Visto que revisitamos o tema (hoje, numa reunião de trabalho, inclusive com discussões sobre a temática no contexto da "tecnologia" e seus desdobramentos) , importante regressarmos também a um clássico.
“Embora ele próprio tenha negado que
Allgemeine Psychopathologie fosse uma obra de psicopatologia fenomenológica
(Jaspers, 1994; 2000), explicando que concebe esta última apenas como uma
dentre as plataformas metodológicas possíveis para a psicopatologia, é sobre
tal ferramenta que reside a maior “novidade” apresentada naquela obra. Apesar
de Psicopatologia geral ser a fonte mais difundida sobre seu método
fenomenológico entre os estudiosos de psicopatologia, nesta obra Jaspers
discorre sobre o tema apenas de maneira bastante sucinta; em muitos aspectos,
até duvidosa e vagamente sobre o que realmente quer dizer, oferecendo limitados
subsídios para críticas ou explorações sobre o mesmo. Embora o autor se
estenda, ali, no que concerne à descrição “fenomenológica” das experiências
específicas, pouco se atém ao detalhamento quanto ao método. Estranhamente, não
é tão amplamente conhecido o trabalho que publicara no ano anterior (1912),
onde a fundamentação, a descrição e a aplicação do método fenomenológico à
psicopatologia são mais esmiuçados. Com o título original de Die
Phänomenologiche Forschungsrichtung in der Psychopathologie e publicado em
Zeitschrift fur die Gesamte Neurologie und Psychiatrie, este texto de seminal
importância para o correto entendimento da psicopatologia fenomenológica
jasperiana foi traduzido para o inglês e publicado no British Journal of
Psychiatry (1968) como The Phenomenological Approach in Psychopathology.”
Fonte:
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