A partir da leitura do “Problema XXX” em Aristóteles, estou estudando a tradição filosófica do problema, na tentativa de apreender a própria visão da época sobre o conceito de μέλαινα χολὴ e após exposição desse, qual seria a resposta de Aristóteles, a evolução do conceito após suas reflexões.
É conhecida a pergunta de Aristóteles
(ou, segundo alguns: Pseudo-Aristóteles) apresentada no Problema XXX: "por que afinal todos os que foram homens de exceção,
figuras excepcionais, seja em filosofia, artes, poesia ou política, foram
também manifestamente melancólicos?" E, Aristóteles aponta vários exemplos: Heráclito,
Lisandro, Ajax, Belerofonte, Empédocles, Platão e Sócrates “e muitos outros entre as pessoas ilustres”. Posteriormente
são encontradas menções à Aristóteles que o incluiriam naquela definição de melancólico.
Enfim, como eram tratadas as questões sobre o elemento orgânico e o mental naquele tempo e sua posterior discussão passando pela medicina medieval, os anos renascentistas, até chegar às várias formulações do DSM, (atualmente o DSM V) caracterizam meu enorme interesse pelo tema, mais especificamente, como parte de uma leitura que procura identificar ao longo da história, uma distinção entre “mente” e “corpo” ou uma relação entre os dois. Se há tal relação, e como se daria essa relação fez com que muito do que se escreveu na área médica desde a antiguidade estivesse sempre embasada na ideia de Ψυχή, ou de que haveria num determinado órgão do corpo, um lugar de acontecimento dos processos físicos que formariam a base das funções perceptivas e cognitivas.
O que se pode perceber até aqui, com as leituras é que, o problema ainda está em aberto. As soluções que se tem apresentado ainda não resolveram uma série de questões.
Meu interesse, naturalmente, é filosófico mas tenho acompanhado atentamente as discussões do ponto de vista dos avanços atuais, tanto na pesquisa médica, da Psiquiatria, sobre esta questão como nos avanços na área da Psicologia e na própria Filosofia. Algumas das leituras resultam breves apontamentos que anoto aqui.
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Enfim, como eram tratadas as questões sobre o elemento orgânico e o mental naquele tempo e sua posterior discussão passando pela medicina medieval, os anos renascentistas, até chegar às várias formulações do DSM, (atualmente o DSM V) caracterizam meu enorme interesse pelo tema, mais especificamente, como parte de uma leitura que procura identificar ao longo da história, uma distinção entre “mente” e “corpo” ou uma relação entre os dois. Se há tal relação, e como se daria essa relação fez com que muito do que se escreveu na área médica desde a antiguidade estivesse sempre embasada na ideia de Ψυχή, ou de que haveria num determinado órgão do corpo, um lugar de acontecimento dos processos físicos que formariam a base das funções perceptivas e cognitivas.
O que se pode perceber até aqui, com as leituras é que, o problema ainda está em aberto. As soluções que se tem apresentado ainda não resolveram uma série de questões.
Meu interesse, naturalmente, é filosófico mas tenho acompanhado atentamente as discussões do ponto de vista dos avanços atuais, tanto na pesquisa médica, da Psiquiatria, sobre esta questão como nos avanços na área da Psicologia e na própria Filosofia. Algumas das leituras resultam breves apontamentos que anoto aqui.
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