A filosofia kantiana recusou o “inatismo” e o “empirismo”; negou que pudéssemos conhecer a coisa em si (Das Ding an sich). O conhecimento está circunscrito aos limites da experiência. A “revolução copernicana” prioriza o sujeito do conhecimento, enquanto para os empiristas e inatistas o enfoque era dado ao objeto do conhecimento.
Há quem, no entanto, leitor de manuais, acha-se dominando qualquer tema!
Ainda chego lá, estudando os autores, os originais destes autores! Preciso ler; sigo estudando!
"[...] o problema da origem das formas puras do espaço e do tempo, como também o da origem dos conceitos puros do entendimento, é, em nível de articulação da Crítica, uma etapa já percorrida." E, "[...] com a Dissertação de 1770, a questão é diretamente enfocada; e com ela, de pronto afastada a origem inata ou empírico-abstrata da futuras Anschauungsformen e Gedankenformen". (MARQUES, U. R. A., 1990).
Por isso, é certo que gosto sempre de revisitar a "Dissertação de 1770", os "Prolegômenos...”, o período "pré-crítico"; e essa temática; tão incompreendida... Ainda!
A filosofia kantiana recusou o “inatismo” e o “empirismo”; negou que pudéssemos conhecer a coisa em si (Das Ding an sich). O conhecimento está circunscrito aos limites da experiência.
A “revolução copernicana” prioriza o sujeito do conhecimento, enquanto para os empiristas e inatistas o enfoque era dado ao objeto do conhecimento.
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Kant distingue 3 modos de conhecimento:
- a sensibilidade
- o entendimento
- a razão
A partir daí, Kant desenvolve as condições de possibilidades do conhecimento e o fundamento da sua validade.
Tudo o que chegamos a conhecer não passa de uma "construção" forjada por nossas sensações, uma espécie de "produção artificial", gerado por nossa inexorável submissão ao espaço e ao tempo, portanto, a posteriori; enquanto, o que está para além de nossa percepção sensorial ( ou a priori) nos é inacessível.
Essa é a grande contribuição de Kant na tentativa de superação da Metafísica.
Portanto, disso disso decorre a questão se os pretendentes à Metafísica devem reconhecer que a metafísica clássica foi posta em cheque e que à própria razão existem limites e o que foi dito ser sua capacidade conhecer ilimitada (quanto ao supra-sensível) não está no seu alcance e não pode conhecer (os limites da razão); só podemos conhecer o que é dado para nós pela experiência.
Prossigo estudando...
A este livro sobre "Kant e o a priori " acrescentei ainda: " 'A priori' Канта в науке и философии. Современные споры". (O a priori de Kant na ciência e na filosofia: disputas modernas).
"O volume oferecido ao leitor fornece uma visão bastante abrangente da nova direção que liga a própria história da filosofia à história e à filosofia da ciência. O conteúdo do livro centra-se na história da origem do "a priori" de Kant e no seu futuro destino na filosofia e na ciência. A base é um ensaio monumental do eminente filósofo Michael Friedman, um dos objetivos do qual é reavaliar a leitura moderna de Kant por empiristas lógicos e também por fenomenólogos, no espírito de continuar os esforços de Friedman para construir pontes entre a filosofia analítica e a filosofia continental. Para uma melhor compreensão das disputas atuais sobre o destino do a priori, inclui uma série de obras dos oponentes de Friedman - especialistas proeminentes em filosofia e história da ciência, que são legitimamente co-autores do livro. O grande mérito de todos os ensaios é uma rica lista de fontes que fornecem uma boa visão do estado deste novo e interessante campo de pesquisa filosófica."
______.
Michael Friedman (falecido em 2 de abril de 1947) - filósofo americano, professor de filosofia das humanidades na Universidade de Stanford.
Friedman é mais conhecido por seu trabalho em filosofia da ciência, particularmente explicação científica e filosofia da física, bem como por seus trabalhos históricos sobre Immanuel Kant."
______.
FRIEDMAN, Michael. O a priori de Kant na ciência e na filosofia: disputas modernas. Канон+ РООИ "Реабилитация", 2025.
FRIEDMAN, Michael. Kant's construction of nature: a reading of the metaphysical foundation of natural science: Cambridge University Press; Reprint, 2015.
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______. Crítica da razão pura. 5. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 1994.
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______. Dissertação de 1770. De mundi sensibilis atque inteligibilis forma et principio. Akademie-Ausgabe. Trad. Acerca da forma e dos princípios do mundo sensível e inteligível. Trad., apres. e notas de L. R. dos Santos. Lisboa: Imprensa Casa da Moeda. FCSH da Universidade de Lisboa, 1985.
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SANTOS, Leonel Ribeiro dos; LOUDEN, Robert B.; MARQUES, Ubirajara R. de Azevedo (organizadores). Kant e o a priori. Marília, SP: Oficina Universitária ; São Paulo : Cultura Acadêmica, 2017. 364 p.
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