva que se manifestou no auge da fama; criador de obras que desafiaram os limites de seu tempo, levaram ao desenvolvimento de instrumentos novos e seguem sendo o ponto alto de sua arte, Ludwig van Beethoven (1770-1827) personifica a formação de uma sensibilidade moderna na música.

Fruto de mais de uma década de trabalho, a biografia escrita por Jan Swafford alia rigor e entusiasmo ao oferecer um retrato detalhado da vida e da obra do compositor alemão. Ele mesmo um compositor renomado, Swafford comenta a evolução do trabalho de Beethoven em análises ao mesmo tempo eruditas e acessíveis, sem perder de vista o leitor leigo. Além da compreensão profunda do músico revolucionário, Swafford busca fontes até então pouco exploradas para retraçar a vida íntima do homem, desfazendo mitos persistentes e descobrindo novos detalhes sobre as principais influências formadoras do autor da Nona Sinfonia."

A outra obra, destaco aqui, agora, enquanto ouvia a Nona Sinfonia. Curioso sobre essa obra, além do fato de ele ter inserido a voz humana numa sinfonia e de ter musicado um poema de Schiller, foi ter descoberto que em sua "Fantasia coral, Op. 80", ele exercita o que será a Nona Sinfonia. 

Trata-se, portanto de "A nona sinfonia: a obra-prima de Beethoven e o mundo na época de sua criação".

2. "A Nona Sinfonia, símbolo de liberdade e alegria, chegou ao mundo em um momento de repressão popular. As dinastias do Bourbon, dos Habsburgo e dos Romanov recorriam a todos os meios para esmagar a agitação populista que se seguiu à Revolução Francesa e às guerras napoleônicas. O desvelar da obra de Beethoven foi em 7 de maio de 1824 e foi o evento artístico mais importante daquele ano.

Em "A Nona Sinfonia", o autor Harvey Sachs utiliza a obra-prima de Beethoven para falar sobre a política, a estética e o clima daquele período. A sinfonia – que serviu e ainda serve de modelo para gerações de artistas – é brilhantemente explorada neste livro, mostrando como a "Nona" trouxe para o primeiro plano o poder do indivíduo, ao mesmo tempo que celebrava o espírito coletivo da humanidade.".

Ou seja, sempre as temáticas mais constantes nas minhas leituras presentes nestas obras e autores que comentei aqui. 

E, apesar de estar mais envolvido com a temática do Idealismo Alemão, e, em certa medida,  com o romantismo alemão, acabei de acrescentar às outras, conforme dados abaixo, para ler nos intervalos da pesquisa principal, a obra de Lewis lockwood"Beethoven: the music and the life"

Na bibliografia, um conjunto de obras que tocam em algumas das questões aqui apontadas. Entre eles, este de Lewis Lockwood:

Lewis Lockwood esboça as turbulentas estruturas pessoais, históricas, políticas e culturais em que Beethoven trabalhou e examina seus efeitos em sua música. “O resultado é a mais rara das realizações, um trabalho profundamente humano de erudição que irá - ou pelo menos deveria - atrair especialistas e generalistas em igual medida” (Terry Teachout, Commentary). Finalista do Prêmio Pulitzer. "Lewis Lockwood escreveu uma biografia de Beethoven na qual as horas que Beethoven passou escrevendo música - isto é, seus métodos de trabalho, seu interesse por compositores contemporâneos e antigos, o desenvolvimento de suas intenções e ideais musicais, sua vida musical interior, em curto - foram devidamente integrados com os eventos externos de sua carreira. O livro é inestimável. " (Charles Rosen)


______.

BURKE, Edmund. Investigação filosófica sobre a origem de nossas ideias do sublime e da beleza. São Paulo: Edipro, 2016.

HENRICH, Dieter. The unity of reason: essays on Kant's philosophy. Trad. Jeffrey Edwards. Richard L. Velkely (editor). Library of Congress Cataloging-in-Publication Data. Oxford University Press, 1994.

______. Denken und Selbst: Vorlesungen über Subjektivität. Suhrkamp, 2016.

______. Between Kant and Hegel: lectures on german idealism. Harverd University Press: Cambridge, Massachusssets; London, England, 2008.

______. Grundlegung aus dem Ich: Untersuchungen zur Vorgeschichte des Idealismus. Tübingen – Jena 1790–1794. Suhrkamp Auflage, 2004.

______. Konstellationen: Probleme und Debatten am Ursprung der idealistischen Philosophie (1789-1795).  Klett-Cotta /J. G. Cotta'sche Buchhandlung Nachfolger, 1991.

KANT, Immanuel. Crítica da faculdade do juízo. Trad. Valério Rohden e Antonio Marques. 3. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2012.

KIERKEGAARD. S. A. Œuvres Complètes. Tome XX. Index Terminologique. Principaux concepts de Kierkegaard par Gregor Malantschuk. Traduit du danois, adapté e complété par Else-marie Jacquet-Tisseau. Paris, Éditions de L’orante, 1986.

______. O conceito de angústia: uma simples reflexão psicológico-demonstrativa direcionada ao problema dogmático do pecado hereditário de Virgilius Haufniensis. Tradução e Posfácio Álvaro Luiz Montenegro Valls. 3. edição, Petrópolis, Vozes, 2015. (Vozes de bolso)

LOCKWOOD, Lewis. Beethoven: the musica and the life. W. W. Norton & Company, 2005.

______. Beethoven: a música e a vida. Conex, 2004.

SACHS, Harvey. A nona sinfonia: a obra-prima de Beethoven e o mundo na época de sua criação". Rio de Janeiro, RJ: José Olimpio, 2017.

SCHILLER, J. C. Friedrich. Cartas sobre a educação estética do homem. São Paulo: Iluminuras, 1995.

______. Kallias ou sobre a beleza: a correspondência entre Schiller e Körner (jan-fev. 1793. Trad. Ricardo Barbosa. Rio de Janeiro: J. Zahar Editores, 2002.

SWAFFORD, Jan. Beethoven: angústia e triunfo. Amarilys, 2017.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O SUPOSTO "CONFLITO CIÊNCIA X RELIGIÃO" (II)

Recentemente, acrescentei, uma obra de  Alvin Plantinga  que até recentemente não conhecia: “ Ciência, religião e naturalismo:  onde está o ...