segunda-feira, 14 de setembro de 2020

DESCARTES E A MEDICINA: "MEDICINE IN THE PHILOSOPHY OF DESARTES: LIGHT AND SHADOWS"

 


Pisa. 19 e 20 de novembro 2020 - "Medicine and philosophy of Descartes: Light and shadows"

By: "Centro Interdipartimentale di Studi su Descartes e il '600-Ettore Lojacono" - Faculdade e universidade.

Página do evento:

http://www.cartesius.net/




segunda-feira, 7 de setembro de 2020

MEDITAÇÃO RETROSPECTIVA NOTURNA XLI: APATHEIA, ATARAXIA, JUSTIÇA (II)

A imagem pode conter: atividades ao ar livre, água e natureza 

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“O virtuoso, [ao invés de refrear as paixões], age corretamente, mas em harmonia com suas paixões, porque ele as dominou de uma vez por todas. Não só aprendeu a agir de modo conveniente, mas a sentir o páthos adequado” (LEBRUN, 1987, p. 20).

São diversos os percalços no caminho; naturais, no entanto!

E, prosseguindo com as reflexões, estabelecidas já há algum tempo, como projeto na reforma da conduta pessoal para melhor compreensão do que seja desenvolver e aplicar a virtude, ainda tão distante, mas, tarefa a realizar! Portanto, decidi investir em aprimorar as emoções nesse sentido, exatamente por pressupor que tais podem ser revertidas em força interior, para resistir aos assaques ou provocações externas. Totalmente na direção contrária das concepções mirabolantes que dominam o "mercado"

E, para uma consideração desse elemento na constituição da imperturbável tranquilidade da alma, vale considerar, antes, de anotar o que escolhi dos estoicos para o dia de hoje, logo pela manhã, retomando agora. Anotei entre as leituras de hoje, mais uma vez, essa passagem que está no Górgias, de Platão:

"[469b-c] Sócrates: …Porque o maior dos males consiste em praticar uma injustiça.
Polo: Esse é o maior? Não é o maior sofrer uma injustiça?
Sócrates: Absolutamente não.
Polo: Preferias então sofrer uma injustiça a praticá-la?
Sócrates: Não preferiria uma coisa nem outra; mas se fosse inevitável sofrer ou praticar uma injustiça, preferiria sofrê-la."(SÓCRATES. In: Górgias (Platão)).

Ora, com reflexões deste tipo, se tem pretendido:

A imperturbável paz de espírito (ataraxíaἀταραξία):

Um dos pontos centrais da filosofia estoica: a conquista da felicidade por meio da ataraxia, um ideal de imperturbável tranquilidade em que seria possível viver de forma serena e com absoluta paz de espírito. E, os estoicos, defendiam e ensinavam que o homem só pode alcançar plena felicidade mediante aquisição de virtudes e aperfeiçoamento dos conhecimentos.

A tranquilidade (apátheia - ἀπάθεια):

Na busca pela vida tranquila e feliz, a proposta da filosofia estoica era de que os fatores externos que comprometessem a perfeição moral e intelectual devem ser ignorados, superados, tratados com apátheia. Mesmo nas dificuldades, a reação indicada ao ser humanos, era sempre agir com muita calma e tranquilidade, sem que fatores externos perturbem nossa capacidade de julgar ou reagir.

Portanto, nesta caminhada, como também já citado aqui, revisitei, de Séneca (2014):

"Sempre que queiras saber qual a atitude a evitar ou a assumir, regula-te pelo bem supremo, pelo objetivo de toda a tua vida. Todas as nossas ações devem conformar-se com o bem supremo: somente é capaz de determinar as ações individuais o homem que possui a noção do objetivo supremo da vida". 

Seguimos nos exercitando, são elementos a desenvolver em nós, se queremos nos “curar das paixões”!

______.

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Nova Cultural, 1987 (col. Os Pensadores).

ARRIANO FLÁVIO. O Encheirídion. Edição Bilíngue. Tradução do texto grego e notas Aldo Dinucci; Alfredo Julien. Textos e notas de Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão. Universidade Federal de Sergipe, 2012).

CÍCERO. On ends (The Finibus). Tradução de H. Rackham. Harvard: https://www.loebclassics.com, 1914.

DESCARTES, R. Oeuvres. Org. C. Adam e P. Tannery. Paris: Vrin, 1996. 11v. [indicadas no texto como Ad & Tan]

_______. Descartes: oeuvres et lettres. Org. André Bidoux. Paris: Gallimard, 1953. (Pléiade).

______. Discursos do Método; Meditações metafísicas; Objeções e Respostas; As Paixões da Alma; Cartas. (Introdução de Gilles-Gaston Granger; prefácio e notas de Gerard Lebrun; Trad. de J. Guinsberg), Bento Prado J. 3. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983 (Os Pensadores).

EPICTÉTE. Entretiens. Livre I, II, III, IV. Trad. Joseph Souilhé. Paris: Les Belles Lettres, 1956.

______. Epictetus Discourses. Trad. Dobbin. Oxford: Clarendon, 2008.

______. O Encheirídion de Epicteto. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2012. (Edição Bilíngue).

______. Testemunhos e Fragmentos. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2008.

______. The Discourses of Epictetus as reported by Arrian; fragments: Encheiridion. Trad. Oldfather. Harvard: Loeb, 1928.  https://www.loebclassics.com/

HANH, Thich Nhat. Meditação andando: guia para a paz interior. 21. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.

KANT, Immanuel. Vorlesung über die philosophische Encyclopädie. In: Kant gesalmmelte Schriften, XXIX, Berlin, Akademie, 1980, pp. 8 e 12).

KARDEC, A. Le Livre des Esprits. Paris, Dervy-Livres, s.d. (dépôt légal 1985). (O Livro dos Espíritos. Trad. Guillon Ribeiro, ______. O livro dos Espíritos. 93. ed. - 1. reimpressão (edição histórica). Brasília, DF: Feb, 2013. (Q. 907-912)

KEELING, Eva; PITTELOUD, Lucca. Psychology and Ontology in Plato. Springer, 2019.

LEBRUN, Gérard. O conceito de paixão. In: NOVAES, Adauto (org.). Os sentidos da paixão. São Paulo: Cia. das Letras, 1987.

MARCO AURÉLIO. Meditações. São Paulo: Abril Cultural, 1973. (Livro II. 1).

PLATÓN. Carta VIIIn: Diálogos VII (Dudosos, Apócrifos, Cartas). Madrid: Gredos, 1992.

________. Górgias, Protágoras. 3. ed. Trad. Carlos Alberto Nunes. Edição bilíngue; Belém, PA, 2021.

________. Mênon, Eutidemo. 3. ed. Trad. Carlos Alberto Nunes. Edição bilíngue; Belém, PA, 2021.

PRICE, A. W. Conflito mental. Campinas, SP: Ed. Papirus, 1998.

______. Mental conflict. London: Ed. Routledge, 1995

______. "Love and Friendship in Plato and Aristotle". Oxford Clarendon Press, 1989.

______. Contextuality in Practical Reason. (Oxford: Clarendon Press, 2008).

______. Virtue and Reason in Plato and Aristotle. Oxford University Press. 2011.

RICOUER, Paul. Ser, essência e substância em Platão e Aristóteles. São Paulo: Martins Fontes, 2014.

SCHLEIERMACHER, F. D. E. Introdução aos Diálogos de Platão. Belo Horizonte, MG: Ed. UFMG, 2018.

TEIXEIRA, L. Ensaio sobre a Moral de Descartes. Tese (Cátedra) – Faculdade de Filosofia Ciências e Letras. São Paulo, 1955.

ZINGANO, Marco. Aristóteles: tratado da virtude moral. São Paulo: Odysseus Editora, 2008.


quarta-feira, 2 de setembro de 2020

KIERKEGAARD FILÓSOFO : “TRÊS ESTÁGIOS DE EXISTIR”: O ESTÉTICO, O ÉTICO E O RELIGIOSO. BREVES ANOTAÇÕES

Wonderful!

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Há que decidir-se, por vontade plena, pela mais nobre aventura do Ser, ainda que aventurar-se cause ansiedade:

pela vida pública: lugar dos antagonismos.

Ou:

pela vida pessoal: por uma vida mais serena?

______.
(Marquinhos, 2016)

(Desenvolvendo...)

Søren Aabye Kierkegaard  Filósofo (1813-1855), nascido na Dinamarca, (1813-1855), propôs um sistema organizado em “Três estágios de existir”: o estético, o ético e o religioso.

1. No estágio estético: em que o homem se entrega à imediatidade. Não há uma aceitação consciente de um ideal. A busca é sempre focada na realização dos prazeres imediatos. A sensualidade, representada por Don Juan; a dúvida, no Fausto; o desespero, pelo judeu errante Ahasverus.

2) No estágio ético, no qual o homem submete-se à lei moral e opta por si mesmo. Aqui, Kierkegaard pensa o modo de vida ético como o modo de vida do indivíduo que é correto com a família, e é trabalhador. Não é mais o indivíduo que só busca os prazeres. Agora, é o indivíduo que organiza sua vida em relação ao cumprimento do dever. Uma transição para o estágio religioso.

3) O estágio religioso: o último estágio do existir humano, apresentado por Kierkegaard. É um estágio para além do estágio ético; o ponto de chegada do indivíduo. Ora, no estágio ético, o indivíduo na tentativa de acertar ainda pode transgredir a lei que é feita pelos homens; no estádio religioso, o erro é contra leis estabelecidas por Deus; portanto, significa pecado (para Kierkegaard). O estágio religioso supera o estágio ético e o indivíduo se encontra diante de uma escolha que implica numa finalidade maior. O exemplo de Kierkegaard para esse estágio é de Abraão que, na história conhecida por todos nós, teria aceitado sacrificar o próprio filho para que se cumprisse a promessa da divindade.

Interessante da sua obra, é que a "teoria dos estágios" foi provavelmente escrita a partir da própria biografia:

Num primeiro momento: abandona os estudos na juventude para entregar-se aos prazeres. Passa a viver “esteticamente”. Rompe o noivado com Régine Olsen, por acreditar que isso contrariava sua filosofia Um possível confronto entre o estágio ético e a estágio religioso.

O indivíduo é sempre levado a escolher entre elas, pois em cada estágio da existência terá elementos diferente dos outros, caracterizados por paixões e valores específicos.  ngulares. Permanecer ou optar por um outro estágio, é individual: cada indivíduo é livre nessa tomada de decisão.

Ademais;

“[...] perdeu-se o significado profundo de autenticidade. Assim, muita gente acha quase impossível, em nosso tempo, compreender que Sócrates, no preceito ‘conhece-te a ti mesmo’, insistia no mais difícil de todos os desafios. E julga também quase impossível compreender a que Kierkegaard se referia ao proclamar: ‘Aventurar-se, no sentido mais elevado, é precisamente tomar consciência de si mesmo...’ ” (MAY, Rollo, 1990. p. 47)

______.

KIERKEGAARD, S. A. Ponto de vista explicativo da minha obra como escritor. Tradução de João Gama. Lisboa: Edições 70, 1986.

______. O desespero humano: doença até a morte. São Paulo: Abril Cultural, 1979.

______. O desespero humano: São Paulo: Ed. UNESP, 2010.

______. Do desespero silencioso ao elogio do amor desinteressado. (Org. Alvaro Valls). Escritos, 2004.

______. KIERKEGAARD, S. A. As obras do amor. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.

______. O conceito de angústia. 3. ed. Trad. Alvaro Valls. Petrópolis, RJ, Vozes, 2015.

______. O conceito de ironia: constantemente referido a Sócrates. Trad. Alvaro Valls. Petrópolis, RJ, Vozes, 2013.

terça-feira, 1 de setembro de 2020

CICLO DE CONFERÊNCIAS. "A CRÍTICA DA FACULDADE DE JULGAR: PRESSUPOSTOS E DESDOBRAMENTOS”

 

Organizado pelo GFA - UFABC.

A programação completa do Ciclo é a seguinte:

23/07- 1º encontro - A Crítica da faculdade de julgar no contexto do projeto crítico kantiano - Prof. Maurício Keinert (USP).

06/08 - 2º encontro - A Crítica da faculdade de julgar e a filosofia britânica - Prof. Luís Nascimento (UFSCar).

20/08 - 3º encontro - "Da história da natureza à arqueologia das formas naturais" - Prof. Pedro Paulo Pimenta (USP).

03/09 - 4º encontro - A Crítica da faculdade de julgar e Fichte - Prof. João Geraldo Martins da Cunha (UFLA).

17/09 - 5º encontro - A Crítica da faculdade de julgar e o romantismo alemão - Prof. Pedro Galé (UFSCar).

02/10 - 6º encontro - A Crítica da faculdade de julgar e Schelling - Prof. Francisco Gaspar (UFSCar).

15/10 - 7º encontro - A Crítica da faculdade de julgar e Hegel - Prof. Luca Illetterati (Uni. Padova).

22/10 - 8º encontro - Conferência de Encerramento: A Crítica da faculdade de julgar e sua recepção no Brasil - Profª Maria Lúcia Cacciola (USP), Prof. Ricardo Ribeiro Terra (USP) e Prof. Vinicius de Figueiredo (UFPR).

O SUPOSTO "CONFLITO CIÊNCIA X RELIGIÃO" (II)

Recentemente, acrescentei, uma obra de  Alvin Plantinga  que até recentemente não conhecia: “ Ciência, religião e naturalismo:  onde está o ...