sábado, 28 de setembro de 2019

SCRUTON: CONFRONTANDO VISÕES CONTEMPORÂNEAS "SOBRE NATUREZA HUMANA"



“Scruton argumenta que os seres humanos não podem ser entendidos simplesmente como objetos biológicos."

 

"In this short book, acclaimed writer and philosopher Roger Scruton presents an original and radical defense of human uniqueness. Confronting the views of evolutionary psychologists, utilitarian moralists, and philosophical materialists such as Richard Dawkins and Daniel Dennett, Scruton argues that human beings cannot be understood simply as biological objects. We are not only human animals; we are also persons, in essential relation with other persons, and bound to them by obligations and rights. Scruton develops and defends his account of human nature by ranging widely across intellectual history, from Plato and Averroës to Darwin and Wittgenstein. The book begins with Kant’s suggestion that we are distinguished by our ability to say “I”―by our sense of ourselves as the centers of self-conscious reflection. This fact is manifested in our emotions, interests, and relations. It is the foundation of the moral sense, as well as of the aesthetic and religious conceptions through which we shape the human world and endow it with meaning. And it lies outside the scope of modern materialist philosophy, even though it is a natural and not a supernatural fact. Ultimately, Scruton offers a new way of understanding how self-consciousness affects the question of how we should live. The result is a rich view of human nature that challenges some of today’s most fashionable ideas about our species.”

...

“Neste livro, Roger Scruton lança um olhar original sobre a natureza humana, sem deixar de ter em conta os mais sólidos resultados científicos — da biologia à ciência cognitiva e da psicologia à etologia — mas também o legado das artes e da cultura em geral. E consegue fazê-lo com elegância e concisão, sem tecnicismos nem referências gratuitas.

Ao defender que o ser humano não é apenas um animal racional, Scruton procura, de forma corajosa mas tranquila, mostrar como se pode fazer uma leitura do que as ciências têm para nos contar muito diferente da que tem sido habitual. Nesse sentido, Scruton rejeita não só as perspectivas de muitos psicólogos evolucionistas, mas também as concepções morais utilitaristas e sobretudo as abordagens materialistas da natureza humana — como as de Daniel Dennett e Richard Dawkins —, argumentando que não encontraremos a verdadeira natureza humana em animais racionais despojados dos elos essenciais que, além da biologia e da racionalidade, nos definem como seres que partilham um mesmo universo de valor. De acordo com Scruton, é neste universo de fidelidades, obrigações, direitos e relações que se descobre o eu que cada um de nós é e se revela a nossa natureza singular: a de sermos pessoas. Isto, sustenta Scruton, é algo que nenhuma categoria biológica permite compreender.

É no contexto dessa concepção da natureza humana decididamente personalista que Scruton nos fala do significado humano do riso, da sexualidade, do prazer, da culpa ou da moral, transferindo para quem o lê uma enorme bagagem literária e cultural que, mesmo quando defende pontos de vista não coincidentes com os do leitor, não deixa de ser intelectualmente gratificante.

Este é um livro que, apesar da relevância e centralidade do tema, não exige qualquer iniciação filosófica prévia, pelo que certamente interessa a qualquer pessoa culta e com os mais diversos interesses pessoais e profissionais.

______.

SCRUTON, Roger. Sobre a natureza humana. Lisboa: Gradiva, 2017.

E, atualizando, em 07 de maio de 2020, saiu, recentemente, uma edição "Kindle", anotada abaixo:

______. Sobre a natureza humana. Rio de Janeiro, RJ: Record, 2020.

______. A alma do mundo. Rio de Janeiro, RJ: Editora Record, 2017.

______. Kant: a very short introduction. New York: Oxford University Press, 2001.

 


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