quarta-feira, 4 de setembro de 2019

MENTE E COSMOS: FILOSOFIA DA "MENTE"

Mind and Cosmos: Why the Materialist Neo-Darwinian Conception of Nature Is Almost Certainly False (English Edition) por [Nagel, Thomas]


Desde que li alguns de seus livros, como por exemplo: "The Conscious Mind", de David Chalmers em que defende a ideia de que estamos mais convencidos da existência da nossa experiência consciente e pouco sabemos ainda além disso, no entanto, o que sabemos não nos autoriza uma adoção de abordagens reducionistas da consciência como conclusivas. David Chalmers em seus livros tem discutido e tende a rejeitar o materialismo (apesar do seu "argumento dos zumbis"). Ao fazê-lo, segue defendendo a tese de que a consciência, mesmo entendida como experiência consciente, tem elementos de uma propriedade "não-física" do mundo. O que resulta de seus livros em que discute tais questões é o que ele chama de “dualismo naturalista”. Tendo há algum tempo adentrado por esse caminho, estou acompanhando o percurso teórico de seus argumentos para melhor compreensão. A partir da ideia, que me agrada desde muito tempo, estou fazendo uma leitura no sentido de uma “reconstrução” do percurso que ele desenhou. Chalmers tem sido criticado por autores adeptos do “reducionismo” e materialistas. Com a leitura das obras pretendo compreender esses argumentos e pensar uma alternativa às propostas materialistas. Tenho inicialmente a tendência em não aceitar as teses materialistas. A ideia é estudar e aprofundar argumentos que demonstrem que o argumento do materialismo é falso. A estas acrescento releituras de obras clássicas, como sempre meu ponto de partida e de chegada. 

Depois li, também de David Chalmers: Philosophy of mind: classical and contemporary readings. Oxford: OUP, 2002.

Uma "[...] Antologia de artigos na filosofia da mente, Filosofia da mente: Leituras clássicas e contemporâneas foi publicada pela Oxford University Press em 2002. Esta é uma coleção abrangente que pode ser usada em cursos universitários em todos os níveis (introdutório, graduação avançada, pós-graduação). O volume concentra-se em questões fundamentais sobre a metafísica da mente, consciência e conteúdo mental." (680 p.)

E, mais recentemente, estou lendo, nas minhas “pausas na oficina”: “Mind and Cosmos: Why the Materialist Neo-Darwinian Conception of Nature Is Almost Certainly False” de Thomas Nagel (2016).

Em meio a tudo isso, fundamental tem sido buscar uma compreensão nessas leituras, a partir de uma concepção pessoal que preservo de uma certa visão do que significa para mim: “espírito” (Mind, para a maioria; ou “ânimo” em alguns).

Visto que Nagel trabalha com a perspectiva de que “A moderna abordagem materialista da vida falhou conspicuamente em explicar características centrais do mundo relacionadas à mente, como consciência, intencionalidade, significado e valor. Esse fracasso em explicar algo tão essencial à natureza como a mente, argumenta o filósofo Thomas Nagel, é um grande problema, ameaçando desvendar toda a imagem naturalista do mundo, estendendo-se à biologia, à teoria da evolução e à cosmologia.

Como as mentes são características dos sistemas biológicos que se desenvolveram através da evolução, a versão materialista padrão da biologia evolutiva é fundamentalmente incompleta. E a história cosmológica que levou à origem da vida e à existência das condições para a evolução também não pode ser uma história meramente materialista. Uma concepção adequada da natureza teria que explicar a aparência no universo de mentes conscientes materialmente irredutíveis, como tal.
O ceticismo de Nagel não se baseia na crença religiosa ou na crença em qualquer alternativa definida. 

Em Mind e Cosmos, ele sugere que, se o relato materialista estiver errado, então princípios de um tipo diferente também poderão estar em ação na história da natureza, princípios do crescimento da ordem que, em sua forma lógica, são mais teleológicos do que mecanicistas.

Apesar das grandes conquistas das ciências físicas, o materialismo redutivo é uma visão de mundo propícia ao deslocamento. Nagel mostra que reconhecer seus limites é o primeiro passo na busca de alternativas, ou pelo menos em estar aberto à sua possibilidade.

Enfim, são leituras em andamento e percebo que crescem as discussões em torno das questões. Sigo com as leituras, portanto!
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Sobre os autores:

David Chalmers is a professor of philosophy at the University of California, Santa Cruz. His article "The Puzzle of Conscious Experience" appeared in the December 1995 issue of Scientific American.

Thomas Nagel is University Professor in the Department of Philosophy and the School of Law at New York University. His books include The Possibility of AltruismThe View from Nowhere, and What Does It All Mean?: A Very Short Introduction to Philosophy. He is a Fellow of the American Academy of Arts and Sciences and a Corresponding Fellow of the British Academy. In 2008, he was awarded the Rolf Schock Prize in Logic and Philosophy and the Balzan Prize in Moral Philosophy.

______.
CHALMERS, David. Philosophy of mind: classical and contemporary readings. Oxford: OUP, 2002.

CHALMERS, The councious mind: the Conscious Mind in Search of a Fundamental Theory. Oxford: OUP, 1997. (432p.)

NAGEL, Thomas. Mind and Cosmos: Why the materialist neo-darwinian conception of nature is almost certainly false. Oxford University Press, OUP, 2016.

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Alguns itens da Bibliografia sempre consultada sobre o tema:

ARISTÓTELES. Obras Completas. - Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa. Lisboa: INCM - Imprensa Nacional-Casa da Moeda. Lisboa:  2005.

DESCARTES, René. Discursos do MétodoMeditaçõesObjeções e RespostasAs Paixões da AlmaCartas. (Introdução de Gilles-Gaston Granger; prefácio e notas de Gerard Lebrun; Trad. de J. Guinsberg, Bento Prado J. 3. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983 (Os Pensadores).

FREUD, Sigmund [1856-1939] Luto e melancolia. (tradução, introdução e notas: Marilene Carone). São Paulo: Cosac Naify, 2013.

HADOT, Pierre. A filosofia como maneira de viver: entrevistas de Jeannie Carlier e Arnold I. Davidson. (Trad. Lara Christina de Malimpensa). São Paulo: É Realizações, 2016.

______. Exercícios espirituais e filosofia antiga. Trad. Flavio Fontenelle Loque e Loraine Oliveira. Prefácio de Davidson, Arnold. São Paulo: É Realizações, 2014.

______. The inner citadel.  (translated by Michael Chase). Cambridge, Massachusetts, EUA, 2001. 
JUNG, C.G. Fundamentos de Psicologia Analítica. Petrópolis: Vozes, 2001, volume XVIII/1).

KIEKEGAARD, S. A. O desespero humano: doença até a morte. São Paulo: Abril Cultural, 1979.

______. O desespero humano. São Paulo: Ed. UNESP, 2010.

______. Do desespero silencioso ao elogio do amor desinteressado. (Org. Alvaro Valls). Escritos, 2004.
______. O conceito de angústia. 3. ed. Trad. Alvaro Valls. Petrópolis, RJ, Vozes, 2015.

______. As obras do amor. Petrópolis, RJ: Vozes, 2019.

MAY. Rollo. May, R., Angel, E., & Ellenberger, H. (Orgs.). Existencia: nueva dimension em psiquiatría y psicología. Madrid, Editorial Gredos, 1977.

______. (Org.). Psicologia existencial. Rio de Janeiro: Globo, 1980.

______. A descoberta do ser. São Paulo: Rocco, 1988.

______. O homem à procura de si mesmo. São Paulo: Ed. Círculo do livro, 1992.

______. Psicologia do dilema humano. 2. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.



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