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É amplamente conhecido que Kant estudou a questão da "psicologia racional" no capítulo dos Paralogismos de sua Crítica da Razão Pura (1781/1787; A341–405/B399–432).
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“Corey W. Dyck presents a new account of Kant's criticism of the rational investigation of the soul in his monumental Critique of Pure Reason, in light of its eighteenth-century German context. When characterizing the rational psychology that is Kant's target in the Paralogisms of Pure Reason chapter of the Critique commentators typically only refer to an approach to, and an account of, the soul found principally in the thought of Descartes and Leibniz. But Dyck argues that to do so is to overlook the distinctive rational psychology developed by Christian Wolff, which emphasized the empirical foundation of any rational cognition of the soul, and which was widely influential among eighteenth-century German philosophers, including Kant. In this book, Dyck reveals how the received conception of the aim and results of Kant's Paralogisms must be revised in light of a proper understanding of the rational psychology that is the most proximate target of Kant's attack. In particular, he contends that Kant's criticism hinges upon exposing the illusory basis of the rational psychologist's claims inasmuch as he falls prey to the appearance of the soul as being given in inner experience. Moreover, Dyck demonstrates that significant light can be shed on Kant's discussion of the soul's substantiality, simplicity, personality, and existence by considering the Paralogisms in this historical context.”
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Assim, uma possível filosofia crítica da mente de Immanuel Kant (1724-1804) na crítica da razão pura, destacando, entre outros - (A 684) - (B 712)
A 683 B 711
“Esta simplicidade da substância, etc., deveria ser apenas o esquema deste princípio regulador, e não se supõe que seja o fundamento real das propriedades da alma. Estas, com efeito, também podem apoiar-se em fundamentos totalmente diferentes, que de modo algum conhecemos. Do mesmo modo não poderíamos verdadeiramente conhecer a alma em si própria, mediante esses predicados adotados, mesmo pretendendo dar--lhes, em relação a ela, valor absoluto, porque constituem uma simples idéia que não se pode representar in concreto. De uma tal idéia psicológica só pode advir benefício, se tivermos o cuidado de não lhe dar mais valor que o de uma simples idéia, isto é, de uma idéia apenas relativa ao uso sistemático da razão com vista aos fenômenos da nossa alma. Pois que aí não interferem, na explicação do que pertence unicamente ao sentido interno, nenhumas leis empíricas de fenômenos corporais, que são de diferente espécie; não se admitem aí quaisquer hipóteses levianas de geração, destruição e palingênese das almas, etc., sendo pura a consideração desse objeto do sentido interno e sem mistura de propriedades heterogêneas; além disso, a pesquisa da razão tende, tanto quanto possível, I a referir a um princípio único os A 684 B 712 fundamentos explicativos deste sujeito, o que melhor alcança através deste esquema, como se ele fosse um ser real, e até só e unicamente por seu intermédio. A idéia psicológica não pode também ter outro significado que não seja o de esquema de um conceito regulador; pois ainda que só quiséssemos indagar se a alma não será em si de natureza espiritual, esta interrogação seria destituída de sentido. Com efeito, mediante tal conceito, não excluo apenas a natureza corpórea, mas toda a natureza em geral, isto é, todos os predicados de qualquer experiência possível e, por conseguinte, todas as condições para pensar um objeto para tal conceito, ou seja, tudo o que afinal me permite dizer que tal conceito tem um sentido.
A segunda idéia reguladora da razão simplesmente especulativa é o conceito do mundo em geral; pois a natureza é, em verdade, o único objeto dado, em relação ao qual a razão carece de princípios reguladores. Esta natureza é dupla: a natureza pensante ou a natureza corpórea. Porém, para pensar esta última, quanto à sua possibilidade interna, isto é, para determinar a aplicação das categorias a esta natureza, não precisamos de nenhuma idéia, ou seja, de nenhuma representação que ultrapasse a experiência, que nem seria aliás possível em relação a essa natureza, porque nela somos guiados pela intuição sensível e não sucede aqui como no conceito psicológico fundamental (o eu) que contém a priori uma certa forma de pensamento, ou seja, a própria unidade do pensamento.” (Trecho extraído da edição portuguesa da Calouste Gulbekian. Cotejando com original e outras traduções para atualização em breve...).
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