domingo, 27 de fevereiro de 2022

GRUPO DE PESQUISA

 

O Labô acabou de formar um novo grupo de pesquisa sobre judaísmo. O principal tema deste grupo será o diálogo entre judeus e alemães. Durante os nossos encontros discutiremos textos sobre os marcos políticos e intelectuais das populações judias de língua alemã durante o período que compreende do Iluminismo ao começo do Século XX.

A bibliografia deste semestre inclui textos de Lessing, Mendelssohn, Dohm, Rahel Varnhagen, Ludwig Börne, Heinrich Heine, Arendt, Scholem, Shlomo Avineri etc.

O que me incentivou a montar esse programa foi a necessidade de refletir sobre esse diálogo com o intuito de formar uma opinião mais abrangente sobre questões relativas à obra daqueles pensadores alemães que tradicionalmente informam o nosso currículo, ao exemplo de Kant e Hegel.

Recomendo o grupo para quem se interessa por judaísmo, literatura, filosofia e história do pensamento europeu.

A nossa primeira reunião acontecerá no dia 16.03.2022.

Para saber mais informações e/ou fazer sua inscrição, escreva para judaismocontemporaneo@gmail.com ou labo@pucsp.br com seu nome completo e carta de interesse.”

#filosofia #literatura #judaísmo #história

(Grifos e destaques meus)


REFLEXÃO MATINAL CXIX: EM CONTRAPONTO. AINDA SOBRE "FINITUDE" (IV)

 

(IMAGEM: "Pinterest")

Numa pausa, extremamente necessária; fiz releitura de três obras clássicas, nos últimos dias. Após terminadas, reli alguns trechos da obra de Boécio, que trata, em certa medida, da mesma temática “existencial”.

Ao longo do texto de “O último dia de um condenado”, por exemplo, Victor Hugo apresenta o momento derradeiro de um indivíduo condenado à “morte”.

Interessante o detalhe que me fez reler a obra: o crime não é revelado, de início, e Hugo conduz o leitor pela narrativa, culminando numa fase em que o condenado é apresentado como alguém que não se arrepende de seu crime, que aparece, em certa medida, nas outras duas obras que reli e menciono abaixo. Lamenta sim o que fez, por resultar em outro crime, do Estado, não por tê-lo condenado, mas por condenar sua filha, que será órfã de pai e estigmatizada, doravante.

O livro de Victor Hugo, com este tema, me levou à leitura de Dostoiévsky, que em “O Idiota” retoma o assunto, influenciado pela obra de Hugo.

Ora, dado esse tema, por ter aparecido nestes autores acima, acabei relendo “O estrangeiro”, de Camus, que de certa forma, trata na sua vertente, existencialista, o que Hugo e Dostoiévsky discutem em suas obras, mencionadas acima.

Meu interesse principal: a "última reflexão" que fazem os indivíduos diante da "sentença capital".

A estes, como disse acima, acrescentei “A consolação da filosofia”, de Boécio.

“Se esses soberbos se virem despojados de seu esplendor vazio deixarão aparecer, esses senhores, as correntes que os prendem e que eles trazem dentro de si…”  

“[...] à Filosofia não é lícito deixar caminhando sozinho um discípulo seu”

Hoje, como tem sido disciplinadamente, um instante da manhã é dedicado às reflexões, mesmo saindo um pouquinho dos referenciais básicos de sempre, passo em revista os pensamentos e ações, e corrigendas são planejadas e necessárias. Tendo aprendido esses “exercícios” com as leituras de Thich Nhat Hahn e os Estóicos, e hoje, abri uma exceção nas leituras estudadas com esse intuito. 

Reabri, após as releituras citadas acima, bem cedinho, a obra “A consolação da filosofia”, com o título original: "De phisolophiae consolatione"; releitura há muito planejada. Decisão bem acertada e o resultado da leitura foi um ganho enorme! Muito aprendizado!

Escrita na prisão por um condenado à morte, essa obra latina do século VI não deve nada, ou deve muito pouco, às circunstâncias “trágicas” de sua composição. Trata-se de uma obra-prima da literatura e do pensamento europeu; ela se basta, e teria o mesmo valor se ignorássemos tudo a respeito daquele que a concebeu entre duas sessões de tortura, à espera de uma execução. Mas, dado que essa obra-prima não é anônima, nada perde por ter um autor e ser situada em suas circunstâncias, torna-se também, assim, o testemunho da grandeza à qual um homem pode elevar-se pelo pensamento em face da tirania e da morte.

Ademais:

“O que Boécio nos ensina, com tanta autoridade hoje como no século VI, é que a única cultura fértil, oral ou escrita, é a que trazemos intimamente em nós, são os textos clássicos inesgotáveis inseminados na memória e cujas palavras tornam-se fontes vivas, à prova da tristeza, do sofrimento, da morte. O resto, de fato, é 'literatura'” (p. 17.)

Basicamente, na obra, Boécio trata da questão da verdadeira felicidade. Uma profunda reflexão em tonalidades platônicas.

Portanto, Boécio em seu livro “A consolação da filosofia” (por exemplo, no Livro IV), reflete sobre a infelicidade do homem. Defende que a injustiça que atinge o homem é ilusória e se entende dessa forma devido à sua limitada capacidade para um olhar mais ampliado sobre a existência. A entrega aos prazeres efêmeros faz com que o homem opte pelo vício e fuja da virtude que, ao contrário do que crê, lança-o num processo destrutivo que o aprisiona a uma perspectiva limitada da existência. A única rota possível para ampliar a concepção existencial capaz de desviá-lo de equívocos é o caminho de busca das Virtudes, única via na direção da verdadeira liberdade. As virtudes elevam o homem acima do nível rasteiro do comum da humanidade, afasta-o da animalidade. Reconhecer a própria natureza que torna o homem, efetivamente humano, em “essência”.

Acrescentei, algumas reflexões a partir de obras que tenho estudado e anotado aqui no Blog, com elementos de psicologia. Isto na medida em que os temas de certa forma se entrelacem ou sirvam para análise de conceitos e aprofundamentos.

(Grifos e destaques meus)

Enfim, valeram as releituras.

E, voltemos ao trabalho!

______.

AGOSTINHO. Confissões. São Paulo: Penguin/Companhia das Letras, 2017.

BOÉCIO. (Anicius Manlius Torquatus Severinus Boetius). A consolação da filosofia. prefácio de Marc Fumaroli; tradução do latim por Willian Li. – 2. ed. – São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2012. – (Clássicos WMF).

ARRIANO FLÁVIO. O Encheirídion de Epicteto. Edição Bilíngue. Tradução do texto grego e notas Aldo Dinucci; Alfredo Julien. Textos e notas de Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão. Universidade Federal de Sergipe, 2012. 96 p.

CAMUS, Albert. O estrangeiro. 54. ed. Rio de Janeiro, RJ: Record, 1979.

DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. 3. ed. – Porto Alegre, RS: Artmed, 2019.

______. Religião, psicopatologia e saúde mental. Porto Alegre, RS: Artmed, 2008.

DINUCCI, A.; JULIEN, A. O Encheiridion de Epicteto. Coimbra: Imprensa de Coimbra, 2014.

EPICTETO. Entretiens. Livre I, II, III, IV. Trad. Joseph Souilhé. Paris: Les Belles Lettres, 1956.

______. Epictetus Discourses. Book I. Trad. Dobbin. Oxford: Clarendon, 2008.

______. O Encheirídion de Epicteto. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2012. (Edição Bilíngue)

______. Testemunhos e Fragmentos. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2008.

EPICTETUS. The Discourses of Epictetus as reported by Arrian; fragments; Encheiridion. Trad. Oldfather. Harvard: Loeb, 1928.  https://www.loebclassics.com/

FRANKL, Viktor. Yes to Life: in spite of everything. Beacon Press, 2020.

______. Um sentido para a vida: psicoterapia e humanismo. Aparecida, SP: Ideias e letras, 2005.

GALENO. On the passions and errors of the soul. Translated by Paul W. Harkins with an introduction and interpretation by Walter Riese. Ohio State University Press, 1963.

______. Aforismos. São Paulo: E. Unifesp, 2010.

GAZOLLA, Rachel.  O ofício do filósofo estóico: o duplo registro do discurso da Stoa, Loyola, São Paulo, 1999.

HADOT, Pierre. The inner citadel: the meditations of Marcus Aurelius. London: Harvard University Press, 2001.

HANH, Thich Nhat. Meditação andando: guia para a paz interior. 21. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.

HUGO, Victor. O último dia de um condenado. São Paulo: Estação Liberdade, 2002.

IRVINE, William B. A Guide to the Good Life: the ancient art of Stoic joy. New York: Oxford University Press, 2009.

IZQUIERDO, Ivan. A arte de esquecer: cérebro, memória e esquecimento. 2. ed.  Rio de Janeiro: Vieira & Lent, 2010.

______. Memória. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2018. 140 p.

______. KAPCZINSKI, Flávio; QUEVEDO, João; IZQUIERDO, Ivan. Bases biológicas dos transtornos psiquiátricos: uma abordagem translacional. 3. ed. Porto Alegre, RS: Artmed, 2011.

JASPERS, Karl. Il medico nell'età della técnica. Con un saggio introduttivo di Umberto Galimberti. Milano: Raffaello Cortina Editore, 1991.

______. Der Arzt im technischen Zeitalter: Technik und Medizin. Arzt und Patient. Kritik der Psychotherapie. 2. ed. München: Piper, 1999.

______. Psicopatologia geral: psicologia compreensiva, explicativa e fenomenologia. São Paulo: Atheneu, 1979. (2 vols.)

______. Plato and Augustine. Edited by Hannah Arendt. Translated by Ralph Manheim. New York: Harvest Book, 1962.

______. Introdução ao pensamento filosófico. 16. ed. São Paulo: Cultirx, 1971.

JONAS, Hans. Técnica, medicina e ética: sobre a prática do princípio responsabilidade. São Paulo: Paulus, 2013. (Ethos) 

KANT, Immanuel. Observações sobre o sentimento do belo e do sublime. Papirus, Campinas, 1993.

KARDEC, A. Le Livre des Esprits. Paris, Dervy-Livres, s.d. (dépôt légal 1985). (O Livro dos Espíritos. Trad. Guillon Ribeiro, ______. O livro dos Espíritos. 93. ed. - 1. reimpressão (edição histórica). Brasília, DF: Feb, 2013. (“As virtudes e os vícios” - Q. 893-912)

KIERKEGAARD, S. A. O desespero humano: doença até a morte. São

LONG, A.A. A stoic and Socratic guide to life. New York: Oxford University Press, 2007.

______. Epictetus: a stoic and socratic guide to life. New York: Oxford University Press. 2007.

______. (Org.) Primórdios da filosofia grega. São Paulo: Ideias e Letras, 2008.

MAY, Rollo. (Org.). Psicologia existencial. Rio de Janeiro: Globo, 1980.

______. A descoberta do ser. São Paulo: Rocco, 1988.

______. O homem à procura de si mesmo. São Paulo: Ed. Círculo do livro, 1992.

______. Psicologia do dilema humano. 2. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.

MARCO AURÉLIO. Meditações. São Paulo: Abril Cultural, 1973. (Livro II. 1).

PLATÃO. Górgias, Eutidemo, Hípias Maior e Hípias Menor. Trad. Edson Bini. Bauru, SP: EDIPRO, 2007.

________. Mênon. Trad. Maura Iglésias. Rio de Janeiro: Ed. PUC-RIO; São Paulo: Ed. Loyola, 2001.

________. Górgias, Protágoras. 3. ed. Trad. Carlos Alberto Nunes. Edição bilíngue; Belém, PA, 2021.

________. Mênon, Eutidemo. 3. ed. Trad. Carlos Alberto Nunes. Edição bilíngue; Belém, PA, 2021.

________. República de Platão. Trad. J. Guinsburg. São Paulo: Perspectiva, 2012.

________. Teeteto. Trad. Adriana Manuela Nogueira e Marcelo Boeri. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2010.

______. A República. 15. ed.  Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2017.

________. Fedro, Eutífron, Apologia de Sócrates, Críton, Fédon. Trad. Edson Bini. Bauru, SP: Edipro, 2008.

QUEVEDO, J.; IZQUIERDO, I. (Orgs.). Neurobiologia dos transtornos psiquiátricos. Porto Alegre: Artmed, 2020. 388 p.

SÉNECA, Lúcio Aneu. Cartas a Lucílio. 5. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 2014.

WITTGENSTEIN, Ludwig. Últimos escritos sobre a filosofia da psicologia. Tradução de António Marques, Nuno Venturinha e João Tiago Proença. 2. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 2014.


sábado, 26 de fevereiro de 2022

ESTUDOS DOS FENÔMENOS ESPIRITUAIS PELA CIÊNCIA

 


“Como a ciência estuda os fenômenos espirituais? E qual é a importância do estudo científico da morte? Acompanhe entrevista do prof. dr. Humberto Schubert Coelho, filósofo com pós-doutorado em Ciência da Religião, professor titular da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Esta entrevista ocorreu durante a terceira edição do Congresso Internacional do Núcleo de Pesquisa em Espiritualidade e Saúde (CoNupes), da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), em Minas Gerais, em Minas Gerais, nos dias 13 e 14 de março de 2020.”

Link: 

https://www.youtube.com/watch?v=JeAm6HXXkAI&list=PL8QSkVP8Bz7rSxzN7IdXRxNRRQQXTLtQD&index=3

SUGESTÕES DE LEITURA

COELHO, Humberto Schubert. Genealogia do Espírito. Brasília, DF: 2012.

______. Filosofia perene: o modo espiritualista de pensar. São Paulo: Ed. Didier, 2014.

KOENIG, Harold. Handbook of Religion and Mental Health. Academic Press, 1998.

______. Handbook of Religion and Mental Health. 2. ed. Oxford University Press, 2012.

______. Medicina, religião e saúde: o encontro da ciência e da espiritualidade. Porto Alegre, RS: L&PM, 2015.

PARGAMENT, Keneth; EXLINE Julie. Working with spiritual struggles in psychotherapy: from research to practice. Guilford Press, 2021.

______. Handbook of Psychology: Religion, and Spirituality. American Psychological Association (APA), 2013.

______.


CURSO PARA FORMAÇÃO FOCADA EM COMO APLICAR A ESPIRITUALIDADE NA PRÁTICA CLÍNICA

 

"A pós-graduação em "Integração da Espiritualidade na Prática Clínica” tem foco maior na saúde mental, mas é aberta a todos os profissionais de saúde que tenham interesse em atender seus pacientes de forma humanizada, integrando a espiritualidade modo ético e baseado em evidências.

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Voltemos ao trabalho diário...

domingo, 20 de fevereiro de 2022

REFLEXÃO MATINAL CXVIII: "NOBREZA DE SENTIMENTOS" E "EQUILÍBRIO DA RAZÃO"

(IMAGEM: "Pinterest")

Uma pequena reflexão sobre a nobreza de sentimentos e o equilíbrio da razão num mundo com tanta disparidade sobre esse tema e muito barulhento.

A razão é igual à razão, tal como a rectidão é igual a si mesma; por conseguinte toda a virtude é igual à virtude, pois a virtude outra coisa não é senão a razão recta. Todas as virtudes são formas da razão; são formas da razão se forem todas rectas e se forem rectas são todas iguais.” (SÊNECA. 204. Carta LXVI.32)

Conversava há pouco com um amigo sobre essas questões que resolvi anotar baixo como acréscimo às reflexões. Creio há anos, que seja esta uma postura do “prokoton”, como anotado: a busca pelo equilíbrio.

Acrescento uma frase de Epictetus e avanço numa brevíssima reflexão:

"Proteja o bem que existe em você em tudo o que você fizer, e no que diz respeito a todo o resto, receba o que lhe for dado enquanto puder fazer uso sensato. Se não puder, não terá sorte, estará propenso a falhar, perturbado e limitado" (Epictetus).

E, interrompida a conversa a ser retomada, afim de melhorar não só argumentos mas adotar o quanto possível na prática, passei a repensar, após os trabalhos e últimas reflexões, no termo "eugnomosyne" (Epicteto, D.II, 6.2), na concepção mesma desse “conceito” que tinham os antigos "estoicos", por exemplo, como significando "nobreza de sentimentos", e me ocorreu prosseguir com o que anotei abaixo.

Ai dos que se propõe asserenar e buscar "eugnomosyne" em dias como os atuais! Mesmo se esse, em meio às dificuldades e limitações, coloque a busca pela paz interior na ordem do dia; haverá sempre a postura dos que digam ser impossível num mundo agitado e barulhento como este. E, se adaptam!

Mas, sabe-se, por outro lado que:

De fato, o que é necessário não é a abundância, mas sim a eficácia das palavras. Devemos distribuí-las como se fossem sementes; ora uma semente, ainda que minúscula, se cai em terra favorável, multiplica suas forças e alcança, de exígua que era, dimensões assaz consideráveis. O mesmo sucede com a razão. À primeira vista não parece ter grande raio de ação; mas à medida que vai agindo ganha força. As nossas palavras são breves, mas se o espírito as acolher favoravelmente, elas enrijarão e florescerão. É como te digo, a condição das nossas sentenças é semelhante à das sementes: os frutos são numerosos, as dimensões muito reduzidas! Basta apenas, como já disse, que um espírito propício as entenda e as interiorize; se assim for, em breve esse espírito estará por sua vez a produzir muitas outras, mais numerosas mesmo do que as recebidas.”

Ademais, “ser estoico, afinal, o que é?  Do mesmo modo que chamamos “fidíaca” a estátua modelada segundo a arte de Fídias, mostrai-me igualmente um ser humano enfermo e feliz, em perigo e feliz, desprestigiado e feliz. Mostrai-me. Pelos deuses! Desejo ver um estoico. (EPICTETO. D. 2.19.23-27).”

Talvez, não ser um estoico, sabido que já tenho uma “filosofia de vida” bem definida a orientar-me, como também sempre destaco aqui, mas revisitar as obras clássicas, é o desafio posto e mantido. Não dá para aceitar nem cogitar minimamente, as estapafúrdias tagarelies das propostas hodiernas.

No exercício e hoje para uso cotidiano, escolho encerrar com dois pequenos textos; um de Sêneca, outro de Aristóteles:

Queres saber qual é a coisa que com maior empenho deves evitar? A multidão! Ainda não estás em estado de frequentá-la em segurança. Eu confesso-te sem rodeios a minha própria fraqueza: nunca regresso com o mesmo caráter com que saí de casa; algo que já pusera em ordem é alterado, algo do que já conseguira eliminar, regressa!” (SÉNECA. 2014).

"A multidão mais grosseira considera que o bem e a felicidade é o prazer, e consequentemente adoram uma vida de gratificação […] Assim, parecem completamente escravizados, dado escolherem uma vida que pertence aos ruminantes. Mas têm realmente um argumento em sua defensa, dado que muitos dos poderosos […] têm a mesma convicção. (ARISTÓTELES. 1095 b; 16-23)"

São "exercícios" pessoais de reflexão. Abaixo, algumas indicações de leituras por onde tenho caminhado. muito a corrigir e superar ainda!

Voltando aos estudos! 

(Grifos destaques são meus)

______.

ARRIANO FLÁVIO. O Encheirídion. Edição Bilíngue. Tradução do texto grego e notas Aldo Dinucci; Alfredo Julien. Textos e notas de Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão. Universidade Federal de Sergipe, 2012.

DINUCCI, A.; JULIEN, A. O Encheiridion de Epicteto. Coimbra: Imprensa de Coimbra, 2014.

EPICTETO. Entretiens. Livre I, II, III, IV. Trad. Joseph Souilhé. Paris: Les Belles Lettres, 1956.

______. Epictetus Discourses. Book I. Trad. Dobbin. Oxford: Clarendon, 2008.

______. O Encheirídion de Epicteto. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2012. (Edição Bilíngue)

______. Testemunhos e Fragmentos. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2008.

EPICTETUS. The Discourses of Epictetus as reported by Arrian; fragments; Encheiridion. Trad. Oldfather. Harvard: Loeb, 1928.  https://www.loebclassics.com/

FOOT, Philippa. Natural goodness. Clarendon Press, 2003.

______. Moral dilemmas: and other topics in moral philosophy. Oxford University Press, 2003)

______. Virtues and Vices: and other essays in moral philosophy. OUP Oxford; Reprint, 2003).

GAZOLLA, Rachel.  O ofício do filósofo estóico: o duplo registro do discurso da Stoa, Loyola, São Paulo, 1999.

HADOT, Pierre. The inner citadel: the meditations of Marcus Aurelius. London: Harvard University Press, 2001.

______. O que é filosofia antiga? Trad. Dion Davi Macedo. 6 ed. São Paulo:  Edições Loyola, 2014.

______. A filosofia como maneira de viver: entrevistas de Jeannie Carlier e Arnold I. Davidson. (Trad. Lara Christina de Malimpensa). São Paulo: É Realizações, 2016

______. Exercícios espirituais e filosofia antiga. Trad. Flavio Fontenelle Loque e Loraine Oliveira. Prefácio de Davidson, Arnold. São Paulo: É Realizações, 2014.

SELLARS, J. The art of living: the stoics on the nature and function of philosophy. Burlington: Ashgate, 2003.

SÉNECA, Lúcio Aneu. Cartas a Lucílio. 5. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 2014.

SUGESTÕES DE LEITURA

AGOSTINHO. Confissões. São Paulo: Penguin/Companhia das Letras, 2017.

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Nova Cultural, 1987 (col. Os Pensadores).

______. Ethica Nicomachea - III 9 - IV 15: As virtudes morais. Trad. Marco Zingano. São Paulo: Odysseus Editora, 2019.

DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. 3. ed. – Porto Alegre, RS: Artmed, 2019.

______. Religião, psicopatologia e saúde mental. Porto Alegre, RS: Artmed, 2008.

DESCARTES, René.  As paixões da alma. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

FRANKL, Viktor. O sofrimento humano: Fundamentos antropológicos da psicoterapia. Trad. Bocarro, Karleno e Bittencourt, Renato. Prefácio, Marino, Heloísa Reis. São Paulo: É Realizações, 2019.

______. Em busca de sentido. 25. ed. - São Leopoldo, RS: Sinodal; Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.

______. Yes to Life: In spite of everything. Beacon Press, 2020.

______. Um sentido para a vida: psicoterapia e humanismo. Aparecida, SP: Ideias e letras, 2005.

FREUD, Sigmund. Inibição. sintoma e angústia. São Paulo: Companhia das letras, 2014.

______. Inibição, sintoma e medo. Porto Alegre, RS: L&PM, 2018.

______. Die Träumdeutung. Hamburg: Nikol, 2011.

______. Interpretação dos sonhos. In: Obras completas. vol 4. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

______. O mal-estar na civilização. São Paulo: Penguin/Companhia das Letras, 2011. 

HANH, Thich Nhat. Meditação andando: guia para a paz interior. 21. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.

______. Silêncio: o poder da quietude em um mundo barulhento. Rio de Janeiro, RJ: Harper Collins, 2018.

JASPERS, Karl. Plato and Augustine. Edited by Hannah Arendt. Translated by Ralph Manheim. New York: Harvest Book, 1962.

______. Introdução ao pensamento filosófico. 16. ed. São Paulo: Cultirx, 1971.

JONAS, Hans. Técnica, medicina e ética: sobre a prática do princípio responsabilidade". São Paulo: Paulus, 2013. (Ethos)

JUNG, Carl Gustav. Civilização em transição. Petrópolis/RJ: Editora Vozes, 2011. (Obras completas, Vol. 10/3). 

KANT, Immanuel. Observações sobre o sentimento do belo e do sublime. Papirus, Campinas, 1993.

______. Lições de ética. Trad. Bruno Cunha e Charles Feldhaus. São Paulo: Editora Unesp, 2018.

______. Crítica da razão prática. Trad. Valério Rohden. São Paulo: Martins fontes, 2002.

______. Fundamentação da metafísica dos costumes. Trad. Guido Antônio de Almeida. São Paulo: Discurso editorial, 2009. 

KARDEC, A. Le Livre des Esprits. Paris, Dervy-Livres, s.d. (dépôt légal 1985). (O Livro dos Espíritos. Trad. Guillon Ribeiro, ______. O livro dos Espíritos. 93. ed. - 1. reimpressão (edição histórica). Brasília, DF: Feb, 2013. (Q. 903-919 "paixões"; 893-906 “virtudes e vícios”e 920-933 "felicidade")

MARCO AURÉLIO. Meditações. São Paulo: Abril Cultural, 1973. (Livro II. 1).

PLATÃO. Mênon. Trad. Maura Iglésias. Rio de Janeiro: Ed. PUC-RIO; São Paulo: Ed. Loyola, 2001.

________. República de Platão. Trad. J. Guinsburg. São Paulo: Perspectiva, 2012.

________. Teeteto. Trad. Adriana Manuela Nogueira e Marcelo Boeri. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2010.

________. Timeu. Trad. Maria José Figueredo. Lisboa: Instituto Piaget, 2003.

SCHLEIERMACHER, F. D. E. Introdução aos Diálogos de Platão. Belo Horizonte, MG: Ed. UFMG, 2018.

domingo, 13 de fevereiro de 2022

REFLEXÃO MATINAL CXVII: PROBLEMAS KANTIANOS E A "ORIGEM DO MAL"

 


Continuando os estudos e, como sempre, revisitando velhos textos, dado que o tempo de redação no texto principal exige cada vez mais. Hoje, mais um destes retornos aos clássicos, entre os que aqui anoto sempre, cuidando para que não haja de minha parte, desvios desnecessários de rota, método ou referenciais. A página (blog) foi pensada exatamente nessa direção desde o início.

Ademais, hoje, só reforçando, com motivos a celebrar, pois, há um ano estava envolvido em um tempo obscuro de saúde debilitada, entrando depois para uma unidade de terapia intensiva. Tempos passados, cuidados redobrados, outras questões se agravaram, mas a vida segue (sem esquecer-me das questões LE 257-273)

“Os três ensaios de Eric Weil aqui reunidos pretendem apresentar o pensamento de Kant tal como ele se cria a partir de uma intenção primeira. O objetivo proposto foi investigar o próprio pensar, ou seja, não tanto os resultados, mas os problemas e sua origem. Assim, esta obra trata de pesquisas, da busca de um espírito inquieto que não se contenta em conhecer o pensamento, mas deseja compreendê-lo.”

A origem o mal e a reflexão de Eric Weil  partir da obra de Immanuel Kant:

Ao longo da história do pensamento ocidental, o mal foi objeto do esforço filosófico de vários pensadores, seja considerado enquanto falta. ou tomado no conceito de uma teodiceia., por exemplo.

A abordagem que passa a tomar o mal como uma possibilidade de transgredir normas morais próprias do homem contribui para desvencilhar o mal do plano de uma Teodiceia. O mal enquanto possibilidade moral do homem constitui a abordagem kantiana, discutida por Eric Weil, num dos ensaios da obra sobre ao tema: O mal radical, a religião e a moral, presente na obra Problemas Kantianos

Bastante conhecido como filósofo kantiano pós-hegeliano (PERINE, 1987, p. 18-22). O que faz de Weil um intérprete importante da obra do filósofo de Königsberg.

Aqui, portanto, ainda que Eic Weil reflita sobre o problema do mal a partir de Kant, o que nos interessa é até que ponto Weil pode ir além de Kant ou seus desdobramentos ulteriores a Kant.

Cabendo destacar que assim como Kant, Eric Weil considera o “mal moral” (sem nenhuma culpa originária).

“Nenhum assassinato primitivo explica a moral; sem moral, não haveria qualquer diferença entre a morte do pai assassinado por seus filhos e a morte do pai estraçalhado por um urso: simplesmente não haveria assassinato” (WEIL, 2011, p. 22).

Ou seja, o mal é pensado como “um evento moral”....

______.

ANTOGNAZZA, Maria Rosa. The Oxford Handbook of Leibniz. Oxford University Press, 2018.

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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

RENÉ DESCARTES E AS "PAIXÕES DA ALMA"

 

 

"AS PAIXÕES DA ALMA":

(31 de março de 1596 - 11 de fevereiro de 1650)

Uma brevíssima reflexão sobre essa obra do filósofo René Descartes (31 de março de 1596 - 11 de fevereiro de 1650); lembrado hoje, 11 de fevereiro, nas redes sociais, por ser a data de seu "passamento", em 1560:

. ' .

"Ora, visto que essas emoções interiores nos tocam mais de perto e têm, por conseguinte, muito mais poder sobre nós do que as paixões que se encontram com elas, e das quais diferem, é certo que, contanto que a alma tenha sempre do que se contentar em seu íntimo, todas as perturbações que vêm de outras partes não dispõem de poder algum para prejudicá-la. Servem, antes, para lhe aumentar a alegria, pelo fato de, vendo que não pode ser por elas ofendido, conhecer com isso a sua própria perfeição. E, para que a nossa alma tenha assim do que estar contente, precisa apenas seguir estritamente a virtude. Pois quem quer que haja vivido de tal maneira que sua consciência não possa censurá-lo de alguma vez ter deixado de fazer todas as coisas que julgou serem as melhores (que é o que chamo aqui seguir a virtude), recebe daí uma satisfação tão poderosa para torná-lo feliz que os mais violentos esforços da paixão nunca têm poder suficiente para perturbar a tranqüilidade de sua alma".

______.

DESCARTES, R. Oeuvres. Org. C. Adam e P. Tannery. Paris: Vrin, 1996. 11v. [indicadas no texto como Ad & Tan].

DESCARTES, René. Musicae Compendium. WBG Academic. Unveränderte, 2011.

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 _______. Descartes: oeuvres et lettres. Org. André Bidoux. Paris: 
Gallimard, 1953. (Pléiade).

______. Discursos do Método; Meditações; Objeções e Respostas; As Paixões da Alma; Cartas. (Introdução de Gilles-Gaston Granger; prefácio e notas de Gerard Lebrun; Trad. de J. Guinsberg), Bento Prado J. 3. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983 (Os Pensadores).

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DICTIONNAIRE Philosophique - édition Garnier Frères (1878). Disponível em: https://fr.wikisource.org/wiki/Wikisource:Index_des_auteurs.

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WOLFF, F. Nossa humanidade: de Aristóteles às neurociências. Trad. Roberto Leal Ferreira. São Paulo: Editora Unesp, 2012

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

O CAMINHO DA VIDA: UMA PROPOSTA SOBRE SABER VIVER

 


PAUSA NA OFICINA.

Há anos, na adolescência ainda, frequentador assíduo após o trabalho e escola,  li tudo o que me chegou às mãos, da obra de Lev Tosltóy - Лев Николаевич Толстой. À à época inspirou-me em grande medida várias de suas ideias e ideais e o peculiar e "tolstoiniano" caráter Libertário,  que ainda preservo. 

Aqui, esta obra, que eu não conhecia e acrescento juntando abaixo algumas referências associadas ao tema e outras que estou estou estudando mais sistematicamente.

E, agora mesmo, pela manhã terminei a leitura um artigo. Leitura matinal que me levou às recordações adolescente e juvenis...

Link para o artigo “Una guía anímica para saber vivir: «El camino de la vida» de Tolstói”:

https://elvuelodelalechuza.com/2020/04/05/una-guia-animica-para-saber-vivir-el-camino-de-la-vida-de-tolstoi/?fbclid=IwAR2fiyFs6xlUcYIUzyHJlDfonsnfnwNUQvThIzEzlC4qR0vVkcilaegGq74

"O Caminho da Vida só viu a luz em russo em 1911, alguns meses após a morte de Lev Tolstoy na estação ferroviária de Astápovo.

O livro, que permaneceu inédito em espanhol, como um tesouro escondido, é o ponto culminante da obra moral do escritor e a expressão mais completa de seu pensamento religioso: uma destilação de máximas legadas pelos sábios de todos os tempos e de todas as tradições do mundo que inspirou suas próprias regras para o aperfeiçoamento interior. Cada um dos trinta e um capítulos que compõem este volume – um para cada dia do mês – constitui um breviário espiritual muito singular, destinado a “levar uma boa vida” e, assim, contribuir para a realização de uma aspiração tão antiga quanto é. inalienável: paz de convivência entre indivíduos e povos."

...

"El camino de la vida sólo vio la luz en ruso en 1911, unos meses después de que Lev Tolstói falleciera en la estación ferroviaria de Astápovo. El libro, que había permanecido inédito en español, como un tesoro escondido, es la culminación de la obra moral del escritor y la expresión más completa de su pensamiento religioso: un destilado de máximas legadas por los sabios de todos los tiempos y de todas las tradiciones del mundo que le inspiraron sus propias reglas para el perfeccionamiento interior. Cada uno de los treinta y un capítulos que integran este volumen―uno por cada día del mes―conforman un singularísimo breviario espiritual destinado a «llevar una vida de bien» y contribuir así a la realización de una aspiración tan antigua como irrenunciable: la convivencia pacífica entre los individuos y los pueblos."

...

TOLSTÒY, Lev. El camino de la vida. Acatilado, 2019.

______. O reino de Deus está em vós. Rio de Janeiro, RJ: Best-seller, 2015.

______.

ARRIANO FLÁVIO. O Encheirídion. Edição Bilíngue. Tradução do texto grego e notas Aldo Dinucci; Alfredo Julien. Textos e notas de Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão. Universidade Federal de Sergipe, 2012).

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______. O Encheirídion de Epicteto. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2012. (Edição Bilíngue).

______. Testemunhos e Fragmentos. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2008.

______. The Discourses of Epictetus as reported by Arrian; fragments: Encheiridion. Trad. Oldfather. Harvard: Loeb, 1928.  https://www.loebclassics.com/

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O SUPOSTO "CONFLITO CIÊNCIA X RELIGIÃO" (II)

Recentemente, acrescentei, uma obra de  Alvin Plantinga  que até recentemente não conhecia: “ Ciência, religião e naturalismo:  onde está o ...