segunda-feira, 7 de outubro de 2019

VIRTUDES: REFLEXÕES KANTIANAS

Outro, entre os excelentes que tenho lido e estudado durante a pesquisa nas últimas semanas; o livro de Melissa Merritt é uma contribuição distinta para os estudos da obra de Immanuel Kant, em que argumenta que precisamos de um relato mais claro e textualmente mais abrangente do que é reflexão, para não apenas entender o relato de Kant sobre a virtude, mas também apreciar como o próprio Kant efetivamente refutaria antigas objeções às suas reflexões.


"Considered in its complete perfection, virtue is therefore represented not as if a human being possesses virtue but rather as if virtue possesses him; for in the former case it would look as if he still had a choice (for which he would need yet another virtue in order to select virtue before any of the other wares on offer). Metaphysics of Morals (6:406)"

“Não pode haver dúvida de que Kant pensava que deveríamos ser reflexivos: devemos nos preocupar em tomar nossas próprias decisões sobre como as coisas são e o que vale a pena fazer. As objeções filosóficas ao ideal reflexivo kantiano centraram-se em preocupações sobre o controle excessivo que a pessoa reflexiva deve exercer sobre sua própria vida mental, e os kantianos que sentem a força dessas objeções recentemente chamaram a atenção para a concepção de virtude moral de Kant como é desenvolvido em seu trabalho posterior, principalmente a Metafísica da Moral. O livro de Melissa Merritt é uma contribuição distinta para essa recente virada para a virtude na erudição de Kant. Merritt argumenta que precisamos de uma explicação mais clara e textualmente mais abrangente do que é a reflexão, a fim de não apenas entender a explicação da virtude de Kant, mas também para apreciar como ela efetivamente refuta objeções de longa data ao ideal reflexivo kantiano.”

“There can be no doubt that Kant thought we should be reflective: we ought to care to make up our own minds about how things are and what is worth doing. Philosophical objections to the Kantian reflective ideal have centred on concerns about the excessive control that the reflective person is supposed to exert over their own mental life, and Kantians who feel the force of these objections have recently drawn attention to Kant's conception of moral virtue as it is developed in his later work, chiefly the Metaphysics of Morals. Melissa Merritt's book is a distinctive contribution to this recent turn to virtue in Kant scholarship. Merritt argues that we need a clearer, and textually more comprehensive, account of what reflection is, in order not only to understand Kant's account of virtue, but also to appreciate how it effectively rebuts long-standing objections to the Kantian reflective ideal.”
______.
MERRITT, Melissa. Kant on Reflection and Virtue. Cambridge University Press, 2018.

Sobre a autora:

"Melissa Merritt is Senior Lecturer in Philosophy at the University of New South Wales. She has published widely on Kant’s theoretical and practical philosophy in journals including Philosophical Quarterly, European Journal of Philosophy, Southern Journal of Philosophy, British Journal for the History of Philosophy and Kantian Review."

Para saber mais:


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