Conversava há pouco com
um amigo sobre essas questões que resolvi anotar baixo como acréscimo às reflexões.
Creio há anos, que seja esta uma postura do “prokoton”, como anotado: a
busca pelo equilíbrio.
Acrescento uma frase de Epictetus e
avanço numa brevíssima reflexão:
"Proteja o bem
que existe em você em tudo o que você fizer, e no que diz respeito a todo o
resto, receba o que lhe for dado enquanto puder fazer uso sensato. Se não
puder, não terá sorte, estará propenso a falhar, perturbado e limitado" (Epictetus).
E, interrompida a
conversa a ser retomada, afim de melhorar não só argumentos mas adotar o quanto
possível na prática, passei a repensar, após os trabalhos e últimas reflexões,
no termo "eugnomosyne" (Epicteto, D.II, 6.2), na
concepção mesma desse “conceito” que tinham os antigos "estoicos",
por exemplo, como significando "nobreza de sentimentos", e me
ocorreu prosseguir com o que anotei abaixo.
Ai dos que se propõe
asserenar e buscar "eugnomosyne" em dias como os atuais! Mesmo
se esse, em meio às dificuldades e limitações, coloque a busca pela paz
interior na ordem do dia; haverá sempre a postura dos que digam ser
impossível num mundo agitado e barulhento como este. E, se adaptam!
Mas, sabe-se, por outro
lado que:
“De fato, o que é
necessário não é a abundância, mas sim a eficácia das palavras. Devemos
distribuí-las como se fossem sementes; ora uma semente, ainda que minúscula, se
cai em terra favorável, multiplica suas forças e alcança, de exígua que era,
dimensões assaz consideráveis. O mesmo sucede com a razão. À primeira
vista não parece ter grande raio de ação; mas à medida que vai agindo ganha
força. As nossas palavras são breves, mas se o espírito as acolher
favoravelmente, elas enrijarão e florescerão. É como te digo, a condição das
nossas sentenças é semelhante à das sementes: os frutos são numerosos, as
dimensões muito reduzidas! Basta apenas, como já disse, que um espírito propício
as entenda e as interiorize; se assim for, em breve esse espírito estará
por sua vez a produzir muitas outras, mais numerosas mesmo do que as recebidas.”
Ademais, “ser estoico,
afinal, o que é? Do mesmo modo que chamamos “fidíaca” a estátua modelada
segundo a arte de Fídias, mostrai-me igualmente um ser humano enfermo e feliz,
em perigo e feliz, desprestigiado e feliz. Mostrai-me. Pelos deuses! Desejo ver
um estoico. (EPICTETO. D. 2.19.23-27).”
Talvez, não ser
um estoico, sabido que já tenho uma “filosofia de vida” bem
definida a orientar-me, como também sempre destaco aqui, mas revisitar as obras
clássicas, é o desafio posto e mantido. Não dá para aceitar
nem cogitar minimamente, as estapafúrdias tagarelies das propostas hodiernas.
No exercício e hoje para
uso cotidiano, escolho encerrar com dois pequenos textos; um de Sêneca, outro de Aristóteles:
“Queres saber qual é a
coisa que com maior empenho deves evitar? A multidão! Ainda não estás em estado
de frequentá-la em segurança. Eu confesso-te sem rodeios a minha própria
fraqueza: nunca regresso com o mesmo caráter com que saí de casa; algo que já
pusera em ordem é alterado, algo do que já conseguira eliminar, regressa!” (SÉNECA.
2014).
"A multidão mais
grosseira considera que o bem e a felicidade é o prazer, e consequentemente
adoram uma vida de gratificação […] Assim, parecem completamente escravizados,
dado escolherem uma vida que pertence aos ruminantes. Mas têm realmente um
argumento em sua defensa, dado que muitos dos poderosos […] têm a mesma
convicção. (ARISTÓTELES. 1095 b; 16-23)"
São
"exercícios" pessoais de reflexão. Abaixo, algumas indicações de
leituras por onde tenho caminhado. muito a corrigir e superar ainda!
Voltando aos estudos!
(Grifos e destaques são
meus)
______.
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