Há anos, como tem sido uma constante, mantendo o foco das leituras atuais, a que tenho me dedicado, aqui acrescento outra obra que acabei de reler.
"[...] longe da posição de Kant está a visão secularista que trata a religião com desprezo, considerando-a como nada mais que uma relíquia do passado ou um deplorável refúgio para os ignorantes e supersticiosos" (A. W., 2009)
Prosseguindo os trabalhos com mais uma releitura, na "tônica dominante" das leituras de hoje.
Encerrando a segunda leitura atenta das “Lições sobre a doutrina filosófica da religião”, outra obra fundamental para o trabalho em andamento.
“O manuscrito estudantil das Lições sobre a doutrina filosófica da religião, ministradas muito provavelmente no semestre de inverno de 1783/1784, foi publicado pela primeira vez em 1817 por Karl Heinrich Ludwig Pölitz. Kant ministrou essas Lições tendo como base escritos metafísicos e teológicos que tinham sido publicados por influentes filósofos alemães de sua época. Mas, em suas Lições, Kant não apenas faz referência à posição desses filósofos. Ao contrário, ele também os comenta e os critica, fornecendo importantes indicações de sua perspectiva filosófica sobre problemas que estão localizados na interface entre teologia, religião, metafísica e filosofia moral. O leitor desses manuscritos adquire uma impressão bastante favorável do alto nível em que Kant e seus contemporâneos refletiram, por exemplo, sobre as, segundo ele, três possíveis provas especulativas da existência de Deus. As Lições sobre a doutrina filosófica da religião são indubitavelmente uma importante fonte para a nossa compreensão da filosofia crítica de Kant.”
Acrescento hoje: "Mal y la gracia: la religión natural de Kant"
“Kant publicou, em 1793, Religião dentro dos limites da mera razão , seu escrito mais importante sobre a filosofia da religião. Nesta obra ele explicou suas ideias sobre a "religião natural", a única doutrina religiosa em que a própria razão pode ser usada, sem apelar à autoridade da revelação. O método escolhido por Kant consiste em descobrir até que ponto os conteúdos dogmáticos do Cristianismo e os ensinamentos da Bíblia podem ser reconstruídos e assumidos pela razão autônoma.
Procedendo desta forma, Kant proporá dupletos racionais de muitos dos conteúdos da religião positiva sob exame. Durante muito tempo, a religião natural kantiana foi vista com suspeita pelos estudiosos da obra do grande pensador prussiano. Em particular, as objecções levantadas contra a sua teoria do mal radical e a sua concepção da graça tornaram consideravelmente difícil a recepção deste aspecto da filosofia kantiana.
O objetivo deste trabalho é mostrar a coerência interna da religião natural e seu enquadramento harmonioso no projeto crítico kantiano.”
(Grifos e Destaques meus)
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