domingo, 6 de março de 2022

RFLEXÃO MATINAL LII: O MELHOR VIÁTICO É SEGUIR O MÉTODO

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Importante virtude estoica, a phrónēsis — “prudência” ou “sabedoria”; costuma ser definida como um caráter excelente, juízo reto, propósito nobre, inventividade e aceitação das coisas que não conseguimos controlar. Musônius Rufus sugere que a natureza de cada pessoa deve dar forma a um senso peculiar de propósito nobre, e que devemos viver segundo um método para desenvolver a excelência.

"O melhor viático para a velhice… aquele que é melhor também para a juventude, a saber, viver segundo um método e em conformidade com a natureza. Você entenderia melhor o que isso quer dizer caso percebesse que a humanidade não foi criada para o prazer. (…) Pois a natureza de cada um guia-o na direção de sua excelência própria; por conseguinte, não é razoável supor que, quando um homem viva uma vida de prazeres, ele esteja vivendo em conformidade com a natureza, o que se suporia melhor quando ele vivesse uma vida de virtude. Com efeito, portanto, ele é enaltecido com justiça e pode orgulhar-se de si, sendo otimista e corajoso, características a que se seguem, necessariamente, o contentamento e a alegria serena. [Diatribes, XVII]"

O Estoicismo

Movimento filosófico da Grécia Antiga. Como um de seus principais pilares a busca pelo conhecimento, desprezando demais tipos de sentimentos externos, como a paixão, a luxúria e demais emoções.

Tem seu início nas reflexões Zenão de Cício, em Atenas. Zenão defendia que todo o universo é governado por uma lei natural divina e racional.

O ser humano, à medida que procura ser feliz, deve buscar o que esteja somente na dependência de suas próprias “virtudes” (sabidamente influenciado pela filosofia socrática), vencer os hábitos perniciosos, os “vícios”, verdadeiro mal, segundo os estoicos.

Consideravam as “paixões” a base dos males que nos afetam, as emoções não podem ser corrompidas pelas paixões (vícios da alma como ódio, “amor" inconsequente, e demais sentimentos externos, que tonam o homem um ser direcionado por decisões irracionais e limitadamente parciais.

Um verdadeiro filósofo, para os estoicos, não deve sofrer com emoções externas, visto que estas influenciam nas decisões racionais.

A filosofia do "pórtico", portanto, tem pilares fundamentais, entre eles: a ética e a lógica. Alguns outros dos principais objetivos da filosofia estoica seguem abaixo:

A imperturbável paz de espírito (ataraxia).

Um dos pontos centrais da filosofia estoica: a conquista da felicidade por meio da ataraxia, um ideal de imperturbável tranquilidade em que seria possível viver de forma serena e com absoluta paz de espírito. E, o estoicos, defendiam e ensinavam que o homem só pode alcançar plena felicidade mediante aquisição virtudes e aperfeiçoamento dos conhecimentos.

A tranquilidade (apatheia). 

Na busca pela vida tranquila e feliz, a proposta da filosofia estoica era de que os fatores externos que comprometessem a perfeição moral e intelectual devem ser ignorados, superados, tratados com apatia. Mesmo nas dificuldades, a reação indicada ao ser humanos, era sempre agir com muita calma e tranquilidade, sem fatores externos perturbem nossa capacidade de julgar ou reagir.

Enfim:

A busca pela Virtude é um verdadeiro Bem em busca da felicidade.

Quem se decida exercitar o estoicismo deve negar os sentimentos externos e dar prioridade às buscas por conhecimento; a serenidade e a imperturbável paz de Espírito.

O prazer desequilibrado é inimigo do homem sábio. Universo é governado por uma razão universal natural; por leis naturais.

Exercita-se na apatia. As atitudes têm mais valor que as palavras, o que é feito tem mais importância do que o que se diz.

A excessiva exaltação das emoções externas deve ser considerada um vício da alma. Os sentimentos externos tornam o homem irracional. Fundamental, assim, o cultivo das virtudes, da alma.

“Como poderíamos nos tornar prudentes se tivéssemos chegado ao reconhecimento de quais coisas sejam verdadeiros bens e quais sejam males, mas se nunca tivéssemos praticado o desprezo às coisas que somente aparentam ser boas? Por conseguinte, logo após o aprendizado das lições apropriadas para toda e qualquer excelência, um treino prático deve seguir invariavelmente, se de fato esperamos tirar algum benefício das lições que acabamos de aprender. [Diatribes, VI]”

Nesse ponto o de que se trata é um esforço em viver sempre de acordo com a natureza, sempre agindo como um ser dotado de plena autarquia; senhor de si mesmo. Pois, o homem, como ser racional que é, fazer de suas próprias virtudes a conquista do objetivo maior que é a plena felicidade. 

Rejeitar a influência de sentimentos externos, que consideravam como sentimentos nocivos ao pleno exercício racional, por exemplo: paixão, luxúria, etc. tidos como vícios causadores de males que dificultam o homem na tomada de decisões de forma lógica e racional. É a tarefe do Prokopton.

PS: "Viático: provisão para viagem"

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