sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

A INVENÇÃO DA ESTÉTICA

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REFLEXÃO MATINAL LXXII: "OLHAR ESTÓICO"

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"A filosofia não visa a assegurar qualquer coisa externa ao homem. Isso seria admitir algo que está além de seu próprio objeto. Pois assim como o material do carpinteiro é a madeira, e o do estatuário é o bronze, a matéria-prima da arte de viver é a própria vida de cada pessoa." (Epiteto. D. I, XV : 2)

Mais uma das brevíssimas reflexões tendo como base o Hegemonikon.

Hegemonikon: para os estoicos, o que dá unidade a toda vida psíquica humana, a fonte da vida da alma e do conjunto psicofísico, da consciência e das faculdades cognitivas superiores, como capacidade representativa, julgamento e razão.

E, partindo dessa palavra: Hegemonicon - ἡγεμονικόν, que reflito na manhã de hoje sobre o que pode ser tomado como “verdadeira liberdade”; tentando uma aproximação como a noção de “cidadela interior” e tenho acrescentado reflexões sobre as “leis naturais”.

E, mais, por estar trabalhando nesse sentido, de reviravolta, de compreensão racional das “Leis naturais”, Hegemonicon - ἡγεμονικόν passou a servir como uma referência fundamental a um poder interior que se posiciona como quem domina e comanda as ações a partir dessa “compreensão racional” das “leis naturais”; uma atividade embasada na razão e especificamente humana.

Ora, foi um momento para essa manhã; na vida, em que paramos e aplicamo-nos no esforço em fazer a coisa certa, a escolha certa; a melhor tomada de decisão, desviando (clinâmen) das absurdidades do presente "caótico" que se nos afigura "catastroficamente" (para alguns), mas que, sem desânimo, tentamos fazer disso momentos de recomeços, de refazimento.

A tarefa se insere numa meta mais ampla, portanto, fortalecermo-nos e nos sustentarmos na direção da tão almejada “tranquilidade” (ἀπάθειαapatheia), e a mais "imperturbável paz de espírito” (Ἀταραξία - ataraxia)

É mais um momento de refletirmos estoicamente... ou, no mínimo, sermos coerentes na caminhada. Serena e solitária caminhada. 

Ademais:

“Não comeces tu a fazer os teus males mais graves do que são e a afligires-te com queixumes. Toda dor é ligeira quando não a julgamos a partir da opinião comum. Se, pelo contrário, começares a exortar-te a ti mesmo e a dizer: “Isto não é nada, ou pelo menos não é nada de importância! O que é preciso é paciência [Duremus]! Isto passa já!” — pelo próprio fato de considerares ligeiras as tuas dores, já estás a torná-las de fato ligeiras. Todos os nossos juízos estão suspensos da opinião comum. Não são apenas a ambição, o luxo, a avareza que se regulam por ela: também sentimos as dores de acordo com a opinião [ad opinionem dolemus]. Cada um só é desgraçado na justa medida em que se considera tal. Em meu entender, há que pôr termo às lamentações por dores já passadas, e que evitar palavras como: “Nunca alguém esteve tão mal como eu! Que dores, que sofrimentos eu padeci! Ninguém imaginava que eu iria recuperar! Quantas vezes a família chegou a chorar-me e os médicos a abandonarem-me como morto! Os supliciados na mesa de tortura não sofrem tormentos iguais aos meus!”. Mesmo que tudo isto fosse verdade, pertence já ao passado. O que é que se ganha em re-sentir os sofrimentos passados, qual a vantagem de, por o ter sido uma vez, continuar a sentir-se desgraçado? E não é verdade que toda gente exagera consideravelmente os próprios males, mentindo, afinal, a si mesma?”  (Sêneca, L. A. Cartas a Lucílio, LXXVIII, 13-14, 2014.)

______.
AGOSTINHO de HIPONA (354 - 430). "Confissões". Livro X...

DINUCCI, A.; JULIEN, A. O Encheiridion de Epicteto. Coimbra: Imprensa de Coimbra, 2014.

EPICTETO. Entretiens. Livre I. Trad. Joseph Souilhé. Paris: Les Belles Lettres, 1956.

______. Epictetus Discourses. Book I. Trad. Dobbin. Oxford: Clarendon, 2008.

______. O Encheirídion de Epicteto. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2012. (Edição Bilíngue)

______. Testemunhos e Fragmentos. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2008.

EPICTETUS. The Discourses of Epictetus as reported by Arrian; fragments; Encheiridion. Trad. Oldfather. Harvard: Loeb, 1928.  https://www.loebclassics.com/

HADOT, Pierre. The inner citadel: the meditations of Marcus Aurelius. London: Harvard University Press, 2001.

LONG, Georg. Discourses of Epictetus, with Encheiridion and fragments. Londres: Georg Bell and sons, 1890.

LONG, A. A. How to be free. Princeton, New Jersey:  Princeton University Press, 2018.

______. Epictetus: a stoic and socratic guide to life. New York: Oxford University Press. 2007.

LUTZ, C. Musonius Rufus: the Roman Socrates. Yale Classical Studies 10 3-147, 1947.

PRITCHARD, M. “Philosophy for Children”. Stanford Encyclopedia of Philosophy, 2002. Acessado em 31 de janeiro de 2020; fonte: http://plato.stanford.edu/entries/children/ .

MARCO AURÉLIO. Meditações, IV : 3, 12, 13 e 17. (tradução de Virgínia de Castro e Almeida)

SÉNECA, Lúcio Aneu. Cartas a Lucílio. 5. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 2014

domingo, 19 de janeiro de 2020

REFLEXÃO MATINAL LXXI: SOBRE A "VIDA FELIZ"


...vai subindo, lá no fim há uma linda surpresa para Você Querida!
(IMAGEM: "Pinterest")

A Vida Feliz (De Vita Beata)

DOIS CAMINHOS... UM A SEGUIR...

Enquanto evito a multidão”, cito Sêneca, para abrir a "reflexão matinal":

"Quando se trata da felicidade, não é adequado que me respondas de acordo com o costume da separação dos votos : 'A maioria está deste lado, então, do outro está a parte pior'. Em se tratando de assuntos humanos, não é bom que as coisas melhores agradem à maioria. A multidão é argumento negativo. Busquemos o melhor, não o mais comum, aquilo que conceda uma felicidade eterna, não o que aprova o vulgo, péssimo intérprete da verdade. Chamo vulgo tanto àqueles que vestem a clâmide quanto aos que carregam coroas. Não olho a cor das roupas que adornam os corpos, não confio nos olhos para conhecer o homem. Tenho um instrumento melhor e mais confiável para discernir o verdadeiro do falso; o bem do espírito, só o espírito o há de encontrar”. (Sêneca. In: "Vida Feliz")

Reli, há poucos dias, um livrinho: A Carta sobre a felicidade, de Epicuro a Meneceu; em seguida retomei as Cartas de Sêneca a Lucílio e por fim, A vida feliz, de Sêneca. A estes, acrescentei releituras de comentários sobre as obras e escrevi, para minhas retomadas futuras, em exercícios, o que anotei abaixo.

Sêneca, em seu livro A vida feliz se opõe a Epicuro que defende o prazer como a fonte da felicidade.

“Você se dedica aos prazeres, eu os controlo; você se entrega ao prazer, eu o uso; você pensa que é o bem maior, eu nem penso que seja bom: por prazer não faço nada, você faz tudo.”  (X, 3 ).

Cabendo ressaltar que ‘Feliz’ na discussão entre estoicos e epicuristas, é o equivalente da palavra grega eudaimonia (εὐδαιμονία), que pode ser traduzida como “vida digna de ser vivida”, “vida boa”, “plenitude do ser”.

Os estoicos defendem que a única vida que vale a pena ser vivida é aquela de retidão moral, o tipo de existência à qual olhamos no final e podemos dizer honestamente que não nos envergonhamos; uma vida virtuosa.

Diz Sêneca que não devemos ter a felicidade como objetivo: “não é fácil alcançar a felicidade já que quanto mais avidamente um homem se esforça para alcançá-la mais ele se afasta”.(I,1) a conclusão é que a solução é ter como objetivo a virtude, a felicidade será consequência.

Ademais:

“Quem, por outro lado, forma uma aliança, entre a virtude e o prazer, obstrui qualquer força que uma possa possuir pela fraqueza da outra, e envia liberdade sob o jugo, pois a liberdade só pode permanece inconquistável enquanto não sabe nada mais valioso do que ela mesma: pois começa a precisar da ajuda da Fortuna, o que é a mais completa escravidão: sua vida torna-se ansiosa, cheia de suspeitas, tímida, temerosa de acidentes, esperando em agonia por momentos críticos. Você não oferece à virtude uma base sólida e imóvel se você a colocar sobre o que é instável: e o que pode ser tão instável quanto a dependência do mero acaso e as vicissitudes do corpo e daquelas coisas que agem sobre o corpo?”. (XV, 3 )

Fica claro, portanto, uma recomendação: a de que não devemos associar a virtude ao prazer, pois se assim o fizermos acabaremos adentrando territórios não virtuosos, seduzidos pelo prazer "desregrado". 

(grifos e destaques meus)
______.
Para sabe mais:

DINUCCI, A.; JULIEN, A. O Encheiridion de Epicteto. Coimbra: Imprensa de Coimbra, 2014.

EPICTETO. Entretiens. Livre I, II, III, IV. Trad. Joseph Souilhé. Paris: Les Belles Lettres, 1956.

______. Epictetus Discourses. Book I. Trad. Dobbin. Oxford: Clarendon, 2008.

______. O Encheirídion de Epicteto. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2012. (Edição Bilíngue)

______. Testemunhos e Fragmentos. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2008.

EPICTETUS. The Discourses of Epictetus as reported by Arrian; Fragments; Encheiridion. Trad. Oldfather. Harvard: Loeb, 1928.

EPICURO. Carta sobre a felicidade: a Meneceu. São Paulo: Ed. Unesp, 1999.

ESPINOSA, Maria José Hernández. Epicuro e Séneca: leyendo Carta a Meneceo y La vida feliz. Publicacions de la Universitat de València, 2009.

HADOT, Pierre. The inner citadel: the meditations of Marcus Aurelius. London: Harvard University Press, 2001.

HANH, Thich Nhat. Meditação andando: guia para a paz interior. 21. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.
MAY, Rollo. O homem à procura de si mesmo. São Paulo: Ed. Círculo do livro, 1992.

KARDEC, A. Le Livre des Esprits. Paris, Dervy-Livres, s.d. (dépôt légal 1985). (O Livro dos Espíritos. Trad. Guillon Ribeiro, ______. O livro dos Espíritos. 93. ed. - 1. reimpressão (edição histórica). Brasília, DF: Feb, 2013. (Q. 625; 907-912; 919-921 ).

LEBRUN, Gérard. O conceito de paixão. In: NOVAES, Adauto (org.). Os sentidos da paixão. São Paulo: Cia. das Letras, 1987.

MARCO AURÉLIO. Meditações. São Paulo: Abril Cultural, 1973.

SÉNECA, Lúcio Aneu. Cartas a Lucílio. 5. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 2014.

______. Da tranquilidade da alma. (precedido de "Da vida retirada", seguido de "Da felicidade". Porto Alegre, RS: L&PM, 2009.

______. Lucio Aneu. Vida Feliz. 2. ed. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2009.


terça-feira, 14 de janeiro de 2020

REFLEXÃO MATINAL LXX: SOBRE A TRANQUILIDADE DA ALMA


Foto

O estoicismo oferece uma maneira para abordagem da "tranquilidade da alma", como tenho registrado aqui. Nesse texto que acrescento, após leitura pela manhã, num dos intervalos da pesquisa, o autor destaca essa reflexão sobre a "tranquilidade da alma" a partir da obra de Sêneca. É uma excelente oportunidade de reflexão.
...
"[Este é o décimo quinto artigo da série Estratégias estóicas para a vida diária. Nesta série, explorarei as soluções estoicas para nossos problemas cotidianos. A ênfase não está apenas nas soluções, mas também em como aplicá-las ao nosso dia a dia. Neste artigo, sumario as dezesseis estratégias delineadas por Sêneca em seu discurso sobre tranquilidade. Esse esboço é baseado na minha versão em inglês simples de On the tranquility of mind: stoic tranquility, de Seneca. Chuck Chakrapani]

1. Envolva-se nos seus assuntos do dia-a-dia

Uma razão pela qual não estamos tranquilos é que estamos entediados e, portanto, inquietos. Nossa tranquilidade é perturbada por nossa inquietação. Como você supera o tédio? Simplesmente mergulhe em suas atividades diárias, tanto no trabalho como em casa. Algo pode ficar no seu caminho: você pode perder o emprego ou outras coisas podem acontecer. Mas não desista facilmente. Se um caminho estiver bloqueado, encontre outro caminho, mas sempre seja honrado em suas ações. Sempre fique envolvido.

2. Ajuste-se às suas condições

Esperamos que as coisas sejam iguais. No entanto, não é assim que a vida funciona. Às vezes você pode se encontrar em condições miseráveis. Lembre-se, você pode estar infeliz em um lugar feliz e feliz em um lugar infeliz. Portanto, ajuste-se às suas circunstâncias. O mais importante é estar vivo até você morrer. Quando você está realmente vivo, você está tranquilo.

3. Combine suas ações com sua capacidade

Muitas vezes superestimamos o que podemos fazer. Nem todo mundo é adequado para todas as tarefas. Avalie a tarefa em questão para verificar se você está em condições. Evite tarefas que estão além da sua capacidade de concluir, trabalho que crie mais trabalho e trabalho do qual você não pode se retirar. Embora você possa sempre tentar forçar seus limites, expectativas irreais levam a distúrbios mentais.

4. Tenha cuidado ao escolher seus amigos

Nada encanta tanto a mente quanto a amizade fiel. Portanto, tenha cuidado ao escolher seus amigos. No entanto, não espere um amigo ideal. Há uma escassez de pessoas boas. Aceite o melhor entre os disponíveis. No entanto, evite os miseráveis. Eles vão te arrastar para baixo.

5. Não vá atrás de posses

Muitas vezes pensamos que seremos pacíficos se pudermos ter tudo o que queremos. Então, vamos atrás de dinheiro e posses. Mas isso realmente não funciona. Dinheiro causa miséria. Os pobres se preocupam com a falta dela e os ricos preocupação com a possibilidade de perdê-la. É melhor viver com dinheiro suficiente para atender às nossas necessidades e não desejar muito disso.

6. Viva simplesmente

Outra razão para perder a tranquilidade é a indulgência excessiva. Muitas vezes, estamos preocupados por não termos dinheiro suficiente. Mas, se você for cuidadoso com seus gastos, poderá transformar até a pobreza em riqueza. Viva simplesmente. Evite espetáculos externos e extravagâncias. Mesmo coisas desejáveis ​​se tornam indesejáveis ​​se levadas ao extremo.

7. Lide com a vida com habilidade

Todos nós enfrentamos problemas. Nossa tranquilidade será perturbada se não lidarmos com eles com habilidade. Mas, se formos habilidosos, podemos enfrentar a vida com todos os seus problemas e manter nossa tranquilidade. Lembre-se de que, independentemente do infortúnio que você possa enfrentar, seu efeito não durará muito. Os infortúnios são difíceis de suportar a princípio. Mas eles se tornam suportáveis ​​depois de um tempo. Quando você enfrentar infortúnios, não seja um fardo para os outros, mas seja gentil.

8. Esteja disposto a deixar de lado o que você possui

Você perderá sua tranquilidade se estiver apegado ao que possui. Não veja nada como seu. Esteja disposto a deixar de lado tudo o que você possui - até sua vida - a qualquer momento. Se você tem medo de morrer, não fará nada digno de viver.

9. Prever infortúnio

As coisas podem mudar rapidamente, não importa quem você é. Você pode derrotar adversidades e desgraças se estiver preparado para enfrentá-las. Preveja o infortúnio e esteja preparado. Os infortúnios tornam-se difíceis de suportar se você não estiver preparado quando eles o atingem.

10. Evite trabalhos ocupados

Devemos evitar dois tipos de atividades: Atividade que não tem propósito e atividade com propósito sem sentido. Muitas pessoas estão ocupadas com atividades que não têm um propósito significativo, levando a coisas prejudiciais, como bisbilhotar e fofocar. Direcione todas as suas forças para algum propósito e mantenha-o à vista.

11. Esteja preparado para a decepção

Esteja ciente de que as coisas podem não sair da maneira que você deseja. Isso aliviará o desapontamento se as coisas não saírem da maneira que você espera.

12. Não seja teimoso nem indeciso

Seja 'flexível' e não fique muito apegado aos seus planos. As coisas podem mudar inesperadamente. Leve-os ao seu ritmo. Quando as coisas mudarem, esteja preparado para se adaptar à mudança. Quando necessário, retire-se.

13. Tenha uma visão mais clara das coisas

Às vezes, podemos nos desesperar com as coisas que estão acontecendo ao nosso redor. Mesmo assim, é melhor rir da loucura humana do que se desesperar. Tenha uma visão mais clara das coisas. Melhor ainda, nem se desespere nem ria - basta fazer o que a razão pede.

14. Pratique coragem

Coisas ruins podem acontecer a pessoas boas. Enquanto pessoas corajosas enfrentam coisas corajosamente, pessoas covardes choram por causa de seu infortúnio. Não chore por sua desgraça.

15. Seja você mesmo

Não finja ser quem você não é. Lembre-se, as pessoas vão criticá-lo, não importa o que você faça. Tire um tempo para estar com os outros e tire um tempo para estar com você mesmo.

16. Relaxe e divirta-se

Tire um tempo para relaxar e restabelecer-se. Caminhe ao ar livre, vá a peças de teatro e outros entretenimentos [...]. Faça tudo com moderação.
As técnicas descritas acima preservarão sua tranquilidade e a restaurarão para você se você a perder. Mas, para que eles funcionem, você deve estar constantemente vigilante."


(só os Grifos e destaques  são meus)


______.
Link do texto

Sobre o autor:
Dr. Chuck Chakrapani: Editor of THE STOIC magazine (https://bit.ly/319WE1s) and author of Unshakable Freedom (https://amzn.to/2YMbbix) and other books.

______.
DINUCCI, A.; JULIEN, A. O Encheiridion de Epicteto. Coimbra: Imprensa de Coimbra, 2014.
EPICTETO. Entretiens. Livre I, II, III, IV. Trad. Joseph Souilhé. Paris: Les Belles Lettres, 1956.
______. Epictetus Discourses. Book I. Trad. Dobbin. Oxford: Clarendon, 2008.
______. O Encheirídion de Epicteto. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2012. (Edição Bilíngue)
______. Testemunhos e Fragmentos. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2008.
EPICTETUS. The Discourses of Epictetus as reported by Arrian; Fragments; Encheiridion. Trad. Oldfather. Harvard: Loeb, 1928.
HADOT, Pierre. The inner citadel: the meditations of Marcus Aurelius. London: Harvard University Press, 2001. 
MAY, Rollo. O homem à procura de si mesmo. São Paulo: Ed. Círculo do livro, 1992.
SÉNECA, Lúcio Aneu. Cartas a Lucílio. 5. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 2014.
______. Da tranquilidade da alma. (precedido de "Da vida retirada", seguido de "Da felicidade". Porto Alegre, RS: L&PM, 2009.

domingo, 12 de janeiro de 2020

A "VIDA BOA" NA REVOLUÇÃO CIENTÍFICA: DESCARTES, PASCAL, LEIBNIZ E O "CULTIVO DA VIRTUDE"

The Good Life in the Scientific Revolution: Descartes, Pascal, Leibniz, and the Cultivation of Virtue (English Edition) por [Jones, Matthew L.]

Acabei de ler... uma reflexão:


“Em meio à inquietação, ao deslocamento e à incerteza da Europa do século XVII, os leitores que buscavam consolo e segurança se voltaram para livros filosóficos e científicos que ofereciam maneiras de vencer medos e treinar a mente - orientação para viver uma vida boa. "A Vida Boa na Revolução Científica" apresenta um tríptico que mostra como os três principais cientistas modernos, René Descartes, Blaise Pascal e Gottfried Leibniz, conceberam seu novo trabalho como útil para cultivar a virtude e buscar uma vida boa. 

Suas inovações científicas e filosóficas resultaram em parte de sua compreensão da matemática e da ciência como exercícios cognitivos e espirituais que poderiam criar uma nobreza mental e espiritual mais verdadeira. Ao retratar os ricos contextos que cercam a geometria de Descartes, o triângulo aritmético de Pascal e o cálculo de Leibniz, Matthew L. Jones argumenta que essa busca pela terapêutica moral guiou importantes desenvolvimentos da filosofia moderna e da Revolução Científica.

(Grifos e destaques meus)
______.
JONES, Matthew L. The good life in the scientific revolution: Descartes, Pascal, Leibniz, and the cultivation of virtue. University Chicago Press, 2006. 

sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

JORNADAS DE DISCUSSÃO SOBRE IDEALISMO ALEMÃO - 2020

JORNADAS DE DISCUSSÃO SOBRE IDEALISMO ALEMÃO 

14 e 15 DE ABRIL  2020

"Desenvolver uma exploração do idealismo significa entrar no campo de um grande relato filosófico. Como o filósofo espanhol Félix Duque coloca, é um período sem paralelo, em que em pouco mais de cem anos (das publicações de Wolff em Halle aos cursos de Schelling em Berlim), um enorme esforço intelectual se desenvolve na Alemanha que tem uma dupla intenção: por um lado, tentar abordar e imitar a transcendência da filosofia da Grécia clássica; ao mesmo tempo em que filosoficamente assimila o evento que divide a história política moderna: a Revolução Francesa. Isso está associado, ao mesmo tempo, à necessidade de assimilar a revolução na maneira de pensar colocada por Immanuel Kant na Crítica da razão pura, que afirma que o mundo gira em torno do que penso."

______. 
Sobre o Evento:

Jornadas de discusión sobre idealismo

"UNIVERSIDAD DE COSTA RICA - FACULTAD DE LETRAS, ESCUELA DE FILOSOFÍA. 14 Y 15 DE ABRIL DEL 2020

Desarrollar una exploración del idealismo significa adentrarse en el terreno de un gran relato filosófico. Como lo plantea el filósofo español Félix Duque, se trata de un período inigualable, en el cual dentro de poco más de cien años (desde las publicaciones de Wolff en Halle hasta los cursos berlineses de Schelling), se desarrolla un enorme esfuerzo intelectual en Alemania que tiene una doble intención: por una parte intentar acercarse y emular la trascendencia de la filosofía de la Grecia clásica; al mismo tiempo que asimilar filosóficamente el evento que divide la historia política moderna: la Revolución Francesa. Esto se encuentra aunado en el mismo momento a la necesidad de asimilar la revolución en el modo de pensar planteada por I. Kant en la Crítica de la Razón Pura, la cual establece que el mundo gira alrededor del Yo pienso.

Temas o ejes de la discusión:

  • Unidad y diversidad entre los diversos sistemas filosóficos del idealismo: ¿Linealidad en el idealismo?
  • Elementos comunes y diferenciadores de las filosofías idealistas: ¿en qué consiste un programa filosófico idealista?
  • Fuentes y raíces de la filosofía idealista: empirismo, racionalismo, romanticismo. El debate de los idealistas con la tradición filosófica.
  • La recepción crítica del idealismo filosófico: marxismo, fenomenología, psicoanálisis, entre otros. Herencias y rupturas.
  • La epistemología y la filosofía política de los idealistas: la inevitable conexión entre el sujeto y la naturaleza, la educación, el derecho.
  • La recepción crítica del idealismo filosófico en América Latina. ¿cómo se ha leído el idealismo en nuestra región
Informaciones practicas

Toda propuesta de comunicación debe ser enviada hasta el 1.3.2020 a: idealismoucr@gmail.com
Toda propuesta incluye informaciones personales (apellido, institución, correo electrónico), un título y un resumen de máximo 500 palabras.
Los resultados de la selección serán comunicados por correo electrónico.
Cada charla será de 30 a 40 minutos con 20 minutos de discusión."

quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

A FORMA DO CONHECIMENTO PRÁTICO: "REPENSANDO O IMPERATIVO CATEGÓRICO"

The Form of Practical Knowledge: A Study of the Categorical Imperative (English Edition) por [Engstrom, Stephen P.]


Encontrei, esse material, recentemente, em meio aos estudos regulares que, apesar de tudo, não interrompi totalmente. Apareceu-me esse autor e duas de suas obras; uma, a que destaco aqui, já estou lendo com atenção; à outra (na bibliografia), ainda não tive acesso, mas, é leitura para breve, embora desloque o tema para outros dos meus interesses anotados aqui, nesta página.

“Em A Forma do Conhecimento Prático, Stephen Engstrom fornece uma nova e esclarecedora interpretação do imperativo categórico, argumentando que exageramos e interpretamos mal a ruptura de Kant com a tradição: Kant nunca se afasta da concepção clássica da razão prática como uma capacidade de conhecimento do bem. Sua contribuição distinta é a ideia de que os imperativos da moralidade expressam a forma de tal conhecimento. Ao desenvolver um relato do conhecimento prático que situa a ética de Kant em sua epistemologia mais ampla e repensar vários tópicos em sua psicologia moral e em seu relato da razão prática (incluindo desejo, intenção, escolha, vontade, bem como prazer, felicidade e bem) ), O trabalho de Engstrom promete aprofundar e remodelar nossa compreensão da ética kantiana.”

...

“Immanuel Kant’s claim that the categorical imperative of morality is based in practical reason has long been a source of puzzlement and doubt, even for sympathetic interpreters. Kant’s own explanations, which mainly concern his often-criticized formula of universal law, are laconic and obscure, leading interpreters to dismiss them in favor of less ambitious claims involving his other famous formulas.
In The Form of Practical Knowledge, Stephen Engstrom provides an illuminating new interpretation of the categorical imperative, arguing that we have exaggerated and misconceived Kant’s break with tradition: Kant never departs from the classical conception of practical reason as a capacity for knowledge of the good. His distinctive contribution is the idea that morality’s imperatives express the form of such knowledge.
By developing an account of practical knowledge that situates Kant’s ethics within his broader epistemology and rethinks numerous topics in his moral psychology and in his account of practical reason (including desire, intention, choice, will, as well as pleasure, happiness, and the good), Engstrom’s work promises to deepen and to reshape our understanding of Kantian ethics.”

(grifos meus)

______.
ENGSTROM, Stephen. The Form of Practical Knowledge. Harvard University Press, 2009.
______. Aristotle, Kant and the stoics: rethinnking happiness and duty. Cambridge University Press; Edição: Reprint, 1998.


O SUPOSTO "CONFLITO CIÊNCIA X RELIGIÃO" (II)

Recentemente, acrescentei, uma obra de  Alvin Plantinga  que até recentemente não conhecia: “ Ciência, religião e naturalismo:  onde está o ...