domingo, 4 de agosto de 2019

BIOÉTICA, FILOSOFIA E CUIDADOS: REFLEXÕES SOBRE "FINITUDE"

            
 Voltando ao tema; após ter lido Platão e alguns de seus comentadores sobre o tema da "finitude" em Filosofia; passando, claro, por Montaigne, Descartes, Kant, Kierkegaard, Heidegger, li esses dois livros ontem e hoje, trata-se de reflexões sobre a importância da abordagem de temas centrais em Bioética como por exemplo: “diretivas antecipadas de vontade” “espiritualidade e saúde”, em relação a pacientes nas condições tratadas nos livros, como um convite para desenvolvimento da ciência no sentido dessas reflexões: "o fim da vida" e o "processo do morrer". 

O primeiro:

“O cenário atual do cuidado em saúde exige transformações em seus processos. Portanto, esta obra vem no sentido de contribuir com um olhar reflexivo, transdisciplinar, transprofissional e transcultural, sobre temas de grande relevância no cenário atual da saúde, “humanização” e "fim de vida”, tendo a Bioética como elemento basilar de discussão. Partindo-se da premissa que a Bioética tem como fio condutor a dignidade humana, acredita-se que esta obra possa facilitar a compreensão da humanização como uma convergência da dimensão humana e ética da assistência, com a concepção de direitos humanos. Os capítulos são consagrados à dignidade da pessoa e a humanização e o fim da vida abordando questões referentes aos diferentes atores do processo de cuidado: paciente, familiares, profissionais da saúde e gestores. A importância de uma formação profissional que aborde a morte e o processo de morrer é trazida pelos autores, assim como a necessidade do diálogo sobre o tema pela sociedade. Ressalta-se também a importância de abordar as temáticas “diretivas antecipadas de vontade” e “espiritualidade e saúde”, como elementos fundamentais para a atenção integral e respeito à dignidade dos pacientes. A obra é um convite para o desenvolvimento da ciência com consciência, encantando quem a desenvolve e restabelecendo vínculos de sentido para quem dela usufrua!”

O segundo:

"Uma reflexão bioética” é um livro que chega em um momento oportuno, tendo em vista a necessidade de se aprimorar a qualificação dos profissionais de saúde que lidam com as situações de terminalidade e vivenciam momentos conflitantes no processo do cuidar.

A obra traz uma visão singular sobre o processo da finitude, como ele é percebido e entendido pelo paciente, pela família e pela equipe multiprofissional.
Construída por meio de fundamentação teórica, conferindo uma reflexão ética que norteie a investigação e a compreensão dos dilemas da finitude,  a obra é baseada na tese de Doutorado em Bioética do Centro Universitário São Camilo, em São Paulo, intitulada ""A escuta da terminalidade da vida: uma reflexão bioética”, orientado por um pensar em consonância com os referenciais da bioética. 

“A escuta da terminalidade da vida: uma reflexão bioética”, orientado por um pensar em consonância com os referenciais da bioética. 

Integram a obra 3 organizadores; o livro está estruturado com um total de 18 capítulos que somam 208 páginas e será indubitavelmente um precioso instrumento de auxílio e compreensão aos profissionais que atuam no ambiente pré e intra-hospitalar, pautados na assistência de forma humana, solidária, ética e de qualidade.

(grifos meus)

A estes, acrescentei outros, para aprofundar reflexões. Alguns, em "contraponto" mesmo...

 

______.

ARCHER-HIND, R. D. Phaedo. Introduction, notes and appendices. London, Macmillan and Co, 1883.

AZEVEDO, Maria Teresa Schiappa. Fédon: Introdução, tradução e notas. Coimbra, 1983. BURGER, Ronna. The Phaedo. A platonic labirynth. Yale University Press, 1984.

BURNET, John. Plato´s Phaedo. Oxford, 1986

DINUCCI, Aldo. A bela morte é o fim da bela vida de Sócrates. Aisthe, 1(2), 155-159, 2008.

DIXSAUT, M. Phédon. Traduction, introduction et notes, Flammarion, Paris, 1991.

GALLOP, D. Phaedo. Oxford University Press, 1975

GOLDSCHIMIT, Victor. A religião de Platão. São Paulo: Difusão Européia do livro, 1963.

HACKFORTH, R. Plato´s Phaedo. Translation with introduction and commentary. Cambridge University Press, 1955.

HADOT, Pierre. O que é filosofia antiga? São Paulo: Edições Loyola, 2011

KOENIG, Harold. Handbook of religion and mental health. Academic Press (1998).

______. Handbook of Religion and mental health. 2. ed. Oxford University Press. 2012.

______. Medicina, religião e saúde. Porto Alegre, RS: L&PM, 2015.

LAN, Conrad Eggers. Fédon. Introdução, tradução e notas. Buenos Aires: Eudeba, 2008.

LONG, A. A., The Cambridge companion to early greek philosophers. 1999.

MARCONDES, Danilo. Iniciação à história da filosofia: Dos pré-socráticos à Wittgeinstein. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2002

NUNES, Carlos Alberto. Introdução. In. PLATÃO. Fédon. Belém: Ed.UFPA, 2011.

NUSSBAUM, Martha C. The fragility of goodness: luck and ethics in Greek tragedy and philosophy. Cambridge University Press, Cambridge, 1986.

PERINI, Carla Corradi; PESSINI, Leo. Bioética, humanização e fim de vida: novos Olhares - Série Bioética Volume 8. Curitiba, PR: Editora CRV, 2018.

________. Górgias, Protágoras. 3. ed. Trad. Carlos Alberto Nunes. Edição bilíngue; Belém, PA, 2021.

________. Mênon, Eutidemo. 3. ed. Trad. Carlos Alberto Nunes. Edição bilíngue; Belém, PA, 2021.

ROWE, C. J. Plato. Phaedo. Cambridge Greek and Latin classics, 2001.

SANTANA, Júlio César Batista; PESSINI, Leo; SÁ, Ana Cristina de. (Orgs.) Cuidados paliativos: uma reflexão bioética. Curitiba, PR, 2018.

SIQUEIRA-BATISTA, R., SCHRAM, F. R. (2004). A filosofia de Platão e o debate bioético sobre o fim da vida: interseções no campo da Saúde Pública. Cad. Saúde Pública, 20(3), 855-865. Disponível em https://www.scielo.br/pdf/csp/v20n3/23. pdf. em 04 agosto de 2019.

WATANABE, Lygia Araújo. Platão, por mitos e hipóteses. São Paulo: Moderna, 1995.

VERNANT, J. P. Entre Mito e Política.2ªed. São Paulo: EdUSP, 2002.

_____________. Mito e Sociedade na Grécia Antiga. Rio de Janeiro: José Olympio: 1999.

_____________. Mito e Tragédia na Grécia Antiga. São Paulo: Perspectiva, 2011.

.....

PLATÃO.As Leis e Epinomis. Trad. Edson Bini. Bauru, SP: Edipro, 2010.

________. Banquete, Fédon, Sofista e Político. Trad. José Cavalcante de Souza, Jorge Paleikat e João Cruz Costa. São Paulo: Abril Cultural, 1972.

________. Crátilo. Trad. Carlos Alberto Nunes. Belém: UFPA, 1973

________. Fedro, Cartas e Primeiro Alcibíades. Trad. Carlos Alberto Nunes. Belém: ed. da Universidade Federal do Pará, 1975.

________. Fedro, Eutífron, Apologia de Sócrates, Críton, Fédon. Trad. Edson Bini. Bauru, SP: Edipro, 2008.

________. Górgias, Eutidemo, Hípias Maior e Hípias Menor. Trad. Edson Bini. Bauru, SP: EDIPRO, 2007.

________. Mênon. Trad. Maura Iglésias. Rio de Janeiro: Ed. PUC-RIO; São Paulo: Ed. Loyola, 2001.

________. República de Platão. Trad. J. Guinsburg. São Paulo: Perspectiva, 2012.

________. Teeteto. Trad. Adriana Manuela Nogueira e Marcelo Boeri. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2010.

________. Timeu. Trad. Maria José Figueredo. Lisboa: Instituto Piaget, 2003.


...

Em contraponto:

LOPARIC, Zeljko. Ética e finitude. 2. ed. rev. e ampl. São Paulo: Escuta, 2004.

E, mais, por acréscimo às reflexões:

Harold Koenig fala de "Medicina, Religião e Saúde" em entrevista exclusiva! - 
L&PM WebTV

Link: https://www.youtube.com/watch?v=g0D_L_BBMtQ

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O SUPOSTO "CONFLITO CIÊNCIA X RELIGIÃO" (II)

Recentemente, acrescentei, uma obra de  Alvin Plantinga  que até recentemente não conhecia: “ Ciência, religião e naturalismo:  onde está o ...