(IMAGEM:
Carl Friedrich Lessing (German, 1808-1880), "Landscape in the Eifel
Mountains" (1834) - Oil on canvas, 110 x 158 cm - Warsaw, Muzeum Narodowe
w Warszawie (National Museum).
Diante de tanta bobagem sendo chamada de "filosofia", coloco-me a questão do que esteja sob meu controle, refletindo sempre sobre a "Dicotomia do controle" no (Encheiridion, I:1).
"[I:1]
Das coisas existentes, algumas são encargos nossos; outras não. São encargos
nossos o juízo, o impulso, o desejo, a repulsa – em suma: tudo quanto seja ação
nossa. Não são encargos nossos o corpo, as posses, a reputação, os cargos
públicos – em suma: tudo quanto não seja ação nossa."
Ademais,
sempre bom também aplicar o "Sustine et Abstine".
Abstenção
de tudo o que não seja absolutamente necessário.
Pois,
na verdade "Onde então, eu procuro o bem e o mal? Não em eventos
incontroláveis, mas em mim, nas escolhas que são minhas." (EPICTETUS)
E,
tenho aprendido EstoicaMente que:
"Os
estoicos consideravam irracionais as reclamações sobre a temperatura, muita
chuva, muito sol ou qualquer outra circunstância natural. Para eles isso fazia
tanto sentido quanto discordar da dureza das pedras ou questionar por que os
peixes nadam e não voam.
Esse
excesso de saúde mental não lhes permitiria sobreviver aos nossos tempos."[1]
Hoje, acrescento de
outras leituras, releituras e sempre retomando, essa citação das Meditações:
- “Tudo
se transforma; e tu mesmo estás em perpétua mudança e, de certo modo, em
perpétua decomposição — e assim o mundo inteiro.
- É preciso deixar a culpa alheia onde está.
- O
termo de uma ação, o repouso e, por assim dizer, a morte de uma tendência e de
uma opinião não são um mal. Pensa agora nos diferentes períodos da vida do
homem: a infância, a adolescência, a idade viril, a velhice. Cada uma destas
transformações representa uma morte: é terrível? Lembra-te agora da vida que
levaste sob a direção de teu avô, depois, de tua mãe, depois, de teu pai; e
encontrando muitas outras mudanças, transformações, acabamentos, pergunta a ti
mesmo: é terrível? Assim será, e nada mais, o acabamento e o repouso e a
transformação da tua vida inteira."
(MARCO AURÉLIO. Meditações. IX, 19-21)
Em
tudo, acima de tudo, buscar e preservar a Paz e
Por
isso, aqui, retornei como disse acima à "dicotomia do controle",
no (Encheiridion, I: 1-5)
Acrescentando
ainda que:
"Todo
acontecimento ocorre de maneira que tua natureza ou o suporte ou não. Se te
acontece o que a tua natureza suporta, não te rebeles; suporta-o como a tua
natureza pode. Se acontecer o que tua natureza não suporta, não te rebeles,
porque tanto mais cedo te há de exaurir. Lembra-te, porém, de que tua natureza
suporta tudo que de tua opinião depende tornar suportável e tolerável, bastando
imaginares que é de tua conveniência ou de teu dever fazê-lo. (MARCO
AURÉLIO. Meditações. Livro X: 3)"
. ' .
______.
ARRIANO FLÁVIO. O Encheirídion
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MARCO AURÉLIO. Meditações. São
Paulo: Abril Cultural, 1973.
SÉNECA, Lúcio Aneu. Cartas
a Lucílio. 5. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 2014.
[1]
(Postado, há alguns anos, pelo amigo professor Humberto Schubert Coelho).
Só adicionei, à época em que publiquei no “facebook”, a imagem que
reutilizo aqui.
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