A partir do parágrafo
245c-e do Fedro de Platão,
no contexto do segundo discurso de Sócrates, o filósofo chama atenção para a
importância de "se tornar explícita
a natureza da alma, dos seus estados e atos, assim como indagar se esta
natureza é humana ou divina".
Pretendo entender,
relendo essas obras, que Platão, nesse diálogo tenta fundamentar a natureza mista da alma: em parte racional em parte passional. Essa ambiguidade
constitutiva mostra-se diretamente relacionada àquelas referentes às formas de
Amor, Loucura e Retórica abordadas ao longo do diálogo, à medida que estas
podem ser tanto perniciosas quanto prodigiosas, a depender do modo como se as
conduz.
Neste sentido, de estuda
a “natureza da alma, dos seus estados,
assim como indagar se esta natureza é humana ou divina”, reli alguns
capítulos da obra de John Dupré: “Process
of life: essays in the philosophy of biology”, que tinha lido em 2017,
enquanto estudava sobre “Relação mente-cérebro”.
Por ser um tema que
sempre me interessou, desde a graduação pelo menos, nas minhas leituras e
pesquisa, hoje retomei para releitura da semana, aproveitando a pausa do
feriado e da redação do texto principal que está sempre na “ordem do dia”. A
este de Dupré, acrescentei outros dele e alguns entre os que tenho lido sobre o
tema.
Sempre assim, sem
interromper as atividades obrigatórias e cumprimento dos inúmeros prazos,
acontecem, como em outras vezes, mais esse “clinâmen”.
....
______.
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