VISÃO DE MUNDO
À medida que prossigo com a leitura dos textos produzidos pelos estoicos percebo uma abordagem mais focada na reflexão com fins práticos, para aplicação na vida cotidiana dos resultados a que se chegou refletindo. Inegável a profundidade dos estoicos em temas mais voltados à ação do que à teoria do conhecimento e outros assuntos
Mais evidente ainda é que a atividade
teórica dos estoicos está sempre situada numa abordagem que diverge profundamente da maneira com que se tem
defendido o que seja a Filosofia atualmente, por exemplo.
Ora, desde Sócrates, portanto, levar
a cabo uma atividade filosófica exige do seu praticante uma opção por um determinado
“modo de viver” que está situado
desde o início da atividade filosófica, sem foco inicial num objetivo a ser
alcançado, pelo contrário, uma visão de
mundo já está na base da escolha de determinado “modo de viver” em oposição a outras formas de agir e é esta que
determina e dá os contornos daquilo que pretende ensinar e como vai ensinar.
Tomada a decisão, escolhido o
caminho, tendo como ponto de partida uma tal "visão de mundo" a orientar cada passo; com "eustatheia" (tranquilidade) e "euthymia" (crença em si) prossigamos como sugerem os estoicos, neste caso: Epictetus.
"Pergunte-se o
seguinte no início da manhã:
O que está faltando para
que eu me liberte da paixão?
E para alcançar a
tranquilidade?
O que sou eu?
Um corpo, um dono de propriedades ou uma reputação?
Um corpo, um dono de propriedades ou uma reputação?
Nenhuma dessas
coisas.
O que, então?
Um ser racional.
Um ser racional.
O que, então, é exigido
de mim?
Meditar sobre as minhas
ações.
Como eu me afastei da
serenidade?
O que eu fiz de hostil,
indiferente e não-social?
O que eu falhei em fazer
em todos esses momentos?" - (Epictetus).
______.
PS:
* "908. Como se poderá determinar o limite
onde as paixões deixam de ser boas para se tornarem más?
“As paixões são como um corcel, que
só tem utilidade quando governado, e que se torna perigoso quando passa a
governar. Uma paixão se torna perigosa a partir do momento em que deixais de
poder governá-la, e que dá em resultado um prejuízo qualquer para vós mesmos ou
para outrem.”
...
* (KARDEC,
Allan. O livro dos Espíritos. 93. ed. 1. reimpressão. (edição histórica).
Brasília: FEB, 2013)
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