Continuando os estudos e,
como sempre, revisitando velhos textos, dado que o tempo de redação no texto
principal exige cada vez mais. Hoje, mais um destes retornos aos clássicos,
entre os que aqui anoto sempre, cuidando para que não haja de minha parte,
desvios desnecessários de rota, método ou referenciais. A
página (blog) foi pensada exatamente nessa direção desde o início.
Ademais, hoje, só reforçando,
com motivos a celebrar, pois, há um ano estava envolvido em um tempo obscuro de
saúde debilitada, entrando depois para uma unidade de terapia intensiva. Tempos
passados, cuidados redobrados, outras questões se agravaram, mas a vida segue
(sem esquecer-me das questões LE 257-273)
“Os três ensaios de Eric Weil aqui reunidos pretendem apresentar o pensamento de Kant tal como ele se cria a partir de uma intenção primeira. O objetivo proposto foi investigar o próprio pensar, ou seja, não tanto os resultados, mas os problemas e sua origem. Assim, esta obra trata de pesquisas, da busca de um espírito inquieto que não se contenta em conhecer o pensamento, mas deseja compreendê-lo.”
A origem o mal e a reflexão de Eric Weil partir da obra de Immanuel Kant:
Ao longo da história do pensamento ocidental, o mal foi objeto do esforço filosófico de vários pensadores, seja considerado enquanto falta. ou tomado no conceito de uma teodiceia., por exemplo.
A abordagem que passa a
tomar o mal como uma possibilidade de transgredir normas morais próprias do
homem contribui para desvencilhar o mal do plano de uma Teodiceia. O
mal enquanto possibilidade moral do homem constitui a abordagem kantiana,
discutida por Eric Weil, num dos ensaios da obra sobre ao tema: O
mal radical, a religião e a moral, presente na obra Problemas
Kantianos.
Bastante conhecido como filósofo
kantiano pós-hegeliano (PERINE, 1987, p. 18-22). O que faz de Weil um intérprete importante da obra do filósofo de Königsberg.
Aqui, portanto, ainda que Eic Weil reflita sobre o problema do mal a partir de
Kant, o que nos interessa é até que ponto Weil pode ir além de Kant ou seus
desdobramentos ulteriores a Kant.
Cabendo destacar que
assim como Kant, Eric Weil considera o “mal moral” (sem nenhuma
culpa originária).
“Nenhum assassinato
primitivo explica a moral; sem moral, não haveria qualquer diferença entre a
morte do pai assassinado por seus filhos e a morte do pai estraçalhado por um
urso: simplesmente não haveria assassinato” (WEIL,
2011, p. 22).
Ou seja, o mal é pensado como
“um evento moral”....
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