quinta-feira, 31 de março de 2022

REFLEXÃO MATINAL CXXV: UMA BREVE REFLEXÃO "CÍNICA"

 

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Pausa na oficina!

Afirma Epicteto, sobre o pensador Diógenes Laércio:

"Se quiseres que eu te mostre um homem que seja verdadeiramente livre, apresentar-te-ei Diógenes Laércio. Como ele chegou a ser livre? Destruindo em si mesmo tudo quanto o pudesse prender à escravidão; dessa forma, desligado de tudo e, completamente isolado, nada possuindo. Doava tudo o que lhe pedissem, mas estava fortemente unido aos 'deuses' e a ninguém era inferior em obediência, respeito e submissão para com a tal soberania. Eis, nesse aspecto, a sua liberdade".

De minha parte, a partir da referência a Diógenes, quero reforçar aqui: Homens... não desejeis ser unicamente detentores de diplomas, de títulos, insígnias ou patentes que te elevem nesse mundo, mas que desaparecem numa perspectiva mais ampla. Não lutes por superar humilhando seu igual em espécie. Transformem-se em homens que verdadeiramente justifiquem essa qualificação: de ser humano! Que se lute por unificar pensamento e ação no caminho da Verdade, da infinita Sabedoria e Bondade. Tudo isso para que possamos dar realidade a uma verdadeira transformação pessoal, abandonando uma postura meramente abstrata e impregnada de desejos vãos e baixeza moral, que só podem resultar em atitudes hipócritas e descabidas. (MARQUINHOS, 2016)

"Deus introduziu o ser humano como seu espectador [theatḗs, θεατής] de suas obras. E não só como espectador, mas também como exegeta de suas obras. É, por isso, vergonhoso para o ser humano começar e terminar como os irracionais: é preciso antes aí começar e terminar lá onde a natureza, em nosso caso, determinou. E ela o determinou para a contemplação [theōría, θεωρία], para a compreensão [parakoloúthēsis, παρακολούθησις] e para um modo de vida em harmonia com a natureza. Assim, cuidai para não virdes a morrer sem serdes espectadores dessas coisas. (Epicteto. Diatribes, I, 6: 19-22; trad. Aldo. Dinucci)”

A isso, acrescento uma leve digressão:

“Quando um jovem está próximo de perder a vida, ele censura os deuses porque está sendo levado fora da hora. Quando um velho não finda a vida também censura os deuses porque, já estando na hora de morrer, tem problemas. Entretanto, quando a morte se aproxima, deseja viver e manda chamar o médico e lhe roga para não dispensar o zelo e o cuidado. “Que homens espantosos”, dizia Epicteto, “que não querem viver nem morrer”. (ESTOBEU. Florilegium. IV. 53, 30. In: Viva Vox. Mnemosyne. Epicteto: testemunhos e fragmentos).

Ademais, por quê postar as coisas que lemos e relemos?

Talvez, só por nos mantermos firmes e convictos de que há coisas boas a se fazer ainda. Não é de todo ruim o mundo (conquanto seja de "provas e expiações"). A considerarmos, antes e acima de tudo um certo grau de "Praemeditatio Mallorum", podemos sim almejar coisas verdadeiramente nobres. Isso nos imuniza, em grande medida, de culpar os outros ou o Mundo por qualquer coisa que não fazemos melhor.

"Memento Vivere"

Sempre lendo e relendo, portanto!

______.

PS: O cinismo (κυνισμός, em Latim, cinicus) foi uma corrente filosófica fundada por Antístenes, discípulo de Sócrates. Era praticada pelos cínicosΚυνικοί, em latim: Cynici). Para estes filósofos cínicos, o verdadeito objetivo da vida seria buscar sempre a Virtude, em associação com a natureza. Bem próximo, nesse sentido, como defendiam os estoicos.

Surgido no séc. V a.C. tem como representante também, o filósofo Diógenes de Sinope. Entre seus princípios estão: a autarkeia, que pode ser entendida como: autossuficiência e, como os estoicos, a apatheia, atitude tomada perante as vicissitudes da Vida.

______.

ÁRIO DÍDIMO. Epitome of stoic ethics. Tradução de Arthur J. Pomeroy. Atlanta: Society of Biblical Literature, 1999.

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Nova Cultural, 1987 (col. Os Pensadores).

______. Ethica Nicomachea - III 9 - IV 15: As virtudes morais. Trad. Marco Zingano. São Paulo: Odysseus Editora, 2019.

COELHO, Humberto Schubert. Genealogia do Espírito. Brasília, DF: 2012.

______. Filosofia perene: o modo espiritualista de pensar. São Paulo: Ed. Didier, 2014.

DESCARTES, René.  As paixões da alma. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

EPICTÉTE. Entretiens. Livre I, II, III, IV. Trad. Joseph Souilhé. Paris: Les Belles Lettres, 1956.

______. Epictetus Discourses. Trad. Dobbin. Oxford: Clarendon, 2008.

______. O Encheirídion de Epicteto. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2012. (Edição Bilíngue).

______. Testemunhos e Fragmentos. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2008.

______. The Discourses of Epictetus as reported by Arrian; fragments: Encheiridion. Trad. Oldfather. Harvard: Loeb, 1928.  https://www.loebclassics.com/

ESTOBEU. Florilegium. v. I e II. Ed. Augustus Meineke. Lipsiae: Taubner, 1855.

LONG, A. Arius Didymus and the exposition of stoic ethics. In: FORTENBAUGH, W. W. (Ed.). On stoic and Peripatetic ethics: the work of Arius Didymus. London: Transaction, 1983. p. 190-201.

MEINEKE, A. Zu Stobaeus. Zeitschrift für Gymnasialwesen, v. 13, p. 363-365, 1859. MACINTYRE, Alasdair. Depois da virtude: um estudo sobre teoria moral. Campinas, SP: Vide Editorial, 2021.

MARCO AURÉLIO. Meditações. São Paulo: Abril Cultural, 1973. (Livro II. 1).

MASSI, C. D. As leis naturais e a verdadeira felicidade. Curitiba: Kardec Books, 2020.

______. Espírito e matéria: diálogos filosóficos sobre as causas primeiras. Curitiba: Kardec Books, 2020.

NUSSBAUM, Martha C. A fragilidade da bondade: fortuna e ética na tragédia e na filosofia grega. São Paulo, Martins Fontes, 2009.

PLATÃO. Laches. Protagoras. Meno. Euthydemus. Tradução de W. R. M. Lamb. Harvard: https://www.loebclassics.com, 1924.

SÊNECA. Cartas a Lucílio. 5. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 2014.

CÍCERO. On ends (The Finibus). Tradução de H. Rackham. Harvard: https://www.loebclassics.com, 1914.

segunda-feira, 28 de março de 2022

O PENSAMENTO CRÍTICO: HISTÓRIA E MÉTODO

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“Tu és um sábio, Trasímaco, – respondi eu – e sabes bem que se perguntares a uma pessoa que números multiplicados fazem doze, tomando o cuidado de proibir este a quem perguntas de responder duas vezes seis, três vezes quatro, seis vezes dois ou quatro vezes três, pois “tais tolices não me servem”, então, obviamente, se este for o teu modo de colocar a questão, ninguém poderá te responder. (PLATÃO, A República, 337 a-b)."

Meu amigo prof. Humberto Schubert Coelho (UFJF) acaba de lançar um excelente material para reflexão filosófica.

O tema, tratado frequentemente com posições equivocadas, às vezes sem a devida profundidade ou nenhuma, aqui recebe um tratamento bem refletido. Traz ampla e profunda bibliografia sobre o tema. Aliás, algumas, estão aqui, na ordem do dia e, vou dar atenção especial 

Para mim, textos muito bons no geral, mas destaco o capítulo "Kant e Goethe: polos opostos do pensamento crítico"

...

"Acaba de ser publicado pela UFJF meu livro sobre pensamento crítico. Trata-se de uma introdução à filosofia que enfoca essa ferramenta fundamental. Evitando a abordagem histórica, panorâmica ou diletante que geralmente caracteriza as introduções à filosofia, tentei evidenciar antes o seu aspecto aplicado e funcional.

Devo este livro ao que aprendi com minhas turmas de introdução à filosofia para a Faculdade de Direito e para o Bacharelado em Ciências Humanas da UFJF. Espero que seja uma leitura útil a estudantes nos primeiros períodos de graduação de diversos cursos."

Link do livro (Gratuito):

https://www2.ufjf.br/editora/wp-content/uploads/sites/113/2022/03/O-PENSAMENTO-CRITICO_BA02.pdf?fbclid=IwAR1U4ByHbVxioefVt9uh0egx3lwtAz4keq30TEKFAcDm9kLhhWqbdT1ATQ8

______.

COELHO, Humberto Schubert. O pensamento crítico: história e método. Juiz de Fora, MG: Editora UFJF, 2022.


sábado, 26 de março de 2022

REFLEXÃO MATINAL CXXIV: JUNTANDO FRAGMENTOS SOBRE A RAZÃO. E, O ENTENDIMENTO, A SENSIBILIDADE?



Enquanto preparo um texto estoico para publicação em breve, terminando o texto principal e desenho os capítulos de pequeno livrinho sobre “cura das paixões”; apatheia” e “ataraxia”. Esbocei hoje um texto em que estou analisando a “Docta Ignontia”; o “Conhece-te a si mesmo” que será um pequeno artigo a ser direcionado a uma prestigiada revista acadêmica.

Mas, antes de tudo registrei aqui alguns fragmentos sobre “Razão” e “entendimento”, dispersos em várias obras citadas e algumas da bibliografia, em grande ou pequena medida, tratando destes elementos que, certamente, vou retomar mais à frente e “sistematizar”. 

 “Porque a verdade ou a aparência não estão no objeto, na medida em que é intuído, mas no juízo sobre ele, na medida em que é pensado. Pode-se pois dizer que os sentidos não erram, não porque o seu juízo seja sempre certo, mas porque não ajuízam de modo algum. Eis porque só no juízo, ou seja, na relação do objeto com o nosso entendimento, se encontram tanto a verdade como o erro e, portanto, também a aparência, enquanto induz a este último. Num conhecimento, que concorde totalmente com as leis do entendimento, não há erro. Numa representação dos sentidos (porque não contém qualquer juízo) também não há erro. Nenhuma força da natureza pode, por si, afastar-se das suas próprias leis. KANT, Immanuel. A 293, 1994)

Ora, "Seria infalível, se não fosse falseada pela má educação, pelo orgulho e pelo egoísmo. O instinto não raciocina; a razão permite a escolha e dá ao homem o livre-arbítrio. (2013a)”

Quanto ao seu uso como como profilaxia, segundo Caio Musônius Rufus - Filósofo estóico do primeiro século da “era cristã”. Nascido em Volsínios, na Etrúria. Viveu entre 25 d.C. - 95 d.C.):

"Devemos viver como médicos, tratando a nós mesmos com a razão, contra os males de não usá-la".

Isso, tomado como caminho a ser seguido, estaria em consonância com a busca estóica de tranquilidade da alma, fundamentada na razão

Sêneca, neste sentido, no "De tranquillitate animi"; 14:2, escreve: 

"Vtique animus ab omnibus externis in se reuocandus est: sibi confidat, se gaudeat, sua suspiciat, recedat quantum potest ab alienis et se sibi adplicet, damna non sentiat, etiam aduersa benigne interpretetur". 

"Seja como for, a alma deve recolher‐se em si mesma, deixando todas as coisas externas: que ela confie em si, se alegre consigo, estime o que é seu, se aparte o quanto pode do que é alheio, e se dedique a si mesma; que ela não sinta as perdas e interprete com benevolência até mesmo as coisas adversas".

 Acrescento, tomando como um texto inspirado para hoje.

"O que deve guiar o verdadeiro amante da verdade é um amor desinteressado, por esse objetivo venerado; é a vontade enérgica e constante de jamais parar, e separar rigorosamente do joio a boa semente.

Quanto mais o homem se possui e quanto mais é calmo e nobre, melhor saberá discernir os caminhos que o conduzirão à verdade. Quanto mais ele é leviano, presunçoso ou apaixonado, tanto mais corromperá com seu hálito impuro os frutos que colherá na árvore da vida." (Revue. nov. 1863)

E, ainda bastante oportuno, diante das evidências, retomo este trecho: 

"Certa vez Musonius doou mil sestércios a um charlatão que se pavoneava de ser filósofo. Quando inúmeras pessoas vieram a Musonius alegando que aquele era um homem inútil e perverso, incapaz de qualquer bem, Musonius sorriu gentilmente e respondeu: 

'Então o que ele merece é dinheiro'."  

Portanto, não só defender a razão, mas não perder tempo, e caminhar, pois: 

"Não é papel do filósofo multiplicar argumentos e demonstrações. Se um argumento claro e consistente não basta, o problema está no ouvinte. Ao multiplicar as demonstrações para quem se nega a aceitar o claro e sonoro perde-se grande tempo, e se reconhece um tipo de teimosia que não deveria ser reconhecido". 

E, para encerrar essa coletânea de pequeno texto para reflexão do dia: “[...] e se o hábito diz não, a razão diz sim." Revue, 1864)

______.

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Nova Cultural, 1987 (col. Os Pensadores).

______. Ethica Nicomachea - III 9 - IV 15: As virtudes morais. Trad. Marco Zingano. São Paulo: Odysseus Editora, 2019.

ARRIANO FLÁVIO. O Encheirídion. Edição Bilíngue. Tradução do texto grego e notas Aldo Dinucci; Alfredo Julien. Textos e notas de Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão. Universidade Federal de Sergipe, 2012).

COELHO, Humberto Schubert. Genealogia do Espírito. Brasília, DF: 2012.

______. Filosofia perene: o modo espiritualista de pensar. São Paulo: Ed. Didier, 2014.

DESCARTES, René.  As paixões da alma. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

EPICTÉTE. Entretiens. Livre I, II, III, IV. Trad. Joseph Souilhé. Paris: Les Belles Lettres, 1956.

______. Epictetus Discourses. Trad. Dobbin. Oxford: Clarendon, 2008.

______. O Encheirídion de Epicteto. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2012. (Edição Bilíngue).

______. Testemunhos e Fragmentos. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2008.

______. The Discourses of Epictetus as reported by Arrian; fragments: Encheiridion. Trad. Oldfather. Harvard: Loeb, 1928.  https://www.loebclassics.com/

FOOT, Philippa. Natural goodness. Clarendon Press, 2003.

______. Moral dilemmas: and other topics in moral philosophy. Oxford University Press, 2003)

______. Virtues and Vices: and other essays in moral philosophy. OUP Oxford; Reprint, 2003). Informações sobre a a autora: https://pt.wikipedia.org/wiki/Philippa_Foot

FREUD, Sigmund. Inibição. sintoma e angústia. São Paulo: Companhia das letras, 2014.

______. Inibição, sintoma e medo. Porto Alegre, RS: L&PM, 2018.

______. Die Träumdeutung. Hamburg: Nikol, 2011.

______. Interpretação dos sonhos. Obras completas. vol 4. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

______. O mal-estar na civilização. São Paulo: Penguin/Companhia das Letras, 2011. 

GALENO. Aforismos. São Paulo: E. Unifesp, 2010.

______. On the passions and errors of the soul. Translated by Paul W . Harkins with an introduction and interpretation by Walter Riese. Ohio State University Press, 1963.

GAZOLLA, Rachel.  O ofício do filósofo estóico: o duplo registro do discurso da Stoa, Loyola, São Paulo, 1999.

HADOT, Pierre. The inner citadel: the meditations of Marcus Aurelius. London: Harvard University Press, 2001.

JUNG, Carl Gustav. Civilização em transição. Petrópolis/RJ: Editora Vozes, 2011. (Obras completas, Vol. 10/3). 

______. Estudos psiquiátricos. 6. ed. Petrópolis/RJ: Editora Vozes, 2011. (Obras completas, Vol. 1)

______. Psicologia do inconsciente. Petrópolis/RJ: Editora Vozes, 2011. (Obras completas, Vol. 7/1).

______. O eu e o inconsciente. Petrópolis/RJ: Editora Vozes, 2011. (Obras completas, Vol. 7/2.)

______. Estudos experimentais. 6. ed. Petrópolis/RJ: Editora Vozes, 2011. (Obras completas, Vol. 2)

______. Psicogênese das doenças mentais. 6.ed. Petrópolis/RJ: Editora Vozes, 2011. (Obras completas, Vol. 3)

KANT, Immanuel. Observações sobre o sentimento do belo e do sublime. Papirus, Campinas, 1993.

______. Lições de ética. Trad. Bruno Cunha e Charles Feldhaus. São Paulo: Editora Unesp, 2018.

______. Crítica da razão prática. Trad. Valério Rohden. São Paulo: Martins fontes, 2002.

______. Crítica da razão pura. 3. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 1994.

______. Fundamentação da metafísica dos costumes. Trad. Guido Antônio de Almeida. São Paulo: Discurso editorial, 2009.

______. Antropologia de um ponto de vista pragmático. Tradução Clélia Aparecida Martins. São Paulo: Iluminuras, 2006.

KARDEC, A. Le Livre des Esprits. Paris, Dervy-Livres, s.d. (dépôt légal 1985). (O Livro dos Espíritos. Trad. Guillon Ribeiro, ______. O livro dos Espíritos. 93. ed. - 1. reimpressão (edição histórica). Brasília, DF: Feb, 2013a. (Q. 74a “A razão”); Q. 907-912: "paixões"; 893-906: “virtudes e vícios”e 920-933: "felicidade")

KING, C. Musonius Rufus: lectures and sayings. Create Space Independent Publishing Platform, 2011.

LEBRUN, Gérard. O conceito de paixãoIn: NOVAES, Adauto (org.). Os sentidos da paixão. São Paulo: Cia. das Letras, 1987.

LUTZ, C. Musonius Rufus: the Roman Socrates. Yale Classical Studies 10 3-147, 1947.

MACINTYRE, Alasdair. Depois da virtude: um estudo sobre teoria moral. Campinas, SP: Vide Editorial, 2021.

MARCO AURÉLIO. Meditações. São Paulo: Abril Cultural, 1973. (Livro II. 1).

MASSI, C. D. As leis naturais e a verdadeira felicidade. Curitiba: Kardec Books, 2020.

______. Espírito e matéria: diálogos filosóficos sobre as causas primeiras. Curitiba: Kardec Books, 2020.

NUSSBAUM, Martha C. A fragilidade da bondade: fortuna e ética na tragédia e na filosofia grega. São Paulo, Martins Fontes, 2009.

PLATÃO. Mênon. Trad. Maura Iglésias. Rio de Janeiro: Ed. PUC-RIO; São Paulo: Ed. Loyola, 2001.

________. República de Platão. Trad. J. Guinsburg. São Paulo: Perspectiva, 2012.

________. Górgias, Eutidemo, Hípias Maior e Hípias Menor. Trad. Edson Bini. Bauru, SP: EDIPRO, 2007.

________. Górgias, Protágoras. 3. ed. Trad. Carlos Alberto Nunes. Edição bilíngue; Belém, PA, 2021.

SÊNECA, Lúcio Aneu. Cartas a Lucílio. 5. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 2014.

______. Edificar-se para a morte: das cartas morais a Lucílio. Seleção, introdução, tradução e notas de Reanata Cazarini de Freitas. Petrópolis, RJ: Vozes, 2016.

____. Sobre a clemência. Introdução, tradução e notas de Ingeborg Braren. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013b.

____. Sobre a ira. Sobre a tranquilidade da alma. Tradução, introdução e notas de José Eduardo S. Lohner. São Paulo: Penguin Classics Companhia das Letras, 2014.

____. Moral Essays. Tradução de John W. Basore. Cambridge, EUA: Harvard University Press, 1985.

quarta-feira, 23 de março de 2022

REFLEXÃO MATINAL CXXIII: SOLILÓQUIOS

Entre os livros na imagem estão os livros de Epicteto, e entre os quais destaco aqui o volume II:

EPICTÈTE. Entretiens. Livre II. Paris: Les Belles Lettres, 2002. Edição biligue francês e grego. (Prosseguindo. Relidos, hoje pela manhã, os caps. VIII e XIII (tradução minha).

Destacando, no capítulo VIII, EPICTÈTE. Entretiens. Livre II. Paris: Les Belles Lettres, 2002. (Prosseguindo. Relendo hoje, o cap. VIII. "En quoi consiste la realité du bien" (pp. 29-32), "Em que consiste  a realidade do bem":

- "O bem é essencialmente de ordem espiritual"
- "Deus em nós"
- "Apreensão de Epicteto acerca dos que abandonam a escola"

Destacando também o capítulo XIII, "De l'anxiété, (pp. 48-58), Sobre "Ansiedade", inclusive tendo desenvolvido um texto apresentado num Evento internacional sobre Estoicismo:

- "A ansiedade é um desejo impossível de realizar"
- "A ansiedade é marca da ignorância"
- "A ansiedade provém de um desejo desarazoável" 
- O saber motiva a confiança"

Porque é este o foco: "Revolução interior".

Lá fora: a considerar o fato de que vejo essa vida, esse instante breve na "eternidade" e, como nada mais que um "instante" mesmo, convenço-me cada vez mais de que: mudar o mundo interior, corrigir erros do "passado", já é o suficiente!

O resto? Ora o resto, é só o resto!!! (MARQUINHOS, 2016)

. ' .

PS: Sucesso aos que empenham-se em mudar o mundo! Não é nem será meu projeto!

E, hoje em condições melhores, voltando ao trabalho!

______.
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Nova Cultural, 1987 (col. Os Pensadores).

______. Ethica Nicomachea - III 9 - IV 15: As virtudes morais. Trad. Marco Zingano. São Paulo: Odysseus Editora, 2019.

ARRIANO FLÁVIO. O Encheirídion. Edição Bilíngue. Tradução do texto grego e notas Aldo Dinucci; Alfredo Julien. Textos e notas de Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão. Universidade Federal de Sergipe, 2012).

COELHO, Humberto Schubert. Genealogia do Espírito. Brasília, DF: 2012.

______. Filosofia perene: o modo espiritualista de pensar. São Paulo: Ed. Didier, 2014.

DESCARTES, René.  As paixões da alma. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

EPICTÉTE. Entretiens. Livre I, II, III, IV. Trad. Joseph Souilhé. Paris: Les Belles Lettres, 1956.

______. Epictetus Discourses. Trad. Dobbin. Oxford: Clarendon, 2008.

______. O Encheirídion de Epicteto. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2012. (Edição Bilíngue).

______. Testemunhos e Fragmentos. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2008.

______. The Discourses of Epictetus as reported by Arrian; fragments: Encheiridion. Trad. Oldfather. Harvard: Loeb, 1928.  https://www.loebclassics.com/

FOOT, Philippa. Natural goodness. Clarendon Press, 2003.

______. Moral dilemmas: and other topics in moral philosophy. Oxford University Press, 2003)

______. Virtues and Vices: and other essays in moral philosophy. OUP Oxford; Reprint, 2003). Informações sobre a a autora: https://pt.wikipedia.org/wiki/Philippa_Foot

FREUD, Sigmund. Inibição. sintoma e angústia. São Paulo: Companhia das letras, 2014.

______. Inibição, sintoma e medo. Porto Alegre, RS: L&PM, 2018.

______. Die Träumdeutung. Hamburg: Nikol, 2011.

______. Interpretação dos sonhos. Obras completas. vol 4. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

______. O mal-estar na civilização. São Paulo: Penguin/Companhia das Letras, 2011. 

GALENO. Aforismos. São Paulo: E. Unifesp, 2010.

______. On the passions and errors of the soul. Translated by Paul W . Harkins with an introduction and interpretation by Walter Riese. Ohio State University Press, 1963.

GAZOLLA, Rachel.  O ofício do filósofo estóico: o duplo registro do discurso da Stoa, Loyola, São Paulo, 1999.

HADOT, Pierre. The inner citadel: the meditations of Marcus Aurelius. London: Harvard University Press, 2001.

JUNG, Carl Gustav. Civilização em transição. Petrópolis/RJ: Editora Vozes, 2011. (Obras completas, Vol. 10/3). 

______. Estudos psiquiátricos. 6. ed. Petrópolis/RJ: Editora Vozes, 2011. (Obras completas, Vol. 1)

______. Psicologia do inconsciente. Petrópolis/RJ: Editora Vozes, 2011. (Obras completas, Vol. 7/1).

______. O eu e o inconsciente. Petrópolis/RJ: Editora Vozes, 2011. (Obras completas, Vol. 7/2.)

______. Estudos experimentais. 6. ed. Petrópolis/RJ: Editora Vozes, 2011. (Obras completas, Vol. 2)

______. Psicogênese das doenças mentais. 6.ed. Petrópolis/RJ: Editora Vozes, 2011. (Obras completas, Vol. 3)

KANT, Immanuel. Observações sobre o sentimento do belo e do sublime. Papirus, Campinas, 1993.

______. Lições de ética. Trad. Bruno Cunha e Charles Feldhaus. São Paulo: Editora Unesp, 2018.

______. Crítica da razão prática. Trad. Valério Rohden. São Paulo: Martins fontes, 2002.

______. Fundamentação da metafísica dos costumes. Trad. Guido Antônio de Almeida. São Paulo: Discurso editorial, 2009.

______. Antropologia de um ponto de vista pragmático. Tradução Clélia Aparecida Martins. São Paulo: Iluminuras, 2006.

KARDEC, A. Le Livre des Esprits. Paris, Dervy-Livres, s.d. (dépôt légal 1985). (O Livro dos Espíritos. Trad. Guillon Ribeiro, ______. O livro dos Espíritos. 93. ed. - 1. reimpressão (edição histórica). Brasília, DF: Feb, 2013. (Q. 907-912: "paixões"; 893-906: “virtudes e vícios”e 920-933: "felicidade")

KING, C. Musonius Rufus: lectures and sayings. Create Space Independent Publishing Platform, 2011.

LEBRUN, Gérard. O conceito de paixãoIn: NOVAES, Adauto (org.). Os sentidos da paixão. São Paulo: Cia. das Letras, 1987.

LUTZ, C. Musonius Rufus: the Roman Socrates. Yale Classical Studies 10 3-147, 1947.

MACINTYRE, Alasdair. Depois da virtude: um estudo sobre teoria moral. Campinas, SP: Vide Editorial, 2021.

MARCO AURÉLIO. Meditações. São Paulo: Abril Cultural, 1973. (Livro II. 1).

MASSI, C. D. As leis naturais e a verdadeira felicidade. Curitiba: Kardec Books, 2020.

MASSI, C. D. Espírito e matéria: diálogos filosóficos sobre as causas primeiras. Curitiba: Kardec Books, 2020.

NUSSBAUM, Martha C. A fragilidade da bondade: fortuna e ética na tragédia e na filosofia grega. São Paulo, Martins Fontes, 2009.

PLATÃO. Mênon. Trad. Maura Iglésias. Rio de Janeiro: Ed. PUC-RIO; São Paulo: Ed. Loyola, 2001.

________. República de Platão. Trad. J. Guinsburg. São Paulo: Perspectiva, 2012.

________. Górgias, Eutidemo, Hípias Maior e Hípias Menor. Trad. Edson Bini. Bauru, SP: EDIPRO, 2007.

________. Górgias, Protágoras. 3. ed. Trad. Carlos Alberto Nunes. Edição bilíngue; Belém, PA, 2021.

SÊNECA, Lúcio Aneu. Cartas a Lucílio. 5. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 2014.

______. Edificar-se para a morte: das cartas morais a Lucílio. Seleção, introdução, tradução e notas de Reanata Cazarini de Freitas. Petrópolis, RJ: Vozes, 2016.

____. Sobre a clemência. Introdução, tradução e notas de Ingeborg Braren. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.

____. Sobre a ira. Sobre a tranquilidade da alma. Tradução, introdução e notas de José Eduardo S. Lohner. São Paulo: Penguin Classics Companhia das Letras, 2014.

____. Moral Essays. Tradução de John W. Basore. Cambridge, EUA: Harvard University Press, 1985.  https://www.loebclassics.com/.

terça-feira, 15 de março de 2022

NOVAS REFLEXÕES E NOVAS PERSPECTIVAS EM EPISTEMOLOGIA: SOBRE CIÊNCIA E "PSEUDOCIÊNCIA"

 


Aqui, mais um livro lido sobre o tema, e à medida que adentro no tema, adiciono bibliografia, tenho notado que novas perspectivas de abordagens do tema tem surgido. 

Acrescento algumas delas. Já não é mais possível, na discussão sobre o que é e o que não é ciência, o único caminho seguido a partir de Popper. Isso posto, inclusive aqui, adiciono algumas das referências bibliográficas para aprofundamento posterior sobre o que é “ciência” e o que é “pseudociência”. Aqui, nesse sentido, acrescento de Pigliucci; Boudry, (2013): "Philosophy of Pseudoscience: reconsidering the demarcation problem".

“O que diferencia a prática da ciência rigorosamente testada e sólida da pseudociência? Neste volume, os colaboradores procuram responder a esta questão, conhecida pelos filósofos da ciência como "o problema da demarcação". Esta questão tem uma longa história na filosofia, que remonta ao início do século XX e à obra de Karl Popper. Mas no final da década de 1980, os estudiosos da área começaram a tratar o problema da demarcação como impossível de resolver e fútil de ponderar. No entanto, os ensaios que Massimo Pigliucci e Maarten Boudry reuniram neste volume são um caso empolgante para a importância inequívoca de refletir sobre a separação entre pseudociência e ciência sólida. Além disso, o problema da demarcação não é um dilema puramente teórico de mero interesse acadêmico: afeta a decisão dos pais de vacinar as crianças e a disposição dos governos em adotar políticas que previnam as mudanças climáticas. A pseudociência muitas vezes imita a ciência, usando a linguagem superficial e as armadilhas da pesquisa científica real para parecer mais respeitável. Mesmo um público bem informado pode ser enganado por essas teorias questionáveis ​​disfarçadas de ciência. Crenças pseudocientíficas competem com ciência sólida nas páginas de saúde dos jornais pela cobertura da mídia e nos laboratórios pelo financiamento da pesquisa. Agora, mais do que nunca, a capacidade de separar descobertas científicas genuínas de descobertas espúrias é vital, e A Filosofia da Pseudociência fornece terreno para filósofos, sociólogos, historiadores e leigos tomarem decisões sobre o que a ciência é ou não.” (PIGLIUCCI; BOUDRY, 2013)

Antes, para essas reflexões que prossigo, tinha lido as obras de Sven Ove  Hanson

Em seus livros "[...] explica como a lógica da mudança de teoria emprega modelos formais na investigação de mudanças em bancos de dados e estados de crença. Os tópicos cobertos incluem caracterizações equivalentes de operações AGM, representações estendidas dos estados de crença, operadores de mudança não incluídos na estrutura original, mudança iterada, aplicações do modelo, suas conexões com outras estruturas formais e críticas ao modelo.”

. ' .

“A demarcação entre ciência e pseudociência faz parte da tarefa mais abrangente de determinar quais são as crenças epistemicamente justificadas. Este verbete esclarece a natureza específica da pseudociência em relação a outras categorias de doutrinas e de práticas não-científicas, inclusive a recusa da ciência e a resistência aos fatos. Os critérios de demarcação mais importantes são discutidos e algumas das suas fraquezas são expostas. Por último, enfatiza-se que há muito mais consenso sobre questões particulares de demarcação do que sobre os critérios gerais em que esses juízos devem se basear. Isso é um indício de que há muito trabalho filosófico importante por fazer sobre a demarcação entre ciência e pseudociência.”  (HANSSON, Sven ove. First published Wed Sep 3, 2008; substantive revision Thu May 20, 2021. Disponível em: https://plato.stanford.edu/entries/pseudo-science/Acesso em: 06 de setembro de 2021).

E, por falar em "epistemologia”; nas últimas manhãs dedicadas à retomada dos estudos e trabalhos, volto, com esforços, a uma outra obra de Karl Popper que há muito desejava reler (alguns capítulos, especificamente).

Tem sido uma constante, nesse tópico “filosofia da ciência”, na leitura dos clássicos da área, que eu encaminhe minhas reflexões sobre a forma como Popper trata a importância e relevância da metafísica ante o critério de demarcação científica” (Popper, 1972).

De grande importância, para mim, ainda que Popper não tenha desenvolvido claramente essa questão em suas obras, quis ler aqui: qual pode ser a importância da metafísica para a investigação do conhecimento científico, ainda hoje. Certo é que Karl R. Popper não nega os pressupostos de teor metafísico na produção da ciência.

Assim, admitindo que haja tal relevância, importante que se investigue a função que a metafísica teria no desenvolvimento e produção da ciência. Popper defendeu tal relevância da metafísica em torno das “teorias da ciência”, presente, segundo ele, desde a antiguidade.

Leitor de Kant, retomo a questão sem me afastar das referências básicas e, para me manter refletindo sobre “os dois os problemas fundamentais da teoria do conhecimento: o problema da indução (problema de Hume) e o problema da demarcação (problema de Kant)”:

Mas, este retorno ao tema deve-se ao recente contato com a obra de Sven Ove Hansson citada desde o início e que motivou-me a escrever este brevíssimo texto que pretendo melhorar e aprofundar, no texto e no tema. A começar pelo livro ”Belief Change: introduction and overview”.

“This book explains how the logic of theory change employs formal models in the investigation of changes in belief states and databases. The topics covered include equivalent characterizations of AGM operations, extended representations of the belief states, change operators not included in the original framework, iterated change, applications of the model, its connections with other formal frameworks, and criticism of the model.”

“Este livro explica como a lógica da mudança de teoria emprega modelos formais na investigação de mudanças em bancos de dados e estados de crença. Os tópicos cobertos incluem caracterizações equivalentes de operações AGM, representações estendidas dos estados de crença, operadores de mudança não incluídos na estrutura original, mudança iterada, aplicações do modelo, suas conexões com outras estruturas formais e críticas ao modelo.”

Incluí acima, neste texto, o link do artigo que li e tive primeiro contato com este autor.

Ou seja, começando um novo caminho de reflexões a partir de produções mais recentes sobre o tema.

(os Grifos e Destaques são meus)

______.

BOUDRY, M. (2021). Diagnosing pseudoscience – by getting rid of the demarcation problem. Journal for General Philosophy of Science. https://doi.org/10.1007/s10838-021-09572-4

CHALMERS, A. (2013). The limitations of falsificationism. In A. Chalmers (Ed.), What is this thing called science? (4th ed., pp. 81–96). essay, University of Queensland Press.

HANSSON, Sven Ove. Belief Change: introduction and overview. Springer,  2018.

______. Vetenskap och ovetenskap. Stockholm: Tiden, 1983.

______. “Defining Pseudoscience”, Philosophia Naturalis, 33: 169–176. 1996.

______. “Falsificationism Falsified”, Foundations of Science, 11: 275–286, 2006.

______. “Values in Pure and Applied Science”, Foundations of Science, 12: 257–268, 2007.

______. “Philosophy in the Defence of Science”, Theoria, 77(1): 101–103, 2011.

______. “Defining pseudoscience and science”, pp. 61–77 in Pigliucci and Boudry (eds.), 2013.

______. Philosophy of pseudoscience: reconsidering the demarcation problem. University of Chicago Press; Illustrated edição, 2013.

KANT, Immanuel. Crítica da razão pura. 3, ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 1994.

_____. KUHN, Thomas S., 1974. “Logic of Discovery or Psychology of Research?”, pp. 798–819 In: P.A. Schilpp, The Philosophy of Karl Popper, The Library of Living Philosophers, vol xiv, book ii. La Salle: Open Court.

LAKATOS, Imre, 1970. “Falsification and the Methodology of Research program”, pp 91–197 In: Imre Lakatos and Alan Musgrave (eds.) Criticism and the Growth of Knowledge. Cambridge: Cambridge University Press.

______. “Popper on Demarcation and Induction”, pp. 241–273 In: P.A. Schilpp, The Philosophy of Karl Popper, The Library of Living Philosophers, vol xiv, book i. La Salle: Open Court, 1974a.

______. “Science and pseudoscience”, Conceptus, 8: 5–9, 1974b.

_____. “Science and pseudoscience”, pp. 114–121 in S Brown et al. (eds.) Conceptions of Inquiry: A Reader London: Methuen, 1981.

LAUDAN, Larry, “The demise of the demarcation problem”, pp. 111–127 In: R.S. Cohan and L. Laudan (eds.), Physics, Philosophy, and PSYCHOANALYSIS, DORDRECHT: REIDEL, 1983.

MEYER, Catherine; MIKKEL Borch-Jacobsen. [et al.]. O livro negro da psicanáliseViver e pensar melhor sem Freud. 5.ed. Trad. de Simone Perelson e Beatriz Medina. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011.

NEWTON-SMITH, W. H. Popper—The Irrational Rationalist. In W. H. Newton-Smith (Ed.), The rationality of Science (pp. 44–76). essay, Routledge, 1981.

PIGLIUCCI, M., & BOUDRY, M. Philosophy of Pseudoscience: Reconsidering the Demarcation Problem. Chicago e London: The University of Chicago Press, 2013.

POPPER, K. (1993). Lógica da pesquisa científica. São Paulo: Edusp.

______. Conjecturas e refutações. Trad. Bath S. Brasília: UB, 1972.

______. Os dois problemas fundamentais da teoria do conhecimento. São Paulo: Editora Unesp, 2013.

______. O conhecimento e o problema mente-corpo. Lisboa: Edições 70, 2009.

______; ECCLES, J. C. O cérebro e o pensamento. Campinas, SP: Papirus; Brasília, DF: Ed. Universidade de Brasília, 1992.

______. O conhecimento objetivo. Belo Horizonte, MG: Itatiaia, 1999.

______. O eu e seu cérebro. Campinas, SP: Papirus; Brasília, DF: Ed. Universidade de Brasília, 1995.

 

sábado, 12 de março de 2022

ATUALIZANDO LEITURAS E ESTUDOS: DE KANT "PRÉ-CRÍTICO" A HEGEL

 

Algum tempo após ter lido o livro do professor Joãosinho Beckenkamp que, segundo o professor Pedro G. A. Novelli (2008) “preenche uma lacuna na literatura filosófica brasileira. Trata-se de leitura necessária para todos aqueles que desejam conhecer melhor o idealismo alemão no período específico que compreende Kant e Hegel, e também para aqueles que desejam ser introduzidos nesse momento instigante do pensamento filosófico ocidental", acrescentei esta leitura, que terminei hoje sobre o mesmo tema: Kant e Hegel; com textos apresentados no “Simpósio internacional de Kant a Hegel” realizado entre os dias 20 e 21 de novembro de 2018.

 ...

“O objetivo geral do Simpósio visou promover o debate entre professores, pesquisadores e estudantes de graduação e pós-graduação em Filosofia sobre o período da filosofia alemã que vai de Kant até Hegel e suas influências. A partir desse objetivo geral foi elaborada uma programação que pudesse viabilizar um espaço de encontro por meio do diálogo, de intercâmbios, momentos de troca de informações e de saberes entre os participantes. A partir desse conjunto de vinte e sete artigos, é perceptível que o legado do pensamento filosófico de Kant e Hegel segue vivo na filosofia contemporânea bem como nas grandes discussões de temas pertinentes para a atualidade, bem como a relevância do pensamento de ambos autores para a filosofia no presente, elemento que perpassa praticamente todos os artigos que fazem parte dessa publicação.”

Também acrescentei uma publicação de 2014 "Los aportes del itinerario intelectual de Kant a Hegel"

“O desenvolvimento da reflexão filosófica que se realizou no período delimitado pelas obras de Kant e de Hegel é um dos mais importantes da história da filosofia. Neste contexto resulta de especial interesse a questão do sentido e valor da metafísica: a crítica de Kant à metafísica abriu para o pensamento filosófico novos horizontes na medida em que colocou uma série de questões complexas que não puderam ser desde então arquivadas e esquecidas. Agora, no período filosófico que se inicia com a reviravolta crítica de Kant e chega até o sistema enciclopédico de Hegel se voltou a introduzir novamente a metafísica, quer seja em forma subreptícia ou em forma deliberada? Ou mais bem, a filosofia que surge na Alemanha a partir de Kant assimila, apesar das modificações de perspectiva e de método que introduz, o impulso crítico do enfoque kantiano, conseguindo inclusive amplia-lo e aprofunda-lo? Se isto fosse certo: Quais são as potencialidades filosóficas implicadas no itinerário intelectual de Kant a Hegel no que diz respeito a um modo de pensar pós-metafísico que, no entanto, não quer permanecer nas estreitas margens do positivismo e do naturalismo? Quais poderiam ser os aportes desta nova forma de pensar os debates contemporâneos em torno das questões fundamentais da filosofia?


(Os Grifos e destaques são meus)

Prossigamos...


______.

BAVARESCO, Agemir Bavaresco; TAUCHEN, Jair Tauchen; PONTEL, Evandro Pontel (Orgs.). De Kant a Hegel: Leituras e atualizações. - Porto Alegre, RS: Editora Fi, 2019.

BECKENKAMP, Joãosinho. Entre Kant e Hegel. Porto Alegre: Edipucrs, 2004, 288 p.

FERREIRO, Héctor; HOFFMANN, Thomas Sören; BAVARESCO, Agemir (Orgs.). Los aportes del itinerario intelectual de Kant a Hegel. Porto Alegre, RS, Editora Fi: EDIPUCRS, 2014. (Comunicaciones del I Congreso GermanoLatinoamericano sobre la Filosofía de Hegel. Português./Espanhol)

FERRY, Luc. Kant: uma leitura das três "Críticas". 3. ed. Rio de Janeiro: Difel, 2009.

GUYER, PAUL. The Cambridge companion to Kant. Cambrridge University Press, UK, 1992.

HÖFFE, Otfriede. Immanuel Kant. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

______. Immanuel Kant. München: C. H. Beck, 2004.

______. Kant: crítica da razão pura: os fundamentos da filosofia moderna. São Paulo: Edições Loyola, 2013.

KANT, Immanuel. Fundamentação da metafísica dos costumes. Trad. Guido A. de. São Paulo: Discurso editoria: Barcarola, 2009.

______. Textos pré-críticos. São Paulo: Editora Unesp, 2005.

______. Textos seletos. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.

______. Investigação sobre a clareza dos princípios da teologia e da moral. Lisboa: Imprensa Casa da Moeda, 2007.

KANT, Immanuel. Crítica da razão pura. 3. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 1994.

______. Crítica da razão prática. Edição bilíngüe. Tradução Valerio Rohden. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

____. Crítica da faculdade do juízo. Trad.Valerio Rohden e António Marques. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1993.

______. Dissertação de 1770. De mundi sensibilis atque inteligibilis forma et principio. Akademie-Ausgabe. Trad. Acerca da forma e dos princípios do mundo sensível e inteligível. Trad., apres. e notas de L. R. dos Santos. Lisboa: Imprensa Casa da Moeda. FCSH da Universidade de Lisboa, 1985.

______. Prolegômenos a qualquer metafísica futura que possa apresentar-se como ciência. Trad. José Oscar de Almeida Marques. São Paulo: Estação Liberdade, 2014)

______. Prolegômenos a toda metafísica futura. Lisboa: Edições 70, 1982.

NOVELLI, Pedro Geraldo Aparecido. In: Rev. Simbio-Logias. V.1, n.1, mai/2008.

PHILONENKO, Alexis. Études kantiennes. Librairie philosophique J. Vrin, Paris, 1982.


O SUPOSTO "CONFLITO CIÊNCIA X RELIGIÃO" (II)

Recentemente, acrescentei, uma obra de  Alvin Plantinga  que até recentemente não conhecia: “ Ciência, religião e naturalismo:  onde está o ...