quinta-feira, 30 de abril de 2020

REFLEXÃO MATINAL XXXVI: BUSCA INDIVIDUAL PELO “PROGRESSO”

The Stanley by eachat

(IMAGEM: "Pinterest")

“Então retira a repulsa de todas as coisas que não sejam encargos nossos e transfere-a para as coisas que, sendo encargos nossos, são contrárias à natureza. Por ora, suspende por completo o desejo, pois se desejares alguma das coisas que não sejam encargos nossos, necessariamente não serás afortunado. Das coisas que são encargos nossos, todas quantas seria belo desejar, nenhuma está ao teu alcance ainda. Assim, faz uso somente do impulso e do refreamento, sem excesso, com reserva e sem constrangimento.” (EPICTETO. Encheirídion. II : 2)

Foi essa, a meditação da manhã, estudando e escrevendo um capítulo de livro e revisando dois outros textos para submissão; aproveitando uma pausa com a pesquisa principal, anotei o trecho que segue abaixo, em que se nota um convite a estar atento ao que realmente está ao nosso alcance e o que não é de nossa alçada, separando pacientemente uma coisa da outra e prossigamos.

O convite é sempre reiterado, nessa linha de interpretação em que estamos desenvolvendo esse texto.  Podemos observar que a prática visada concernente à filosofia moral, numa perspectiva estoica, por exemplo, tem sempre como motivação a busca individual pelo “progresso”, pela conquista de Virtude

A citação abaixo, é uma tradução (com as notas) do prof. Aldo Dinucci.

Diatribe 1.4Sobre o Progresso:

“(1) O que progride[1] é o que aprendeu dos filósofos que o desejo é pelas coisas boas e que a repulsa é em relação às más; é o que aprendeu também que o curso sereno de vida[2] e a ausência de sofrimento na alma[3] não advêm de outro modo ao homem senão não falhando no desejo e não se deparando com o <objeto d>a repulsa , <o que progride>; é o que removeu de si mesmo por completo o desejo e o deferiu[4] , <e que> faz uso da repulsa somente em relação às coisas passíveis de escolha[5] . (2) Já que sabe que, se repudiar alguma das que não são passíveis de escolha[6] , um dia se deparará com o <objeto> de sua repulsa e será desafortunado. (3) Mas se a própria excelência[7] é a promessa de produzir felicidade, ausência de sofrimento na alma, curso sereno de vida[8] , também o progresso em relação à excelência é indubitavelmente o progresso em relação a cada uma dessas coisas. (4) Pois para onde quer que a realização completa de algo conduza, para aí tende o progresso.”[9]

...

"Mantenha-se forte. Mantenha-se bem." (Sêneca)




[1] To prokopon: o estoicismo epictetiano, ao contrário do antigo e do médio, é caracterizado pela ênfase no indivíduo que progride, que caminha para a sabedoria. Anteriormente, o discurso estoico centrava-se na figura do sábio ideal.

[2] To euroun.

[3] Apathes: Schweighäuser (1799 (3), p. 247) define o termo como “passionum, pertabationum animi vacuitas” (“ausência de paixões e perturbações da alma”).

[4] EPICTETO. Encheirídion. II : 2.

[5] Ta prohairetika. De prohairesis

[6] Ta aproairetika. De prohairesis.

[7] Areta.

[8] Euroia.

[9] DINUCCI, Aldo. Epicteto: cinco diatribes sobre progresso e arte de viver. Apresentação e tradução. In: PERI. v . 08, n . 02, 2016, p . 177 - 191.

______.

EPICTETO. O Encheirídion de Epicteto. Edição Bilíngue. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2012.

______. 3. ed. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2017.


segunda-feira, 27 de abril de 2020

AINDA O PERÍODO "PRÉ-CRÍTICO". ENTRE MEDICINA E FILOSOFIA: UM VÍNCULO TEMÁTICO


Prosseguindo com as leituras do período pré-crítico kantiano, destaco aqui, essa obra: “Entre filosofia e medicina”, um vínculo temático que sempre mantenho presente nas minhas leituras.

E, de certa forma, esta obra está ligada à uma tradição “Wollfiana" num universo da obra do autor da “Psicologia empírica”.

Estudando o período pré-crítico, tenho encontrado vários textos sobre o tema; por isso, acrescento mais este, por ser de grande ajuda nos estudos do período e à leitura do tema que sempre me interessou bastante. 

Ademais, Immanuel Kant foi leitor de Christian Wollf, e, esta obra entra no conjunto de textos que tenho estudado demoradamente. Sem desvios, há décadas, meu interesse por "psicologia", “medicina”, naturalmente, vem crescendo (graduando). Ou seja, um vículo temático, nesta abordagem, que pretendo acompanhar sempre.

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“Os textos aqui reunidos têm como ponto de partida a psicologia empírica oriunda da metafísica wolffiana e a antropologia do Iluminismo alemão, dois campos extremamente fecundos do pensamento do período, onde se entrecruzam literatura, filosofia, medicina e teologia. Stefanie Buchenau, professora da Universidade de Paris VIII e autora de inúmeros trabalhos sobre a filosofia e a literatura do século XVIII, revela com muita leveza a precisão a importância da medicina na obra de expoentes da filosofia tedesca, como Sulzer, Herder, Kant e Maimon.”

Esses artigos foram originariamente publicados separadamente. A despeito do vínculo temático aparentemente solto, eles giram em torno de temas próximos. Todos se ocupam com a psicologia empírica que foi iniciada por Wolff e com a antropologia do Iluminismo. E todos eles procuram ir além de uma interpretação demasiado interna dessas fundações. Na base, encontra-se a intuição de que não se deve tratar essas disciplinas como se fossem puramente filosóficas e metafísicas, e que as perspectivas internas à filosofia não são suficientes para explicar satisfatoriamente a sua gênese e responder às suas questões. Ao invés disso, de acordo com a minha hipótese, elas devem ser compreendidas como o resultado de um debate interdisciplinar entre filosofia, medicina, teologia e literatura. Nesse debate, há um objeto comum a essas disciplinas, quer dizer, o ser humano.”

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(Grifos e destaques são meus)

______.

BUCHENAU, Stefanie (1969- ) Entre medicina e filosofia: Sulzer; Herder; Kant; Maimon. — São Paulo: Editora Clandestina, 2019. 178 p.

 

 


domingo, 26 de abril de 2020

UM EXERCÍCIO A PARTIR DE KANT E KIERKEGAARD: UMA ANÁLISE INTERESSANTE

1. Kant e a aguardente | Prosa - O Globo  2. Søren Kierkegaard – Wikipédia, a enciclopédia livre

Chega às minhas mãos, assim que terminei de reler uma de suas obras, (e, prosseguindo com os trabalhos sobre Kant (1724-1804) e a filosofia clássica alemã), esse artigo do professor Roni Ederson Krause de Oliveira, do Instituto Federal de Goiás (IFG), Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), em que ele analisa “como Kant e Kierkegaard interpretam o mandamento ‘ame seu próximo como a si mesmo’ e por que ambos consideram isso um dever.”

O prof. Roni, toma como base a “primeira Seção da Segunda Parte, intitulada Do dever de amar para com os outros homens, da Metafísica dos Costumes, de Kant, e também os primeiros capítulos da primeira série de As Obras do Amor, de Kierkegaard, mais precisamente as seções II A, II B e II C (respectivamente, Tu ‘deves’ amar, Tu deves amar ‘o próximo’ e ‘Tu’ deves amar o próximo).

Quanto à obra de Kant, tenho maior aproximação e tenho estudado há mais tempo; e, a respeito das obras de S. A. Kierkegaard, no entanto, desde a graduação, sempre me interessaram por tratar-se de um filósofo religioso; crítico do racionalismo, e, considerado o fundador do existencialismo, que tem sido uma das mais profundas e renovadoras correntes filosóficas desde o século XIX, avançando pelo XX e, atualmente.

Kierkegaard, existencialista, um pensador Dinamarquês; nasceu em Copenhague em 1813 e morreu nesta mesma cidade em 1855. Segundo Kierkegaard, o homem tem que renunciar a si mesmo para superar as limitações que a realidade lhe impõe e assim aceder ao transcendente, a Deus e à verdadeira individualidade. Realçou a existência concreta, (crítica ao idealismo hegeliano), de um homem que anseia pela transcendência, investigando os sentimentos de “angústia” e “desespero” que são inseparáveis da condição subjetiva humana.

No artigo, o professor Roni, mostra que “o amor incondicional é impossível para Kant por causa do princípio do respeito que emerge como um limite para este amor” e, por outro lado, demonstra “que, para Kierkegaard, o dever de amar só é possível porque pressupõe essa incondicionalidade.”

Ou seja, a leitura do artigo sobre o qual traço essa síntese me oferece várias possibilidades de leitura e releitura das obras e autores em questão.

Ademais, o momento, para mim, é mais que oportuno, para essa leitura! 

Prosseguindo!

...

(somente os grifos e destaques são meus) 

1. Link do Artigo:

http://revistas.unisinos.br/index.php/controversia/article/view/16064

OLIVEIRA, Roni Ederson Krause de. O dever de amar segundo Kant e Kierkegaard. In: Controvérsia, São Leopoldo, v. 14, n. 2, p. 25-39, mai.-ago. 2018.

2. Bibliografia usada pelo autor do artigo, e as edições (das mesmas) que estou lendo:

KANT, I. Anthropology from a pragmatic point of view. Carbondale, III: Southern Illinois University Press. 1996. eBook., Base de dados: eBook Collection (EBSCOhost).

______. Antropologia de um ponto de vista pragmático. Trad. Clélia Aparecida Martins. São Paulo: Iluminuras, 2006.

______. Crítica da razão prática. Tradução de Valério Rohden. São Paulo, Martins Fontes, 2002.

______. A metafísica dos costumes. Trad., apresentação e notas de José Lamego. 2. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2011.

______. ______. Trad. Edson Bini. São Paulo: Folha de S. Paulo, 2010.

KIERKEGAARD, Søren A. As obras do amor: algumas considerações cristãs em forma de discursos. Apresentação e tradução, Álvaro Luiz Montenegro Valls; revisão da tradução, Else Hagelund. 4. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.

______. Œuvres Complètes. Tome XX. Index Terminologique. Principaux concepts de Kierkegaard par Gregor Malantschuk. Traduit du danois, adapté e complété par Else-marie Jacquet-Tisseau. Paris, Éditions de L’orante, 1986.

______. O conceito de angústia: uma simples reflexão psicológico-demonstrativa direcionada ao problema dogmático do pecado hereditário de Virgilius Haufniensis. Tradução e Posfácio Álvaro Luiz Montenegro Valls. 3. edição, Petrópolis, Vozes, 2015. (Vozes de bolso)



terça-feira, 21 de abril de 2020

A MENTE: "A PERGUNTA DE MOLYNEUX E A HISTÓRIA DA FILOSOFIA"

Prosseguindo os estudos, a maior parte das leituras sobre o período pré-crítico kantiano, cheguei a um texto recém lançado, com propostas de discussões interessantes. Mais focado em Lebniz e Locke, com quem Kant dialogaria muito, na sequência, sobre vários temas. Por isso, acrescentei aqui, para uma possível leitura no futuro. Interessou-me bastante por ser de grande ajuda nos estudos desse contexto histórico que antecede a produção "kantiana" e terá desdobramentos muito relevantes a partir da contribuição de seus escritos.

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"In 1688 the Irish scientist and politician William Molyneux sent a letter to the philosopher John Locke. In it, he asked him a question: could someone who was born blind, and able to distinguish a globe and a cube by touch, be able to immediately distinguish and name these shapes by sight if given the ability to see?

The philosophical puzzle offered in Molyneux’s letter fascinated not only Locke, but major thinkers such as Leibniz, Berkeley, Diderot, Reid, and numerous others including psychologists and cognitive scientists today. Does such a question represent a philosophical puzzle or a problem that can be solved by experimental tests? Can vision be fully restored after blindness? What is the relation between vision and touch? Are the senses linked through learning or bound at birth?

Molyneux’s Question and the History of Philosophy is a major collection of essays that explore the long-standing issues Molyneux’s problem present to philosophy of mind, perception and the senses. In addition, the volume considers the question from an interdisciplinary angle, examines the pre-history of the question, and aspects of it that have been ignored, such as perspectives from religion and disability.

As such, Molyneux’s Question and the History of Philosophy presents a set of philosophically rich, empirically informed, and scientifically rigorous original investigations into this famous puzzle. It will be of great interest to students and researchers in philosophy, psychology, and the cognitive sciences including neuroscience, neurobiology and ophthalmology, as well as those studying the mind, perception and the senses."

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"Em 1688, o cientista e político irlandês William Molyneux enviou uma carta ao filósofo John Locke. Nele, ele fez uma pergunta: alguém que nasceu cego, capaz de distinguir um globo e um cubo pelo toque, poderia distinguir imediatamente e nomear essas formas de vista se tiver a capacidade de ver?

O quebra-cabeça filosófico oferecido na carta de Molyneux fascinou não apenas Locke, mas importantes pensadores como Leibniz, Berkeley, Diderot, Reid e muitos outros, incluindo psicólogos e cientistas cognitivos hoje. Essa pergunta representa um quebra-cabeça filosófico ou um problema que pode ser resolvido por testes experimentais? A visão pode ser totalmente restaurada após a cegueira? Qual é a relação entre visão e toque? Os sentidos estão ligados através da aprendizagem ou ligados ao nascimento?

A pergunta de Molyneux e a história da filosofia é uma grande coleção de ensaios que exploram as questões de longa data que o problema de Molyneux apresenta à filosofia da mente, da percepção e dos sentidos. Além disso, o volume considera a questão de um ângulo interdisciplinar, examina a pré-história da questão e os aspectos que foram ignorados, como perspectivas da religião e da deficiência.

Como tal, a Pergunta de Molyneux e a História da Filosofia apresenta um conjunto de investigações originais filosoficamente ricas, informadas empiricamente e cientificamente rigorosas sobre esse famoso quebra-cabeça. Será de grande interesse para estudantes e pesquisadores em filosofia, psicologia e ciências cognitivas, incluindo neurociência, neurobiologia e oftalmologia, bem como aqueles que estudam a mente, a percepção e os sentidos ".

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FERRETI, Gabriele; GLENEY, Brian. Molyneux’s Question and the History of Philosophy. Routeldge, 2020.

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Sobre os Editores:

Gabriele Ferretti is a NOMIS Fellow at the Eikones - Center for the Theory and History of the Image, at the University of Basel, in Switzerland.

Brian Glenney is Assistant Professor in the Philosophy Program at Norwich University, USA. He is the co-editor of The Senses and the History of Philosophy (Routledge, 2019).

 


sexta-feira, 17 de abril de 2020

"JORNAL DE FILOSOFIA KANTIANA" DO "IKBFU"

Nenhuma descrição de foto disponível.
CONTEÚDO:

"сайте издательства!

"Kantian Journal" is available on the homepage of the IKBFU Publishing House!


Link:

2019 Vol. 38. No. 4

Contents

Baum, M. Kants praktischer Platonismus.

Krouglov, A. N. On the Role of Gesinnung in Kant’s Ethics
and Philosophy of Religion.
Part II

Kalinin, I. K. Darwinism as the Missing Link in Kant’s Critical Philosophy.

Konilaev, L. Yu. “The Turn towards Ontology” in Russian Neo-Kantianism in the Late 1910s and Early 1920s (Lev Salagov and Nikolai Boldyrev)

Dmitrieva, N. A., Zilber, A. S., Chaly, V. A., Kiselev, A. S., Bonadyseva, P. R. Kant’s Ethics in the Context of the Enlightenment. Report of the 12 th Kant Readings Conference (Kaliningrad, 21—25 April 2019)"

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quarta-feira, 15 de abril de 2020

SIMPÓSIO VIRTUAL "FILOSOFIA DA TÉCNICA: SEUS PROBLEMAS E SEUS AUTORES"


8 de maio de 2020, das 14h às 18h.

"Promovido e organizado pelo Grupo de Trabalho de Filosofia da Tecnologia e da Técnica, da Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia do Brasil (ANPOF), o evento pretende reunir alguns pesquisadores/as do tema para apresentar uma visão de alguns dos problemas discutidos no âmbito da Filosofia da Técnica. O evento, assim, interessa a estudantes, professores e pesquisadores da Filosofia e de áreas afins."


segunda-feira, 6 de abril de 2020

REFLEXÃO MATINAL XXXV: PROFILAXIA E SERENIDADE

(IMAGEM: "Pinterest")

"Devemos viver como médicos, tratando a nós mesmos com a razão, contra os males de não usá-la" (Musónio Rufo)*

Não alimentar hábitos ruins; reeducar-se no restabelecimento da saúde.

Medidas profiláticas a evitar desvios futuros. O projeto iniciado, já há algum tempo, prossegue.

O foco: desenvolver a Sabedoria prática; uma tarefa difícil e extremamente relevante do ponto de vista existencial estudado aqui nesta página.

Reconstruir trajetórias, desde o início, com o propósito de reedificar o ponto de vista”, olhar do presente para o passado e a partir dos erros a evitar; redirecionar, em bases firmes, o futuro e os objetivos.

Fundamental que se busque a elevação, considerando com serenidade o progresso. Estar no caminho; fazer sempre o melhor. E, retomando alguns trechos de obras estudadas para reflexão matinal de hoje, reli o trecho abaixo:

“Para Epicteto, o ato de pôr em prática a filosofia supõe o afastamento das coisas exteriores e o aperfeiçoamento da capacidade de escolha, de modo a ‘torná-la harmoniosa à natureza, elevada, livre, desimpedida, desembaraçada, leal, digna com a natureza’ (Diss. 18). Essa liberação e valoração da capacidade de escolha só é possível, segundo Epicteto, com a aplicação do primeiro teorema exposto em (Diss. 1.1 e Ench.1): ‘das coisas, umas estão sob nosso encargo (aquelas relacionadas à capacidade de escolha), outras não. As primeiras são livres e desimpedidas por natureza (pois temos o poder de tomá-las ao nosso encargo e sermos, consequentemente, livres como elas). As outras são servis, pois estão sob o poder alheio (das forças da natureza e de outros seres humanos)’. Se nos ligarmos a estas, alerta Epicteto, desejando-as ou evitando-as, acabamos por perder a possibilidade de sermos livres, submetendo-nos à mesma necessidade que as governa (Diss. 1.18.19). Não se submeter às coisas exteriores significa ter uma nova atitude diante delas: não vê-las como coisas boas ou más em si mesmas, não se queixar ou lamentar-se diante delas (Diss. 1.18.23), mas enfrentá-las como serenidade e coragem.". (DINUCCI, Aldo. In: P E R I, v . 0 8, n . 0 2, 2016 . p . 1 7 7 - 1 9 1)

Viver! Sempre viver!

“Mantenha-se forte; mantenha-se bem” (Sêneca)

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ARRIANO FLÁVIO. O Encheirídion de Epicteto. Edição Bilíngue. Tradução do texto grego e notas Aldo Dinucci; Alfredo Julien. Textos e notas de Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão. Universidade Federal de Sergipe, 2012.

CÍCERO. On Duties. Trad. W. Miller. Harvard: Loeb Classical Library, 1913.

______. On the Nature of the Gods. Academics. Trad. H. Rackham. Harvard: Loeb Classical Library, 1933.

______. De Finibus. Bonorum Et Malorum. Trad. H. Rackham. Harvard: Loeb Classical Library, 1914.

______. Letters to Friends. Volume I: Letters 1-113. Trad. B. Shackleton. Harvard: Loeb, 2001.

DESCARTES, René.  As paixões da alma. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

DIÓGENES LAÉRCIO. Lives of Eminent Philosophers. vol. I, II.Trad. R. D. Hicks. Harvard: Loeb Classical Library, 1925.

DINUCCI, A.; JULIEN, A. O Encheiridion de Epicteto. Coimbra: Imprensa de Coimbra, 2014.

EPICTETO. Entretiens. Livre I, II, III, IV. Trad. Joseph Souilhé. Paris: Les Belles Lettres, 1956.

______. Epictetus Discourses. Book I. Trad. Dobbin. Oxford: Clarendon, 2008.

______. Testemunhos e Fragmentos. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2008.

EPICTETUS. The Discourses of Epictetus as reported by Arrian; Fragments; Encheiridion. Trad. Oldfather. Harvard: Loeb, 1928.

HADOT, Pierre. The inner citadel: the meditations of Marcus Aurelius. London: Harvard University Press, 2001.

______. A filosofia como maneira de viver: entrevistas de Jeannie Carlier e Arnold I. Davidson. (Trad. Lara Christina de Malimpensa). São Paulo: É Realizações, 2016.

______. Exercícios Espirituais e Filosofia Antiga. Trad. Flavio Fontenelle Loque e Loraine Oliveira. Prefácio de Davidson, Arnold. São Paulo: É Realizações, 2014. 

MARCO AURÉLIO. Meditações. São Paulo: Abril Cultural, 1973.

SÉNECA, Lúcio Aneu. Cartas a Lucílio. 5. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 2014.


sábado, 4 de abril de 2020

DOENÇAS, LEIS NATURAIS E BIOLOGIA: O "NÚCLEO RÍGIDO" DE UMA HIPÓTESE DE LEITURA


Mantidos, o foco e referências de sempre, resolvi  reler esse livro. Li-o, em 2018. Dado o evento atual, retornei ao "núcleo rígido" da obra: "the rise of mental illness from to 1750 to the present".

“Este livro é uma contribuição única e importante para a história médica. Até agora, a loucura, e sua aparente ascensão ao longo dos séculos, tem sido interpretada como um fenômeno social e econômico. Torrey e Miller insistem na realidade biológica da doença psiquiátrica e examinam as razões pelas quais sua prevalência contemporânea foi tão profundamente incompreendida.”

A essa tese dos autores é que me prendo e foi o que me trouxe de volta a sua releitura. Há as questões do texto, sobre "[...] a realidade biológica da doença psiquiátrica" que me fizeram reler um outro autor: Rupert Sheldrake; este aparece, em algum de seus textos defendendo uma "tese" de que as "leis da natureza" como as que entendemos, não são fixas, e tendem a se alterarem e reorganizarem. Enfim, essa é hipótese de releitura para os textos relacionados aqui; sem fugir da temática, recentemente descrita aqui, sobre a Bioética e às leituras que geralmente tenho feito. 

Em certa medida, minhas releituras, nesse caso se somam e procuro relações nos temas.

...

“The prevalence of insanity, which was once considerably less than one case per 1,000 total population, has risen beyond five cases in 1,000. Why has mental illness reached epidemic proportions? What are the causes of severe mental illness? Why do we continue to deny the rising numbers, and how does this denial affect our ability to help those who are afflicted.

In The Invisible Plague, E. Fuller Torrey and Judy Miller examine the records on insanity in England, Ireland, Canada, and the United States over a 250-year period, concluding, through both qualitative and quantitative evidence, that disorders like schizophrenia and bipolar illness are an unrecognized, modern-day plague. This book is a unique and major contribution to medical history. Until now, insanity, and its apparent rise over the centuries, has been interpreted as a socially and economically driven phenomenon. Torrey and Miller insist upon the biological reality of psychiatric disease and examine the reasons why its contemporary prevalence has been so profoundly misunderstood.

Prossigo!

Sugestões de palestras (17.05.2021):


E, hoje, 28 de fevereiro, numa pausa aqui, acescento:

"Watch selected papers from the recent conference "New Approaches to the History of Plague in Late Antiquity"

https://www.youtube.com/playlist...

  1. https://www.youtube.com/playlist?list=PLJW4s7x9vRrgcWdAeudV2zqY9_B_cC0U5

_____.

SHELDRAKE, Rupert. Uma nova ciência da vida: hipótese da causação formativa  e os problemas não resolvidos da bilogia. São Paulo: Cultix, 2013.

______. Ciência sem dogmas: nova revolução científica e o fim do paradigma materialista. São Paulo: Cultrix, 2014.

TORREY, E. Fuller; MILLER, Judy. Invisible plague: the rise of mental illness from 1750 to the presente. Rutgers University Press, 2007.



MEDITAÇÃO RETROSPECTIVA NOTURNA XXXII: ANTES DE TUDO

pasarel escslera 2a rústica conduce a un patio de la casa

“Antes de tudo, liberte-se do medo da morte, pois a morte põe a canga sobre nossos pescoços.”

Andava a pensar sobre uma palestra que assisti, há muitos anos. À época deram-lhe o título: “Valores que não tem preço”. Agora, relendo a Carta LXXX, a Lucílio, pensei na falta que tem feito as minhas caminhadas. Caminhar aqui é método!

O grande Sêneca, Thicn Nhat Hanh, Epicteto e os estoicos que tenho estudando estão sempre a sugerir que vivemos treinando os corpos, exercitando esse “cadáver”, e muito poucos somos (nós, os mais necessitados) os que exercitam mentes. 

Ademais: 

“[...] a alegria daqueles a quem os homens chamam de feliz é fingida, enquanto sua tristeza é pesada e supurada, e mais pesada, porque eles não podem, entretanto, exibir sua tristeza, mas devem fingir o papel da felicidade no meio das aflições que devoram seus próprios corações.” (LXXX : 6)

Já é hora de vermos brilhar novos horizontes! Uma simples caminhada, meditando andando, já seria uma alegria imensa.

______.

ARRIANO FLÁVIO. O Encheirídion. Edição Bilíngue. Tradução do texto grego e notas Aldo Dinucci; Alfredo Julien. Textos e notas de Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão. Universidade Federal de Sergipe, 2012).

EPICTÉTE. Entretiens. Livre I, II, III, IV. Trad. Joseph Souilhé. Paris: Les Belles Lettres, 1956.

______. Epictetus Discourses. Trad. Dobbin. Oxford: Clarendon, 2008.

______. O Encheirídion de Epicteto. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2012. (Edição Bilíngue).

______. Testemunhos e Fragmentos. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2008.

______. The Discourses of Epictetus as reported by Arrian; fragments: Encheiridion. Trad. Oldfather. Harvard: Loeb, 1928.  https://www.loebclassics.com/

GAZOLLA, Rachel.  O ofício do filósofo estóico: o duplo registro do discurso da Stoa, Loyola, São Paulo, 1999.

HADOT, Pierre. The inner citadel: the meditations of Marcus Aurelius. London: Harvard University Press, 2001.

HANH, Thich Nhat. Meditação andando: guia para a paz interior. 21. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.

______. Silêncio: o poder da quietude em um mundo barulhento. Rio de Janeiro, RJ: Harper Collins, 2018.

SÊNECA, Lúcio Aneu. Cartas a Lucílio. 14. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gubekian, 2014 (Carta LXXX)

O SUPOSTO "CONFLITO CIÊNCIA X RELIGIÃO" (II)

Recentemente, acrescentei, uma obra de  Alvin Plantinga  que até recentemente não conhecia: “ Ciência, religião e naturalismo:  onde está o ...