domingo, 26 de janeiro de 2025

UM TEMA, DOIS AUTORES E OS DIFERENTES ENFOQUES NO NATURALISMO E REALISMO

Continuando um estudo sobre esse tema:

Há muito tempo li esse texto de Émile Zola, idealizador do Naturalismo na Literatura, indicado por uma professora especialista em Machado de Assis em 1995 (ela sabia que estudo nas horas vagas a Literatura russa, alemã e brasileira. Dele também li outras obras como “Germinal” (inclusive assisti uma adaptação em filme), “Caso Dreyfus com o artigo “J’Accuse”, de importante repercussão à época que acabou salvando  o oficial Alfred Dreyfus, acusado de forma injusta por traição.

Agora, acabei de reler A Morte de Olivier Bécaille(1884) numa edição da L&PM mas que pela primeira tinha lido em francês. Nesta edição da L&PM há também dois outros texto: “Nantas” e “A Inundação”. Ler Zola é muito prazeroso.  

Começa com a frase: Foi num sábado, às seis horas da manhã, que morri, após três dias de enfermidade.”

O que me trouxe a essa nova leitura da obra, agora em português, foi, em certa medida, uma "aproximação" com tema no texto de outro autor que também, desde a 6ª série, leio e releio atentamente. Trata-se das “Memórias Póstumas de Brás Cubas” (1881), um dos livros sobre o qual ainda não comentei aqui no Blog.

As história de Zola têm enfoques diferentes de Machado, num trata-se de uma narrativa do além-túmulo (que alguns dizem ser uma crítica ou ironia às ideias espíritas que à sua época, chegavam ao Brasil e com as quais Machado - crítico do otimismo científico - não concordava), e Zola narra a história de alguém é tido como  já tendo falecido (que talvez trate-se de catalepsia. Aliás, recentemente li alguns textos que informam que entre os séculos XVIII e XIX na Europa temia-se muito ser enterrado vivo e isso assustava as pessoas!

Num documentário recente, soube que isso realmente acontecia à ´poca com bastante frequência. Inclusive, haviam casos em que se sepultavam os mortos com uma das mãos amarrada a um badalo de sino para que se acordasse o morto desse o alarme. Tendo até sido popularizada a expressão “salvo pelo gongo (ou pelo sino)”.

Recomendo também, para quem for ler a edição em português, ler também as outras duas belíssimas reunidas no livro.  

Sobre Machado de Assis:

Acesse em

https://www.scielo.br/j/mael/a/7vSDzYRjTH7DRRNTzt459mC/?format=pdf&lang=en

(Só os Grifos Destaques são meus)

______.

MACHADO DE ASSIS. Todos os romances e contos consagrados de Machado de Assis. Rio de Janeiro, RJ: Nova Fronteira, 2016. ("Box" em três volumes).

______. (autor); COSTA, Margaret  Jull (trad.); PATERSON, Robin( trad.); WOOD, Michael (prólogo). Collected stories of Machado de Assis. Liveright Publishing Corporation. New YorK: USA, 2018.

______. Memorial de Aires. Porto Alegre, RS: L&PM, 2009.

______. Esaú e Jacó. Porto Alegre, RS: L&PM, 1998.

______. Memórias póstumas de Brás Cubas. 6. ed. São Paulo: Ed. Ática, 1977.

______. Obra Completa. Rio de Janeiro: Editora José Aguilar Ltda, 1959. 3 volumes 

______. A Semana. Rio de Janeiro: W. M. Jackson Editores, 1942, 3 volumes.  

_______. Diálogos e Reflexões de um Relojoeiro. Rio de Janeiro: Ediouro, s/d. 

_______. Papéis Avulsos. Rio de Janeiro: W.M. Jackson Editores, 1944. 

_______. Histórias sem data. Rio de Janeiro: W.M. Jackson Editores, 1942.

_______. Bons dias. 3. ed. Campinas, SP: Ed. Unicamp, 2008.

_______. Fábrica de contos: ciência e literatura em Machado de Assis. 3. ed. Campinas, SP: Ed. Unicamp, 2010.

______. Notas semanais. Campinas, SP: Ed. Unicamp, 2008.

KARDEC, A. Le Livre des Esprits. Paris, Dervy-Livres, s.d. (dépôt légal 1985). (O Livro dos Espíritos. Trad. Guillon Ribeiro, ______. O livro dos Espíritos. 93. ed. - 1. reimpressão (edição histórica). Brasília, DF: Feb, 2013.

ZOLA, Émile. A morte de Olivier bécaille. Porto Alegre, RS: L&PM, 2001.

______. La mort de Olivier Bécaille. Paris: Librio Flammarion, 2000.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

I CICLO DE CONFERÊNCIAS: O LUGAR DE DEUS NA FILOSOFIA ALEMÃ

  No  " Canal Filosofia de Combate" Convidamos todos a participar do "I ciclo de palestras: o lugar de Deus na filosofia alem...