quarta-feira, 17 de julho de 2019

A LÓGICA DE KANT



Tendo prosseguido com os estudos, ainda tentando escrever um pouco mais sobre a pesquisa, há sempre o necessário intervalo, uma pausa breve na oficina. E, além do muito apreço ao tema e muito à obra, voltei, pela manhã ao "Manual dos curso de Lógica geral" de Kant. 

Parti, além da obra em si, de inestimável valor pessoal, da afirmação de Kant sobre a Lógica, desde Aristóteles, sobre a “Lógica”, desde Aristóteles não ter dado quase nenhum passo à frente nem para trás, dado que “o limite da Lógica acha-se determinado de maneira bem precisa, por ser ela uma ciência que expõe circunstanciadamente e prova de modo rigoroso unicamente as regras formais de todo o pensamento.” 

E, seria tal “limite”, a vantagem de seu sucesso como ciência. Claro é que tal afirmação já foi bastante contestada e embora me interesse muito, não vou me demorar sobre ela. Só vou começar a pensar a ideia de "limites" a partir da noção de "regras". Futuramente retorno à questão; após mais estudos e reflexões.

"Tudo na natureza (Natur), tanto no mundo inanimado quanto vivo, ocorre segundo regras (Regeln), embora nem sempre conheçamos essas regras de imediato - A água cai segundo as leis dos gravesm e o movimento da marcha entre os animais produz-se conforme regras. O peixe na água e o pássaro no ar movem-se segundo regras. A Natureza toda, em geral, nada mais é propriamente do que um nexo de fenômenos segundo regras e em parte alguma ocorrre ausência de Regras (Regellosigkeit). Quando pensamos tê-la encontrado, só podemos dizer que as regras nesse caso no são desconhecidas.

O exercício das nossas faculdades (Kräfte) também se faz segundo certas regras, que seguyimos inicialmente, inconscientes delas, até que, mediante tentativas e um demorado uso de nossas faculdades, chegamos ao seu conhecimento, o que acaba nos colocando em tal familiaridade com elas que nos custa muita fadiga pensá-la in abstacto. Do mesmo modo a gramática geral (allgemeine Gramatik), por exemplo, é a forma (Form) de uma língua em geral. Mas falamos mesmo não conhecendo a gramática, e quem não a conhece e no entanto fala possui na verdade uma gramática e fala segundo regras de que não tem consciência, porém." (KANT, 2002, p. 25)

Enfim, das muitas voltas às obras básicas, no último fim de semana, na pausa dos trabalhos e pensando nos textos com prazos de entrega, retomei e prossigo com a leitura deste “manual de Lógica” de Immanuel  Kant, de quem tenho me dedicado a estudar a obra com calma, há algum tempo.

A princípio, precisei reler dois dos capítulos da obra. Menciono ainda, o detalhe de que o meu exemplar de estudos desse tema a partir desse autor, traz uma dedicatória a que, porventura, detive-me estoicamente, como já fiz por mais de 12 anos; desde 12 de maio de 2007...

Só em seguida pude dedicar-me aos meus intentos iniciais até o final.

De resto, sobre a obra: basicamente, esse “manual" de lógica tem como objetivo introduzir seu leitor, ou quem adentre o complexo e necessário universo da Filosofia.


De fundamental importância para compreensão da obra kantiana, uma excelente obra para, em  certa  medida, iniciar estudos sobre kantismo e uma introdução aos temas da Filosofia, inclusive traz um glossário com termos básicos para  auxílio na  leitura.

______.
KANT, Immanuel. Manual dos cursos de lógica geral. 2. ed. Trad. Fausto Castilho. Campinas/SP: Editora da Unicamp, 2002.



Nenhum comentário:

Postar um comentário

O SUPOSTO "CONFLITO CIÊNCIA X RELIGIÃO" (II)

Recentemente, acrescentei, uma obra de  Alvin Plantinga  que até recentemente não conhecia: “ Ciência, religião e naturalismo:  onde está o ...