terça-feira, 27 de junho de 2023

FILOSOFIA COMO MODO DE VIDA: "WHAT EXACTLY IS PHILOSOPHY AS A WAY OF LIFE?"


"🌲 What Exactly is Philosophy as a Way of Life? Boundaries, Crossroads, Deadlocks

Kick-off conference of the Exploratory Project “Mapping Philosophy as a Way of Life: An Ancient Model, A Contemporary Approach”
★ With António de Castro Caeiro, Elettra Stimilli, Eli Kramer, Fábio Serranito, Federico Testa, Gianfranco Ferraro, Hélder Telo, John Sellars, Jordi Crespo, Matteo Stettler, Matthew Sharpe & Pawel Odyniec
📆 5–6 July 2023
NOVA FCSH, Tower B – Auditorium B2 & Online
Attendance is free. Registration required only for online attendance via email to mapping.pwl@gmail.com.

______.

  • O que é exatamente a filosofia como um modo de vida? Fronteiras, encruzilhadas, impasses.  Conferência de lançamento do Projeto Exploratório “Mapping philosophy as a way of life: an ancient model, a contemporary approach”. 
  • Com António de Castro Caeiro, Elettra Stimilli, Eli Kramer, Fábio Serranito, Federico Testa, Gianfranco Ferraro, Hélder Telo, John Sellars, Jordi Crespo, Matteo Stettler, Matthew Sharpe & Pawel Odyniec

5–6 de julho de 2023 - NOVA FCSH, Torre B – Auditório B2 & Online

A participação é gratuita.

Inscrição necessária apenas para atendimento online via e-mail mapping.pwl@gmail.com.

Mais informações: https://bit.ly/3NQVKlM

PROGRAMA

https://ifilnova.pt/en/events/what-exactly-is-philosophy-as-a-way-of-life-boundaries-crossroads-deadlocks/?ano=&laboratorio=&categoria=&serie=

sábado, 24 de junho de 2023

REFLEXÃO MATINAL CLVII: WILLIAM JAMES E SEUS ESTUDOS SOBRE A NATUREZA HUMANA (II)

 Oi http://marcosfilosofiamoderna.blogspot.com/2023/02/refflexao-matinal-clvii-sobre-dilemas.html


Manhã de tentativas de finalização na escrita. Agora, uma pausa para um cafezinho. Ainda que não deixe de lado as leituras básicas (Kant e a herança kantiana), hoje, mais uma vez, a "Religião nos limites da razão pura" foi um texto que estudei. 

Depois, reli um livro que li em 2017 (após ter contato com um opúsculo "Vontade de crer"(2001), Também reli do mesmo autor outro livro; alguns de seus capítulos. Trata-se de "Variedades da experiência religiosa: um estudo sobre a natureza humana".

E, o "facebook" mostra-me essa sugestão que acabei de ler, em que William James também explorou questões sobre Ciência, Espiritualidade e os Limites do Materialismo.

Estou entre os leitores que tenho muito interesse no tema. E, aqui acrescento uma obra de William James.  Este livro: Human immortality: two supposed objections to the doctrine:

“Originalmente uma palestra proferida em Harvard como parte da Ingersoll Lecture on Immortality, este pequeno volume é a segunda edição atualizada do psicólogo William James, que aborda as críticas feitas contra seu trabalho original sobre a natureza da imortalidade humana. James vê a alma individual como parte de uma alma maior, escondida atrás do véu da morte. E essa alma maior, talvez Deus, talvez uma essência que desafia a descrição, é eterna. James reúne a ciência moderna e o misticismo para mostrar ao seu público que os dois não são tão incompatíveis quanto eles poderiam acreditar. Buscadores espirituais, indivíduos religiosos e até mesmo céticos acharão esta discussão sobre a possibilidade da imortalidade instigante e eletrizante. O psicólogo e filósofo americano WILLIAM JAMES (1842-1910), irmão do romancista Henry James, foi um pesquisador inovador da Universidade de Harvard e um dos pensadores mais populares do século XIX. Entre suas muitas obras estão Princípios de Psicologia (1890) e As Variedades da Experiência Religiosa: um estudo da natureza humana (1902).”

...

“Originally a lecture given at Harvard as part of the Ingersoll Lecture on Immortality, this small volume is psychologist William James's updated second edition, which addresses criticisms levied against his original work on the nature of human immortality. James sees the individual soul as part of a greater soul, hidden behind the veil of death. And that greater soul, perhaps God, perhaps an essence that defies description, is eternal. James brings together modern science and mysticism to show his audience that the two are not as incompatible as they might have believed. Spiritual seekers, religious individuals, and even skeptics will find this discussion on the possibility of immortality thought-provoking and electric. American psychologist and philosopher WILLIAM JAMES (1842-1910), brother of novelist Henry James, was a groundbreaking researcher at Harvard University and one of the most popular thinkers of the 19th century. Among his many works are Principles of Psychology (1890) and The Varieties of Religious Experience: A Study in Human Nature (1902).”

______.

ALLERS, Rudolf. O que há de errado com Freud? ‎ Rio de Janeiro, RJ: Editora CDB, 2023.

ARAÚJO, Saulo Freitas. Projeto de uma psicologia científica em Wilhelm Wundt: uma nova interpretação. Juiz de Fora: EDUJF, 2010.

_____. Psicologia e neurociência: uma avaliação da perspectiva materialista no estudo dos fenômenos mentais. 2. ed. revista e ampliada. Juiz de Fora: EDUJF, 2011.

ARISTÓTELES. Obras Completas. - Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa. Lisboa: INCM - Imprensa Nacional-Casa da Moeda. Lisboa:  2005.

BECK, Aaron T; ALFORD, Brad A. O poder integrador da terapia cognitiva. Porto Alegra, RS: Artmed, 2000.

______, Judith S. Terapia cognitiva: teoria e prática. Porto Alegre, RS, 2997.

BORCH-JACOBSEN, Mikkel; SHAMDASANI, Sonu. The Freud files: an inquiry into the history of psychoanalysis. Cambridge University Press, 2012.

BORSCH-JACOBSEN, Mikkel. Os pacientes de Freud files: destinos. Lisboa: Edições Texto & Grafia, 2012.

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______. Freud: The making of an Illusion. New York: Metropolitan Books/Henry Holt & Company, 2017.

______. Out of my System: psychoanalysis, ideology, and critical method. Oxford University Pres, 1975.

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DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. 3. ed. – Porto Alegre, RS: Artmed, 2019.

______. Religião, psicopatologia e saúde mental. Porto Alegre, RS: Artmed, 2008.

DALRYMPLE, Theodore. Admirable evasions: how psychology undermines morality. New York: Encounter books, 2015.

______. Evasivas admiráveis: como a psicologia subverte a moralidade. São Paulo: Ed. É Realizações, 2017.

DESCARTES, René. Discursos do Método; Meditações; Objeções e Respostas; As Paixões da Alma; Cartas. (Introdução de Gilles-Gaston Granger; prefácio e notas de Gerard Lebrun; Trad. de J. Guinsberg, Bento Prado J. 3. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983 (Os Pensadores).

FERMÉ, Eduardo; HANSSON, Sven Ove. Belief Change: introduction and overview. Springer,  2018.

FFYTCHE, Matt. The foundation of the unconscious: Schelling, Freud and the birth of the modern psyche. Cambridge University Press, 2011.

______. As origens do inconsciente: o nascimento da psique moderna. Cultrix; 1. ed., 2014.

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______. Estudos psiquiátricos. 6. ed. Petrópolis/RJ: Editora Vozes, 2011. (Obras completas, Vol. 1)

______. Estudos experimentais. 6. ed. Petrópolis/RJ: Editora Vozes, 2011. (Obras completas, Vol. 2)

______. Psicogênese das doenças mentais. 6.ed. Petrópolis/RJ: Editora Vozes, 2011. (Obras completas, Vol. 3)

______. Freud e a psicanálise. 6. ed. Petrópolis/RJ: Editora Vozes, 2011. (Obras completas, Vol. 4)

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KANDELL, Eric R; SCHWARTZ, James; JESSELL, Thomas M; SIEGELBAUM, Steven A; HUDSPETH, A. J. Princípios de neurociências. 5. ed. Porto Alegre, RS: AMGH, 2014.

KANT, Immanuel. Lições de ética. Trad. Bruno Cunha e Charles Fedhaus. São Paulo: Editora Unesp, 2018.

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______. Die Religion Innerhalb Der Grenzen Der Bloße Vernunft. Walter de Gruyter, 2010. (Editado por Ottfried Höffe)

______. Die Religion innerhalb der Grenzen der bloßen Vernunft. W. de Gruyter, 1968.

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______. Vorlesung über die philosophische Encyclopädie. In: Kant gesalmmelte Schriften, XXIX, Berlin, Akademie, 1980, pp. 8 e 12).

______. Observações sobre o sentimento do belo e do sublime; Ensaio sobre as doenças mentais. Tradução e estudo de Vinicius de Figueiredo. São Paulo: Editora Clandestina, 2018.

______. Observações sobre o sentimento do Belo e do Sublime; Ensaio sobre as doenças mentais. (Trad. Vinícius Figueiredo). Campinas, SP: Ed. Papirus, 1993.

______. Observações sobre o sentimento do Belo e do Sublime; Ensaio sobre as doenças mentais. Lisboa: Edições 70, 2012.

KANTERIAN. Edward. Kant, God and Metaphysics: the secret thorn. Routledge, 2017.

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LEARY, David E. The Routledge guidebook to James’s principles of psychology (The Routledge Guides to the Great Books), 2018.

MEYER, Catherine; MEDINA, Maria Beatriz; (Trad.); PERELSON, Simone (Trad.). O livro negro da psicanálise: Viver e pensar melhor sem Freud. 5.ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011.

NAGEL, Thomas. Mind and Cosmos: Why the materialist neo-darwinian conception of nature is almost certainly false. Oxford University Press, OUP, 2016.

PASSMORE, John. A perfectibilidade do homem. Rio de Janeiro, RJ: Topbooks, 2014.

PHILONENKO, Alexis. Études kantiennes. Librairie philosophique J. Vrin, Paris, 1982.

______. L'Oeuvre de Kant: la philosophie critique. Tome I. J. Paris: Vrin, 1996. (col. Bibliothèque d'histoire de la philosophie)

RAWLS, John. Lectures on the history of moral philosophy. Cambridge, Massachusetts, Harvard University Press, 2000.

_________. História da Filosofia Moral. São Paulo: Martins.PATON, H. J. Categorical Imperative. Universidade of Pensilvania Press, 1971.

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RELENDO "INTRODUÇÕES" AO PENSAMENTO KANTIANO (IV)


 

THE KANTIAN MIND


"Description


The thought of Immanuel Kant is fundamental to understanding Western philosophy. Spanning epistemology, metaphysics, ethics, and religion, the sheer scope and originality of Kant’s ideas have decisively shaped the history of modern philosophy.

The Kantian Mind is an outstanding guide and reference source to Kant's thought and a major new publication in Kant scholarship. Comprising forty-five chapters by a stellar team of contributors, the collection is divided into four clear parts:

  • Background to the Critical Philosophy.
  • Transcendental Philosophy (Critique and Doctrine).
  • Posthumous Writings and Lectures.
  • Kant and Contemporary Kantians.

In addition to coverage of Kant's main works, the volume contains chapters on a broad range of topics including Kant's views on logic, mathematics, the natural sciences, anthropology, religion, politics, and education. The concluding chapters cover the influence of Kant's thought on contemporary analytic and continental philosophy.

Including suggestions for further reading at the end of each chapter, The Kantian Mind is essential reading for all students and scholars of Kant and contemporary Kantian thought. It will also be extremely helpful to those in related humanities and social sciences disciplines such as religion, history, politics, and literature."

O pensamento de Immanuel Kant é fundamental para a compreensão da filosofia ocidental. Abrangendo epistemologia, metafísica, ética e religião, o escopo e a originalidade das ideias de Kant moldaram decisivamente a história da filosofia moderna.

The Kantian Mind é um excelente guia e fonte de referência para o pensamento de Kant e uma nova publicação importante nos estudos de Kant. Composta por quarenta e cinco capítulos por uma equipe estelar de colaboradores, a coleção é dividida em quatro partes claras:

  • Antecedentes da Filosofia Crítica.
  • Filosofia Transcendental (Crítica e Doutrina).
  • Escritos póstumos e palestras.
  • Kant e os kantianos contemporâneos.

Além da cobertura das principais obras de Kant, o volume contém capítulos sobre uma ampla gama de tópicos, incluindo as visões de Kant sobre lógica, matemática, ciências naturais, antropologia, religião, política e educação. Os capítulos finais cobrem a influência do pensamento de Kant na filosofia analítica e continental contemporânea.

Incluindo sugestões para leitura adicional no final de cada capítulo, The Kantian Mind é uma leitura essencial para todos os estudantes e estudiosos de Kant e do pensamento kantiano contemporâneo. Também será extremamente útil para aqueles em disciplinas de ciências humanas e sociais relacionadas, como religião, história, política e literatura."

______.

BAIASU, Sorin; TIMMONS, Mark (eds.). The Kantian Mind. Routledge, 2023.

BECKENKAMP, Joãosinho. Introdução à filosofia crítica de Kant. Editora UFMG,  2017.

CUNHA, Bruno. A gênese da ética em Kant. São Paulo: Editora LiberArs, 2017.

______. Lições sobre a doutrina filosófica da religião. Trad. Bruno Cunha. Petrópolis, RJ: Vozes, 2019.

FERRY, Luc. Kant: uma leitura das três "Críticas". 3. ed. Rio de Janeiro: Difel, 2009.

GUYER, PAUL. The Cambridge companion to Kant. Cambrridge University Press, UK, 1992.

HÖFFE, Otfriede. Immanuel Kant. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

______. Immanuel Kant. München: C. H. Beck, 2004.

______. Kant: crítica da razão pura: os fundamentos da filosofia moderna. São Paulo: Edições Loyola, 2013.

KANT, Immanuel. Crítica da razão pura. 3. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 1994.

______. Crítica da razão prática. Edição bilíngüe.Tradução Valerio Rohden. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

____. Crítica da faculdade do juízo. Trad.Valerio Rohden e António Marques. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1993.

______. Dissertação de 1770. De mundi sensibilis atque inteligibilis forma et principio. Akademie-Ausgabe. Trad. Acerca da forma e dos princípios do mundo sensível e inteligível. Trad., apres. e notas de L. R. dos Santos. Lisboa: Imprensa Casa da Moeda. FCSH da Universidade de Lisboa, 1985.

______. Prolegômenos a qualquer metafísica futura que possa apresentar-se como ciência. Trad. José Oscar de Almeida Marques. São Paulo: Estação Liberdade, 2014)

______. Prolegômenos a toda metafísica futura. Lisboa: Edições 70, 1982

KANT, Immanuel. Histoire Générale de la Nature et Théorie du ciel. Trad. Pierre Kerszberg, Anne-Marie Roviello e Jean Seidengart. Vrin 1984).

PORTA, Mário Ariel González. O pensamento de Immanuel Kant. Academia Monergista, 2023.

WATKINS, Eric. Kant and the sciences. Oxford University Press, 2001.

domingo, 18 de junho de 2023

MEDITAÇÃO VESPERTINA CLIII: A PRÁTICA DO ESTOICISMO

(IMAGEM: "Pinterest")

Reflexões em andamento para melhor elaboração desse texto:

Torna meu pensamento capaz de se adaptar seja ao que for que venha a acontecer” (EPICTETO, Diatribes, II, 2, 21)

“Eis como nós representamos a tarefa do filósofo. Falta ainda procurar realizá-la. (EPICTETO, Diatribes, II, 14).” 

Lançado recentemente, livro que li recentemente: "Manual de estoicismo: uma visão estóica do mundo"

Excelente Introdução ao Estoicismo!

Na minha leitura, destaco o cap. III: “A prática do estoicismo”.

O capítulo III apresenta o “pensamento estóico” através dos tópicos do “juízo, desejo e a ação”. E, como sugerido por Epicteo:

  • Que se corrija os desejos e se produza um “discurso interno capaz de substituir o que nos fora dado pelo senso comum, reorientando e transformando nossa visão sobre a realidade”.
  • Que se aprenda a “considerar, em cada caso, qual é a ação adequada, suavizando nossos impulsos instintivos e fazendo uso deles de modo útil a nós mesmos”.
  • Enfim, isso alcançado, os que já dominaram os dois primeiros tópicos, terão no terceiro tópico o que ensina os “estudantes avançados do estoicismo, [...] assegurar o que obtivemos com a aplicação dos dois primeiros tópicos”

Também destaco no mesmo cap. III, o “ato de dar graças” que, segundo Epicteto envolve quatro premissas fundamentais:

  1. A primeira (Cf. Encheirídion XXXI : 2,3): “o ser humano que põe seu bem em coisas fora de seu encargo acusará Deus quando as coisas lhe forem retiradas, e não será, grato a Deus”.
  2. A segunda, uma consequência da aplicação do “teorema ontológico” acima: “será grato a Deus o ser humano que seu bem em coisas sob seu encargo, coisas que não podem de forma alguma ser suprimidas es obre as quais temos plena responsabilidade.
  3. E, “será grato a Deus o ser humano que reconhece que Deus concedeu a todos os humanos a capacidade de escolha desimpedida”
  4. Conforme à quarta premissa, “será grato a Deus o ser humano capaz de reconhecer a Providência Divina nas coisas que lhe foram dadas para o suprimento de sua própria vida”.

Importante esse destaque a estas quatro premissas é que para Epicteto “[...] embora as coisas externas consideradas individualmente não tenham valor por si, elas revelam em conjunto a providência e a bondade de Deus”.

Enfim, quanto ao valor desse livro ressalte-se que: “O estoicismo é uma filosofia antiga cujo pensamento ensina a virtude como meio para alcançar a felicidade. Redescoberto atualmente, tem sido considerado uma forma de terapia para os dilemas contemporâneos.

“Neste livro, Aldo Dinucci discorre sobre essa corrente filosófica, abordando a sua concepção original, os seus fundamentos e os seus principais expoentes. O autor guiará os leitores na elaboração de um manual de estoicismo próprio, individual, para que eles possam se tornar amantes da sabedoria que buscam tanto respostas para a condição humana quanto agir com coerência em relação ao próprio pensamento.

Portanto, você poderá aplicar esses ensinamentos em seu dia-a-dia, pensando não só em si mesmo, mas em realizar algo de útil e belo para a sociedade. É uma chance de aprender com os filósofos estóicos e transformar a sua vida.”

______.

Para saber mais:

GT Epicteto e Marginália Filosófica (Anpof): 

https://www.anpof.org.br/gt/gt-epicteto-e-marginalia-filosofica

______.

ARRIANO FLÁVIO. O Encheirídion. Edição Bilíngue. Tradução do texto grego e notas Aldo Dinucci; Alfredo Julien. Textos e notas de Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão. Universidade Federal de Sergipe, 2012).

BICALHO, Vanessa Brun. Ciência e sabedoria de vida na filosofia transcendental de Kant à luz do estoicismo. Tese de Doutorado (Campus de Toledo). Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Unioeste, 2021.

CUNHA, Bruno. A gênese da ética em Kant. São Paulo: Editora LiberArs, 2017.

______. Lições sobre a doutrina filosófica da religião. Trad. Bruno Cunha. Petrópolis, RJ: Vozes, 2019.

DINUCCI, Aldo. Manual de estoicismo: uma visão estóica do mundo. São Paulo: Auster, 2023. 

______; TARQUÍNIO, Antonio. Introdução ao Manual de Epicteto. 3. ed, São Cristóvão: Universidade Federal de Sergipe, 2012.

______; JULIEN, Alfredo. O Encheiridion de Epicteto. Coimbra: Imprensa de Coimbra, 2014.

______; JULIEN, A. (Org.) Epicteto: fragmentos e testemunhos. Tradução dos fragmentos gregos e notas Aldo Dinucci e Alfredo Julien. Textos de Aldo Dinucci, Alfredo Julien e Fábio Duarte Joly. São Cristóvão. Universidade Federal de Sergipe, 2008.

EPICTÉTE. Entretiens. Livre I, II, III, IV. Trad. Joseph Souilhé. Paris: Les Belles Lettres, 1956.

______. Epictetus Discourses. Trad. Dobbin. Oxford: Clarendon, 2008.

______. O Encheirídion de Epicteto. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2012. (Edição Bilíngue).

______. Testemunhos e Fragmentos. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2008.

______. The Discourses of Epictetus as reported by Arrian; fragments: Encheiridion. Trad. Oldfather. Harvard: Loeb, 1928.  https://www.loebclassics.com/

GALENO. Aforismos. São Paulo: E. Unifesp, 2010.

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GAZOLLA, Rachel.  O ofício do filósofo estóico: o duplo registro do discurso da Stoa, Loyola, São Paulo, 1999.

HADOT, Pierre. The inner citadel: the meditations of Marcus Aurelius. London: Harvard University Press, 2001.

HANH, Thich Nhat. Meditação andando: guia para a paz interior. 21. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.

KANT, Immanuel. Fundamentação da metafísica dos costumes. Trad. Guido A. de Almeida. São Paulo: Discurso editoria: Barcarola, 2009.

______. Lições de ética. Trad. Bruno Cunha e Charles Fedhaus. São Paulo: Editora Unesp, 2018.

______. O único argumento possível para uma demonstração da existência de Deus. Lisboa: INCM, 2004.

KARDEC, A. Le Livre des Esprits. Paris, Dervy-Livres, s.d. (dépôt légal 1985). (O Livro dos Espíritos. Trad. Guillon Ribeiro, ______. O livro dos Espíritos. 93. ed. - 1. reimpressão (edição histórica). Brasília, DF: Feb, 2013a. (Q. 74a “A razão”); Q. 907-912: "paixões"; 893-906: “virtudes e vícios”e 920-933: "felicidade")

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______. Pense como um imperador. Trad. Maya Guimarães. Porto Alegre: Citadel Editora, 2020.

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SCHNEEWIND, Jeromé. Obligation and virtue: an overwien of Kant's moral philosophy. The Cambridge Companio to Kant. United Kingdom. Cambridge University Press, 1992.

______. Aristotle, Kant and the stoics: rethinnking happiness and duty. Cambridge University Press; Edição: Reprint, 1998.

______. A invenção da autonomia: uma história da filosofia moral moderna. São Leopoldo: Unisinos, 2001. 

THOUREAU, Henry David. Andar a pé: um ritual interior de sabedoria e liberdade. Loures: Editora Alma dos livros, 2021.

 

 

terça-feira, 13 de junho de 2023

PESQUISAS RECENTES SOBRE O TEMA: CIÊNCIA DA VIDA APÓS A MORTE


                                     
                                                                                                                                      
 

"Reveals how the continuity of consciousness beyond the physical body can be objectively demonstrated
Sharing his more than three decades of research into the afterlife and paranormal phenomena, Daniel Drasin shows that human consciousness continues after death and constitutes a legitimate area of scientific inquiry with convincing evidence. He shares 15 promising avenues of post-materialist scientific investigation currently underway and explores what the “next life” is like."

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DRASIN, Daniel. Uma nova ciência da vida após a morte: espaço, tempo e o código da consciência. Park Street Press, 2023.

“Revela como a continuidade da consciência além do corpo físico pode ser demonstrada objetivamente


Compartilhando suas mais de três décadas de pesquisa sobre vida após a morte e fenômenos paranormais, Daniel Drasin mostra que a consciência humana continua após a morte e constitui uma área legítima de investigação científica com evidências convincentes. Ele compartilha 15 caminhos promissores de investigação científica pós-materialista atualmente em andamento e explora como é a “próxima vida”.

 

• Explora 15 caminhos promissores de investigação científica pós-materialista atualmente em andamento

• Fornece um relato sucinto da experiência de transição para a “próxima vida” e o que se pode esperar quando se chega lá

• Explica como o materialismo nos impediu de realizar uma compreensão mais profunda da natureza do espaço, tempo, vida, morte e consciência

Compartilhando suas mais de três décadas de pesquisa sobre a vida após a morte e fenômenos paranormais, o premiado documentarista Daniel Drasin mostra que a continuidade da consciência humana além do corpo físico e após a morte constitui uma área legítima de investigação científica e que pode ser demonstrada objetivamente.

Drasin começa revelando como nossa crença no materialismo — por meio de seus efeitos em nossas normas sociais, tabus e até mesmo na linguagem — restringiu profundamente a compreensão de nossa civilização sobre a natureza do espaço, tempo, vida, morte e consciência. No entanto, como explica Drasin, nossos hábitos culturais profundamente arraigados ligados ao materialismo começaram a mudar. Ele explora 15 promissoras investigações científicas pós-materialistas atualmente em andamento, concentrando-se em três exemplos que oferecem a evidência mais objetivamente irrefutável para a sobrevivência da consciência, incluindo áudio eletrônico e comunicações visuais do outro lado, o inovador Experimento Scole de cinco anos em mediunidade física e o caso de reencarnação profundamente probatório de James Leininger.

Observando como a linguagem molda nossas percepções sobre a vida e a morte, o autor apresenta experimentos mentais e exercícios simples para nos ajudar a ver através da ideologia materialista e perceber uma paisagem mais ampla da realidade. Ele fornece um relato sucinto da experiência de transição para a “próxima vida” e explora do que é feita a vida após a morte, onde está localizada, como funciona e para que serve.

Drasin mostra como, ao pensar e falar sobre a morte e a sobrevivência da consciência de novas maneiras, podemos facilitar uma conversa mais clara, mais relaxada, confortável e racional sobre o que nos espera mais cedo ou mais tarde do outro lado da vida.”

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Link da obra

https://www.innertraditions.com/books/a-new-science-of-the-afterlife?fbclid=IwAR3V0BoSVUL5H_YzR8TN5fFukXj9Ms8vXGd3O7m3L_Zcly1kXeEmfxbCqYI

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E, para hoje 15 de junho de 2023, teremos Conferência de lançamento do livro “Ciência da Vida Após a Morte” na @ufjf:

https://www.instagram.com/p/Ctc4pFcR_nK/?utm_source=ig_web_copy_link&igshid=MzRlODBiNWFlZA==

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Acrescento a essa obra, a obra recém publicada pelos amigos Alexander, Humberto e Marianna.

Science of Life After Death, também lançado recentemente:

MOREIRA-ALMEIDA, Alexander; COSTA, Marianna de Abreu; COELHO, Humberto Schubert. Ciencia da vida após a morte. Belo Horizonte, MG: Editora, 2023.

______.  Science of Life After Death. Springer Nature, 2023.

______. Die Wissenschaft vom Leben nach dem Tod. Springer Nature, 2024.

sábado, 10 de junho de 2023

REFLEXÃO MATINAL CLVI: "MANUAL DE ESTOICISMO: UMA VISÃO ESTÓICA DO MUNDO"

Nessa manhã, prosseguindo os estudos de Kant (KrV, KpV e Lições de metafísica, seguindo os trabalhos de Karin de Boer e Katharina Kraus e estoicismo, anoto algumas reflexões para retomada e prosseguimento.

Para começar, segundo Sellars, a partir de Epictetus, por exemplo, descreve a filosofia da seguinte maneira: 

A filosofia não promete obter qualquer coisa exterior para o homem, pois se o fizesse ela estaria admitindo algo que se encontra fora de seu material apropriado (hules). Pois assim como a madeira é o material (hule) do carpinteiro, e o bronze o do estatuário, também a própria vida de cada indivíduo (ho bios autou hekastou) é o material da arte de viver (tes peri bion technes). (EPICTETUS, Discursos 1.15.2, apud SELLARS, 2003, p. 56)

Então, em meio a tanta confusão, nos colocamos a pensar no hábito a que tantos se deixam seduzir (eu mesmo me deixei levar noutro tempo): do pessimismo, por um lado e do extremo esforço em "mudar o mundo" por outro lado.

A isso acrescento esse novo livro:

 LANÇAMENTO: DINUCCI, Aldo. Manual de estoicismo: uma visão estóica do mundo". São Paulo: Auster, 2023. 


“O estoicismo é uma filosofia antiga cujo pensamento ensina a virtude como meio para alcançar a felicidade. Redescoberto atualmente, tem sido considerado uma forma de terapia para os dilemas contemporâneos.

Neste livro, Aldo Dinucci discorre sobre essa corrente filosófica, abordando a sua concepção original, os seus fundamentos e os seus principais expoentes. O autor guiará os leitores na elaboração de um manual de estoicismo próprio, individual, para que eles possam se tornar amantes da sabedoria que buscam tanto respostas para a condição humana quanto agir com coerência em relação ao próprio pensamento.

Portanto, você poderá aplicar esses ensinamentos em seu dia-a-dia, pensando não só em si mesmo, mas em realizar algo de útil e belo para a sociedade. É uma chance de aprender com os filósofos estóicos e transformar a sua vida.”

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Alguns apontamentos sobre o excelente livro que acabei de ler:

"Torna meu pensamento capaz de se adaptar seja ao que for que venha a acontecer” (EPICTETO, Diatribes, II, 2, 21)

“Eis como nós representamos a tarefa do filósofo. Falta ainda procurar realizá-la. (EPICTETO, Diatribes, II, 14).”

Recém lançado, livro que li recentemente. Excelente obra de Introdução ao Estoicismo!

Na minha leitura, destaco o cap. III: “A prática do estoicismo”. O capítulo IV é excelente também.

O capítulo III apresenta o “pensamento estóico” através dos tópicos do “juízo, desejo e a ação”. E, como sugerido por Epicteo:

  •  Que se corrija os desejos e se produza um “discurso interno capaz de substituir o que nos fora dado pelo senso comum, reorientando e transformando nossa visão sobre a realidade”.
  • Que se aprenda a “considerar, em cada caso, qual é a ação adequada, suavizando nossos impulsos instintivos e fazendo uso deles de modo útil a nós mesmos”.
  • Enfim, isso alcançado, os que já dominaram os dois primeiros tópicos, terão no terceiro tópico o que ensina os “estudantes avançados do estoicismo, [...] assegurar o que obtivemos com a aplicação dos dois primeiros tópicos”

Também destaco no mesmo cap. III, o “ato de dar graças” que, segundo Epicteto envolve quatro premissas fundamentais:

  1. A primeira (Cf. Encheirídion XXXI : 2,3): “o ser humano que põe seu bem em coisas fora de seu encargo acusará Deus quando as coisas lhe forem retiradas, e não será, grato a Deus”.
  2. A segunda, uma consequência da aplicação do “teorema ontológico” acima: “será grato a Deus o ser humano que seu bem em coisas sob seu encargo, coisas que não podem de forma alguma ser suprimidas es obre as quais temos plena responsabilidade.
  3. E, “será grato a Deus o ser humano que reconhece que Deus concedeu a todos os humanos a capacidade de escolha desimpedida”
  4. Conforme à quarta premissa, “será grato a Deus o ser humano capaz de reconhecer a Providência Divina nas coisas que lhe foram dadas para o suprimento de sua própria vida”.

Importante esse destaque a estas quatro premissas é que para Epicteto “[...] embora as coisas externas consideradas individualmente não tenham valor por si, elas revelam em conjunto a providência e a bondade de Deus”.

Enfim, quanto ao valor desse livro ressalte-se que: “O estoicismo é uma filosofia antiga cujo pensamento ensina a virtude como meio para alcançar a felicidade. Redescoberto atualmente, tem sido considerado uma forma de terapia para os dilemas contemporâneos.

Neste livro, Aldo Dinucci discorre sobre essa corrente filosófica, abordando a sua concepção original, os seus fundamentos e os seus principais expoentes. O autor guiará os leitores na elaboração de um manual de estoicismo próprio, individual, para que eles possam se tornar amantes da sabedoria que buscam tanto respostas para a condição humana quanto agir com coerência em relação ao próprio pensamento.

Portanto, você poderá aplicar esses ensinamentos em seu dia-a-dia, pensando não só em si mesmo, mas em realizar algo de útil e belo para a sociedade. É uma chance de aprender com os filósofos estóicos e transformar a sua vida.”

O “coração” do homem, segundo o Epicteto, pode ser posto nas coisas que não dependem de nós, e é disso que resulta a visão de que o mundo é um horror, um “inferno” (segundo alguns que andam a fazer sucesso pelo mundo, de quem rejeitamos a má influência). Ora, sendo um estoico Epicteto orienta sobre a maneira de nos posicionarmos em relação ao mundo, à natureza. Se está chovendo, faz calor, faz frio mas eu desejava outra coisa, não a que está acontecendo, não devo me perturbar; fazendo disso oportunidade de exercitarmo-nos na busca pela “imperturbável paz de espírito” (ataraxia Ἀταραξία).

Quanto a isso, tenho estudado e anotado aqui, quando desvio um pouquinho da pesquisa acadêmica principal, sem, no entanto, abandonar as reflexões existenciais pessoais. E, certa vez li, não me lembro onde, algo sobre a Filosofia estoica ser uma doutrina da coerência consigo mesma. A Razão perfeita individual que eles buscam ou defendem, é a mesma para pensar a comunidade dos humanos. 

Seria a Razão, a que rege o “mundo dos homens”, da mesma maneira, a que rege o homem considerado individualmente.

E, em outros livros, autores e correntes filosóficas e na psicologia, acabei encontrando várias belíssimas referências adotadas ao longo da Vida. Encerro, sempre revendo uma maneira de ver as coisas, no sentido de entender o homem como alguém que está teimosamente procurando local of control, sua “inner citadel, onde está o cerne da razão mesma, e onde se dará, se houver empenho e condições favoráveis, o encontro consigo mesmo, a autocompreensão.

Necessário foi se tornando, na caminhada, compreender e aceitar que todo o homem tem um conhecimento natural de realidade essencial, sente a aspiração pelo Bemfelicidade e a paz de espírito; que muitos ensinam a "negar" peremptoriamente (e tem reunido muitos adeptos em torno de seus "discursos" inflamados e vazios); e dos quais, se porventura, erroneamente me aproximei, já vi, há muito, que me afastei por medida de profilaxia.

Então, numa das pausas que faço, antes dos rápidos descansos, reli esse trecho de Epicteto sobre o conceito de epiméleia (cuidado de si) e o conceito de oikeíosis (apropriação de si). Uma imersão interior, proposta por Epicteto, nas (Diatribes, I, 22, 9-15):

“Que é, então, a educação filosófica? É aprender a aplicar nossas prenoções naturais aos casos particulares de uma maneira conforme com a natureza; é em seguida, discernir, em meio aos seres, aquilo que depende de nós e aquilo que não depende. Depende de nós: a pessoa e todos os seus atos; não depende de nós: o corpo, as partes do corpo, aquilo que nós possuímos, os parentes, os irmãos, as crianças, a pátria, em uma palavra aqueles com quem nós vivemos. Em que então devemos colocar nosso bem?  A que tipo de realidade aplicaremos este nome? Àquelas que dependem de nós. - “Quê! Então não é um bem a saúde, a integridade do corpo, a vida? Não? Nem mesmo as crianças, os parentes ou a pátria? Quem poderia crer?” – Transportemos então para esses últimos objetos a denominação de bens. Então é possível ser feliz se injuriado e privado dos bens? – “Isso não é possível”. – E, ter com aqueles que vivem perto de vós as relações que devem existir? E como isso seria possível? Porque eu sou levado pela natureza a considerar meu interesse. Se for meu interesse ter um campo; é também meu interesse pegar aquele do vizinho; se for meu interesse ter uma veste, é também meu interesse roubá-lo de uma casa de banhos. Daí, as guerras, as dissensões, as tiranias, os complôs.”

Nisso reflito sobre se não é fundamental, ainda na perspectiva da educação filosófica estoica, colocarmos nosso “coração” nas coisas que dependem mesmo de nós (Teorema ontológico); desenvolvermos, e insistirmos que, apesar de não ser fácil, é possível uma adaptação, com o tempo, às circunstâncias. Mudamos o que nós podemos.

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Para saber mais:

GT Epicteto e Marginália Filosófica (Anpof): 

______.

ARRIANO FLÁVIO. O Encheirídion. Edição Bilíngue. Tradução do texto grego e notas Aldo Dinucci; Alfredo Julien. Textos e notas de Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão. Universidade Federal de Sergipe, 2012).

BICALHO, Vanessa Brun. Ciência e sabedoria de vida na filosofia transcendental de Kant à luz do estoicismo. Tese de Doutorado (Campus de Toledo). Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Unioeste, 2021.

CUNHA, Bruno. A gênese da ética em Kant. São Paulo: Editora LiberArs, 2017.

______. Lições sobre a doutrina filosófica da religião. Trad. Bruno Cunha. Petrópolis, RJ: Vozes, 2019.

DINUCCI, Aldo. Manual de estoicismo: uma visão estóica do mundo". São Paulo: Auster, 2023. 

______; TARQUÍNIO, Antonio. Introdução ao Manual de Epicteto. 3. ed, São Cristóvão: Universidade Federal de Sergipe, 2012.

______; JULIEN, Alfredo. O Encheiridion de Epicteto. Coimbra: Imprensa de Coimbra, 2014.

______; JULIEN, A. (Org.) Epicteto: fragmentos e testemunhos. Tradução dos fragmentos gregos e notas Aldo Dinucci e Alfredo Julien. Textos de Aldo Dinucci, Alfredo Julien e Fábio Duarte Joly. São Cristóvão. Universidade Federal de Sergipe, 2008.

EPICTÉTE. Entretiens. Livre I, II, III, IV. Trad. Joseph Souilhé. Paris: Les Belles Lettres, 1956.

______. Epictetus Discourses. Trad. Dobbin. Oxford: Clarendon, 2008.

______. O Encheirídion de Epicteto. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2012. (Edição Bilíngue).

______. Testemunhos e Fragmentos. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2008.

______. The Discourses of Epictetus as reported by Arrian; fragments: Encheiridion. Trad. Oldfather. Harvard: Loeb, 1928.  https://www.loebclassics.com/

GALENO. Aforismos. São Paulo: E. Unifesp, 2010.

______. On the passions and errors of the soul. Translated by Paul W . Harkins with an introduction and interpretation by Walter Riese. Ohio State University Press, 1963.

GAZOLLA, Rachel.  O ofício do filósofo estóico: o duplo registro do discurso da Stoa, Loyola, São Paulo, 1999.

HADOT, Pierre. The inner citadel: the meditations of Marcus Aurelius. London: Harvard University Press, 2001.

HANH, Thich Nhat. Meditação andando: guia para a paz interior. 21. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.

KANT, Immanuel. Fundamentação da metafísica dos costumes. Trad. Guido A. de Almeida. São Paulo: Discurso editoria: Barcarola, 2009.

______. Lições de ética. Trad. Bruno Cunha e Charles Fedhaus. São Paulo: Editora Unesp, 2018.

______. O único argumento possível para uma demonstração da existência de Deus. Lisboa: INCM, 2004.

KARDEC, A. Le Livre des Esprits. Paris, Dervy-Livres, s.d. (dépôt légal 1985). (O Livro dos Espíritos. Trad. Guillon Ribeiro, ______. O livro dos Espíritos. 93. ed. - 1. reimpressão (edição histórica). Brasília, DF: Feb, 2013a. (Q. 74a “A razão”); Q. 907-912: "paixões"; 893-906: “virtudes e vícios”e 920-933: "felicidade")

KING, C. Musonius Rufus: Lectures and Sayings. CreateSpace Independent Publishing Platform, 2011.

LONG, A. A. Epictetus: a stoic and socratic guide to life. New York: Oxford University Press. 2007.

LUTZ, C. Musonius Rufus: the Roman Socrates. Yale Classical Studies 10 3-147, 1947.

ROBERTSON, Donald. The Philosophy of Cognitive Behavioural Therapy (CBT): stoic philosophy as rational and Cognitive Psychotherapy. Londres  : Karnac Books, 2010.

______. Pense como um imperador. Trad. Maya Guimarães. Porto Alegre: Citadel Editora, 2020.

______. How to think Like a roman emperor: the stoic philosophy of Marcus Aurelius. New York: St. Martin's Press, 2019.

RUSSEL, Bertrand. A conquista da felicidade. Rio de Jamneiro, RJ: Nova Fornteira, 2015.

SCHLEIERMACHER, F. D. E. Introdução aos Diálogos de Platão. Belo Horizonte, MG: Ed. UFMG, 2018.

SCHELLE, Karl Gottlob. A arte de passear. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

SELLARS, J. The Art of Living: The Stoics on the Nature and Function of philosophy. Burlington: Ashgate, 2003.

______. Lições de estoicismo: O que os filósofos antigos têm a ensinar sobre a vida. Rio de Janeiro: Editora Sextante, 2023.

______. Lessons in Stoicism: What ancient philosophers teach us about how to live.  Londres: Penguin Books Ltd, 2020.

______. Hellenistic Philosophy. Oxford University Press, 2018.

______. Aristotle: Understanding the world's greatest philosopher. Pelican, 2023.

SOLNIT, Rebecca. Wanderlust: a history of walking. Penguim books, 2001.

SCHNEEWIND, Jeromé. Obligation and virtue: an overwien of Kant's moral philosophy. The Cambridge Companio to Kant. United Kingdom. Cambridge University Press, 1992.

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______. A invenção da autonomia: uma história da filosofia moral moderna. São Leopoldo: Unisinos, 2001. 

THOUREAU, Henry David. Andar a pé: um ritual interior de sabedoria e liberdade. Loures: Editora Alma dos livros, 2021.

REFLEXÃO VESPERTINA CLVIII: ESTOICISMO

Foi essa a Reflexão Vespertina de hoje, terminada há pouco, ler ainda é possível! " O objetivo da filosofia consiste em dar forma e est...