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Põe-te a pensar...:
"Homens, a escola de
um filósofo é um hospital - você não deveria sair sentindo prazer, mas dor,
porque não estão bem quando entram." (Epictetus)
O ser humano é dotado de força suficiente
para manter uma vida com coesão e serenidade, em qualquer situação com que se
depare na vida. Se, é certo, souber perseverar no exercício da atenção
[prosokhe] e, acima de tudo, dedicar-se às próprias aptidões. O desafio maior:
empenhar-se em jamais desviar-se para atividades que estejam fora de seu alcance,
ou seja, estar atento à essas aptidões, focar nelas.
“Nem gemerás, nem censurarás, nem
adularás a ninguém” (EPICTETO, D. I, 1).
Para os estóicos, o instante, espaço
do sempre tempo, sem tempo, é a ocasião, o ensejo oportuno para acolhimento
do Ser, e alguém que esteja aprendendo filosofia estóica, estará
exercitando-se na arte de conciliar dois dos nossos mais terríveis adversários.
Por um lado, os caprichos pessoais; por outro a vida como é; isso resultaria em
ausência de perturbações (ataraxia). Ora, o equilíbrio decorreria de uma harmonia
com a natureza. E, tal harmonia é alcançada por alguém que atinja a compreensão de
que tudo o que nos ocorre que não seja da nossa alçada, é da alçada de uma "vontade
maior".
Portanto, é tarefa do prokopton, como
temos estudado aqui: colocar-se em harmonia com as leis naturais.
Epicteto encontra no coração humano
aquilo que, mais tarde, Pierre Hadot chama de “cidadela interior”. Inatingível, num estágio
avançado, por forças externas, o coração humano não pode ser determinado do
exterior para o interior, pelo contrário, está no interior a fonte da
determinação da serenidade.
______.
CÍCERO. Sobre o Destino.
São Paulo: Editora Nova Alexandria, 2001.
DINUCCI, A.; JULIEN, A. O Encheiridion de
Epicteto. Coimbra: Imprensa de Coimbra, 2014.
EPICTETO. Enquiridión.
Barcelona: Editora Anthropos, 1991. (Edição bilíngüe, grego espanhol).
EPICTETO. Entretiens. Livre I, II, III, IV.
Trad. Joseph Souilhé. Paris: Les Belles Lettres, 1956.
______. Epictetus Discourses. Book I. Trad.
Dobbin. Oxford: Clarendon, 2008.
______. O Encheirídion de Epicteto. Trad.
Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2012. (Edição Bilíngue)
______. Testemunhos e Fragmentos. Trad. Aldo
Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2008.
EPICTETUS. The Discourses of Epictetus as reported
by Arrian; fragments; Encheiridion. Trad. Oldfather. Harvard: Loeb,
1928. https://www.loebclassics.com/
HADOT, Pierre. The inner citadel: the
meditations of Marcus Aurelius. London: Harvard University Press, 2001.
HADOT, Pierre. Manuel
d’Épictète. Paris : Editora Librarie Générale Française, 2000.
MARCO AURÉLIO. Meditações. São Paulo: Abril
Cultural, 1973. (Livro II. 1)
MARC AURELE, Pensées.
Paris: Editora Les Belles Lettres, 1925. JAGU, Armand. Épictète et Platon.
Paris: Vrin, 1946.
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