sábado, 29 de junho de 2024

REFLEXÃO MATINAL CLXXXIII: WILLIAM JAMES E SEUS ESTUDOS SOBRE A NATUREZA HUMANA (II)

 


Mais uma vez, interrompendo brevemente as atividades para uma leitura fora do já necessário e, ao escolher o que ler deparei-me, recentemente com estas obras de William James: "L'experience religieuse" e “Ensaios sobre psicologia” aos quais acrescentei a releitura do Routledge Guia de Princípios da Psicologia de James, de David Leary. Muito bons!

Estou entre os leitores que tenho muito interesse no tema. E, aqui, algum tempo depois de ter lido e relido o guia muito interessante escrito   por David Leary sobre os princípios de psicologia de William James, acrescentei à pausa de hoje:

Alguns Problemas de Filosofia é a única obra filosófica que William James elaborou em forma de ensaio monográfico (os outros escritos são coleções de artigos e palestras). Publicada originariamente em 1911, após a morte de James, o texto propõe-se apresentar numa forma sintética e sistemática as ideias que James desenvolveu a partir de 1890. Neste livro, os temas que caracterizam o pensamento maduro de James - isto é, o empirismo radical, o pragmatismo e o pluralismo filosófico - convergem numa visão unitária na qual as questões de metafísica e epistemologia adquirem significância enquanto fundamentação do âmbito prático, ético e existencial da ação humana”.

Ler ainda é possível e necessário aqui.

Volto aos textos de Kant, agora: Crítica da razão prática; fundamentação da metafísica dos costumes; Metafísica dos costumes; Lições de ética; Lições de metafísica!

(Grifo e Destaques são meus)

______.

ALLERS, Rudolf. O que há de errado com Freud? ‎ Rio de Janeiro, RJ: Editora CDB, 2023.

ARAÚJO, Saulo Freitas. Projeto de uma psicologia científica em Wilhelm Wundt: uma nova interpretação. Juiz de Fora: EDUJF, 2010.

_____. Psicologia e neurociência: uma avaliação da perspectiva materialista no estudo dos fenômenos mentais. 2. ed. revista e ampliada. Juiz de Fora: EDUJF, 2011.

ARISTÓTELES. Obras Completas. - Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa. Lisboa: INCM - Imprensa Nacional-Casa da Moeda. Lisboa:  2005.

BECK, Aaron T; ALFORD, Brad A. O poder integrador da terapia cognitiva. Porto Alegra, RS: Artmed, 2000.

______, Judith S. Terapia cognitiva: teoria e prática. Porto Alegre, RS, 2997.

BORCH-JACOBSEN, Mikkel; SHAMDASANI, Sonu. The Freud files: an inquiry into the history of psychoanalysis. Cambridge University Press, 2012.

______. Os pacientes de Freud files: destinos. Lisboa: Edições Texto & Grafia, 2012.

CHALMERS, David. Philosophy of mind: classical and contemporary readings. Oxford: OUP, 2002.

______. The councious mind: the Conscious Mind in Search of a Fundamental Theory. Oxford: OUP, 1997. (432p.)

CREWS, Frederick. (Ed.). Unauthorized Freud: doubters confront a legend. New York: Penguin, 1999. 

______. Freud: the making of an Illusion. New York: Metropolitan Books/Henry Holt & Company, 2017.

______. Out of my System: psychoanalysis, ideology, and critical method. Oxford University Pres, 1975.

______. O gênio da retórica. InFolha de São Paulo (Caderno Mais+). São Paulo, domingo, 22 de outubro de 2000. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/mais/fs2210200012.htm. Acesso em: 25 de fevereiro de 2022.

DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. 3. ed. – Porto Alegre, RS: Artmed, 2019.

______. Religião, psicopatologia e saúde mental. Porto Alegre, RS: Artmed, 2008.

DALRYMPLE, Theodore. Admirable evasions: how psychology undermines morality. New York: Encounter books, 2015.

______. Evasivas admiráveis: como a psicologia subverte a moralidade. São Paulo: Ed. É Realizações, 2017.

DESCARTES, René. Discursos do Método; Meditações; Objeções e Respostas; As Paixões da Alma; Cartas. (Introdução de Gilles-Gaston Granger; prefácio e notas de Gerard Lebrun; Trad. de J. Guinsberg, Bento Prado J. 3. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983 (Os Pensadores).

FERMÉ, Eduardo; HANSSON, Sven Ove. Belief Change: introduction and overview. Springer,  2018.

FFYTCHE, Matt. The foundation of the unconscious: Schelling, Freud and the birth of the modern psyche. Cambridge University Press, 2011.

______. As origens do inconsciente: o nascimento da psique moderna. Cultrix; 1. ed., 2014.

FREUD, Sigmund. Interpretação do sonhos. InObras completas. vol 4. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

______. Mal estar da civilização. In: Obras completas. Vol. 18. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.

______. Freud: pensador da cultura. 8. ed. São Paulo: Ed. Blucher, 2019.

GALENO. Aforismos. São Paulo: E. Unifesp, 2010.

______. On the passions and errors of the soul. Translated by Paul W . Harkins with an introduction and interpretation by Walter Riese. Ohio State University Press, 1963.

JAMES, William. L'expérience religieuse: essai de psychologie descriptive. Legare Street Press, 2022. (482 páginas).

______. (e-book) L'expérience religieuse. 

______. As variedades da experiência religiosa: um estudo sobre a natureza humana. São Paulo: Cultrix, 2017.

______. A vontade de crer. São Paulo: Edições Loyola, 2001.

______. Human immortality: two supposed objections to the doctrine. Cosimo Classics, 2007.

JAMES, William. Alguns problemas de filosofia. Lisboa: Edições 70, 2023.

______. Ensaios sobre psicologia. Organização, tradução, introdução e notas de Saulo de Freitas aAraújo. São Paulo: Hogrefe, 2024.

KARDEC, A. Le Livre des Esprits. Paris, Dervy-Livres, s.d. (dépôt légal 1985). Trad. Guillon Ribeiro, ______. O livro dos Espíritos. 93. ed. - 1. reimpressão (edição histórica). Brasília, DF: Feb, 2013.

LEARY, Dacid E. The Routledge guidebook to James’s principles of psychology (The Routledge Guides to the Great Books), 2018.

MOREIRA-ALMEIDA, Alexander; COSTA, Marianna de Abreu; COELHO, Humberto Schubert. Science of life after death. Belo Horizonte, MG: Editora, 2023. 

______. Science of Life After Death. Springer Nature, 2023.

______. Die Wissenschaft vom Leben nach dem Tod. Springer Nature, 2024.

quarta-feira, 19 de junho de 2024

A ÉTICA E RELIGIÃO NO PENSAMENTO DE KANT

 



Retomando os estudos, com novos inícios, superações. 

Estudando hoje, durante um excelente curso em andamento, conforme o link que acrescentei abaixo, apresentado pelo prof. Bruno Cunha sobre "Ética e religião no pensamento de Kant", fazendo anotações a partir do que era apresentado.

Link 1:

https://marcosfilosofiamoderna.blogspot.com/2024/06/kant-e-religiao-nos-limites-da-simples.html

Link 2:

https://marcosfilosofiamoderna.blogspot.com/2024/04/a-religiao-nos-limites-da-simples-razao.html

Retomando, portanto, "A religião nos limites da simples razão" ; relendo a "Fundamentação da metafísica dos costumes" e a "Metafísica dos costumes"

“Uma importante fonte para a investigação genética e para a compreensão geral do pensamento de Kant é o conjunto de Lições que passou a ser publicado desde os últimos anos da sua vida e depois postumamente. Estas Lições são, em sua natureza, um conjunto diverso de anotações manuscritas de estudantes tomadas diretamente da sala de aula ou apenas copiadas de outros cadernos. Elas retratam a atividade docente de Kant em sua totalidade. Em oitenta semestres, entre 1755-1796, Kant ministrou, na Universidade de Königsberg, cursos sobre temas diversos como lógica, matemática, física, geografia, ética, direito natural, teologia racional, enciclopédia filosófica e metafísica.  Como estas Lições nos atestam, somos capazes de testemunhar, no contexto informal da sala de aula, a partir da atitude crítica de Kant em relação à filosofia escolástica ensinada nas universidades alemãs, o lento desenvolvimento da reflexão filosófica que se tornaria célebre em clássicos atemporais tais como a Crítica da Razão Pura e a Fundamentação da Metafísica dos Costumes, dentre outras. Isso faz das Lições uma importante fonte para a pesquisa do pensamento de Kant, seja para a investigação genética de sua filosofia, seja para a compreensão pontual de vários aspectos de sua filosofia madura.” (CUNHA, Bruno. As Lições de Metafísica de KantIn: Revista Úrsula, nº6, jun/ago 2022).

E, Dado o percurso que iniciei há alguns anos, hoje estudando as referências básicas para as pesquisas aqui acrescento sempre as obras que fazem parte das leituras diárias e que passaram a fazer parte das minhas leituras. De grande utilidade para os meus estudos; são textos que trazem reflexões e apontamentos fundamentais além de importante bibliografia; algumas já acrescentadas às minhas leituras e outras, mais recentes, a serem lidas o mais breve possível.

...

Considerando o percurso indicado acima, prossigo empre objetivando a compreensão da Ética kantiana, acrescento:

A Fundamentação da metafísica dos costumes, de Immanuel Kant busca um princípio supremo para a moralidade. A investigação kantiana aponta a razão prática pura como o fundamento de uma boa vontade.

Immanuel Kant, defende que só a razão pode fornecer, a priori, um princípio incondicionado da moralidade que seja válido para a vontade de todo ser racional.

O grande problema apontado por muitos seria: por que é que devemos nos submeter à lei moral? O que pode motivar o homem a agir conforme o imperativo categórico, moralmente?”

Acrescento:

A Metafísica dos Costumes é uma obra fundamental para a compreensão do pensamento kantiano. Publicada por Kant em 1797, ela encerra o conjunto de obras dedicadas à filosofia moral, permitindo uma visão sistemática de seus escritos sobre política, direito e virtude. Não é por acaso que nas últimas décadas os estudos kantianos vêm atribuindo cada vez mais importância à obra, reconhecendo nesta a "forma final" de sua filosofia prática.”

AULA 1. Para estudar (da aula 1):

KrV - B XV ; B XVI; B XXI

GMS - AA 4:412; AA 4:414; AA 4:416-417.

- Regras de habilidade.

- Regra de prudência.

- Imperativo categórico.

- Ética - Direito - Moral.

- Religião racional.

AULA 2. Para estudar (da aula 2):

Retomando a partir da 3ª Antinomia (KrV)

...

Imperativo Hipotético.

Regra de habilidade e regra de prudência.

Imperativo categórico.

Estudar atentamente (Gesinung).

1ª Formulação

GMS AA 4:421; GMS AA 4:422.

("leis da natureza")

2ª Formulação

GMS AA 4:428; GMS AA 429.

("fórmula da humanidade")

3ª Formulação.

GMS AA 4:440.

("lei de Autonomia")

Na "heteronomia" segue-se as "inclinações"; na "Autonomia", segue-se a Razão)

O "Reino dos fins"

GMS AA 4:439.

...

Fundamental também:

A "Dialética da razão pura"

....

(AULA 3 - (03.07): 

A doutrina da Religião nos limites da simples razão.

A Dialética da razão prática pura em geral. O Sumo Bem.

Supressão crítica da antinomia da razão prática.

Os postulados da razão prática pura em geral.


______.

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Nova Cultural, 1987 (col. Os Pensadores).

______. Ethica Nicomachea - III 9 - IV 15: As virtudes morais. Trad. Marco Zingano. São Paulo: Odysseus Editora, 2019.

BICALHO, Vanessa Brun. Ciência e sabedoria de vida na filosofia transcendental de Kant à luz do estoicismo. Tese de Doutorado (Campus de Toledo). Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Unioeste, 2021.

BUTLER, J; CLARKE, S; HUTCHESON, F; MANDEVILLE, B; SHAFTESBURY, L; WOLLASTON, WFilosofia moral britânica: textos do século XVIII. Campinas, SP: Ed. Unicamp, 2014.

CÍCERO, M.T. 1988. De finibus bonorum et malorum / Über die Ziele des menschlichen Handelns. Edição e tradução: Olof Gigon. München/Zürich: Ártemis.

CUNHA, Bruno. A gênese da ética em Kant. São Paulo: Editora LiberArs, 2017.

KANT, Immanuel. Lições de ética. Trad. Bruno Cunha e Charles Fedhaus. São Paulo: Editora Unesp, 2018.

______. A religião nos limites da simples razão. Edições 70, Lisboa, 1992.

______. A religião nos limites da razão pura. Trad. Bruno Cunha. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2024.

______.Vorlesung über die philosophische EncyclopädieInKant gesalmmelte Schriften, XXIX, Berlin, Akademie, 1980, pp. 8 e 12).

______. Observações sobre o sentimento do belo e do sublime; Ensaio sobre as doenças mentais. Tradução e estudo de Vinicius de Figueiredo. São Paulo: Editora Clandestina, 2018.

______. Observações sobre o sentimento do Belo e do Sublime; Ensaio sobre as doenças mentais. (Trad. Vinícius Figueiredo). Campinas, SP: Ed. Papirus, 1993.

______. Observações sobre o sentimento do Belo e do Sublime; Ensaio sobre as doenças mentais. Lisboa: Edições 70, 2012.

______. Die Religion innerhalb der Grenzen der bloßen Vernunft. W. de Gruyter, 1968.

______. Fundamentação da metafísica dos costumes. Trad. Guido A. de. São Paulo: Discurso editoria: Barcarola, 2009.

______. A metafísica dos costumes. Trad. Clélia Aparecida Martins. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.

______. Textos pré-críticos. São Paulo: Editora Unesp, 2005.

______. Textos seletos. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.

______. Investigação sobre a clareza dos princípios da teologia e da moral. Lisboa: Imprensa Casa da Moeda, 2007.

______. Lições de Ética. Trad. Bruno Cunha e Charles Feldhaus. São Paulo: Unesp, 2018.

______. Lições sobre a Doutrina Filosófica da Religião. Trad. Bruno Cunha. Petrópolis: Vozes/ São Francisco, 2019.

______. Lições de Metafísica. Trad. Bruno Cunha. Petrópolis: Vozes/São Francisco, 2021.

______. Crítica da razão pura. Tradução Valerio Rohden e Udo Moosburguer. Coleção Os Pensadores. São Paulo,Abril Cultural, 1983.

______. Dissertação de 1770. De mundi sensibilis ataque inteligibilis forma et princípio. Akademie-Ausgabe. Acerca da forma e dos princípios do mundo sensível e inteligível. Trad. apres. e notas de Leonel Ribeiro dos Santos. Lisboa: Imprensa Casa da Moeda. FCSH da Universidade de Lisboa, 1985.

______. Prolegômenos a qualquer metafísica futura que possa apresentar-se como ciência. Trad. José Oscar de Almeida Marques. São Paulo: Estação Liberdade, 2014)

______. Prolegômenos a toda metafísica futura. Lisboa: Edições 70, 1982.

______. Resposta à pergunta: o que é esclarecimento? InEstudos Kantianos, Marília, v. 8, n. 2, p. 179-189, Jul./Dez., 2020.

______. Crítica da razão prática. Tradução de Valério Rohden. São Paulo, Martins Fontes, 2002.

______. Sobre a Pedagogia. Tradução de Francisco Cock Fontenella. Piracicaba, SP: Editora Unimep, 1996.

______. Antropologia de um ponto de vista pragmático. Tradução Clélia Aparecida Martins. São Paulo: Iluminuras, 2006.

______. Sobre a Pedagogia. Petrópolis, RJ, Editora Vozes, 2021.

SCHOPENHAUER, Arthur. Metafísica dos costumes. São Paulo: Editora Unesp, 2024.

______. Os dois problemas fundamentais da ética. Petrópolis, RJ: Vozes, 2024.

VUJOŠEVIĆ, Marijana. Kant on Self-Control. Cambridge University Press; 2024.

segunda-feira, 17 de junho de 2024

IDEALISMO E ROMANTISMO: UMA HISTÓRIA GERAL DAS FILOSOFIAS DO SABER E DA LIBERDADE

LANÇAMENTO 

Sinopse da obra: “Se Fichte, Schleiermacher ou Hegel parecem inacessíveis é porque têm sido apresentados divorciados do seu contexto. Apresentando amplo leque de autores, em seus devidos lugares na intensa discussão da chamada “Época de Goethe”, este livro expõe de forma sistemática e abrangente cada contribuição filosófica à luz de seus vínculos histórico-culturais. Esta obra evidencia a imbricação dos conceitos modernos de ciência e de liberdade, e o que essa junção representa para o romantismo e para o idealismo.”

Como bem disse Luiz Filipe Oliveira: “[...]um livro sobre o Idealismo alemão tão ricamente elaborado, levando em consideração a multiplicidade de elementos na construção desse movimento. O estudante de filosofia finalmente terá um excelente material para aprender sobre tal e o pesquisador um para sempre visitar na hora de tratar sobre as bases. Difícil até mesmo em alemão encontrar algo similar.”

Sobre a obra e o autor:

SUMÁRIO

Agradecimentos, 7

Introdução, 9 1

1 – Pré-história do Idealismo e do Romantismo, 21

1.1 Immanuel Kant e outros avós, 21

1.2 O primado da prática sobre a teoria e a razão que cede espaço à fé, 26

1.3 A Crítica da razão pura , 29

a) Contexto e motivação, 29

b) Os papéis da estética e da lógica transcendentais, 32

c) Anfibolia dos conceitos de reflexão, 42

d) Dialética transcendental, 44

e) A Doutrina transcendental do método, 49

1.4  Os Prolegômenos a toda a metafísica futura, 51

1.5 A Crítica da razão prática, 53

a) Fundamento e legitimidade da moralidade, 53

b) A lei moral, 59 c) Dialética da razão prática, 65

1.6 Herder e seu Ideias para uma filosofia da história da humanidade, 67

1.7 As primeiras reações à filosofia transcendental: Reinhold, Jacobi, Maimon, 73

 

2 – O ponto de inflexão do Idealismo transcendental, 83

2.1 O Aenesidemo de Gottlob Ernst Schulze, 83

2.2 O brilho de Weimar; rendez-vous da alta cultura, 87

2.3 O despertar crítico de Johann G. Fichte, 90

2.4 Kant ex machina: as novas cartadas do jogo, 96

2.5 O complemento crítico de F. Schiller à filosofia moral de Kant, 111

2.6 O jovem Goethe: uma vida em torno da poesia e da verdade, 126

a) Naturforscher: ciência e epistemologia do jovem Goethe, 128

b) Poeta e romancista, 142

 

3 – Nasce o Idealismo Alemão, 157

3.1 O princípio absoluto de Fichte, 157

3.2 Transformações e fortalecimento da atividade intelectual judaica, 170

3.3 O ambiente cultural da década de 1790, 176

3.4 O despertar crítico do jovem Schelling, 179

a) Textos da fase fichteana e a crise do Idealismo subjetivo, 180

b) A filosofia da natureza, 187

3.5 Consolidação e expansão do sistema de Fichte;  Nova Methodo e Direito Natural, 193

 

4 – A insurreição romântica, 208

4.1 Os irmãos Schlegel em Jena, 208

a) Friedrich, 211

b) August, 215

4.2 Novalis, romântico na teoria e na prática, 217

4.3 Hölderlin: poesia filosófica nostálgica da Grécia, 224

4.4 Schleiermacher e a visão científica da religião, 229

4.5 Schelling 1800-1803: rumo ao Sistema da Identidade, 241

 

5 - O jovem Hegel e a Fenomenologia do Espírito, 253

5.1 Escritos teológicos e o mais antigo programa de sistema do Idealismo Alemão, 253

a) Fase de Berna, 254

b) Fase de Frankfurt, 259

5.2 Hegel em Jena; tomada de posição na Differenzschrift e em Fé e saber, 263

5.3 A Fenomenologia do Espírito, 275

a) Introdução e Consciência, 276

b) Autoconsciência: a dialética do senhor e do escravo e a consciência infeliz, 284

c) A razão, 294

d) O Espírito, a religião e o saber absoluto, 301

5.4 O pedagogo de Nurembergue, 308

 

6 – O apogeu da filosofia da liberdade e do organicismo: Schelling e Goethe, 313

6.1 A chegada de Eschenmayer e o crepúsculo de Fichte, 313

6.2 O resgate da mística lírica e cosmológica de Jakob Böhme, 319

6.3 O retorno do Romantismo: sabedoria da Índia, 325

6.4 A era do Fausto, 327

6.5 A Freiheitsschrift como passo decisivo de Schelling rumo à sua própria concepção da liberdade, 339

6.6 Madame de Staël sintetiza a cultura alemã, 353

6.7 A Doutrina das cores, 365

 

7 – A ascensão da ciência, 372

7.1 A ciência da lógica, 372

a) Lógica objetiva, 374

b) Lógica subjetiva, 381

7.2 A Enciclopédia das ciências filosóficas, 384

a) Ciências do pensamento e ciências da natureza, 385

b) Ciências da cultura, 391

7.3 Schopenhauer e O mundo como vontade e representação, 397

7.4 A dialética de Schleiermacher, 404

7.5 A liberdade concretizada na racionalidade objetiva das instituições: Filosofia do Direito, 409

Referências, 423

______.

COELHO, Humberto Schubert. Idealismo e romantismo: uma história geral das filosofias do saber e da liberdade. Petrópolis, RJ: Vozes, 2024.

  


sexta-feira, 14 de junho de 2024

REFLEXÃO MATINAL CLXXII: “REGRAS PARA ORIENTAÇÃO DO ESPÍRITO” (II)

 


"Um clássico é um livro que nunca terminou de dizer aquilo que tinha para dizer." (CALVINO, 2007, p. 11)

.'.

Prosseguindo com as atividades normais, intenso trabalho e releitura de sempre. Enquanto isso, retomei nos últimos dias leitura que desde a graduação, sempre revisito. É um grande clássico, e ler e reler os clássicos tenho tornado norma por aqui. Nenhum dos meus interesses excluem os clássicos, indispensáveis

Como é o caso desses dois: "Regras Para a Direção do Espírito" e "As paixões da alma", de René Descartes, um dos grandes autores, de quem sempre extraio excertos para reflexões no blog:

Link do Blog pessoal: 

https://marcosfilosofiamoderna.blogspot.com/

Basicamente, resumindo as doze Regras temos o seguinte:

1.     "O objetivo dos nossos estudos deve ser a direção da nossa mente para que ela possa formar julgamentos sólidos e verdadeiros sobre quaisquer assuntos que surjam.

2.     Devemos nos ocupar apenas com aqueles objetos que nossos poderes intelectuais parecem competentes para conhecer de forma segura e indubitável.

3.     No que diz respeito a qualquer assunto que nos propomos investigar, devemos investigar não o que outras pessoas pensaram, ou o que nós mesmos conjecturamos, mas o que podemos perceber clara e manifestamente por intuição ou deduzir com certeza. Pois não há outra maneira de adquirir conhecimento.

4.     É necessário um método para descobrir a verdade.

5.     O método consiste inteiramente na ordem e disposição dos objetos para os quais nossa visão mental deve ser dirigida se quisermos descobrir alguma verdade. Cumpriremos isso exatamente se reduzirmos passo a passo as proposições complicadas e obscuras àquelas que são mais simples e, então, começando pela apreensão intuitiva de todas aquelas que são absolutamente simples, tentarmos ascender ao conhecimento de todas as outras por passos precisamente semelhantes.

6.     Para separar o que é bastante simples do que é complexo, e para organizar estas questões metodicamente, devemos, no caso de cada série em que deduzimos certos factos uns dos outros, notar qual dos factos é simples, e para marcar o intervalo, maior, menor ou igual, que separa todos os outros deste.

7.     Se quisermos que a nossa ciência seja completa, todas as questões que promovem o fim que temos em vista devem ser examinadas por um movimento de pensamento que seja contínuo e em nenhum lugar interrompido; devem também ser incluídos numa enumeração que seja ao mesmo tempo adequada e metódica.

8.     Se, nas questões a serem examinadas, chegarmos a um passo na série cuja compreensão não é suficientemente capaz de ter uma cognição intuitiva, devemos parar brevemente aí. Não devemos fazer nenhuma tentativa de examinar o que se segue; Assim nos pouparemos de trabalho supérfluo.

9.     Deveríamos dar toda a nossa atenção aos fatos mais insignificantes e mais facilmente dominados, e permanecer muito tempo contemplando-os até que estejamos acostumados a contemplar a verdade clara e distintamente.

10. Para que possa adquirir sagacidade, a mente deve ser exercitada em prosseguir apenas aquelas questões cuja solução já foi encontrada por outros; e deveria percorrer de maneira sistemática até mesmo as invenções humanas mais insignificantes, embora devam ser preferidas aquelas em que a ordem é explicada ou implícita.

11. Se, depois de termos reconhecido intuitivamente uma série de verdades simples, desejarmos extrair delas alguma inferência, será útil examiná-las num ato de pensamento contínuo e ininterrupto, para refletir sobre suas relações mútuas e compreender reunir distintamente um número dessas proposições, tanto quanto possível, ao mesmo tempo. Pois esta é uma forma de tornar o nosso conhecimento muito mais certo e de aumentar enormemente o poder da mente.

12. Finalmente, devemos empregar todos os recursos da compreensão, da imaginação, dos sentidos e da memória, primeiro com o propósito de ter uma intuição distinta de proposições simples; em parte também para comparar as proposições."

Os Grifos Destaques são meus.

______.

ARRIANO FLÁVIO. As Diatribes de Epicteto. Livro I. Tradução, introdução e comentário Aldo Dinucci. Universidade Federal de Sergipe. Série Autores Gregos e Latinos Coimbra, Imprensa da universidade de Coimbra, 2020.

CALVINO, Italo. Por que ler os clássicos. Trad. Milton Moulin. São Paulo: Companhia de bolso, 2007.

COELHO, Humberto Schubert. O pensamento crítico: história e método. Juiz de Fora, MG: Editora UFJF, 2022.

DESCARTES, René.  As paixões da alma. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

______. Regras para orientação do espírito. São Paulo: Martins Fontes, 2012.

DINUCCI, A.; JULIEN, A. O Encheiridion de Epicteto. Coimbra: Imprensa de Coimbra, 2014.

DINUCCI, A. Fragmentos menores de Caio Musônio Rufo; Gaius Musonius Rufus Fragmenta MinoraIn: Trans/Form/Ação. vol.35 n.3 Marília, 2012.

______. Introdução ao Manual de Epicteto. 3. ed. São Cristóvão: EdiUFS, 2012.

______. Epictetus Discourses. Trad. Dobbin. Oxford: Clarendon, 2008.

______. Testemunhos e Fragmentos. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2008.

______. The Discourses of Epictetus as reported by Arrian; fragments: Encheiridion. Trad. Oldfather. Harvard: Loeb, 1928.  https://www.loebclassics.com/

FRANKL, Viktor. O sofrimento humano: Fundamentos antropológicos da psicoterapia. Trad. Bocarro, Karleno e Bittencourt, Renato. Prefácio, Marino, Heloísa Reis. São Paulo: É Realizações, 2019.

______. Em busca de sentido. 25. ed. - São Leopoldo, RS: Sinodal; Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.

______. Yes to Life: In spite of everything. Beacon Press, 2020.

______. Um sentido para a vida: psicoterapia e humanismo. Aparecida, SP: Ideias e letras, 2005.

GALENO. Aforismos. São Paulo: E. Unifesp, 2010.

______. On the passions and errors of the soul. Translated by Paul W . Harkins with an introduction and interpretation by Walter Riese. Ohio State University Press, 1963.

GAZOLLA, Rachel.  O ofício do filósofo estóico: o duplo registro do discurso da Stoa, Loyola, São Paulo, 1999.

GIKOVATE, Flávio. Vício dos vícios: um estudo sobre a vaidade humana. São Paulo: MG Editores associados, 1987.

______. O mal, o bem e mais além: egoístas, generosos e justos. São Paulo: MG Editores associados, 2005.

______. Mudar: caminhos para a transformação verdadeira. São Paulo: MG Editores associados, 2014.

_____. Os sentidos da vida. São Paulo: Editora Moderna, 2009.

HADOT, Pierre. The inner citadel: the meditations of Marcus Aurelius. London: Harvard University Press, 2001.

______. A filosofia como maneira de viver: entrevistas de Jeannie Carlier e Arnold I. Davidson. (Trad. Lara Christina de Malimpensa). São Paulo: É Realizações, 2016.

______. Exercícios espirituais e filosofia antiga. Trad. Flávio Fontenelle Loque, Loraine Oliveira. São Paulo: É Realizações, Coleção Filosofia Atual, 2014.

KARDEC, A. Le Livre des Esprits. Paris, Dervy-Livres, s.d. (dépôt légal 1985). (O Livro dos Espíritos. Trad. Guillon Ribeiro, ______. O livro dos Espíritos. 93. ed. - 1. reimpressão (edição histórica). Brasília, DF: Feb, 2013. (Q. 903-919 "paixões"; 893-906 “virtudes e vícios”e 920-933 "felicidade").

KING, C. Musonius Rufus: Lectures and Sayings. CreateSpace Independent Publishing Platform, 2011.

LUTZ, C. Musonius Rufus: the Roman Socrates. Yale Classical Studies 10 3-147, 1947.

MARCO AURÉLIO. Meditações. São Paulo: Abril Cultural, 1973. (Livro II. 1).

MASSI, C. D. As leis naturais e a verdadeira felicidade. Curitiba: Kardec Books, 2020.

PEREIRA, Owaldo Porchat. Vida comum e ceticismo. 2. ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.

quarta-feira, 12 de junho de 2024

A CONCEPÇÃO DE AUTOCONTRÔLE NA OBRA DE KANT

 

Uma reflexão sobre um texto que escrevi há muito tempo, corrigindo agora para "Sobre a voz que, verdadeiramente, comanda..."

Uma brevíssima reflexão sobre autodomínio para uma "imperturbável paz de espírito " 

(Ἀταραξία - ataraxia): Imperturbável Paz de Espírito.

.'.

“[...] ser humano pode exercer domínio sobre si mesmo se ele quiser?”

Immanuel Kant, nas "Lições de ética", responde que:

"De fato, parece acontecer dessa forma, porque isso parece depender do homem. [...] Ora, o domínio sobre si mesmo depende da força do sentimento moral. Podemos muito bem nos autogovernar se enfraquecermos as forças opostas."

Ademais, acrescento hoje:

“Este livro considera a concepção de autocontrole de Kant e o papel que ele desempenha em sua filosofia moral. Oferece uma interpretação detalhada dos diferentes termos utilizados por Kant para explicar o fenómeno do autocontrole moral, tais como “autocracia” e “liberdade interior”. Seguindo as sugestões do próprio Kant, a leitura proposta examina a capacidade kantiana de autocontrole como uma capacidade de “abstrair” várias impressões sensíveis, olhando além de sua influência na mente. Esta análise mostra que a concepção de autocontrole moral de Kant envolve dois níveis intimamente relacionados, que não precisam atender aos mesmos critérios. Um nível está associado à realização de vários fins, o outro ao estabelecimento de fins morais. A visão proposta acomoda de forma mais eficaz o papel do autocontrole na adoção de máximas virtuosas e na definição de fins éticos. Explica por que o autocontrole é central na concepção de virtude de Kant e lança nova luz sobre suas discussões sobre força moral e fraqueza moral.”

Link da obra, com Sumário, na página da Editora:

https://www.cambridge.org/core/elements/kant-on-selfcontrol/B89932F9FCB1B4013C47A1D8A25D398C?fbclid=IwZXh0bgNhZW0CMTAAAR0d_4kbJ3Cz5PAa8gIHunMdDflNThgKtWlk5H9bl7tR0-lyqcadGG44dxc_aem_AV2eA6dm2GwZml7AMXLx0vg-Vsa-Ktxcbm5PjyPDpwkmxhjlAK3IGcfPcecZOuCmyPuKejel17-wm-gbq-KsUjZQ

 

______.

KANT, Immanuel. Lições de ética. Trad. Bruno Cunha e Charles Fedhaus. São Paulo: Editora Unesp, 2018.

______. A religião nos limites da simples razão. Edições 70, Lisboa, 1992.

______. A religião nos limites da razão pura. Trad. Bruno Cunha. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2024.

______.Vorlesung über die philosophische EncyclopädieInKant gesalmmelte Schriften, XXIX, Berlin, Akademie, 1980, pp. 8 e 12).

______. Observações sobre o sentimento do belo e do sublime; Ensaio sobre as doenças mentais. Tradução e estudo de Vinicius de Figueiredo. São Paulo: Editora Clandestina, 2018.

______. Observações sobre o sentimento do Belo e do Sublime; Ensaio sobre as doenças mentais. (Trad. Vinícius Figueiredo). Campinas, SP: Ed. Papirus, 1993.

______. Observações sobre o sentimento do Belo e do Sublime; Ensaio sobre as doenças mentais. Lisboa: Edições 70, 2012.

______. Die Religion innerhalb der Grenzen der bloßen Vernunft. W. de Gruyter, 1968.

______. Fundamentação da metafísica dos costumes. Trad. Guido A. de. São Paulo: Discurso editoria: Barcarola, 2009.

______. Textos pré-críticos. São Paulo: Editora Unesp, 2005.

______. Textos seletos. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.

______. Investigação sobre a clareza dos princípios da teologia e da moral. Lisboa: Imprensa Casa da Moeda, 2007.

_____. Lições de Ética. Trad. Bruno Cunha e Charles Feldhaus. São Paulo: Unesp, 2018.

______. Lições sobre a Doutrina Filosófica da Religião. Trad. Bruno Cunha. Petrópolis: Vozes/ São Francisco, 2019.

______. Lições de Metafísica. Trad. Bruno Cunha. Petrópolis: Vozes/São Francisco, 2021.

______. Crítica da razão pura. Tradução Valerio Rohden e Udo Moosburguer. Coleção Os Pensadores. São Paulo,Abril Cultural, 1983.

______. Dissertação de 1770. De mundi sensibilis ataque inteligibilis forma et princípio. Akademie-Ausgabe. Acerca da forma e dos princípios do mundo sensível e inteligível. Trad. apres. e notas de Leonel Ribeiro dos Santos. Lisboa: Imprensa Casa da Moeda. FCSH da Universidade de Lisboa, 1985.

______. Prolegômenos a qualquer metafísica futura que possa apresentar-se como ciência. Trad. José Oscar de Almeida Marques. São Paulo: Estação Liberdade, 2014)

______. Prolegômenos a toda metafísica futura. Lisboa: Edições 70, 1982.

______. Resposta à pergunta: o que é esclarecimento? InEstudos Kantianos, Marília, v. 8, n. 2, p. 179-189, Jul./Dez., 2020.

______. Crítica da razão prática. Tradução de Valério Rohden. São Paulo, Martins Fontes, 2002.

VUJOŠEVIĆ, Marijana. Kant on Self-Control. Cambridge University Press; 2024.


sexta-feira, 7 de junho de 2024

KANT E "A RELIGIÃO NOS LIMITES DA SIMPLES RAZÃO

Inscrito!

Curso, com 3 encontros de aproximadamente 1h e 30 min, em que o professor Bruno Cunha tratará dos principais aspectos da doutrina ética e da religião de Kant, a partir de alguns aspectos do livro recentemente traduzido  por ele: 

KANT, Immanuel. A religião nos limites da razão pura. Trad. Bruno Cunha. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2024.

CRONOGRAMA DO CURSO

AULA 1 - (19.06): A doutrina do Imperativo categórico.

AULA 2 - (26.06): A doutrina dos postulados da Razão prática.

AULA 3 - (03.07): A doutrina da Religião nos limites da simples razão.

Excelente oportunidade!

O SUPOSTO "CONFLITO CIÊNCIA X RELIGIÃO" (II)

Recentemente, acrescentei, uma obra de  Alvin Plantinga  que até recentemente não conhecia: “ Ciência, religião e naturalismo:  onde está o ...