sábado, 13 de março de 2021

LEIBINIZ, NEWTON E KANT: A FILOSOFIA E AS CIÊNCIAS NO SÉCULO XVIII





Em grande medida, seguindo firme nas reflexões sobre o período pré-crítico da obra de Immanuel Kant; não fugindo jamais das pesquisas básicas e principais terminei, há pouco, (um clinâmen) mais uma vez, a releitura de alguns capítulos das obras abaixo. Selecionei alguns capítulos para reler e seguir associando com a temática em que estou mais dedicando tempo, atualmente. Que venham os resultados o mais breve possível.

Retomei essas leituras; estes textos, especificamente, para relembrar que, para Alexandre Koyré, as “formas mais elevadas” do pensamento humano - filosofia, ciência e teologia - se entrecruzam. Não se pode separá-las “em compartimentos estanques”. Dizia ele que CopérnicoKepler, Newton, Galileu Descartes, por exemplo, não lidavam apenas com questões científicas, mas tratavam de questões metafísicas e religiosas também. 

É neste sentido que me vejo envolvido, mais uma vez com os textos, que menciono abaixo:

1. “A obra "Estudos de história do pensamento filosófico", de Alexandre Koyré, é o resultado de longos e perseverantes estudos deste competentíssimo mestre. Doutorado em França, tendo como um dos seus mentores o sempre respeitado Bergson, Alexandre Koyré logrou penetrar nos mais indecifráveis textos de alguns filósofos – impossível não nos lembrarmos de Hegel – e trazer à luz o que de melhor essas cabeças pensantes produziram de significativo para a Filosofia e o entendimento do mundo e da alma humana.   Alexandre Koyré, nascido em Tanganrog, na Rússia, aborda a ciência e a filosofia de um modo próprio, não lhes negando o fato de que a inseparabilidade entre as duas é um fator de conhecimento e aprimoramento de ambas, mormente quando se pensa no mundo moderno e suas vicissitudes latentes.    Estes Estudos, de suma importância para os cultores da Filosofia, ultrapassam os limites do conhecimento específico, ao aproximar de si aqueles leitores ávidos do saber e contumazes em expandir seus horizontes.

2. Alexandre Koyré formou-se em Filosofia, na França e, neste "Estudos de história do pensamento científico", obra densa e profunda, é o produto da perseverança do trabalho de investigação e pesquisa realizado por este insigne professor. Alexandre Koyré não se atém a conceitos estabelecidos: ele procura nos escritos consagrados o fio condutor que o leva ao conhecimento seguro, e ressalta, com justiça, as dificuldades técnicas da época em que inúmeras experiências científicas foram realizadas. Desse modo, Alexandre Koyré enaltece o esforço daqueles que projetaram essas experiências e expuseram com denodo as suas ideias e conclusões. A partir desse método, Alexandre Koyré derruba mitos e lendas, como o episódio da Torre de Pisa, cujo protagonista, Galileu, teria realizado uma experiência importante. A Torre de Pisa não caiu (provavelmente não cairá), mas a lenda que a imortalizou, essa Alexandre Koyré deitou por terra com humildade e sabedoria, privilégio daqueles que dedicaram suas vidas ao estudo e à reflexão.”

3. "No livro Do Mundo Fechado ao Universo Infinito, o autor exibe algumas de suas melhores análises dos grandes textos clássicos de Nicolau de Cusa, Bruno e Copérnico, Kepler e Galileu, Descartes, Leibniz e Newton. A escolha é fundamentalmente definida por terem eles centrado toda a sua obra na desmontagem e destruição da cosmologia antiga e medieval, substituindo-a pelo universo infinito com que se inaugura o saber moderno. Nesta obra, Koyré nos expõe a história apaixonante de uma tríplice revolução: teológica, filosófica e científica; e, ao fazê-lo, introduz o leitor no amplo quadro de suas análises histórico-conceituais."

4. A estes, acrescentei e sigo lendo: Between Leibniz, Newton, and Kant: Philosophy and Science in the Eighteenth Century:

“This addresses the transformations of metaphysics as a discipline, the emergence of analytical mechanics, the diverging avenues of 18th-century Newtonianism, the body-mind problem, and philosophical principles of classification in the life sciences. An appendix contains a critical edition and first translation into English of Newton's scholia from David Gregory's Estate on the Propositions IV through IX Book III of his Principia”

Ademais, aborda além das “transformações da metafísica, o surgimento da mecânica analítica, os caminhos divergentes do newtonianismo do século 18 [...], e, principalmente, além do que se refere aos meus interesses por “ciências naturais” (aprendendo sempre), apontamentos sobre “[...] o problema corpo-mente e os princípios filosóficos de classificação nas ciências da vida. E, [...] um apêndice com uma edição crítica e a primeira tradução para o inglês da scholia de Newton, do patrimônio de David Gregory, nas proposições IV a IX, do Livro III dos Principia ” ou Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica

______.

ALVES, M. Reflexões acerca da natureza da ciência: comparações entre Kuhn, Popper e o empirismo lógico. Kínesis, v. 5, n. 10, 2013. link

ANTOGNAZZA, Maria Rosa. The Oxford Handbook of Leibniz. Oxford University Press, 2018.

BECKENKAMP, Joãosinho. Introdução à filosofia crítica de Kant. Editora UFMG,  2017.

BIRD, A. Thomas Kuhn In: ZALTA, E. Stanford Encyclopedia of Philosophy, 2018. link

BUCHENAU, Stefanie (1969- ) Entre medicina e filosofia: Sulzer; Herder; Kant; Maimon. — São Paulo: Editora Clandestina, 2019. 178 p.

BUTLER, J; CLARKE, S; HUTCHESON, F; MANDEVILLE, B; SHAFTESBURY, L; WOLLASTON, W. Filosofia moral britânica: Textos do Século XVIII. Campinas, SP: Ed. Unicamp, 2014.

CUNHA, Bruno. A gênese da ética em Kant: o desenvolvimento moral pré-crítico em sua relação com a teodiceia. São Paulo: Editora LiberArs, 2017.

______. Lições sobre a doutrina filosófica da religião. Trad. Bruno Cunha. Petrópolis, RJ: Vozes, 2019.

______. Lições de ética. São Paulo: Ed. Unesp, 2018.

FERRY, Luc. Kant: uma leitura das três "Críticas". 3. ed. Rio de Janeiro: Difel, 2009.

GOY, In; WATKINS, Eric. Kant's theory of Biology. Berlin/Boston: De Gruyter/Reprint, 2016.

GUERRA, L. et al. Análise epistemológica da Nova Administração Pública à luz de Kuhn e PopperRev. Eletr. do Mestrado Prof. em Administração da Univ. Potiguar, v. 4, n. 1, p. 43-53, 2011. link

GUYER, PAUL. The Cambridge companion to Kant. Cambrridge University Press, UK, 1992.

HÖFFE, Otfriede. Immanuel Kant. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

______. Immanuel Kant. München: C. H. Beck, 2004.

______. Kant: crítica da razão pura: os fundamentos da filosofia moderna. São Paulo: Edições Loyola, 2013.

KOYRÉ, Alexandre. Estudos de história do pensamento científico. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2011.

______. Estudos de história do pensamento filosófico. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2011.

______. Do mundo fechado ao universo infinito.  Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2001.

KANT, Immanuel. Crítica da razão pura. 3. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 1994.

______. Dissertação de 1770. De mundi sensibilis atque inteligibilis forma et principio. Akademie-Ausgabe. Trad. Acerca da forma e dos princípios do mundo sensível e inteligível. Trad., apres. e notas de L. R. dos Santos. Lisboa: Imprensa Casa da Moeda. FCSH da Universidade de Lisboa, 1985.

______. Prolegômenos a qualquer metafísica futura que possa apresentar-se como ciência. Trad. José Oscar de Almeida Marques. São Paulo: Estação Liberdade, 2014)

______. Prolegômenos a toda metafísica futura. Lisboa: Edições 70, 1982

KUHN, T. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, 2009.

LAKATOS, Imre. O falseamento e a metodologia dos programas de pesquisa científica. In: LAKATOS, I. e MUSGRAVE, A. (org.) A crítica e o desenvolvimento do conhecimento. São Paulo: Cultrix, 1979.

_____. History of science and its rational reconstructions. In: HACKING, I. (org.) Scientific revolutions. Hong-Kong: Oxford University, 1983.

______. Matemática, ciencia y epistemología. Madrid: Alianza, 1987.

______. La metodología de los programas de investigación científica. Madrid: Alianza, 1989.

LEFÈVRE, Wolfgang. (Editor) Between Leibniz, Newton, and Kant: Philosophy and Science in the Eighteenth Century. Springer; Softcover reprint of the original 1st ed. 2001 edição, 2011.

MARQUES, Ubirajara Rancan de Azevedo (Org.) Kant e a biologia. São Paulo: Editora Barcarola, 2012.

POPPER, K. A lógica da pesquisa científica. São Paulo: Cultrix, 1972.

WATKINS, Eric. Kant and the sciences. Oxford University Press, 2001.

THORNTON, S. Karl Popper In: ZALTA, E. Stanford Encyclopedia of Philosophy, 2018. link

Nenhum comentário:

Postar um comentário

REFLEXÃO VESPERTINA CLVIII: ESTOICISMO

Foi essa a Reflexão Vespertina de hoje, terminada há pouco, ler ainda é possível! " O objetivo da filosofia consiste em dar forma e est...