Dado o percurso que iniciei
recentemente, essas obras passaram a fazer parte das minhas leituras. De grande
utilidade para a minha pesquisa, em andamento; são leituras que tem trazido uma
série de apontamentos fundamentais além de importante bibliografia,
algumas já acrescentadas às minhas leituras e outras a serem lidas o mais breve
possível.
O primeiro:
“Em 1924, por ocasião do ducentésimo
aniversário de nascimento do pensador de Königsberg, foram trazidas à luz as
Lições de Ética, de Immanuel Kant.
E o que, de fato, são essas Lições? Qual a sua natureza e a sua origem? Muito embora Kant tenha dado em algum momento o aval para a divulgação de suas aulas, parece bastante claro que as Lições, de modo geral, não são textos que foram redigidos com o propósito de publicação. Trata-se das notas que foram tomadas pelos alunos a partir dos ensinamentos do professor em sala de aula.
E o que, de fato, são essas Lições? Qual a sua natureza e a sua origem? Muito embora Kant tenha dado em algum momento o aval para a divulgação de suas aulas, parece bastante claro que as Lições, de modo geral, não são textos que foram redigidos com o propósito de publicação. Trata-se das notas que foram tomadas pelos alunos a partir dos ensinamentos do professor em sala de aula.
Apesar desse atraso na edição e na
publicação das Lições de Ética, é perceptível que houve um reconhecimento
progressivo da importância desses manuscritos no século XX, o que é atestado,
sobretudo, nos estudos e comentários que foram desenvolvidos, a partir de
então, utilizando esse material como um suplemento para a reconstrução e a
compreensão do desenvolvimento do pensamento moral de Kant.”
O segundo:
“Bruno Cunha começa a examinar a
articulação entre moralidade e o problema do mal desde o de sua aparição
primeira na obra de Kant, quando, ainda na década de 1750, ele se deparou com a
teodiceia leibniziana. A originalidade de sua reconstrução reside na
hipótese de que a cogitação de Kant sobre esse problema foi determinante na
orientação de sua inteira filosofia prática. A ruptura com a
tradição leibniziano-wolffiana, entre os anos 50 e 60, a aproximação de
Kant em relação aos britânicos e especialmente, a Rousseau, são rediscutidos
através desse problema, em uma investigação que combina a análise dos textos
publicados com a interpretação das Reflexionen e das anotações ao
compêndio de filosofia prática de Baumgarten. Ao fim e ao cabo, o leitor se dá
conta que a articulação entre a fundamentação da obrigação, de um lado, e a
aferição de um sentido para a ação moral, de outro, foi sendo gestada logo que
a solução de matiz intelectualista e teológica oferecida
pelo wolffianismo se revelou insustentável. A análise aqui efetuada
das Reflexionen kantianas da segunda metade dos anos 60 é decisiva
para reaver todo interessante e alcance das respostas ulteriores. Bruno Cunha é
especialmente feliz em assinalar a lenta conversão de uma teodiceia objetiva –
ponto de vista de Leibniz e Wolff – para o que será, com a consolidação do
criticismo, uma filosofia da história. É impossível não recordar aqui um
célebre artigo de G. Lebrun, no qual ele chamava a atenção para o fato de
que a filosofia da história opera no kantismo como uma escatologia para o
homem moral." (Vinícius de Figueiredo).
A esses acrescentei o terceiro, encerrando a leitura atenta: Lições sobre a doutrina filosófica da religião, outra obra fundamental para o trabalho em andamento.
______.
CUNHA,
Bruno. A gênese da ética em Kant. São Paulo: Editora LiberArs,
2017.
KANT,
Immanuel. Lições de ética. Trad. Bruno Cunha e Charles Fedhaus. São
Paulo: Editora Unesp, 2018.
______. Lições sobre a doutrina filosófica da religião. Trad. Bruno Cunha. Petrópolis, RJ: Vozes, 2019.
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