sábado, 17 de outubro de 2020

ALGUNS TÓPICOS SOBRE "O PROCESSO DE SEPARAÇÃO ENTRE FILOSOFIA E PSICOLOGIA"

 


Recentemente (2019) reli, um livro, da pesquisa de Matt Ffytche, de 2011, traduzido em 2014. Tendo passado algum tempo, nas últimas semanas, sem muitas leituras ou releituras que não estivessem diretamente ligadas à pesquisa principal; na pausa de hoje, retomei essas releituras, acrescentando alguns de seus capítulos, mantidas as leituras, em certa medida, a partir de pontos de contato com as minhas pesquisas costumeiras. Guardo sempre dessas releituras a formação e adequação às pesquisas que, demonstram muitas vezes, as verdadeiras origens de determinados "conceitos", como é este o caso!

E, o tema me acompanha desde que li Platão/Sócrates; nos estoicos (para uma "psicologia" das paixões); chegando no "De Anima" de Aristóteles; passando e sempre relendo algo de autores como Agostinho e Tomás de Aquino. Chegando a autores mais contemporâneos, como listei na "bibliografia", no final desse texto. Ocupo-me, fundamentalmente, dos desvios na definição de "alma" (psique) que, com o tempo ganhou contornos cada vez mais "materialistas"... 

Hoje, acrescentei, uma obra que acabou de ser lançada, tratando da separação, no séc. XIX entre filosofia e a psicologia. Conheço outras obras do autor. Ademais, a temática não se distancia dos meus interesses de pesquisa atuais.

Trata-se do livro: Psicologia e filosofia: estudos sobre a querela em torno ao psicologismo”, que discute e defende que “o processo de separação entre filosofia e psicologia marca um dos temas decisivos nas origens da filosofia contemporânea, dando lugar, como um de seus desdobramentos, à chamada querela em torno ao psicologismo (Psychologismusstreit). Esta enfatiza primariamente a questão acerca da possibilidade ou da impossibilidade da redução da filosofia ― em especial, suas disciplinas normativas, como a lógica, a ética e a estética ― à psicologia. Tal querela é decisiva para a formação de todas as escolas filosóficas que surgiram desde a segunda metade do século XIX até o início do século XX, dentre as quais se destacam a psicologia descritiva, o neokantismo, a fenomenologia, a hermenêutica e a filosofia analítica.”

(Grifos e destaques  meus)

______.

ARAÚJO, Saulo Freitas. Projeto de uma psicologia científica em Wilhelm Wundt: uma nova interpretação. Juiz de Fora: EDUJF, 2010.

______. Psicologia e neurociência: uma avaliação da perspectiva materialista no estudo dos fenômenos mentais. 2. ed. revista e ampliada. Juiz de Fora: EDUJF, 2011.

BORCH-JACOBSEN, Mikkel; SHAMDASANI, Sonu. The Freud files: an inquiry into the history of psychoanalysis. Cambridge University Press, 2012.

DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. 3. ed. – Porto Alegre, RS: Artmed, 2019.

FREUD, Sigmund. Interpretação do sonhos. In: Obras completas. vol 4. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

FFYTCHE, Matt. The foundation of the unconscious: Schelling, Freud and the birth of the modern psyche. Cambridge University Press, 2011.

JUNG, Carl Gustav. Psicologia do inconsciente. 22. ed. Petrópolis/RJ: Editora Vozes, 2011. (Obras completas, Vol. 7/1).

MAY. Rollo. May, R., Angel, E., & Ellenberger, H. (Orgs.). Existência: nueva dimension em psiquiatría y psicología. Madrid, Editorial Gredos, 1977.

______. (Org.). Psicologia existencial. Rio de Janeiro: Globo, 1980.

______. A descoberta do ser. São Paulo: Rocco, 1988.

______. O homem à procura de si mesmo. São Paulo: Ed. Círculo do livro, 1992.

______. Psicologia do dilema humano. 2. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.

PORTA, Mario Ariel González. Psicologia e filosofia: estudos sobre a querela em torno ao psicologismo (Psychologismusstreit). São Paulo: Edições Loyola, 2020.

______. Estudos neokantianos. São Paulo: Edições Loyola, 2011.

______. Edmund Husserl: psicologismo, psicologia e a fenomenologia. São Paulo. Edições Loyola, 2010.

______. A filosofia a partir de seus problemas. São Paulo. Edições Loyola, 2002.

...

Sobre o autor:

Mario Ariel González Porta, professor titular da graduação e da pós-graduação do Departamento de Filosofia da PUC-SP, é doutor em Filosofia pela Universidade de Münster, na Alemanha (1989), com uma tese sobre o neokantismo que foi eleita pelo Kant-Studien como “Caderno Complementar” do ano de 1990. Detém um pós-doutorado sobre Cassirer (DFG-Nachwuchsförderungsprogramm): 1989-1992. Publicou vários livros e artigos em revistas especializadas, contando com uma substancial produção acadêmica no âmbito internacional.




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