Manhã de trabalho, após brevíssima meditação que registro abaixo. É certo que, como sempre, os textos que compõem o que anoto aqui e agora são praticamente os mesmos de sempre. Das nossas escolhas (προαίρεσις - prohairesis) dependerá a nossa Serenidade.
Natural que assim seja, portanto,
pois na retomada de cada um está sempre o vínculo ao projeto pessoal que
compartilho, tendo como foco desviar sempre na direção da manutenção:
- da Serenidade [εὐροίας]
- da Paz [Ἀταραξία] conforme Epicteto (D. II.XVIII.28-29),
Assim, prossigo, no
exercício para “cura das
paixões”. O fragmento abaixo, diz bem a que me refiro:
"E,
caso escolheres ater-te sobretudo ao que é útil, não sintas aborrecimento
diante das dificuldades, ponderando quantas coisas na vida já te ocorreram não
como desejavas, mas como era útil." (Fragmento
27 - "ESTOBEU" 3.7.22
- Capítulo 7: "Sobre a Coragem").
Assim,
"Nada
farei por causa da opinião alheia, mas tudo por força da consciência." (SÊNECA,
Lucio Aneu. "Da vida feliz".
XX, 4)
Pois,
"A
prudência determina o que é necessário escolher e o que é necessário
evitar." (Comte-Sponville)
Foi assim, após a “meditação da
manhã”, aproveitando a pausa com a pesquisa principal que reli o trecho que
segue abaixo, em que se nota o convite a estarmos atentos ao que
realmente está ao nosso alcance e o que não é de nossa alçada,
separando pacientemente uma coisa da outra para continuarmos o caminho nas
correções. Convite sempre reiterado, na linha de interpretação do que
escrevemos até aqui, neste texto. Cabendo-nos, observar que a prática visada
concernente à filosofia moral aqui, numa perspectiva estoica, entre
outras clássicas na filosofia, sempre ter como motivação a busca
individual pela Virtude.
"Para
que suportemos mais facilmente e com mais zelo as penas que devemos enfrentar
em vista da virtude e da perfeita honestidade, eis os raciocínios úteis que
foram feitos. “A quantas penas alguns se submetem por causa dos seus maus
desejos, como aqueles que amam sem freio, quantas penas outros suportam tendo
em vista o ganho de dinheiro, quantos males alguns sofrem para conquistar
reputação! E, no entanto, é voluntariamente que todas estas gentes suportam
toda espécie de fadiga. Não é, pois, monstruoso que eles suportem tantos males
por nada daquilo que é bom, e que nós não suportemos com solicitude e prontidão
toda a fadiga pela perfeita honestidade, para evitar o vício que prejudica
nossa vida, para adquirir a virtude que nos proporciona todos os bens?” (TÈLÈS
et MUSONIUS, 1978).
(grifos e destaques meus)
______.
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