(IMAGEM: Pinterest)
“Quando, em relação a algo, é entravado ou impedido, recrimina a si mesmo.”
(Epictetus)
Após a longa jornada
que se completou com a chegada da noite, nessa meditação reflexiva noturna, como tem sido no que se refere às reflexões matinais, anotei este trecho
da obra de Marco Aurélio, em que nos convida a nos desfazer de ações e
pensamentos inúteis. Pude observar que a prática visada é concernente à filosofia
moral e tem como motivação fundamental a busca individual pela Virtude.
Ademais, importante acrescentar:
Ademais, importante acrescentar:
"Não gastes o que te
resta de vida em pensamentos relativos aos outros, a não ser que os refiras ao
interesse geral. Senão, falharás a uma outra tarefa: com efeito, prenderás
assim o teu espírito ao que faz este ou aquele, ao motivo por que o faz, ao que
diz ou medita ou empreende as coisas em que se ocupa, e deste modo te deixarás
distrair da vigilância que deves à tua própria alma. É, pois, necessário
arrancar do encadeamento das tuas ideias, os pensamentos flutuantes, inúteis e
sobretudo curiosos e malévolos. É preciso que os teus pensamentos sejam tais
que, interrogando bruscamente sobre o objeto, possas responder sem hesitação e
com verdade: 'Estava pensando nisto ou naquilo'. Deste modo, a tua alma alojará
sentimentos simples, benévolos e dignos de um ser sociável que desdenha o gozo,
as ideias meramente voluptuosas, o ódio, a inveja, a desconfiança ou qualquer
outra paixão que te envergonharias de confessar."
(grifos meus)
Ora, se intentamos aplicar a filosofia prática, a dos estóicos, como em andamento por aqui, nada mais premente que
aproveitarmos esses instantes que surgem a toda hora, em várias ocasiões durante
um mesmo dia e, prosseguirmos, na aplicação dos "princípios":
“Alguém disse: ‘Empreende poucas coisas se queres viver em
paz’[1]. Não seria melhor dizer: ‘faz o que for necessário e tudo o que te
permitir a tua razão de ser sociável e como ela o permitir?’. Porque assim
terás não só a satisfação de praticar o bem, mas igualmente a de empreender
poucas coisas. Com efeito, como a maior parte das nossas palavras e das nossas
ações não são necessárias, suprimi-las garante-nos mais tempo livre e maior
tranquilidade. Por conseguinte, é preciso, perante cada circunstância que se
apresenta, perguntar a nós mesmos: ‘Não
será esta uma das coisas que não são necessárias?’. E é indispensável
suprimir não só as ações inúteis, como igualmente os pensamentos, pois assim
não subsistirão sequer as causas das ações supérfluas.”
(grifos meus)
E, à medida que avançamos na caminhada, desde que o dia começa até o fim da jornada, como agora, faz-se necessário aferirmos nossa aprendizagem. Na maioria das vezes constatamos o
pouco ou nenhum avanço, mas o prokopton deve impor-se mais
esforços.
______.
______.______. São Paulo: Abril Cultural, 1973. (Livro III : 4)
______. Meditações. IV : 24. (tradução de
Virgínia de Castro e Almeida (cf. sugerido por Donato Ferrara em sua página no Youtube).
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