"Devemos viver como médicos, tratando a nós mesmos com a razão,
contra os males de não usá-la". (Musónio Rufo[1])
Ainda tomando notas das
leitura a que me disponho sobre estoicismo.
E, o que foi a reflexão de hoje, escrevo aqui meramente para possível releituras futuras, sempre no firme propósito de um "προκόπτον – prokopton”. De quem aspira a tão distante de mim, Sabedoria.
E, o que foi a reflexão de hoje, escrevo aqui meramente para possível releituras futuras, sempre no firme propósito de um "προκόπτον – prokopton”. De quem aspira a tão distante de mim, Sabedoria.
Das frequentes leituras
sobre estoicismo, aprendo um dos mais notórios princípios para prática
dessa filosofia: o conjunto de “exercícios práticos”.
Dado, portanto, que
objetivos estoicos estão sempre ajustados de forma a dar mais valor
à ação do que às palavras; difícil empreendimento, ainda.
Agir, para o indivíduo que
pretenda ser um prokopton, ou disso se aproximar, é prioridade, devido ao
fato de que, verdadeiramente, é a ação que mostra como uma pessoa
realmente é. Daí a incessante busca, o difícil empreendimento, dito acima,
por realizar tais exercícios práticos no cotidiano para alcançar
a eustatheia (tranquilidade) e euthymia (crença em si) como
já anotei aqui nessa página, tempos atrás.
Enfim, só vou dando
continuidade às repetidas tentativas de que, escrevendo, evite falar, cada vez mais:
“Eis aqui uma reflexão que te desprenderá
ainda mais da gloríola: é que não podes refazer agora a tua vida, nem conseguir
que desde a mocidade ela se apresente como a de um filósofo: pelo contrário,
para muita gente e para ti mesmo, tornou-se bem patente quando estavas longe da
filosofia. E assim ficaste perplexo ao considerar que já não te é fácil
adquirir a reputação de filósofo: o próprio fundamento desta pretensão a
combate. Porém, se viste claramente o ponto em que as coisas estão, não te
importes com a reputação que possas ter e contenta-te vivendo o resto da tua
vida conforme a natureza quer. Atende bem ao que ela quer, e que mais nada te
distraia: porque bem reconheceste — depois de quantos erros! — que não
encontraste a felicidade em parte alguma: sofismas, riqueza, glória, deleites,
nada disso ta proporcionou. Onde está ela, pois? — Na prática do que a natureza
do homem reclama. — Como o praticarás? — Tendo princípios de onde derivem as
tuas tendências e as tuas ações. — Que princípios? — Os que se relacionam com o
bem e o mal: o conhecimento de que o bem, para o homem, reside naquilo que o
torne justo, sensato, corajoso, livre; e o mal, no que produza os vícios
contrários a estas virtudes[2].”
Talvez, interessante seja até uma reflexão sobre o que os estoicos chamavam de "indiferentes preferíveis"...
Talvez, interessante seja até uma reflexão sobre o que os estoicos chamavam de "indiferentes preferíveis"...
[1]
(CAIO MUSÓNIO RUFO - Filósofo
estóico do primeiro século da “era cristã”. Nascido em Volsínios, na Etrúria.
Viveu entre 25 d.C. - 95 d.C.).
[2] MARCO AURÉLIO. Meditações. VIII. 1. Texto de
referência, na tradução de Virgínia de Castro e Almeida. (By Donato Ferrara).
______.
Para saber mais sobre o tema:
ARRIANO FLÁVIO. O Encheirídion de
Epicteto. Edição Bilíngue. Tradução do texto grego e notas Aldo Dinucci;
Alfredo Julien. Textos e notas de Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão.
Universidade Federal de Sergipe, 2012).
EPICTETO. Entretiens. Livre
I. Trad. Joseph Souilhé. Paris: Les Belles Lettres, 1956.
______. Epictetus Discourses. Book I. Trad. Dobbin. Oxford: Clarendon, 2008.
______. O Encheirídion de Epicteto. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2012. (Edição Bilíngue).
______. Testemunhos e Fragmentos. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2008.
______. The Discourses of Epictetus as reported by Arrian; fragments: Encheiridion. Trad. Oldfather. Harvard: Loeb, 1928. https://www.loebclassics.com/
GAZOLLA, Rachel. O ofício do filósofo estóico: o duplo registro do discurso da Stoa, Loyola, São Paulo, 1999.
HADOT, Pierre. The inner citadel: the meditations of Marcus Aurelius. London: Harvard University Press, 2001.
HANH, Thich Nhat. Meditação andando: guia para a paz interior. 21. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.
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