“Teoria dos sentimentos morais ou Ensaio para uma análise dos princípios pelos quais os homens naturalmente julgam a conduta e o caráter, primeiro de seus próximos, depois de si mesmos. Acrescida de uma Dissertação sobre a origem das línguas"
Enfim, acabei de reler, sem nenhum
desvio como sempre, da minha pesquisa, o meu foco principal: "Teoria
dos sentimentos morais", de Adam Smith.
“Publicado em 1759, "Teoria dos sentimentos morais"
é, do ponto de vista filosófico, a obra-prima de Adam Smith.
Os interesses especulativos do autor
se concentravam na busca de uma resposta à questão "De que modo o homem, como indivíduo ou espécie, chegou a ser o
que é?" e em mostrar a condição atual do homem como o resultado de alguns
fatores, poucos e simples.
As duas partes de seu sistema são a teoria dos sentimentos morais e a célebre riqueza das nações. A primeira
pretende reduzir a conduta moral dos homens a uma fonte única. Seu princípio
fundamental é que o objeto primeiro de nossas percepções morais é representado
pelas ações dos outros homens que nós julgamos segundo a nossa capacidade maior
ou menor de simpatizar com elas e, em segundo
lugar, que nossos juízos morais sobre nossa própria conduta são apenas
aplicações dos julgamentos que já fizemos da conduta dos outros e que elevamos
à categoria de deveres.”⠀
Enquanto,
para situar-me o motivo de ter retornado ao texto, à época (tinha lido em 2016),
ainda trabalhava num texto sobre ética/bioética retomando
algumas reflexões da dissertação, vi passar a divulgação dessa publicação: “A trama da natureza: organismo e
finalidade na época da ilustração”, de 2018. Tratei de acrescenta-la às futuras
leituras; já reservando um tempinho. Sempre preservando o foco na pesquisa
em andamento.
Hoje, 05 de agosto 2020, terminei essa
leitura. Dediquei bom tempo a essa leitura, exatamente, por pontos de
contato com a obra de Smith, de Hume, e claro, com a obra de Immanue Kant.
Na sinopse, lemos que: “O
livro divide-se em duas partes. A primeira é dedicada aos modelos de organização propostos por
filósofos que, na falta de um termo melhor, costumam ser chamados de “empiristas”,
como Hume e Adam Smith, dentre os quais contamos
também um materialista, Diderot,
e dois naturalistas céticos, Buffon e Daubenton. Esses modelos são elaborados
em concomitância a uma crítica da ideia de uma natureza organizada em sistema
segundo fins, produto de uma inteligência suprema. Essa crítica tem um
impacto profundo, e, pelas mãos de Smith,
alcança os domínios da teoria social. A segunda parte acompanha a absorção e tentativa de
superação dessa crítica no interior da Filosofia
Transcendental de Kant, e propõe a tese de que essa manobra,
sem propriamente lograr os resultados esperados por seu autor, contribuiu
para a formação de uma ciência dos seres vivos coerente com a Física
newtoniana.”
(grifos e destaques meus)
______.
BUTLER, J; CLARKE, S; HUTCHESON, F; MANDEVILLE, B; SHAFTESBURY, L; WOLLASTON, W. Filosofia moral britânica: textos do Século XVIII. Campinas, SP: Ed. Unicamp, 2014.
CUNHA, Bruno. A gênese da ética em Kant. São
Paulo: Editora LiberArs, 2017.
KANT, Immanuel. Lições de ética. Trad. Bruno Cunha
e Charles Fedhaus. São Paulo: Editora Unesp, 2018.
______. Lições sobre a doutrina filosófica da
religião. Trad. Bruno Cunha. Petrópolis, RJ: Vozes, 2019.
______. Antropologia de um ponto de vista
pragmático. Trad. Clélia Aparecida Martins. São Paulo: Iluminuras,
2006.
______. Crítica da razão prática. Tradução
de Valério Rohden. São Paulo, Martins Fontes, 2002.
KANT, Immanuel. Fundamentação da metafísica dos costumes. Trad. Guido A.
de. São Paulo: Discurso editoria: Barcarola, 2009.
PIMENTA, Pedro
Paulo. São Paulo: Editora UNESP. A
trama da natureza: organismo e finalidade na época da ilustração,
2018.
SMITH, Adam. Teoria dos sentimentos morais. São Paulo: Martins Fontes, 2002.
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