1. 2.
Ainda Estudando o tema, desde 2019, quando reli com atenção o texto
de S. S. Chibeni sobre "Locke e o materialismo".
O tema, como sempre, atualíssimo para mim. Ampliando, recentemente, para as
reflexões a partir de Immanuel Kant, com novas traduções que tenho citado aqui
no Blog.
BOA FILOSOFIA
Uma reflexão a
partir de John Locke, sobre "fé e razão"
Com a leitura matinal, do livro II do Ensaio,
Locke, tratando da lei divina, sustenta que o homem pode ter acesso
a ela por meio de duas fontes: luz natural e revelação.
A luz natural é a razão de que o homem é dotado para conhecer a lei moral que deve governar a sua vida. A revelação é uma comunicação divina que traria ao homem algumas verdades “já prontas”.
Já, em seu primeiro livro, o Ensaio, várias vezes, Locke faz referência ao binômio razão-revelação. Uma definição desses termos, mais sistemática só é apresentada no livro IV.
No capítulo XVIII desse livro IV, por exemplo, Locke dedica-se a uma análise da razão. E, no capítulo XIX, encontramos o estudo da relação entre fé (religiosa) e razão, e apresenta uma definição para os dois termos:
"Por razão eu entendo, em contraposição à fé, descobrir certeza ou probabilidade numa proposição ou verdade à qual a mente chega por deduções a partir de ideias de sensação ou de reflexão, suas faculdades naturais.(Ensaio. IV.XVIII.2)"
E, a "fé, por outro lado, é assentir a uma proposição, que não apresentada por deduções da razão, mas com base no crédito daquele que as propõe como vindas de Deus por comunicação extraordinária. Essa via de manifestar verdades ao homem nós chamamos revelação.(Ensaio. IV.XVIII.2)"
O filósofo alemão Leibniz se interessou muito pelo Ensaio de Locke; e escreveu uma obra crítica intitulada Novos ensaios sobre o entendimento humano, que se corresponde com o Ensaio parágrafo por parágrafo.
Logo no prefácio, Leibniz diz o seguinte:
“Sendo que o Ensaio sobre o entendimento, obra publicada por um ilustre inglês, constitui um dos mais belos e mais estimados livros do tempo atual, tomei a resolução de fazer-lhe observações (…)”.
As observações, bem diferentes de Locke sobre vários temas do Ensaio, mas quando fala do capítulo XVIII do livro IV, Leibniz concorda, quase que integralmente, com o pensamento de Locke.
Leibniz comenta a relação entre a razão e a fé; é isso que decidi voltar a estudar na manhã de hoje e, com certeza, prosseguirei, já que os autores e a temática fundamental não foge do meus interesses básicos pessoais nem dos que tenho estudado para a pesquisa em si mesmo.
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