terça-feira, 26 de julho de 2022

V CONGRESO INTERNACIONAL DE LA SOCIEDAD DE ESTUDIOS KANTIANOS EN LENGUA ESPAÑOLA (SEKLE) 2022

“El V Congreso internacional de la Sociedad de Estudios Kantianos en Lengua Española (SEKLE) tendrá lugar en Santiago de Chile y Valparaíso del 17 al 21 de octubre de 2022.

Compartimos la 𝘀𝗲𝗴𝘂𝗻𝗱𝗮 𝗹𝗹𝗮𝗺𝗮𝗱𝗮 𝗱𝗲 𝗹𝗮 𝗦𝗘𝗞𝗟𝗘 para participar en su congreso de este año.

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segunda-feira, 25 de julho de 2022

SOBRE AS "LIÇÕES DE METAFÍSICA" DE IMMANUEL KANT: "QUE É O HOMEM?"


Num pequeno opúsculo, Sponville (2001, p. 27) afirma que Kant, na Fundamentção da metafísica dos costumes, diz que “ser feliz é ter o que se deseja. Não tudo o que deseja, porque nesse caso é fácil compreender que nunca seremos felizes e que a felicidade, como diz Kant, seria um ideal não da razão mas da imaginação”. 

E, na Crítica da razão pura, em: "Do ideal de sumo bem como um fundamento determinante do fim último da razão pura", que me motivou a retornar a esses temas e escrever mais este texto breve para reflexão pessoal, lemos o que diz Kant:

"Todo o interesse da minha razão (tanto especulativa como prática) concentra-se nas seguintes três interrogações:

Que posso saber?

Que devo fazer?

Que me é permitido esperar?”

“[...] A felicidade é a satisfação de todas as nossas inclinações (tanto extensive, quanto à sua multiplicidade, como intensive, quanto ao grau e também protensive, quanto à duração). Designo por lei pragmática (regra de prudência) a lei prática que tem por motivo a felicidade; e por moral (ou lei dos costumes), se existe alguma, a lei que não tem outro móbil que não seja indicar-nos como podemos tornar-nos dignos da felicidade. A primeira aconselha o que se deve fazer se queremos participar na felicidade; a segunda ordena a maneira como nos devemos comportar para unicamente nos tornarmos dignos da felicidade. A primeira funda-se em princípios empíricos; pois, a não ser pela experiência, não posso saber quais são as inclinações que querem ser satisfeitas, nem quais são as causas naturais que podem operar essa satisfação. A segunda faz abstração de inclinações e meios naturais de as satisfazer e considera apenas a liberdade de um ser racional em geral e as condições necessárias pelas quais somente essa liberdade concorda, segundo princípios, com a distribuição da felicidade e, por conseqüência, pode pelo menos repousar em simples idéias da razão pura e ser conhecida a priori.

“Admito que há, realmente, leis morais puras que determinam completamente a priori o fazer e o não fazer (sem ter em conta os móbiles empíricos, isto é, a felicidade), ou seja, o uso da liberdade de um ser racional em geral e que estas leis comandam de uma maneira absoluta (não meramente hipotética, com o pressuposto de outros fins empíricos) e portanto são, a todos os títulos, absolutas. Posso pressupor esta proposição recorrendo não só às provas dos moralistas mais esclarecidos mas ao juízo moral de todo o homem, quando quer pensar claramente semelhante lei"

Acrescento aqui um texto em que o professor Bruno Cunha fala sobre o processo de edição e tradução do livro mais recente deste filósofo vertido por ele ao português.

Link para a página com o texto, da Editora:

https://revistaursula.com.br/filosofia/as-licoes-de-metafisica-de-kant/?fbclid=IwAR2lk26kdj4GxdHu6RH19Hzte_-YWCOXCQIHrVNcVRq-aGjKMU0csTDsFbE

______.

CUNHA, Bruno. A Gênese da Ética de Kant: o desenvolvimento moral pré-crítico em sua relação com a teodiceia. São Paulo: LiberArs, 2017.

______; Feldhaus, Charles. Estudo IntrodutórioEm: Immanuel Kant. Lições de Ética. São Paulo: Unesp, 2018.

______. Estudo Introdutório. Em: Immanuel Kant. Lições sobre a Doutrina Filosófica da Religião. Petrópolis: Vozes/São Fransciso, 2019.

______. Estudo Introdutório. Em: Immanuel Kant. Lições de Metafísica. Petrópolis: Vozes/São Francisco, 2021.

KANT, Immanuel. Gesammelte Schriften. Vol. I-XXIX. Berlim: Reimer (DeGruyter) 1910-1983.

_________. Lições de Ética. Trad. Bruno Cunha e Charles Feldhaus. São Paulo: Unesp, 2018.

_________. Lições sobre a Doutrina Filosófica da Religião. Trad. Bruno Cunha. Petrópolis: Vozes/ São Francisco, 2019.

_________. Lições de Metafísica. Trad. Bruno Cunha. Petrópolis: Vozes/São Francisco, 2021.

______. Crítica da razão prática. Tradução Valerio Rohden. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2002a. (pp. 255-256).

______. Histoire Générale de la Nature et Théorie du ciel. Trad. Pierre Kerszberg, Anne-Marie Roviello e Jean Seidengart. Vrin 1984.

______. Träume eines Geistesehers. Stuttgart: Reclam, 2002.

______. Fundamentação da metafísica dos costumes. São Paulo: Discurso editoria: Barcarola, 2009.

______. Crítica da razão pura. Tradução Valerio Rohden e Udo Moosburguer. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1983.

______.Crítica da razão pura. 3, ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 1994.

 

sábado, 23 de julho de 2022

REFLEXÃO MATINAL XXXII: "O ASCETISMO DOS ESTÓICOS: UM MODO DE VIDA AUSTERO?"

  

Nessa manhã estudando anoto algumas reflexões para retomada e prosseguimento.

Para começar, segundo Sellars, a partir de Epictetus, por exemplo, descreve a filosofia da seguinte maneira: 

A filosofia não promete obter qualquer coisa exterior para o homem, pois se o fizesse ela estaria admitindo algo que se encontra fora de seu material apropriado (hules). Pois assim como a madeira é o material (hule) do carpinteiro, e o bronze o do estatuário, também a própria vida de cada indivíduo (ho bios autou hekastou) é o material da arte de viver (tes peri bion technes). (EPICTETUS, Discursos 1.15.2, apud SELLARS, 2003, p. 56)

Então, em meio a tanta confusão, momentos de profunda tristeza, donde sempre nos recuperamos e nos colocamos a pensar no hábito a que tantos se deixam seduzir (eu mesmo me deixei levar noutro tempo): do pessimismo, por um lado e do extremo esforço em "mudar o mundo" por outro lado.

Ora, sendo totalmente outra a empreitada a qual me dedico há algum tempo, é fundamental esquecer pessimismos e o desejo de mudar o que nos é externo, que está fora do nosso alcance. Como tenho postado aqui, e prático: "medito andando" e decidi, há alguns anos, aprofundar sistematicamente uma intensa busca por "eustatheia" (tranquilidade) e "euthymia" (crença em si). É projeto em andamento “há séculos” que às vezes por descuido, foi interrompido. Mas, retomando sigo o conselho sugerido pelos estoicos; mais especificamente Sêneca, Epictetus e Marco Aurélio; entre os que vou acrescentando à medida que sigo nos estudos sobre o tema! Acrescentados, na verdade a uma filosofia de vida já adotada adolescência e desenvolvida dia a dia.

E, como sempre, enquanto faço mais uma das necessárias pausas no texto principal, vou terminando a releitura de alguns capítulos desse excelente livro de John Sellaers: “The art of living: the stoics on the nature and function of philosophy”. 

No que acrescento aqui, hoje, como “reflexão matinal”, à maneira dos estoicos, tomo como ponto de partida, um trecho de outro texto de John Sellars  (SELLARS, 2016). A este, acrescento um comentário feito há algum tempo e uma série de sugestões de leituras das que tenho feito e indicado aqui[1]

"Muitos dos que estão interessados ou se têm envolvido no renascimento do estoicismo dirão que ele pode ajudar-nos a ter uma vida melhor e mais feliz. À primeira vista, é possível que isso nos leve a considerar a ressurgência do interesse pelo estoicismo como parte da “indústria da felicidade”. Aos insatisfeitos, desiludidos e deprimidos que procuraram em vão algo para alegrá-los, talvez o estoicismo seja a próxima coisa a ser tentada para ajudá-los a superar a tristeza e a recuperar a joie de vivre. Se falarmos do estoicismo como forma de terapia ou como dotado de elementos terapêuticos, decerto tal impressão pode ser transmitida: o estoicismo oferece uma terapia, mas uma terapia para tratar o quê? Parece natural supor que a resposta seja: “uma terapia para tratar a infelicidade”. Com efeito, os estoicos antigos visavam à eudaimonía, o que normalmente se traduz por “felicidade”.

O que desejo é pôr em xeque tal visão ou, quando menos, pôr-lhe ressalvas. O estoicismo não o fará feliz — ao menos não no sentido que a palavra “felicidade” costuma ter quando usada na cultura da autoajuda moderna. Não se trata de pensar de uma dada maneira a fim de garantir dentro de si um sentimento cálido, vago.”

A isso acrescento, um outro texto que li ontem à noite e está disponível em: 

https://www.google.com/url?q=https://stoagallica.fr/lascese-des-stoiciens-un-mode-de-vie-austere/&source=gmail&ust=1658658830031000&usg=AOvVaw3ZS1VvMSQ0TZxsC3cf7Eqo

Li, neste texto o seguinte:  



[1] Texto traduzido por Donato Ferrara. John Sellars é pesquisador no Departamento de Filosofia do King’s College de Londres e autor de obras como The art of living (2003) e Stoicism (2006), além de diversos artigos sobre filosofia antiga e renascentista. Mantém o blog “Miscellanea Stoica“, voltado para um público não exclusivamente acadêmico, e um site oficial. Publicado em 15/10/2016 em “Miscellanea Stoica”.

“Um dos principais preconceitos sobre o sábio estóico é seu extremo ascetismo, sua recusa de todo prazer e, em geral, sua austeridade. Sim, o estoicismo requer ascetismo. Mas que tipo de ascetismo? E o ascetismo estóico é o objetivo do modo de vida filosófico ou é o meio preferido pelos estóicos para atingir esse objetivo, a saber, uma vida boa e virtuosa, que traz alegria e felicidade na vida cotidiana, em todas as circunstâncias da vida e quaisquer que sejam? nessas circunstâncias (seja pobreza, morte de um ente querido, perda de propriedade, exílio ou mesmo sofrimento físico)?

Não surpreende que tal meta exija um esforço, que se encontra na própria etimologia do termo ascetismo: askesis, em grego, é exercício, prática ou treino. O ascetismo é, portanto, uma preparação, que exige certo esforço. Ser estóico não é fácil. Mas o que é esse ascetismo estóico e até que ponto ele impede o estóico de saborear os prazeres da vida cotidiana? Até onde vai essa ascese, e que prazer ou que alegria a ascese estóica nos permite experimentar?”

Fontehttps://stoagallica.fr/

(Grifo e Destaques meus)

______.

DINUCCI, A.; JULIEN, A. O Encheiridion de Epicteto. Coimbra: Imprensa de Coimbra, 2014.

DINUCCI, A. Fragmentos menores de Caio Musônio Rufo; Gaius Musonius Rufus Fragmenta MinoraIn: Trans/Form/Ação. vol.35 n.3 Marília, 2012.

______. Introdução ao Manual de Epicteto. 3. ed. São Cristóvão: EdiUFS, 2012.

______. Epictetus Discourses. Trad. Dobbin. Oxford: Clarendon, 2008.

______. Testemunhos e Fragmentos. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2008.

______. The Discourses of Epictetus as reported by Arrian; fragments: Encheiridion. Trad. Oldfather. Harvard: Loeb, 1928.  https://www.loebclassics.com/

GALENO. Aforismos. São Paulo: E. Unifesp, 2010.

______. On the passions and errors of the soul. Translated by Paul W . Harkins with an introduction and interpretation by Walter Riese. Ohio State University Press, 1963.

GAZOLLA, Rachel.  O ofício do filósofo estóico: o duplo registro do discurso da Stoa, Loyola, São Paulo, 1999.

HADOT, Pierre. The inner citadel: the meditations of Marcus Aurelius. London: Harvard University Press, 2001.

______. A filosofia como maneira de viver: entrevistas de Jeannie Carlier e Arnold I. Davidson. (Trad. Lara Christina de Malimpensa). São Paulo: É Realizações, 2016.

______. Exercícios espirituais e filosofia antiga. Trad. Flávio Fontenelle Loque, Loraine Oliveira. São Paulo: É Realizações, Coleção Filosofia Atual, 2014.

HANH, Thich Nhat. Meditação andando: guia para a paz interior. 21. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.

______. Silêncio: o poder da quietude em um mundo barulhento. Rio de Janeiro, RJ: Harper Collins, 2018.

HUIZINGA, Johan. Nas sombras do amanhã: um diagnóstico da enfermidade espiritual de nosso tempo . - Trad. Sérgio Marinho, Goiânia-GO: Editora Caminhos, 2017.

INWOOD, Brad. Reading Seneca: stoic philosophy at Rome. Oxford, Reino Unido: Clarendon Press, 2005.

IRVINE, William B. A Guide to the Good Life: the ancient art of Stoic joy. New York: Oxford University Press, 2009.

KARDEC, A. Le Livre des Esprits. Paris, Dervy-Livres, s.d. (dépôt légal 1985). ______. O Livro dos Espíritos. Trad. Guillon Ribeiro, 93. ed. - 1. reimpressão (edição histórica). Brasília, DF: Feb, 2013.

LEBRUN, Gérard. O conceito de paixãoIn: NOVAES, Adauto (org.). Os sentidos da paixão. São Paulo: Cia. das Letras, 1987.

ROBERTSON, Donald. The Philosophy of Cognitive Behavioural Therapy (CBT): stoic philosophy as rational and Cognitive Psychotherapy. Londres  :Karnac Books, 2010.

______. Pense como um imperador. Trad. Maya Guimarães. Porto Alegre: Citadel Editora, 2020.

______. How to think Like a roman emperor: the stoic philosophy of Marcus Aurelius. New York: St. Martin's Press, 2019.

SÊNECA, Lúcio Aneu. Cartas a Lucílio. 5. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 2014.

____. Sobre a clemência. Introdução, tradução e notas de Ingeborg Braren. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.

____. Sobre a ira. Sobre a tranquilidade da alma. Tradução, introdução e notas de José Eduardo S. Lohner. São Paulo: Penguin Classics Companhia das Letras, 2014.

____. Moral Essays. Tradução de John W. Basore. Cambridge, EUA: Harvard University Press, 1985.  https://www.loebclassics.com/.

______. Sobre a brevidade da vida. Porto Alegre, RS: L&PM, 2007.

MARCO AURÉLIO. Meditações. São Paulo: Abril Cultural, 1973.

SELLARS, J. The Art of Living: The Stoics on the Nature and Function of philosophy. Burlington: Ashgate, 2003.


domingo, 17 de julho de 2022

BREVÍSSIMAS REFLEXÕES ACERCA DE UM INFLUXO ENTRE MENTE-CORPO E PARALOGISMOS NA OBRA DE KANT


Pausa nos estudo, relendo na Crítica da razão pura: a "Consideração sobre a suma da doutrina pura da alma a partir desses paralogismos" que está em (381). E, enquanto isso acrescento à Bibliografia... nova tradução d'A religião nos limites da razão pura. Traduzida pelo professor Bruno Cunha. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2024.

Estudando o tema ainda

"Qual Filósofo não esteve uma vez entre, o juramento de uma pessoa sensata e convicta testemunha ocular, e a resistência interior de uma dúvida inolvidável? Deve ele negar completamente a veracidade de todos os fenômenos espirituais? O que o deve conduzir aos fundamentos de sua posição acerca deste assunto?" (KANT, 2002b)

Em sua obra Träume eines Geistesehers Sonhos de um vidente de espíritos" , Kant apresenta o que, geralmente, chamam de definição clássica de espírito: um "ser" imaterial, simples, dotado de razão e que pode ocupar um "ser" material (corpo) sem lhe causar a força da impenetrabilidade. É preciso compreender que Kant trata do conceito de espírito tendo por base uma crítica ao racionalismo que define o conceito de espírito sem, ao menos, comprovar ou demonstrar a sua existência.

E, diz Kant, sobre a definição tanto de espírito como um ser material:

Espírito: “Só podereis manter, portanto, o conceito de um espírito, se pensardes em seres que poderiam estar presentes mesmo em um espaço cheio de matéria, portanto seres que não possuem em si a propriedade da impenetrabilidade e que nunca constituiriam um todo sólido, estejam reunidos no número que quiser. Seres simples desta espécie serão chamados seres imateriais e, se possuírem razão, espíritos. (Träume, AA 02: 321).

Um ser material, corpo: “Mas substâncias simples, cuja composição resulta em um todo impenetrável e extenso, serão chamadas unidades materiais, e seu todo, matéria. Ou o nome de um espírito é uma palavra sem qualquer sentido ou seu significado é o indicado. (TG, AA 02: 321).”

Assim, espírito é definido como um ser imaterial, simples e dotado de razão, enquanto que o corpo é um ser material, simples, que pode ser um agregado de partes simples formando um composto. O corpo quando ligado a um ser imaterial: mente/espírito, dá-lhe vida e o corpo passa a ser , um corpo dotado de razão; mente corpo. O grande problema que me interessa é este: mente e corpo, duas espécies diferentes podem complementar-se. Daí a reflexão que tenho feito sobre a relação mente corpo. Antigo problema da Filosofia desde a Antiguidade que retomo a partir da Bibliografia indicada abaixo e seguirei com mais estudos que tem surgido sobre o tema. 

E, aqui, na hora do cafezinho, estudando um texto de Paul Guyer, o mesmo que usei para elaboração de um texto para participação num evento e sempre consta aqui entre as referências mais lidas. Relendo a Crítica da razão pura, trechos da Crítica da razão prática e da Crítica da faculdade do juízo,  para as pesquisas costumeiras, ocorreu-me publicar, mais uma vez esta passagem da Crítica da razão prática (KpV):

"Duas coisas enchem o ânimo de admiração e veneração sempre nova e crescente, quanto mais freqüente e persistentemente a reflexão ocupa-se com elas; o céu estrelado acima de mim e a lei moral em mim. Não me cabe procurar e simplesmente presumir ambas como envoltas em obscuridade, ou no transcendente além de meu horizonte; vejo-as ante mim e conecto-as imediatamente com a consciência de minha existência. A primeira começa no lugar que ocupo no mundo sensorial externo e estende a conexão, em que me encontro, ao imensamente grande com mundos sobre mundos e sistemas de sistemas e, alem disso, ainda a tempos ilimitados de seu movimento periódico, seu início e duração. A segunda começa em meu si-mesmo [Selbst] invisível, em minha personalidade, e expõe-se em um mundo que tem verdadeira infinitude, mas que é acessível somente ao entendimento e com o qual (mas deste modo também ao mesmo tempo com todos aqueles mundos visíveis) reconheço-me, não como lá, em ligação meramente contingente mas em conexão universal e necessária. O primeiro espetáculo de uma inumerável quantidade de mundos como que aniquila minha importância enquanto criatura animal, que tem de devolver novamente ao planeta (um simples ponto no universo a matéria da qual ela se formara, depois que fora por um curto espaço de tempo (não se sabe como) dotada de força vital. O segundo espetáculo, ao contrário, eleva infinitamente meu valor enquanto inteligência, mediante minha personalidade, na qual a lei moral revela-me uma vida independente da animalidade e mesmo de todo o mundo sensorial, pelo menos o quanto se deixa depreender da determinação conforme a fins de minha existência por essa lei, que não está circunscrita a condições e limites dessa vida mas penetra o infinito.

Ora, prosseguindo, portanto, destaco também essa, pois vejo aqui o tão conhecido problema corpo e alma (o velho problema mente-corpo) numa clara interdependência, um dos temas principais para este blog:

O homem tem sido criado para receber as impressões e sentimentos que o mundo deve despertar nele, por este corpo que é a parte visível de seu eu, e cuja matéria serve não somente ao espírito invisível que ocupa este corpo, de modo que ali se imprimam os primeiros conceitos dos objetos exteriores, mas é também indispensável na atividade interior da repetição, da ligação, enfim do pensamento (KANT AA 1:355)”

...

“L’homme a été crée pour recevoir les impressions et émotions que le monde doit éveiller em lui par ce corps qui est la partie visible de son être, et dont la matière sert non seulement à l’esprit invisible qui habite ce corps, pour que s’y impriment es premiers concepts des objets extérieurs, mais est aussi indispensable dans l’activité intérieure de la répétion, de la liasion, bref de la pensée”. (KANT, Vrin 1984).

E, encerro com esta, da Crítica da razão pura também: “A idéia psicológica não pode também ter outro significado que não seja o de esquema de um conceito regulador; pois ainda que só quiséssemos indagar se a alma não será em si de natureza espiritual, esta interrogação seria destituída de sentido. Com efeito, mediante tal conceito, não excluo apenas a natureza corpórea, mas toda a natureza em geral, isto é, todos os predicados de qualquer experiência possível e, por conseguinte, todas as condições para pensar um objeto para tal conceito, ou seja, tudo o que afinal me permite dizer que tal conceito tem um sentido.” (KANT, Do propósito final da dialéctica natural da razão humana, 1994)

(Grifos Destaques meus)

____.

BERGSON, Henri, 1859-1941. Matéria e memória: ensaio sobre a relação do corpo com o espírito. Trad. Paulo Neves. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999. (Coleção tópicos)

______. Evolução criadora. São Paulo: Editora Unesp, 2010.

______. Ensaio sobre os dados imediatos da consciência. São Paulo: Edipro, 2020.

______. A energia espiritual. 2. ed. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2021.

DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. 3. ed. – Porto Alegre, RS: Artmed, 2019.

DESCARTES, René.  As paixões da alma. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

_______. Oeuvres. Org. C. Adam e P. Tannery. Paris: Vrin, 1996. 11v. [indicadas no texto como Ad & Tan]

_______. Descartes: oeuvres et lettres. Org. André Bidoux. Paris: Gallimard, 1953. (Pléiade).

______. Discursos do Método; Meditações; Objeções e Respostas; As Paixões da Alma; Cartas. (Introdução de Gilles-Gaston Granger; prefácio e notas de Gerard Lebrun; Trad. de J. Guinsberg), Bento Prado J. 3. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983 (Os Pensadores).

______. O mundo (ou Tratado da luz) e O Homem. Apêndices, tradução e notas: César Augusto Battisti, Marisa Carneiro de Oliveira Franco Donatelli. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2009.

FREUD, Sigmund. Interpretação do sonhos. In: Obras completas. vol 4. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

GALENO. Aforismos. São Paulo: E. Unifesp, 2010.

______. On the passions and errors of the soul. Translated by Paul W . Harkins with an introduction and interpretation by Walter Riese. Ohio State University Press, 1963.

JUNG, Carl Gustav. Psicologia do inconsciente. 22. ed. Petrópolis/RJ: Editora Vozes, 2011. (Obras completas, Vol. 7/1).

______. O eu e seu inconsciente. 27. ed. Petrópolis/RJ: Editora Vozes, 2011. (Obras completas, Vol. 7/2).

______. Estudos psiquiátricos. 6. ed. Petrópolis/RJ: Editora Vozes, 2011. (Obras completas, Vol. 1)

______. Estudos experimentais. 6. ed. Petrópolis/RJ: Editora Vozes, 2011. (Obras completas, Vol. 2)

______. Psicogênese das doenças mentais. 6.ed. Petrópolis/RJ: Editora Vozes, 2011. (Obras completas, Vol. 3)

______. Freud e a psicanálise. 6. ed. Petrópolis/RJ: Editora Vozes, 2011. (Obras completas, Vol. 4)

______. Presente e futuro. 6. ed. Petrópolis/RJ: Editora Vozes,2011. (Obras completas, Vol. 10/1)

KANT, Immanuel. Crítica da razão prática. Tradução Valerio Rohden. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2002a. (pp. 255-256).

______. Crítica da razão pura. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2013.

______. A religião nos limites da simples razão. Edições 70, Lisboa, 1992.

______. A religião nos limites da razão pura. Trad. Bruno Cunha. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2024.

______. Histoire Générale de la Nature et Théorie du ciel. Trad. Pierre Kerszberg, Anne-Marie Roviello e Jean Seidengart. Vrin 1984.

______. Träume eines Geistesehers. Stuttgart: Reclam, 2002b.

______. Fundamentação da metafísica dos costumes. São Paulo: Discurso editoria: Barcarola, 2009.

______. Crítica da razão pura. Tradução Valerio Rohden e Udo Moosburguer. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1983.

______.Crítica da razão pura. 3, ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 1994.

______. A religião nos limites da simples razão. Edições 70, Lisboa, 1992.

_______. Reflexionen zur MoralphilosophieIn: KANT, Immanuel. Kants Werke. Ed. Königlich Preussischen Akademie der Wissenschaften, Berlin, Georg Reimer, <Akademie Text-Ausgabe, Berlin,Walter de Gruyter & Co.>, vol. XIX, 1902 ss.

_______. Dissertação de 1770. Trad. Leonel R. Santos. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985.

_______. Crítica da faculdade do juízo. Trad.Valerio Rohden e António Marques. Rio de Janeiro: Forense Universitária.1993.

_______. Werkausgabe (ed.Wilhelm Weischedel). Frankfurt am Main: Suhrkamp, vol 8 (Die Metaphysik der Sitten), 1977.

______. Lições de ética. Trad. Bruno Cunha e Charles Fedhaus. São Paulo: Editora Unesp, 2018.

______. Lições sobre a doutrina filosófica da religião. Trad. Bruno Cunha. Petrópolis, RJ: Vozes, 2019.

______. Anthropology from a pragmatic point of view. Carbondale, III: Southern Illinois University Press. 1996. eBook., Base de dados: eBook Collection (EBSCOhost).

______. Antropologia de um ponto de vista pragmático. Trad. Clélia Aparecida Martins. São Paulo: Iluminuras, 2006.

______. Observações sobre o sentimento do belo e do sublime; Ensaio sobre as doenças mentais. Tradução e estudo de Vinicius de Figueiredo. São Paulo: Editora Clandestina, 2018.

______. Observações sobre o sentimento do Belo e do Sublime; Ensaio sobre as doenças mentais. (Trad. Vinícius Figueiredo). Campinas, SP: Ed. Papirus, 1993.

______. Observações sobre o sentimento do Belo e do Sublime; Ensaio sobre as doenças mentais. Lisboa: Edições 70, 2012.

KANDELL, Eric R; SCHWARTZ, James; JESSELL, Thomas M; SIEGELBAUM, Steven A; HUDSPETH, A. J. Princípios de neurociências. 5. ed. Porto Alegre, RS: AMGH, 2014

KARDEC, A. Le Livre des Esprits. Paris. Dervy-Livres, s.d. (dépôt légal 1985). (O Livro dos Espíritos. Trad. Guillon Ribeiro, ______. O livro dos Espíritos. 93. ed. - 1. reimpressão (edição histórica). Brasília, DF: Feb, 2013. (Q. 907-912: "paixões"; 893-906: “virtudes e vícios” e 920-933: "felicidade")

MOREIRA-ALMEIDA, Alexander; SANTANA, Franklin Sanatan (Editor). Exploring Frontiers of the Mind-Brain Relationship. Springer 2012.

______; COSTA, Marianna de Abreu. Ciencia da vida após a morte. Belo Horizonte, MG: Editora, 2023.

______.  Science of Life After Death. Springer Nature, 2023.

PATON, H. J. Categorical Imperative. Universidade of Pensilvania Press, 1971.

RAWLS, John. Lectures on the history of moral philosophy. Cambridge, Massachusetts, Harvard University Press, 2000.

_________. História da Filosofia Moral. São Paulo: Martins.

SANDLER, Paulo César. As origens da psicanálise na obra de Kant: a apreensão da realidade psiquica. Rio de Janeiro, RJ: Imago, 1997 (2000).

SCRUTON, Roger. A cultura moderna. Lisboa: Edições 70, 2021.

______. Contra a corrente: as melhores colunas, críticas e comentários de Roger Scruton. Coimbra: Edições 70. (e-bookKindle), 2022.

______. Sobre a natureza humana. Lisboa: Gradiva, 2017.

______. Sobre a natureza humana. Rio de Janeiro, RJ: Record, 2020.

______. A alma do mundo. Rio de Janeiro, RJ: Editora Record, 2017.

______. Kant: a very short introduction. New York: Oxford University Press, 2001. 

SILVA, Thiago Delaíde da. Dignidade e autonomia na filosofia moral de Kant. Edições 70, 2022.

XAVIER, Leiserée Adriene Fritsch.  Kant a Freud: o imperativo categórico e o superego. José Ernani de Carvalho Pacheco (editor). Curitiba, PR:  Editora Juruá, 2009.

sexta-feira, 15 de julho de 2022

IMMANUEL KANT E "DIGNIDADE HUMANA"

"[...] o homem é obrigado a reconhecer praticamente a dignidade da humanidade em todos os outros homens, portanto, radica nele um dever que se refere ao respeito que se tem necessariamente de mostrar por todo outro homem.” (IMMANUEL KANT, Metafísica dos Costumes, 462, §38)

Recentemente li, uma obra que tenta responder algumas questões que de certa forma parecem não contempladas na discussão kantiana sobre o  da “dignidade humana”. O autor tenta responder à questão sobre como aplicar as reflexões kantianas às reflexões atuais sobre pessoas com limitações físicas ou intelectuais. Uma reflexão.

Dignidade e Autonomia na Filosofia Moral de Kant” busca problematizar a doutrina kantiana e testar seus limites ao contemplar a questão da autonomia e de que forma está associada à dignidade humana. Pessoas com deficiência intelectual ou danos cerebrais, idosos com debilidade cognitiva e até mesmo crianças são exemplos de indivíduos incapazes de agir de maneira plenamente autônoma de acordo com os parâmetros kantianos. Tendo em vista que, para Kant, a autonomia é o fundamento da dignidade humana, qual é o status moral de indivíduos como esses? Qual a resposta kantiana para esse impasse? Thiago Delaíde busca encontrá-la neste volume, desenvolvendo um discurso elegante e amplamente fundamentado a respeito da filosofia moral kantiana e seus conceitos mais importantes.”

______.

SILVA, Thiago Delaíde da. Dignidade e Autonomia na Filosofia Moral de Kant. Edições 70, 2022.

Obras de, e sobre Kant:

CUNHA, Bruno. A gênese da ética em Kant. São Paulo: Editora LiberArs, 2017.

ENGSTROM, Stephen. The Form of Practical Knowledge. Harvard University Press, 2009.

______. Aristotle, Kant and the stoics: rethinnking happiness and duty. Cambridge University Press; Edição: Reprint, 1998.

KANT, Immanuel. Fundamentação da metafísica dos costumes. São Paulo: Discurso editoria: Barcarola, 2009.

______. Crítica da razão prática. Tradução Valerio Rohden. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2002.

______. Crítica da razão pura. Tradução Valerio Rohden e Udo Moosburguer. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1983.

______. A religião nos limites da simples razão. Edições 70, Lisboa, 1992.

_______. Reflexionen zur MoralphilosophieIn: KANT, Immanuel. Kants Werke. Ed. Königlich Preussischen Akademie der Wissenschaften, Berlin, Georg Reimer, <Akademie Text-Ausgabe, Berlin,Walter de Gruyter & Co.>, vol. XIX, 1902 ss.

_______. Dissertação de 1770. Trad. Leonel R. Santos. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985.

_______. Crítica da faculdade do juízo. Trad.Valerio Rohden e António Marques. Rio de Janeiro: Forense Universitária.1993.

_______. Werkausgabe (ed.Wilhelm Weischedel). Frankfurt am Main: Suhrkamp, vol 8 (Die Metaphysik der Sitten), 1977.

______. Lições de ética. Trad. Bruno Cunha e Charles Fedhaus. São Paulo: Editora Unesp, 2018.

______. Lições sobre a doutrina filosófica da religião. Trad. Bruno Cunha. Petrópolis, RJ: Vozes, 2019.

______. As Lições de Metafísica de Kant. Trad. Bruno Cunha. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2022.

______. Anthropology from a pragmatic point of view. Carbondale, III: Southern Illinois University Press. 1996. eBook., Base de dados: eBook Collection (EBSCOhost).

______. Antropologia de um ponto de vista pragmático. Trad. Clélia Aparecida Martins. São Paulo: Iluminuras, 2006.

PATON, H. J. Categorical Imperative. Universidade of Pensilvania Press, 1971.

PASSMORE, John. A perfectibilidade do homem. Rio de Janeiro, RJ: Topbooks, 2014.

RAWLS, John. Lectures on the history of moral philosophy. Cambridge, Massachusetts, Harvard University Press, 2000.

_________. História da Filosofia Moral. São Paulo: Martins.

quarta-feira, 13 de julho de 2022

REFLEXÃO MATINAL CXXXI: A MARCHA DO PROGRESSO

Relendo, agora pela manhã sobre Filosofia "prática", o livro de Epicteto: Entretiéns. edição bilingüe. "Sur le progrès". Livre I. Chapitre IV - ed. bilíngue) e refletindo sobre "En quoi consiste le progrès"; mantendo a coerência nas leituras de sempre e sem desvios de rota; perseverando nos velhos "postulados" e "princípios".

E, de repente, apareceu aqui, nas "lembranças" do que postei em 2017:

[...]

780. O progresso moral acompanha sempre o progresso intelectual?

“Decorre deste, mas nem sempre o segue imediatamente.” (192-365)

a) - Como pode o progresso intelectual engendrar o progresso moral?

“Fazendo compreensíveis o bem e o mal. O homem, desde então, pode escolher. O desenvolvimento do livre-arbítrio acompanha o da inteligência e aumenta a responsabilidade dos atos.”

b) - Como é, nesse caso, que, muitas vezes, sucede serem os povos mais instruídos os mais pervertidos também?

“O progresso completo constitui o objetivo. Os povos, porém, como os indivíduos, só passo a passo o atingem. Enquanto não se lhes haja desenvolvido o senso moral, pode mesmo acontecer que se sirvam da inteligência para a prática do mal. O moral e a inteligência são duas forças que só com o tempo chegam a equilibrar-se.” (365-751)

Muito a fazer, ainda, por aqui, mas vale sempre ressaltar para nós, tentando aplicar os:

"[48.b1] Sinais de quem progride: não recrimina ninguém, não elogia ninguém, não acusa ninguém, não reclama de ninguém. Nada diz sobre si mesmo – como quem é ou o que sabe. Quando, em relação a algo, é entravado ou impedido, recrimina a si mesmo. Se alguém o elogia, se ri de quem o elogia. Se alguém o recrimina, não se defende. Vive como os convalescentes, precavendo-se de mover algum membro que esteja se restabelecendo, antes que se recupere." (EPICTETO. Encheirídion, 2012)

.'.

______.

ARRIANO FLÁVIO. O Encheirídion. Edição Bilíngue. Tradução do texto grego e notas Aldo Dinucci; Alfredo Julien. Textos e notas de Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão. Universidade Federal de Sergipe, 2012).

BASTIEN, Richard. Cinq défenseurs de la foi et de la raison: J. H. Newman, G. K. Chesterton, C. S. Lewis, Peter Kreeft, Alasdair MacIntyre. Paris; RIALP, 20

______. Le crépúscule du matérialisme. Paris; Salvator, RIALP, 2019.

BORGES, Maria. Borges. Razão e emoção em Kant. Pelotas, RS: Editora e Gráfica Universitária, 2012.

______. Emotion, Reason, and Action In: Kant. Bloomsbury Academic, 2019.

CÍCERO. On ends (The Finibus). Tradução de H. Rackham. Harvard: https://www.loebclassics.com, 1914.

CUNHA, Bruno. A gênese da ética em Kant. São Paulo: Editora LiberArs, 2017.

DESCARTES, R. Oeuvres. Org. C. Adam e P. Tannery. Paris: Vrin, 1996. 11v. [indicadas no texto como Ad & Tan]

_______. Oeuvres et lettres. Org. André Bidoux. Paris: Gallimard, 1953. (Pléiade).

______. Discursos do Método; Meditações metafísicas; Objeções e Respostas; As Paixões da Alma; Cartas. (Introdução de Gilles-Gaston Granger; prefácio e notas de Gerard Lebrun; Trad. de J. Guinsberg), Bento Prado J. 3. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983 (Os Pensadores).

EPICTÉTE. Entretiens. Livres I, II, III, IV. Trad. Joseph Souilhé. Paris: Les Belles Lettres, 1956.

______. Epictetus Discourses. Trad. Dobbin. Oxford: Clarendon, 2008.

______. O Encheirídion de Epicteto. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2012. (Edição Bilíngue).

______. Testemunhos e Fragmentos. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2008.

______. The Discourses of Epictetus as reported by Arrian; fragments: Encheiridion. Trad. Oldfather. Harvard: Loeb, 1928.  https://www.loebclassics.com/

HANH, Thich Nhat. Meditação andando: guia para a paz interior. 21. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.

KANT, Immanuel. Fundamentação da metafísica dos costumes. São Paulo: Discurso editoria: Barcarola, 2009.

______. Observações sobre o sentimento do Belo e do Sublime. Ensaio sobre as doenças mentais. (Trad. Vinícius Figueiredo). Campinas, SP: Ed. Papirus, 19993.

______. Lições de ética. Trad. Bruno Cunha e Charles Fedhaus. São Paulo: Editora Unesp, 2018.

______. Lições sobre a doutrina filosófica da religião. Trad. Bruno Cunha. Petrópolis, RJ: Vozes, 2019.

______. Anthropology from a pragmatic point of view. Carbondale, III: Southern Illinois University Press. 1996. eBook., Base de dados: eBook Collection (EBSCOhost).

______. Antropologia de um ponto de vista pragmático. Trad. Clélia Aparecida Martins. São Paulo: Iluminuras, 2006.

______. Crítica da razão prática. Tradução de Valério Rohden. São Paulo, Martins Fontes, 2002.

______. A metafísica dos costumes. Trad., apresentação e notas de José Lamego. 2. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2011.

KARDEC, A. Le Livre des Esprits. Paris, Dervy-Livres, s.d. (dépôt légal 1985). ______. O livro dos Espíritos. 93. ed. - 1. reimpressão (edição histórica). Brasília, DF: Feb, 2013. (Q. 893-906: "As virtudes e os vícios"; Q. 907-912: "paixões"; 920-933: "felicidade")

KIRK, Russel. The conservative mind: from Burke to Eliot. São Paulo: É Realaizaçõea, 2020.)

LEBRUN, Gérard. O conceito de paixãoIn: NOVAES, Adauto (org.). Os sentidos da paixão. São Paulo: Cia. das Letras, 1987.

MARCO AURÉLIO. Meditações. São Paulo: Abril Cultural, 1973. (Livro II. 1).

NUSSBAUM, Martha C. A fragilidade da bondade: fortuna e ética na tragédia e na filosofia grega. São Paulo, Martins Fontes, 2009.

PLATÃO. As Leis e Epinomis. Trad. Edson Bini. Bauru, SP: Edipro, 2010.

________. Banquete, Fédon, Sofista e Político. Trad. José Cavalcante de Souza, Jorge Paleikat e João Cruz Costa. São Paulo: Abril Cultural, 1972.

________. Crátilo. Trad. Carlos Alberto Nunes. Belém: UFPA, 1973

________. Fedro, Cartas e Primeiro Alcibíades. Trad. Carlos Alberto Nunes. Belém: ed. da Universidade Federal do Pará, 1975.

________. Fedro, Eutífron, Apologia de Sócrates, Críton, Fédon. Trad. Edson Bini. Bauru, SP: Edipro, 2008.

________. Górgias, Eutidemo, Hípias Maior e Hípias Menor. Trad. Edson Bini. Bauru, SP: EDIPRO, 2007.

________. Mênon. Trad. Maura Iglésias. Rio de Janeiro: Ed. PUC-RIO; São Paulo: Ed. Loyola, 2001.

________. Górgias, Protágoras. 3. ed. Trad. Carlos Alberto Nunes. Edição bilíngue; Belém, PA, 2021.

________. Mênon, Eutidemo. 3. ed. Trad. Carlos Alberto Nunes. Edição bilíngue; Belém, PA, 2021.

________. República de Platão. Trad. J. Guinsburg. São Paulo: Perspectiva, 2012.

________. Teeteto. Trad. Adriana Manuela Nogueira e Marcelo Boeri. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2010.

________. Timeu. Trad. Maria José Figueredo. Lisboa: Instituto Piaget, 2003.

ROWE, C. J. Plato. Phaedo. Cambridge Greek and Latin classics, 2001.

XAVIER, Leiserée Adriene Fritsch.  Kant a Freud: o imperativo categórico e o superego. José Ernani de Carvalho Pacheco (editor). Curitiba, PR:  Editora Juruá, 2009. 

sexta-feira, 8 de julho de 2022

REFLEXÃO MATINAL CXXX: REFLEXÕES SOBRE DOUTRINA, RECOLHIMENTO, REPARAÇÃO

 

IMAGEM; "Pinterest"

Há pouco, terminados os trabalhos da pesquisa; dei-me um intervalo enquanto servi-me de um segundo café, mais uma vez! E, hoje das boas lembranças que reaparecem aqui e dou destaque, revi e reli também esta atribuída a Sócrates, no Górgias de Platão.

Enquanto algumas me sugerem o mesmo "Recolhimento", durante os cafezinhos da tarde, outras, ainda pensando no proposto pela "doutrina", sugerem "reforma", "revisão" e, principalmente: reparação!

A isso tudo, com as costumeiras recordações de infância, acrescentando, de vez em quando, uma reflexão "estoica" ("cura das paixões"). Livro em elaboração para posterior publicação.

Ao texto:

. ' .

"[478d-e] Sócrates: …Considerando-se dois doentes, seja do corpo ou da alma, qual o mais infeliz: o que se trata e obtém a cura, ou aquele que não se trata e permanece doente?

Polo: Evidentemente, aquele que não se trata.

Sócrates: E não é verdade que pagar pelos próprios crimes seria a libertação de um mal maior?

Polo: É claro que sim.

Sócrates: Isso porque a justiça é uma cura moral que nos disciplina e nos torna mais justos?

Polo: Sim.

Sócrates: O mais feliz, porém, é aquele que não tem maldade na alma, pois ficou provado que esse é o maior dos males.

Polo: É claro.

Sócrates: Em segundo lugar vem aquele que dessa maldade foi libertado.

Polo: Naturalmente."

SÓCRATES. In: Górgias.

______.

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Nova Cultural, 1987 (col. Os Pensadores).

______. Ethica Nicomachea - III 9 - IV 15: As virtudes morais. Trad. Marco Zingano. São Paulo: Odysseus Editora, 2019.

FOOT, Philippa. Natural goodness. Clarendon Press, 2003.

______. Moral dilemmas: and other topics in moral philosophy. Oxford University Press, 2003)

______. Virtues and Vices: and other essays in moral philosophy. OUP Oxford; Reprint, 2003). Informações sobre a a autora: https://pt.wikipedia.org/wiki/Philippa_Foot

MACINTYRE, Alasdair. Depois da virtude: um estudo sobre teoria moral. Campinas, SP: Vide Editorial, 2021.

 

SUGESTÕES BIBLIOGRÁFICAS

ARRIANO FLÁVIO. O Encheirídion. Edição Bilíngue. Tradução do texto grego e notas Aldo Dinucci; Alfredo Julien. Textos e notas de Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão. Universidade Federal de Sergipe, 2012).

BASTIEN, Richard., Cinq défenseurs de la foi et de la raison: J. H. Newman, G. K. Chesterton, C. S. Lewis, Peter Kreeft, Alasdair MacIntyre. Paris; RIALP, 20

______. Le crépúscule du matérialisme. Paris; Salvator, RIALP, 2019.

BORGES, Maria. Borges. Razão e emoção em Kant. Pelotas, RS: Editora e Gráfica Universitária, 2012.

______. Emotion, Reason, and Action In: Kant. Bloomsbury Academic, 2019.

CÍCERO. On ends (The Finibus). Tradução de H. Rackham. Harvard: https://www.loebclassics.com, 1914.

CUNHA, Bruno. A gênese da ética em Kant. São Paulo: Editora LiberArs, 2017.

DESCARTES, R. Oeuvres. Org. C. Adam e P. Tannery. Paris: Vrin, 1996. 11v. [indicadas no texto como Ad & Tan]

_______. Oeuvres et lettres. Org. André Bidoux. Paris: Gallimard, 1953. (Pléiade).

______. Discursos do Método; Meditações metafísicas; Objeções e Respostas; As Paixões da Alma; Cartas. (Introdução de Gilles-Gaston Granger; prefácio e notas de Gerard Lebrun; Trad. de J. Guinsberg), Bento Prado J. 3. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983 (Os Pensadores).

EPICTÉTE. Entretiens. Livres I, II, III, IV. Trad. Joseph Souilhé. Paris: Les Belles Lettres, 1956.

______. Epictetus Discourses. Trad. Dobbin. Oxford: Clarendon, 2008.

______. O Encheirídion de Epicteto. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2012. (Edição Bilíngue).

______. Testemunhos e Fragmentos. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2008.

______. The Discourses of Epictetus as reported by Arrian; fragments: Encheiridion. Trad. Oldfather. Harvard: Loeb, 1928.  https://www.loebclassics.com/

HANH, Thich Nhat. Meditação andando: guia para a paz interior. 21. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.

KANT, Immanuel. Fundamentação da metafísica dos costumes. São Paulo: Discurso editoria: Barcarola, 2009.

______. Observações sobre o sentimento do Belo e do Sublime. Ensaio sobre as doenças mentais. (Trad. Vinícius Figueiredo). Campinas, SP: Ed. Papirus, 19993.

______. Lições de ética. Trad. Bruno Cunha e Charles Fedhaus. São Paulo: Editora Unesp, 2018.

______. Lições sobre a doutrina filosófica da religião. Trad. Bruno Cunha. Petrópolis, RJ: Vozes, 2019.

______. Anthropology from a pragmatic point of view. Carbondale, III: Southern Illinois University Press. 1996. eBook., Base de dados: eBook Collection (EBSCOhost).

______. Antropologia de um ponto de vista pragmático. Trad. Clélia Aparecida Martins. São Paulo: Iluminuras, 2006.

______. Crítica da razão prática. Tradução de Valério Rohden. São Paulo, Martins Fontes, 2002.

______. A metafísica dos costumes. Trad., apresentação e notas de José Lamego. 2. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2011.

KARDEC, A. Le Livre des Esprits. Paris, Dervy-Livres, s.d. (dépôt légal 1985). ______. O livro dos Espíritos. 93. ed. - 1. reimpressão (edição histórica). Brasília, DF: Feb, 2013. ("As virtudes e os vícios": Q. 893-906).

KIRK, Russel. The conservative mind: from Burke to Eliot. São Paulo: É Realaizaçõea, 2020.)

LEBRUN, Gérard. O conceito de paixãoIn: NOVAES, Adauto (org.). Os sentidos da paixão. São Paulo: Cia. das Letras, 1987.

MARCO AURÉLIO. Meditações. São Paulo: Abril Cultural, 1973. (Livro II. 1).

NUSSBAUM, Martha C. A fragilidade da bondade: fortuna e ética na tragédia e na filosofia grega. São Paulo, Martins Fontes, 2009.

PLATÃO. As Leis e Epinomis. Trad. Edson Bini. Bauru, SP: Edipro, 2010.

________. Banquete, Fédon, Sofista e Político. Trad. José Cavalcante de Souza, Jorge Paleikat e João Cruz Costa. São Paulo: Abril Cultural, 1972.

________. Crátilo. Trad. Carlos Alberto Nunes. Belém: UFPA, 1973

________. Fedro, Cartas e Primeiro Alcibíades. Trad. Carlos Alberto Nunes. Belém: ed. da Universidade Federal do Pará, 1975.

________. Fedro, Eutífron, Apologia de Sócrates, Críton, Fédon. Trad. Edson Bini. Bauru, SP: Edipro, 2008.

________. Górgias, Eutidemo, Hípias Maior e Hípias Menor. Trad. Edson Bini. Bauru, SP: EDIPRO, 2007.

________. Mênon. Trad. Maura Iglésias. Rio de Janeiro: Ed. PUC-RIO; São Paulo: Ed. Loyola, 2001.

________. Górgias, Protágoras. 3. ed. Trad. Carlos Alberto Nunes. Edição bilíngue; Belém, PA, 2021.

________. Mênon, Eutidemo. 3. ed. Trad. Carlos Alberto Nunes. Edição bilíngue; Belém, PA, 2021.

________. República de Platão. Trad. J. Guinsburg. São Paulo: Perspectiva, 2012.

________. Teeteto. Trad. Adriana Manuela Nogueira e Marcelo Boeri. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2010.

________. Timeu. Trad. Maria José Figueredo. Lisboa: Instituto Piaget, 2003.

ROWE, C. J. Plato. Phaedo. Cambridge Greek and Latin classics, 2001.

 

O SUPOSTO "CONFLITO CIÊNCIA X RELIGIÃO" (II)

Recentemente, acrescentei, uma obra de  Alvin Plantinga  que até recentemente não conhecia: “ Ciência, religião e naturalismo:  onde está o ...