quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

A RELIGIÃO NOS LIMITES DA SIMPLES RAZÃO: PROSSEGUINDO COM OS TRABALHOS DESDE 2018

Imagem relacionada



"[...] longe da posição de Kant está a visão secularista que trata a religião com desprezo, considerando-a como nada mais que uma relíquia do passado ou um deplorável refúgio para os ignorantes e supersticiosos" (A. W., 2009)

Iniciando os trabalhos com mais uma releitura,  na "tônica dominante" das leituras para 2018. Nesta obra, já no prólogo à primeira edição sobre a religião, Immanuel Kant delimita sua investigação: 

“dos quatro tratados seguintes, para tornar manifesta a relação da religião com a natureza humana, a qual possui em parte disposições boas e em parte disposições más, eu represento a relação do bom e do mau princípio tal como de duas causas operantes por si subsistentes e que influem no homem”. Seu objetivo apresentar a relação da religião com a natureza humana. 

Importante estar atento ao uso do termo religião que pode seguir por duas linhas no texto:

a) numa, há uma tendência a toma-la num conjunto de dogmas e crenças; convencional. 

b) noutra, o texto considera o conceito como de religião de um ponto de vista subjetivo, relacionada ao “reconhecimento de todos os nossos deveres - Pflichten - como mandamentos divinos.

A religião nos limites da simples razão, considerada nesses termos, leva em conta, um certo consentimento do indivíduo à medida que considera os seus deveres como se fossem mandamentos divinos; ou seja, o objetivo é estudar a questão dos deveres à medida que cada indivíduo estaria sujeito a disposições boas e más. Kant investiga em que sentido as disposições más, tendo corrompido o indivíduo, podem ser dominadas e restituídas as disposições boas.
Kant parte, portanto, de uma relação entre religião e natureza humana relacionada a partir dos princípios bom e mau, tomados como causas que atuam na natureza humana. Daí, o texto sobre a religião ser tomado como uma investigação sobre a corrupção moral do homem. Logo nos dois primeiros livros; no terceiro e no quarto, tenta pensar em que sentido o indivíduo corrompido pode restabelecer-se moralmente. 
No fundo de toda a discussão estão os conceitos de mal radical (Radicale Böse) e de comunidade ética (ethischen gemeinen Wesens). Ora, com o conceito de mal radical, Kant discute a ruína moral humana; empregando o conceito de comunidade ética, enquanto um mecanismo de aperfeiçoamento moral, ele defende a possibilidade da esperança à medida que propõe um caminho para que daí o homem possa orientar-se por princípios morais.
______.

KANT, Immanuel. A religião nos limites da simples razão. Edições 70, Lisboa, 1992. 

______.Vorlesung über die philosophische Encyclopädie. In: Kant gesalmmelte Schriften, XXIX, Berlin, Akademie, 1980, pp. 8 e 12).

______. Observações sobre o sentimento do belo e do sublimeEnsaio sobre as doenças mentais. Tradução e estudo de Vinicius de Figueiredo. São Paulo: Editora Clandestina, 2018.

______. Observações sobre o sentimento do Belo e do Sublime; Ensaio sobre as doenças mentais. (Trad. Vinícius Figueiredo). Campinas, SP: Ed. Papirus, 1993.

______. Observações sobre o sentimento do Belo e do Sublime; Ensaio sobre as doenças mentais. Lisboa: Edições 70, 2012.

______. Die Religion innerhalb der Grenzen der bloßen Vernunft. W. de Gruyter, 1968.

 

...

Um pouco mais e Atualizando: 


Nenhum comentário:

Postar um comentário

O SUPOSTO "CONFLITO CIÊNCIA X RELIGIÃO" (II)

Recentemente, acrescentei, uma obra de  Alvin Plantinga  que até recentemente não conhecia: “ Ciência, religião e naturalismo:  onde está o ...