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"Ou a dor é um mal para o corpo: então que este o diga. Ou é um mal para a alma: mas à alma é permitido conservar a própria serenidade e não admitir que seja um mal — porque raciocínio, tendência, desejo e aversão residem em nós mesmos, e nenhum mal nos atinge." (MARCO AURÉLIO. Meditações. VIII : 28).
1. O passado não existe mais; o futuro não
é ainda. No entanto, o presente corrige o passado, repara os erros do presente
e prepara o futuro.
Assim, dediquemo-nos grande atenção ao presente. É tarefa urgente!
2. "[1.1] Das coisas existentes, algumas são encargos nossos; outras não. São encargos nossos o juízo, o impulso, o desejo, a repulsa – em suma: tudo quanto seja ação nossa. Não são encargos nossos o corpo, as posses, a reputação, os cargos públicos – em suma: tudo quanto não seja ação nossa. [1.2] Por natureza, as coisas que são encargos nossos são livres, desobstruídas, sem entraves. As que não são encargos nossos são débeis, escravas, obstruídas, de outrem. (EPICTETO. Encheirídion. I, 1-2, 2012)"
É fundamental uma firme concentração no que está sob nosso controle.
3. Das nossas escolhas, dependem nosso esforço na solução dos nossos muitos problemas. As ações e juízos estão sob nosso controle; o que não está incluso aqui, não está sob nosso controle.
Precisamos resolvê-los.
4. “Faça uma prática dizer a todas as impressões fortes: ‘Uma impressão é tudo o que você é’. Em seguida, teste e avalie com seus critérios, mas um principalmente: pergunte: ‘Isso é algo que está ou não está sob meu controle?’ E se não é uma das coisas que você controla, diga: ‘Então não é minha preocupação’. (EPICTETO. D. II, 18).
Façamos o que é certo.
5. Portanto, quanto o que se pretende como objetivo a partir da filosofia, e nisso está o foco principal, está sintetizado por Epicteto, no capítulo LII, do Encheirídion como:
“O primeiro e mais necessário tópico da filosofia é o da aplicação dos princípios [...]”
Repitamos sempre a cada passo e a cada dia, os nossos esforços.
Não nos rendamos às dificuldades.
______.
Para refletir:
AGOSTINHO. Confissões. São Paulo: Penguin/Companhia das Letras, 2017.
DINUCCI, A.; JULIEN, A. O Encheiridion de
Epicteto. Coimbra: Imprensa de Coimbra, 2014.
EPICTETO. Entretiens. Livre I, II, III, IV.
Trad. Joseph Souilhé. Paris: Les Belles Lettres, 1956.
______. Epictetus Discourses. Book I. Trad.
Dobbin. Oxford: Clarendon, 2008.
______. O Encheirídion de Epicteto. Trad.
Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2012. (Edição Bilíngue).
______. Testemunhos e Fragmentos. Trad. Aldo
Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2008.
EPICTETUS. The Discourses of Epictetus as
reported by Arrian; fragments; Encheiridion. Trad. Oldfather.
Harvard: Loeb, 1928. https://www.loebclassics.com/
HADOT, Pierre. The inner citadel: the
meditations of Marcus Aurelius. London: Harvard University Press, 2001.
HANH, Thich Nhat. Meditação andando: guia
para a paz interior. 21. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.
______. Silêncio: o poder da quietude em um
mundo barulhento. Rio de Janeiro, RJ: Harper Collins, 2018.
______. A filosofia como maneira de viver: entrevistas
de Jeannie Carlier e Arnold I. Davidson. (Trad. Lara Christina de Malimpensa).
São Paulo: É Realizações, 2016
______. Exercícios espirituais e filosofia antiga. Trad. Flavio
Fontenelle Loque e Loraine Oliveira. Prefácio de Davidson, Arnold. São Paulo: É
Realizações, 2014.
MARCO AURÉLIO. Meditações. São Paulo: Abril
Cultural, 1973.
SÊNECA, Lúcio Aneu. Cartas a Lucílio. 5. ed.
Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 2014.
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