terça-feira, 6 de junho de 2017

A VIDA DO ESPÍRITO: "O PENSAR, O QUERER E O JULGAR" (UMA NOVA EDIÇÃO)

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"A essência não só precede à existência como ainda sobreviverá a ela." (MARQUINHOS, 2017)

Com a releitura desta; o que procuro são elementos para uma reflexão sobre a "relação mente-corpo". É sabido que Hannah Arendt dedicou grande parte de seus escritos a estudar a “mente” atuando "no mundo" e, de certa forma aqui o interesse se mostra a partir da descoberta do "homem interior" bastante perceptível logo na leitura do Sumário da obra.

"Pensarquerer julgar são as três atividades básicas. Não podem ser derivadas uma das outras, e embora tenham certas características comuns, não podem ser reduzidas a um denominador comum. Para a pergunta 'O que significa pensar?' não há, em última instância, outra resposta senão a que Kant chamava de 'a necessidade da razão', o impulso interno dessa faculdade para se realizar na especulação.”

“O último trabalho de Hannah Arendt, e considerado por muitos sua obra mais importante O livro investiga o próprio pensamento em sua existência na vida contemplativa, e foi pensado como uma obra em três volumes que explorariam as atividades do espírito que Arendt considerava fundamentais. Assim, a autora faz uma análise rica e desafiadora das atividades espirituais do pensar, do querer e do julgar, e dedica-se, passional e racionalmente, à questão fundamental ao ser humano de como a mente opera. A partir de uma apurada releitura dos textos mais importantes dos pensadores que, ao longo da história da filosofia, trataram dos três temas, a autora descobriu aspectos surpreendentes das obras dos grandes mestres. Deste modo, o capítulo sobre o pensar recorre a um extenso material para responder a questões sobre a posição dessa atividade diante do mundo das aparências, sobre a sua origem (o que nos faz pensar?) e sobre a dimensão temporal em que se move o sujeito pensante. O capítulo dedicado ao querer revê a pré-história da noção de vontade na filosofia antiga, examina a descoberta dessa faculdade no período cristão e a posição central ocupada por ela na filosofia moderna, sublinhando o questionamento dessa centralidade na filosofia contemporânea. O capítulo sobre o julgar foi interrompido com sua morte, em 1975. Mary McCarthy, amiga e inventariante de Arendt, decidiu suprir essa lacuna com a inclusão de excertos de cursos da autora sobre a filosofia de Kant, na qual ela esperava encontrar as fontes para o exame da faculdade de julgar. Com uma linguagem viva e fluente, A vida do espírito desperta a atenção de um público amplo, interessado nos debates intelectuais mais relevantes da contemporaneidade. A tradução precisa, feita há mais de uma década por um grupo de estudiosos, foi novamente revista para esta edição.

______.

AGOSTINHO. Confissões. São Paulo: Penguin/Companhia das Letras, 2017.

ARENDT, Hannah. A vida do espírito.  Rio de Janeiro, RJ: Civilização Brasileira, 2022.

______. Escritos judaicos. São Paulo: Editora Amarilys, 2016.

PLATÃO. As Leis e Epinomis. Trad. Edson Bini. Bauru, SP: Edipro, 2010.

________. Banquete, Fédon, Sofista e Político. Trad. José Cavalcante de Souza, Jorge Paleikat e João Cruz Costa. São Paulo: Abril Cultural, 1972.

________. Crátilo. Trad. Carlos Alberto Nunes. Belém: UFPA, 1973

________. Fedro, Cartas e Primeiro Alcibíades. Trad. Carlos Alberto Nunes. Belém: ed. da Universidade Federal do Pará, 1975.

________. Fedro, Eutífron, Apologia de Sócrates, Críton, Fédon. Trad. Edson Bini. Bauru, SP: Edipro, 2008.

________. Górgias, Eutidemo, Hípias Maior e Hípias Menor. Trad. Edson Bini. Bauru, SP: EDIPRO, 2007.

________. Mênon. Trad. Maura Iglésias. Rio de Janeiro: Ed. PUC-RIO; São Paulo: Ed. Loyola, 2001.

________. República de Platão. Trad. J. Guinsburg. São Paulo: Perspectiva, 2012.

________. Teeteto. Trad. Adriana Manuela Nogueira e Marcelo Boeri. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2010.

________. Timeu. Trad. Maria José Figueredo. Lisboa: Instituto Piaget, 2003.

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