Recentemente li, em 2020:
“Judeus errantes”, depois li vários outros textos sobre os temas refletidos. Hoje, recuperado, antes do início das leituras e escritas principais aqui, reli alguns trechos deste texto de Joseph
Roth; Como disse, foi uma descoberta recente e só tive acesso mesmo em 2020. Depois, li este do mesmo autor: "Viagem à
Rússia”, este, queria eu ter lido nos anos 90. Enfim, os dois me sugerem várias
reflexões sobre os variados temas possíveis e pensados que interessam-me sobremaneira.
Sobre o autor: Joseph
Roth nasceu em Brody, atualmente parte da Ucrânia, em 2 de setembro de 1894, em
uma família judaica. Tornou-se jornalista em Viena e sucessivamente em Berlim.
Com a ascensão do nazismo exilou-se na França. Roth foi o retratista da
civilização austríaca às vésperas de seu declínio.
“No verão de 1926, o Frankfurter
Zeitung propôs a Joseph Roth uma viagem à Rússia. Apesar dos primeiros anos de
entusiasmo pela revolução, quando assinava como «Roth, o Vermelho», ele
atravessava, agora, um período de dúvida: assim viu a viagem como uma preciosa
ocasião para verificar suas convicções. Atencioso, curioso, vagou pelas grandes
cidades, seguiu o curso do Volga, embrenhou-se entre os povos da Ásia,
escrevendo no calor do momento suas correspondências. No início, sua atitude é
de forte simpatia por esse mundo em formação. Mas sua lucidez lhe permite ver a
miséria sombria daquele «homem novo» que já se encontra em cada esquina.
Enquanto legiões de escritores ocidentais visitariam a Rússia por décadas,
competindo (com poucas exceções) em cegueira e servilismo, Roth viu e soube
narrar tudo aquilo que então se podia ver. Estas páginas vibram não apenas pela
arte magistral do escritor, mas pela clarividência do testemunho. A Walter
Benjamin, quando se encontraram em Moscou, Roth disse ter partido bolchevique e
regressado monárquico. Esta viagem é um dos primeiros testemunhos iluminados de
um escritor ocidental sobre a Rússia soviética, mas também marca um passo
decisivo na evolução de Roth. Como lemos em uma carta que ele enviou de Odessa
para Bernhard von Brentano: «É uma grande fortuna ter feito esta viagem na
Rússia: do contrário nunca teria me encontrado». Morreu em Paris em 1939.
Judeus errantes:
“Este livro prescinde dos
leitores ‘objetivos’, que, com a benevolência barata e azeda, a partir das
vacilantes torres da civilização ocidental, lançam olhares de soslaio para o
Oriente Próximo e os seus habitantes; que, por pura humanidade, lamentam a deficiente
canalização e, por medo de contágio, encerram em barracas emigrantes pobres,
onde a solução de um problema social é deixado ao critério da morte em massa.
Este livro não quer ser lido por aqueles que renegam os seus próprios pais ou
antepassados, que, por um simples acaso, escaparam às barracas. Este livro não
foi escrito para os leitores que acusariam o autor de tratar o seu tema com
amor ao invés de o fazer com a ‘objetividade científica’, que também pode ser
definida como tédio. Este livro infelizmente não conseguirá tratar o problema do
judaísmo oriental com profundidade abrangente que este requer e merece.
Procurará apenas descrever as pessoas que representam o problema e as
circunstâncias que estão na sua origem. Fará apenas um relato sobre algumas
partes do vasto tema, o qual, para ser tratado com toda a sua amplitude,
exigiria do autor tantas migrações quantas aquelas a que foram sujeitas
gerações» (Joseph Roth)
Agora, voltando ao trabalho!
OBAS de ROTH:
- Das Spinnennetz (1923)
- Hotel Savoy (1924)
- Die Rebellion (1924)
- April. Die Geschichte einer Liebe (1925)
- Der blinde Spiegel (1925)
- Juden auf Wanderschaft (1927; reportagem, não ficção)
- Die Flucht ohne Ende (1927)
- Zipper und sein Vater (1928)
- Rechts und links (1929)
- Der stumme Prophet (1929)
- Hiob (1930)
- Perlefter 1930
- Marcha de Radetzky (Radetzkymarsch) (1932)
- Der Antichrist (1934)
- Tarabas (1934)
- Die Büste des Kaisers) (1934; in The Collected Stories)
- Beichte eines Mörders) (1936)
- Die hundert Tage (1936)
- Das falsche Gewicht (1937)
- Die Kapuzinergruft (1938)
- Die Legende vom heiligen Trinker (1939)
- Die Geschichte von der 1002. Nacht (1939)
- Der Leviathan (1940)
- What I Saw: Reports from Berlin, 1920-1933, trans. by Michael Hofmann, New York: W. W. Norton & Company (2002)and London: Granta Books (2003)
- The Collected Stories of Joseph Roth, trans. by Michael Hofmann, New York: W. W. Norton & Company (2003)
- The White Cities: Reports from France, 1925–39, trans. by Michael Hofmann,London: Granta Books (2004); issued in the United States as Report from a Parisian Paradise: Essays from France, 1925–1939, New York: W. W. Norton & Company (2004)
- Joseph Roth: A Life in Letters, trans. and edited by Michael Hofmann, New York: W. W. Norton & Company (2012)
- The Hotel Years, trans. and edited by Michael Hofmann, New York: New Directions (2015)
______.
ALGUNS ESTUDO SOBRE JOSEPH ROTH:
HUGHES, Jon. En memoria de Joseph Roth. Goethe-Institut. New Books in German (versión en español) (em espanhol) (37). Consultado em 3 de outubro de 2015. Arquivado do original em 4 de outubro de 2015
KRAUSZ, Luis S. Joseph Roth, tradutor do império perdido. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina. Cadernos de Tradução (Edição especial: Depois de Babel): 111-121. ISSN 2175-7968. Consultado em 3 de outubro de 2015.
NÜRNBERGER, Helmuth. Joseph Roth. Reinbek, Hamburg, 1981, p.152. ISBN 3-499-50301-8
ROTH, Joseph. A lenda do santo beberrão. Tradução de Mario Frungillo. São Paulo: Estação Liberdade. 84 páginas. ISBN 8574482285
ROTH, Joseph. Judeus errantes. São Paulo: Ed. Âyné, 2020.
______. Viagem à Rússia. Belo Horizonte: Ed. Âyné, 2020.
______. Judeus em exílio. Mundaréu, 2017.
TOLLER, Ernst. Uma juventude na Alemanha. Mundaréu, 2015
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