Como tem acontecido de
tempos para cá; aliás desde que iniciei os estudos da obra de Immanuel Kant, tenho reunido um conjunto
de leituras sobre os principais temas que mais me interessam e que anoto aqui, nessa
página, para mais fácil localização e retomada dos textos que mais prenderam.
Sempre mantendo o referencial básico
para tais leituras, como é o caso aqui.
Hoje, durante os estudos,
tive acesso ao livro que destaco. Stephen
R. Palmquist, um dos autores sobre Immanuel
Kant que pouco tenho lido, produziu essa obra focada numa abordagem da “intuição”
numa tradição ocidental e asiática. Isso me fez ter interesse em acompanhar
mais de perto essa produção.
Aos estudos, portanto!
Que seja proveitosa para a pesquisa mais esse contato. Ou pelo menos, para
produção de um texto.
Diz Kant, na Lógica transcendental:
“Nosso
conhecimento surge de duas fontes principais do ânimo, cuja primeira é a de
receber as representações (a receptividade das impressões) e a segunda a
faculdade de conhecer um objeto por essas representações (espontaneidade dos
conceitos); pela primeira, um objeto nos é dado, pela segunda é pensado em
relação com essa representação (como simples determinação do ânimo). Intuição e
conceitos constituem, pois, os elementos de todo o nosso conhecimento, de tal
modo que nem conceitos sem uma intuição de certa maneira correspondente a eles
nem intuição sem conceitos podem fornecer um conhecimento. (...) A nossa
natureza é constituída de um tal modo que a intuição não pode ser senão
sensível, ou seja, contém somente o modo como somos afetados por objetos.
Frente a isso, o entendimento é a faculdade de pensar o objeto da intuição
sensível. Nenhuma dessas propriedades deve ser preferida à outra. Sem
sensibilidade, nenhum objeto nos seria dado, e, sem entendimento, nenhum objeto
seria pensado. Pensamentos sem conteúdo são vazios, intuições sem conceitos são
cegas. (KANT, Immanuel. Crítica da razão pura. A 50-1/B 74-5).”
.
. .
“Kant sobre a intuição: as perspectivas ocidentais e asiáticas sobre o idealismo transcendental consistem em 20 capítulos, muitos dos quais apresentam compromissos entre Kant e vários filósofos asiáticos. Os principais temas incluem a natureza da intuição humana (não apenas como teórica - pura, sensível e possivelmente intelectual - mas também como relevante para a filosofia prática de Kant, estética, sublime e até misticismo), o status do idealismo / realismo de Kant e A noção de Kant de um objeto. Aproximadamente metade dos capítulos se posiciona sobre o recente debate sobre conceitualismo / não conceitualismo. Os capítulos estão organizados em quatro partes, cada uma com cinco capítulos.
A Parte I explora temas relacionados principalmente às seções
iniciais da primeira crítica de Kant: três capítulos se concentram principalmente
na teoria de Kant das "formas de intuição" e / ou "intuição
formal", especialmente conforme ilustrado pela geometria, enquanto dois
examinam o papel mais amplo da intuição no idealismo transcendental.
A Parte II continua a examinar temas do Estético, mas muda o foco
principal para o Analítico Transcendental, onde a principal questão que desafia
os intérpretes é determinar se a intuição (via sensibilidade) é capaz de operar
independentemente da concepção (via compreensão); cada colaborador oferece uma defesa
das leituras conceitual ou não conceitual do texto de Kant.
A Parte III inclui três capítulos que exploram a relevância da
intuição para a teoria do sublime de Kant, seguidos por dois que examinam os
desafios que os filósofos asiáticos levantaram contra a teoria da intuição de
Kant, particularmente no que se refere à nossa experiência do supersensível.
Por fim, a Parte IV conclui o livro com cinco capítulos que exploram uma série
de ressonâncias entre Kant e vários filósofos asiáticos e idéias filosóficas.”
...
“Kant on Intuition: western
and asian Perspectives on transcendental idealism consists of 20 chapters,
many of which feature engagements between Kant and various Asian philosophers.
Key themes include the nature of human intuition (not only as theoretical—pure,
sensible, and possibly intellectual—but also as relevant to Kant’s practical
philosophy, aesthetics, the sublime, and even mysticism), the status of Kant’s
idealism/realism, and Kant’s notion of an object. Roughly half of the chapters
take a stance on the recent conceptualism/non-conceptualism debate. The
chapters are organized into four parts, each with five chapters. Part I explores themes relating
primarily to the early sections of Kant’s first Critique: three chapters focus
mainly on Kant’s theory of the "forms of intuition" and/or
"formal intuition", especially as illustrated by geometry, while two
examine the broader role of intuition in transcendental idealism. Part II continues to examine themes
from the Aesthetic but shifts the main focus to the Transcendental Analytic,
where the key question challenging interpreters is to determine whether
intuition (via sensibility) is ever capable of operating independently from
conception (via understanding); each contributor offers a defense of either the
conceptualist or the non-conceptualist readings of Kant’s text. Part III includes three chapters that
explore the relevance of intuition to Kant’s theory of the sublime, followed by
two that examine challenges that Asian philosophers have raised against Kant’s
theory of intuition, particularly as it relates to our experience of the
supersensible. Finally, Part IV
concludes the book with five chapters that explore a range of resonances
between Kant and various Asian philosophers and philosophical ideas.”
______.
KANT, Immanuel. Crítica da razão pura. 3. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 1994.
PALMQUIST, Stephen R. Kant on Intuition: western and asian perspectives on transcendental idealism. Londres: (Routledge) Taylor and Francis, 2018.
Nenhum comentário:
Postar um comentário