Blog criado para breves reflexões sobre: Filosofia, Metafísica; Ética, Bioética (Relações entre ciência, tecnologia e impactos éticos), Deontologia (Kant). Filosofia clássica alemã: herança kantiana. Ciência x Religião. Espiritualidade e saúde. “Problema mente-corpo" (Frontiers of the mind-brain). Memória. Subjetividade. História e Filosofia da Psicologia e da Biologia. Ênfase no estudo das obras de Immanuel Kant, Hegel, Epicteto, Kierkegaard, Schleiermacher, Jaspers; Habermas.
terça-feira, 29 de setembro de 2020
quarta-feira, 16 de setembro de 2020
CICLO DE CONFERÊNCIAS. "A CRÍTICA DA FACULDADE DE JULGAR: PRESSUPOSTOS E DESDOBRAMENTOS”
17.09 - 5º encontro – “A Crítica da faculdade de julgar e o romantismo alemão” -
Prof. Pedro Galé (UFSCar).
segunda-feira, 14 de setembro de 2020
DESCARTES E A MEDICINA: "MEDICINE IN THE PHILOSOPHY OF DESARTES: LIGHT AND SHADOWS"
Pisa. 19 e 20 de novembro 2020 - "Medicine and philosophy of Descartes: Light and shadows"
By: "Centro Interdipartimentale di Studi su Descartes e il '600-Ettore Lojacono" - Faculdade e universidade.
Página do evento:
segunda-feira, 7 de setembro de 2020
MEDITAÇÃO RETROSPECTIVA NOTURNA XLI: APATHEIA, ATARAXIA, JUSTIÇA (II)
(IMAGEM: "Pinterest")
“O virtuoso, [ao invés de refrear as paixões], age corretamente, mas em harmonia com suas paixões, porque ele as dominou de uma vez por todas. Não só aprendeu a agir de modo conveniente, mas a sentir o páthos adequado” (LEBRUN, 1987, p. 20).
São diversos os percalços
no caminho; naturais, no entanto!
E, prosseguindo com as
reflexões, estabelecidas já há algum tempo, como projeto na reforma da conduta
pessoal para melhor compreensão do que seja desenvolver e aplicar a virtude, ainda tão distante,
mas, tarefa a realizar! Portanto, decidi investir em aprimorar as emoções nesse sentido, exatamente por
pressupor que tais podem ser revertidas em força interior, para resistir aos assaques
ou provocações externas. Totalmente na direção contrária das concepções
mirabolantes que dominam o "mercado"
E, para uma consideração desse elemento na constituição da imperturbável tranquilidade da alma, vale considerar, antes, de anotar o que escolhi dos estoicos para o dia de hoje, logo pela manhã, retomando agora. Anotei entre as leituras de hoje, mais uma vez, essa passagem que está no Górgias, de Platão:
"[469b-c]
Sócrates: …Porque o maior dos males consiste em praticar uma injustiça.
Polo: Esse é o maior? Não é o maior sofrer uma injustiça?
Sócrates: Absolutamente não.
Polo: Preferias então sofrer uma injustiça a praticá-la?
Sócrates: Não preferiria uma coisa nem outra; mas se fosse inevitável sofrer ou
praticar uma injustiça, preferiria sofrê-la."(SÓCRATES. In: Górgias (Platão)).
Ora, com reflexões deste tipo, se tem pretendido:
A imperturbável paz de espírito (ataraxía - ἀταραξία):
Um dos pontos centrais da
filosofia estoica: a conquista
da felicidade por meio da ataraxia,
um ideal de imperturbável tranquilidade
em que seria possível viver de forma serena e com absoluta paz de espírito. E,
os estoicos, defendiam e ensinavam
que o homem só pode alcançar plena felicidade mediante aquisição de virtudes e
aperfeiçoamento dos conhecimentos.
A tranquilidade (apátheia - ἀπάθεια):
Na busca pela vida
tranquila e feliz, a proposta da
filosofia estoica era de que os fatores externos que comprometessem a perfeição
moral e intelectual devem ser ignorados, superados, tratados com apátheia. Mesmo nas dificuldades, a
reação indicada ao ser humanos, era sempre agir com muita calma e
tranquilidade, sem que fatores externos perturbem nossa capacidade de
julgar ou reagir.
Portanto, nesta
caminhada, como também já citado aqui, revisitei, de Séneca (2014):
"Sempre
que queiras saber qual a atitude a evitar ou a assumir, regula-te pelo bem
supremo, pelo objetivo de toda a tua vida. Todas as nossas ações devem
conformar-se com o bem supremo: somente é capaz de determinar as ações
individuais o homem que possui a noção do objetivo supremo da vida".
Seguimos nos exercitando, são elementos a desenvolver em nós, se queremos nos “curar das paixões”!
______.
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Nova
Cultural, 1987 (col. Os Pensadores).
ARRIANO FLÁVIO. O Encheirídion. Edição Bilíngue.
Tradução do texto grego e notas Aldo Dinucci; Alfredo Julien. Textos e notas de
Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão. Universidade Federal de Sergipe,
2012).
CÍCERO. On ends (The Finibus). Tradução de
H. Rackham. Harvard: https://www.loebclassics.com, 1914.
DESCARTES, R. Oeuvres. Org. C. Adam e P.
Tannery. Paris: Vrin, 1996. 11v. [indicadas no texto como Ad & Tan]
_______. Descartes: oeuvres et lettres.
Org. André Bidoux. Paris: Gallimard, 1953. (Pléiade).
______. Discursos do Método; Meditações
metafísicas; Objeções e Respostas; As Paixões da Alma; Cartas. (Introdução
de Gilles-Gaston Granger; prefácio e notas de Gerard Lebrun; Trad. de J.
Guinsberg), Bento Prado J. 3. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983 (Os
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______. Epictetus Discourses. Trad.
Dobbin. Oxford: Clarendon, 2008.
______. O Encheirídion de Epicteto. Trad.
Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2012. (Edição Bilíngue).
______. Testemunhos
e Fragmentos. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien.
São Cristóvão: EdiUFS, 2008.
______. The Discourses of Epictetus as
reported by Arrian; fragments: Encheiridion. Trad.
Oldfather. Harvard: Loeb, 1928. https://www.loebclassics.com/
HANH, Thich Nhat. Meditação andando: guia para a paz
interior. 21. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.
KANT, Immanuel. Vorlesung
über die philosophische Encyclopädie. In: Kant gesalmmelte Schriften, XXIX,
Berlin, Akademie, 1980, pp. 8 e 12).
KARDEC, A. Le Livre des Esprits. Paris,
Dervy-Livres, s.d. (dépôt légal 1985). (O
Livro dos Espíritos. Trad. Guillon Ribeiro, ______. O livro dos Espíritos. 93. ed. -
1. reimpressão (edição histórica). Brasília, DF: Feb, 2013. (Q. 907-912)
KEELING, Eva; PITTELOUD,
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LEBRUN, Gérard. O conceito de paixão. In: NOVAES, Adauto (org.). Os sentidos da paixão. São Paulo: Cia. das Letras, 1987.
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Madrid: Gredos, 1992.
________. Górgias, Protágoras. 3. ed. Trad. Carlos Alberto Nunes. Edição bilíngue; Belém, PA, 2021.
________. Mênon, Eutidemo. 3. ed. Trad. Carlos Alberto Nunes. Edição bilíngue; Belém, PA, 2021.
PRICE, A. W. Conflito mental. Campinas, SP: Ed.
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RICOUER, Paul. Ser, essência e substância em Platão e
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SCHLEIERMACHER, F. D. E. Introdução aos Diálogos de Platão. Belo
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TEIXEIRA, L. Ensaio sobre a Moral de Descartes. Tese (Cátedra) – Faculdade de Filosofia
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ZINGANO, Marco. Aristóteles: tratado da virtude
moral. São Paulo: Odysseus Editora, 2008.
quarta-feira, 2 de setembro de 2020
KIERKEGAARD FILÓSOFO : “TRÊS ESTÁGIOS DE EXISTIR”: O ESTÉTICO, O ÉTICO E O RELIGIOSO. BREVES ANOTAÇÕES
IMAGEM: "Pinterest")
Há
que decidir-se, por vontade plena, pela mais nobre aventura do Ser, ainda que
aventurar-se cause ansiedade:
pela vida pública: lugar dos antagonismos.
Ou:
pela vida pessoal: por uma vida mais serena?
______.
(Marquinhos, 2016)
(Desenvolvendo...)
Søren Aabye Kierkegaard
Filósofo (1813-1855), nascido na Dinamarca, (1813-1855), propôs um sistema
organizado em “Três estágios de existir”: o estético, o ético e o religioso.
1. No estágio estético: em que o homem se entrega
à imediatidade. Não há uma aceitação consciente de um ideal. A busca é sempre
focada na realização dos prazeres imediatos. A sensualidade, representada por Don Juan; a dúvida, no Fausto; o desespero, pelo judeu errante Ahasverus.
2) No estágio ético, no qual o homem
submete-se à lei moral e opta por si mesmo. Aqui, Kierkegaard pensa o
modo de vida ético como o modo de vida do indivíduo que é correto com a família,
e é trabalhador. Não é mais o indivíduo que só busca os prazeres. Agora, é o indivíduo
que organiza sua vida em relação ao cumprimento
do dever. Uma transição para o estágio
religioso.
3) O estágio religioso: o último estágio do
existir humano, apresentado por Kierkegaard. É um estágio para além do estágio ético; o ponto de chegada do
indivíduo. Ora, no estágio ético, o indivíduo
na tentativa de acertar ainda pode transgredir a lei que é feita pelos homens; no
estádio
religioso, o erro é contra leis estabelecidas por Deus; portanto,
significa pecado (para Kierkegaard). O estágio
religioso supera o estágio ético e
o indivíduo se encontra diante de uma escolha
que implica numa finalidade maior. O exemplo de Kierkegaard para esse estágio é
de Abraão que, na história conhecida por todos nós, teria aceitado sacrificar o
próprio filho para que se cumprisse a promessa da divindade.
Interessante da sua
obra, é que a "teoria dos estágios" foi provavelmente escrita a partir da própria biografia:
Num primeiro momento:
abandona os estudos na juventude para entregar-se aos prazeres. Passa a viver “esteticamente”. Rompe o noivado com Régine Olsen, por acreditar que isso
contrariava sua filosofia Um possível confronto entre o estágio ético e a estágio religioso.
O indivíduo é sempre levado
a escolher entre elas, pois em cada estágio da existência terá elementos diferente dos
outros, caracterizados por paixões e
valores específicos. ngulares. Permanecer ou optar por um outro
estágio, é individual: cada indivíduo é livre nessa tomada de decisão.
Ademais;
“[...]
perdeu-se o significado profundo de autenticidade. Assim, muita gente acha
quase impossível, em nosso tempo, compreender que Sócrates, no preceito
‘conhece-te a ti mesmo’, insistia no mais difícil de todos os desafios. E julga
também quase impossível compreender a que Kierkegaard se referia ao proclamar:
‘Aventurar-se, no sentido mais elevado, é precisamente tomar consciência de si
mesmo...’ ” (MAY, Rollo, 1990. p. 47)
______.
KIERKEGAARD, S. A. Ponto de vista explicativo da minha obra como escritor. Tradução de João Gama. Lisboa: Edições 70, 1986.
______. O desespero humano: doença até a
morte. São Paulo: Abril Cultural, 1979.
______. O desespero humano: São
Paulo: Ed. UNESP, 2010.
______. Do desespero
silencioso ao elogio do amor desinteressado. (Org. Alvaro Valls). Escritos,
2004.
______. KIERKEGAARD, S. A. As
obras do amor. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.
______. O conceito de
angústia. 3. ed. Trad. Alvaro Valls. Petrópolis, RJ, Vozes, 2015.
______. O conceito de ironia: constantemente referido a Sócrates. Trad. Alvaro Valls. Petrópolis, RJ, Vozes, 2013.
terça-feira, 1 de setembro de 2020
CICLO DE CONFERÊNCIAS. "A CRÍTICA DA FACULDADE DE JULGAR: PRESSUPOSTOS E DESDOBRAMENTOS”
23/07- 1º encontro - A Crítica da faculdade de julgar no contexto do projeto crítico kantiano - Prof. Maurício Keinert (USP).
06/08 - 2º encontro - A Crítica da faculdade de julgar e a filosofia britânica - Prof. Luís Nascimento (UFSCar).
20/08 - 3º encontro - "Da história da natureza à arqueologia das formas naturais" - Prof. Pedro Paulo Pimenta (USP).
03/09 - 4º encontro - A Crítica da faculdade de julgar e Fichte - Prof. João Geraldo Martins da Cunha (UFLA).
17/09 - 5º encontro - A Crítica da faculdade de julgar e o romantismo alemão - Prof. Pedro Galé (UFSCar).
02/10 - 6º encontro - A Crítica da faculdade de julgar e Schelling - Prof. Francisco Gaspar (UFSCar).
15/10 - 7º encontro - A Crítica da faculdade de julgar e Hegel - Prof. Luca Illetterati (Uni. Padova).
22/10 - 8º encontro - Conferência de Encerramento: A Crítica da faculdade de julgar e sua recepção no Brasil - Profª Maria Lúcia Cacciola (USP), Prof. Ricardo Ribeiro Terra (USP) e Prof. Vinicius de Figueiredo (UFPR).
O SUPOSTO "CONFLITO CIÊNCIA X RELIGIÃO" (II)
Recentemente, acrescentei, uma obra de Alvin Plantinga que até recentemente não conhecia: “ Ciência, religião e naturalismo: onde está o ...
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Retomando os estudos, com novos inícios, superações. Estudando hoje, durante um excelente curso em andamento , conforme o link que acresc...
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REFLEXÃO MATINAL CLXII: UMA INTERPRETAÇÃO KANTIANA DA MORAL CRISTÃ EM "CONFRONTO" COM ÉTICAS ANTIGASDado o percurso que iniciei há alguns anos, hoje estudando as referências básicas para as pesquisas aqui acrescentei esse artigo às obras qu...