Pois, em meio às pausas, revisitando, mais uma vez, a obra de Aristóteles: Ética a Nicômaco que serviu como o “manual” de filosofia moral por mais de um milênio. Aristóteles e sua “ética da virtude”, ainda hoje estudada. De minha parte, bastante fundamental a correlação com o que venho estuando, recentemente.
É fundamental a manutenção do “princípio diretor”!
"Apaga a imaginação; acalma o impulso; extingue o desejo: domina a tua alma." (MARCO AURÉLIO. Meditações. IX : 7)
Como escrevi em outa postagem, nesse mesmo blog, apesar da crítica de vários filósofos, como a de Pascal, por exemplo, que considerava bastante difícil estabelecer um perfeito controle das paixões, visto que isso não levaria em conta fatores sobre a ação e sobre o próprio pensamento. Por isso, teria afirmado que “o coração tem razões que a própria razão desconhece”
Ora, como aqui, nessa página, este é um dos temas a que me dedico; estudando-o como resultante natural do persistente problema filosófico da "relação mente e corpo”, reli, em Descartes, numa carta que ele encaminhou à Elisabeth, rainha da Suécia:
“Parece-me que a diferença existente entre as grandes almas e aquelas que são baixas e vulgares consiste, principalmente, no fato de que as almas vulgares deixam-se levar por suas paixões e são felizes ou infelizes se as coisas que lhes acontecem são agradáveis ou desagradáveis. Em vez disso, as outras almas [as grandes] têm pensamentos tão fortes e tão potentes que, embora também tenham paixões, e mesmo frequentemente mais violentas do que as paixões do homem comum, sua razão permanece sempre sua mestra e faz que as aflições até lhes sirvam e contribuam para a perfeita felicidade de que eles, as grandes almas, tiram proveito”.
...
Aqui, acrescento mais uma outra para reflexão e construção de uma Ética das Virtudes: "Marina van Zuylen explora con rara elegancia uno de los temas más ignorados tanto en la vida como en la literatura: las virtudes de todos los que no somos héroes». (Daniel Mendelsohn)
La mayor parte de nuestra existencia transcurre en mitad de una discreta penumbra: acciones y pensamientos que nos dejan solo medianamente satisfechos y que a menudo guardamos para nosotros mismos. Sin embargo, igual que ocurre en las obras de ficción, hay personajes secundarios esenciales, reveladores de sentimientos ordinarios y experiencias banales que constituyen, sin embargo, la esencia misma de nuestra vida interior.
Siguiendo los pasos de autores como Marcel Proust, Antón Chéjov o el Samuel Beckett de «Inténtalo de nuevo. Fracasa otra vez. Fracasa mejor», la autora construye un ensayo verdaderamente lúcido, personal e inspirador, en el que al afán de perfección —que tan a menudo nos ciega y nos extravía— opone el poder de las pequeñas virtudes, invitándonos así a examinar y poner en valor, con una mirada matizada y comprensiva, nuestros defectos y cualidades ocultas."
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Nova Cultural, 1987 (col. Os Pensadores).
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MACINTYRE, Alasdair. Depois da virtude: um estudo sobre teoria moral. Campinas, SP: Vide Editorial, 2021.
SUGESTÕES BIBLIOGRÁFICAS
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